Página 1 de 1

Início do fim da aviação brasileira?

Enviado: Dom Set 05, 2010 10:06 pm
por jambockrs
Merus prezados:
Estou remetendo abaixo o artigo publicado no Jornal de Turismo, que trata do fusão da LAN com a TAM.
autoria do Brigadeiro Allemander

Infelizmente, a triste verdade está colocada no referido artigo, ou seja o início do fim da aviação comercial brasilera, resultante do fatídico mandato da Dona Solange Vieira na ANAC e contando com o total apoio do Ministro Nelson Jobim.
Em nossos dias, as empresas aéreas braileiras são tratadas pela ANAC e vistas pelo público como vilãs e responsáveis por todas as mazelas que assolam a aviação civil. Desde a falta de investimentos e capacidade nos aeroportos até a lacuna na formação de recursos humanos, principalmente pilotos e mecânicos.

Entretanto, quem levou a aviação civil para as primeiras páginas dos jornais foi exatamente a ANAC e a sua Diretoria repleta de amadores sem qualquer compromisso com o nosso País. Criou um sistema de publicidade para os índices distorcidos de atrasos, onde somente as empresas aéreas são responsáveis, não havendo a quantificação das condições de metereologia, fechamento de pistas e congestionamento de pátios, acidentes e incidentes com paralização das operaçoes de pouso e decolagem, nem qualquer consideração para eventuaos sobrecargas no controle de tráfego aéreo. Assim, os atrasos publicados pela Dona Solange se refere apenas a chegada/partida dos voos nos aeroportos. Pura invenção e distorção.

Nós já sabíamos há muito tempo que as fusões com as "mega-carriers" estrangeiras chegariam às nossas empresas aéreas, mas poderíamos estar mais fortalecidos se tivéssemos feito a liberdade tarifária com um período de transição de 5 ou 10 anos. Além disso, somente de janeiro a dezembro de 2008, a ANAC assinou Acordos Bilaterais, quase dobrando a quantidade total de frequências semanais (de 248 para 500) de voos internacionais.

Ademais, nos recentes Acordos Bilaterais com o Chile e a Colombia foram ampliadas de 21 para 56 frequências semanais, adotando-se também direitos de 5a. e 6a. liberdades para pontos aquém, intermediários e além dos países.

Não satisfeitos os "novos sábios da ANAC" aceitaram negociar com todos os países da União Européia e não mais país por país, como acontecia no passado, no chamado "Acordo Horzontal", costurado pela Dona Solange Vieira , em maio de 2008 e finalizado em 14 de julho de 2010. De agora em diante, sentaremos a mesa de negociação para discutir assuntos de interesse aero-comercial com TODA A UNIÃO EUROPÉIA do outro lado da mesa. Não conseguiremos mais nada, pois a nossa capacidade de "barganhar" qualquer ponto praticamente acabou.

Com a Instrução ANAC Número 45, de 17 de julho passado, a Dona Solange estabeleceu claras orientações ao Superintendente de Relações Internacionais (SRI/ANAC) para buscar alcançar a livre quantidade de frequências na capacidade e também direitos de 5a. e 6a. liberdades no quadro de rotas durante a negociação de revisão de todos os Acordos Bilaterais.

Neste cenário, não restou alternativa para a única empresa aérea brasileira, que ainda atuava no mercado internacional em rotas de longo curso. Não podemos esquecer que a VARIG , depois de quase 70 anos se retirou das linhas intercontinentais, em setembro de 2008, já sob a regência da GOL.

Devemos reconhecer que a TAM lutou bravamente e mostrou competência para crescer e ocupar o espaço deixado pela velha VARIG, obtendo sucesso até certo ponto. Porém, com quase US$ 5 bilhões (R$ 9 bilhões) de dívidas e valor de mercado de cerca de US$ 1,5 bilhão deve ter pressentido que poderia não ter outra chance e preferiu sair honrosamente do negócio da aviação, ou pelo menos diminuir o risco.

De atores principais no mercado internacional na América do Sul com a fusão LANTAM passaremos a ser coadjuvantes e a sede da nova "holding" será no Chile. E o motivo é simples, os impostos sobre a remessa de capital do Chile para o Brasil apenas 6% e do Brasil para o Chile 17%. A carga fiscal e tributária continua deteriorando as finanças de nossas empresas aéreas ou não, e como diz o ex-Ministro Mailson da Nobrega em recente artigo publicado na VEJA, voltamos a ser o país do Jeca Tatu, vivendo da agricultura, pecuária e minérios.

Com certeza, esta fusão LATAM não será a última, porque não há outro caminho para as empresas aéreas brasileiras (ver Webjet-Ryanair, Trip-Skywest, Azul-JetBlue e GOL-???). O pior é que ainda não sabemos o preço final que teremos de pagar por tudo isso, considerando nossas dimensões continentais e a localização no Hemisfério SUL.

Re: Início do fim da aviação brasileira?

Enviado: Dom Set 05, 2010 10:22 pm
por Francoorp
Eu não vejo errado aumentar o numero dos voos internacionais, ficar com poucas rotas seria como fechar o mercado do voo inter-continental no Brasil, seria mais como uma forma de protecionismo.Mas acho errado que as companhias brasileiras tenham que vivem com uma menor possibilidade de crédito do que as empresas estrangeiras, là fora elas pagam juros de 2-3% ao ano...

Mas sejamos francos, todas as companhias aéreas do mundo estão se fundindo ou pior ainda falindo, as empresas brasileiras não tinham tantas rotas internacionais assim como as outras européias, e creio que este acordo com a U.E seja mais que uma simples "facada" nas companhias brasileiras, creio que este acordo abre espaço para a fusão de empresas, coisa que esta acontecendo pra todo lado, e continuara assim, pois a tendência do petróleo é somente subir, aumentando os custos de operação em todos os níveis, e vimos as conseqüências destes custos nas companhias aéreas nos anos 2008-2009 e tem ainda vestígios em 2010.

Pode-ser uma salvação para alguma empresa brasileira ao invés de um enterro com o morto ainda vivo...

Re: Início do fim da aviação brasileira?

Enviado: Seg Set 06, 2010 3:53 pm
por rodrigo
Devemos reconhecer que a TAM lutou bravamente e mostrou competência para crescer e ocupar o espaço deixado pela velha VARIG, obtendo sucesso até certo ponto. Porém, com quase US$ 5 bilhões (R$ 9 bilhões) de dívidas e valor de mercado de cerca de US$ 1,5 bilhão deve ter pressentido que poderia não ter outra chance e preferiu sair honrosamente do negócio da aviação, ou pelo menos diminuir o risco.
Não sabia que estava tão ruim.