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Bem, creio que muitos aqui já devem ter ouvido falar do helicóptero experimenta X2, da Sikorsky. Mas alguns não, e como não vi nenhum tópico sobre ele...

O X2 é um projeto de livre iniciativa da própria Sikorsky (o que o fez ter um orçamento que não ficou fora de controle). Em 15 de setembro de 2010 ele alcançou a incrível velocidade de 250 nós(463km/h), tem um design bem inovador que soube aumentar a velocidade sem prejudicar o empuxo vertical. Um heli tradicional faz 150 nós com muito esforço.

Aqui o vídeo dele quebrando o recorde.

Um desenho impressionante sem dúvida.

Fiquei curioso sobre como é que estes aparelhos se controlam.

Para rodar quando está a pairar, desaceleram um dos rotores ?

Um girocóptero marombado com contrapás... Simples e muito interessante. Alivia-se o esforço da hélice traseira com o rotor duplo principal, e a primeira pode se concentrar apenas na velocidade...

É um projecto feito do nada...nem há nenhuma outro semelhante!

glauberprestes escreveu:Um girocóptero marombado com contrapás... Simples e muito interessante. Alivia-se o esforço da hélice traseira com o rotor duplo principal, e a primeira pode se concentrar apenas na velocidade...

Basicamente é isso mesmo.

O sistema tem algumas complexidades mecânicas (o controle de giro sobre o eixo vertical é feito por embreagens diferenciais nos dois rotores verticais, mecanismo fora de padrão e que não é tão eficiente quanto um rotor de cauda), e o rotores giratórios dificultam atingir velocidade muito maiores que o obtido (ou as pás que avançam entrariam em regime supersônico à partir da ponta, o que causaria sérios problemas). Mas a vantagem em desempenho sobre helicópteros comuns é evidente.

Existem também projetos em que o rotor de cauda é basculhante: Em vôo pairado e baixa velocidade ele opera como um rotor comum de helicóptero, mas conforme a velocidade aumenta ele basculha no eixo vertical e aponta para trás como neste modelo do vídeo. Este tipo de tecnologia tem mostrado potencial de alcançar um bom desempenho com uma mecânica mais simples que a do problemático V-22 Osprey.


Leandro G. Card

Eu vi um projeto de um professor de São Carlos, que era altamente parecida com o "helicóptero" do filme Avatar. Basicamente eram dois rotores, como o V-22, só que semi-fixos, com uma variação de cerca de 20 graus para todos os lados, e o sistema é complementado por uma turbina que fica no tubo da cauda. Teoricamente, o sistema é mais simples que o do X2, pois pode usar apenas um motor para todo o sistema, e não precisa de um sistema de contrarrotação complexo. Só que as complicações poderiam vir (em menor escala, se comparado com o Osprey) do sistema de movimentação do rotor, que pode complicar as conexões.

glauberprestes escreveu:Eu vi um projeto de um professor de São Carlos, que era altamente parecida com o "helicóptero" do filme Avatar. Basicamente eram dois rotores, como o V-22, só que semi-fixos, com uma variação de cerca de 20 graus para todos os lados, e o sistema é complementado por uma turbina que fica no tubo da cauda. Teoricamente, o sistema é mais simples que o do X2, pois pode usar apenas um motor para todo o sistema, e não precisa de um sistema de contrarrotação complexo. Só que as complicações poderiam vir (em menor escala, se comparado com o Osprey) do sistema de movimentação do rotor, que pode complicar as conexões.

O problema maior talvez nem seja o das conexões, existem juntas homocinéticas para isso (de uso automobilístico, mas o conceito pode ser adaptado). O problema maior é com o efeito giroscópico. Quando cada rotor giratório é movimentado ele cria forças em direções perpendiculares, que fazem a aeronave sair de posição. Dependendo da massa, da rotação e da velocidade de movimentação dos rotores as forças podem ser bem altas e os movimentos podem se tornar bruscos e difíceis de prever, se o piloto tenta consertar um desvio aparece um desvio ainda maior para outro lado. São necessários sensores e um programa de computador complexo para manter a estabilidade, e se este sistema der pane a aeronave pode se tornar impossível de pilotar.

Este é o motivo da maioria dos projetos deste tipo não passar da fase de protótipos, eles não possuem tolerância a falhas dos sistemas automáticos de estabilização.


Grande abraço,


Leandro G. Card

cabeça de martelo escreveu:É um projecto feito do nada...nem há nenhuma outro semelhante!

É bem diferente, a configuração de rotores e hélices desse aí é totalmente distinta do projeto da Sikorsky