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Com o início da avaliação do uso de VANT's, pelas FA e Policiais, no Brasil e com a preocupação da nossa gloriosa Marinha em como executar a proteção da Amazonia Azul e suas riquezas, muitas ainda nem sonhadas, como os nódulos de minerais, me ocorreu a possibilidade da utilização de similares maritimos aos VANT ou UAV's, que poderiamos chamar de SNT (submersíveis não tripulados) que de maneira silenciosa, dissimulada, lenta e contínua, colhessem dados a partir de sonares ou outros sensores, referentes a movimentação do tráfego submarino e de superfície em trechos pré-estabelecidos de nossas águas territoriais e de interesse.
Como principal vantagem desse tipo de equipamento poderíamos levantar a dificuldade de localização por sonares "inimigos" ou outros meios de detecção. Em relação a um submarino convencional, a simplicidade e economicidade seriam algumas vantagens importantes.
Esse tipo de equipamento poderia ser lançado, direcionado e recolhido por naves de superfície de modo que um navio patrulha, lançando alguns desses SNT cobriria uma área bem maior que sua capacidade individual.
Além disso, em situação de combate esses SNT, poderiam realizar patrulhas submarinas em linhas de defesa, com itinerário programado, proporcionando alarme antecipado quanto a presença ou passagem de naves beligerantes tanto submarinas quanto de superfície, com um risco mínimo de detecção.
Dentro da minha ignorância no assunto, é claro que não estou considerando as dificuldades técnicas da operação, como autonomia, volume de baterias de acumuladores, tamanho dos equipamentos de sonar e de comunicação etc...
Deixo essa idéia esperando que os companheiros de farda me esclareçam se já alguma coisa nesse sentido.
Um abraço

Reyamneugreb escreveu:Com o início da avaliação do uso de VANT's, pelas FA e Policiais, no Brasil e com a preocupação da nossa gloriosa Marinha em como executar a proteção da Amazonia Azul e suas riquezas, muitas ainda nem sonhadas, como os nódulos de minerais, ocorreu a esse militar da reserva do EB, com tempo disponível para ficar elocubrando, a possibilidade da utilização de similares maritimos aos VANT ou UAV's, que poderiamos chamar de SNT (submersíveis não tripulados) que de maneira silenciosa, dissimulada, lenta e contínua, colhessem dados a partir de sonares ou outros sensores, referentes a movimentação do tráfego submarino e de superfície em trechos pré-estabelecidos de nossas águas territoriais e de interesse.
Como principal vantagem desse tipo de equipamento poderíamos levantar a dificuldade de localização por sonares "inimigos" ou outros meios de detecção. Em relação a um submarino convencional, a simplicidade e economicidade seriam algumas vantagens importantes.
Esse tipo de equipamento poderia ser lançado, direcionado e recolhido por naves de superfície de modo que um navio patrulha, lançando alguns desses SNT cobriria uma área bem maior que sua capacidade individual.
Além disso, em situação de combate esses SNT, poderiam realizar patrulhas submarinas em linhas de defesa, com itinerário programado, proporcionando alarme antecipado quanto a presença ou passagem de naves beligerantes tanto submarinas quanto de superfície, com um risco mínimo de detecção.
Dentro da minha ignorância no assunto, é claro que não estou considerando as dificuldades técnicas da operação, como autonomia, volume de baterias de acumuladores, tamanho dos equipamentos de sonar e de comunicação etc...
Deixo essa idéia esperando que os companheiros de farda me esclareçam se já alguma coisa nesse sentido.
Um abraço

Assunto deveras interessante. Que Marinhas usam e que perquisa existe sobre equipamentos deste tipo? Com a palavra, os especialistas. Bem vindo Mayer.

Os EUA tem o manta



http://www.janes.com/articles/Janes-Und ... tates.html

MANTA test vehicle (United States), Mine warfare - Autonomous/unmanned marine systems


Type
UUV technology demonstrator.

Development
The MANTA Test Vehicle (MTV) was completed in 1999. The MTV was built to demonstrate the MANTA concept and was designed to be a modular, reconfigurable UUV with a very large payload capacity, high-accuracy navigation, acoustic communications, RF communications and low-speed control.In 1999, the MTV performed its inaugural at-sea trials in Rhode Island's Narragansett Bay. The purpose of these tests was to verify the vehicle's stability and manoeuvrability, and to perform initial system checks. Because the MTV has a non-traditional, unique body shape, the hydrodynamic characteristics of the vehicle were modelled using theoretical methods as no empirical data existed to pre-validate the models. The design of the vehicle autopilot control system was performed in simulation. At-sea tests allowed autopilot validation and confirmation of vehicle controllability and stability to be completed. NUWC worked with Draper Laboratory, Cambridge, Massachusetts, on the control system design.The centre has worked with industry partners - including Boeing, Draper Labs, BAE Systems, Raytheon, General Dynamics, Kearfott, SenSyTech and Sensors Unlimited - to install and test subsystems aboard the MTV. Trials during August and September 2000 included operation of a basic ISR and communications payload consisting of a visual imager employing inexpensive commercial cameras (one forward-looking and two side-looking), a radio-frequency direction-finder and a communications link. The last of these allowed the MTV, running in shallow water off Newport, Rhode Island, to transmit imagery to the submarine USS Providence docked at Groton. In return, the SSN was able to control the UUV's sensors.Testing of the MTV during

outro artigo

http://www.popsci.com/scitech/article/2 ... navys-auvs

Existe uma dificuldade técnica para o desenvolvimento de ROV´s (Remotely Operated Vehicles, como os equivalentes aquáticos dos UAV´s são conhecidos) de aplicação militar. Como os sinais de rádio não penetram bem na água, a comunicação do ROV com o navio (ou submarino) lançador dependem de uma ligação física por cabo elétrico ou de fibra ótica. Como resultado existe uma limitação bem maior no alcance de um ROV, se comparado ao de um UAV.

Não é muito difícil desenvolver um UAV que tenha um alcance de centenas (em alguns casos milhares) de quilômetros, e que pode assim penetrar profundamente em território inimigo em suas missões de reconhecimento ou ataque. Mas um ROV poderia se afastar no máximo algumas poucas dezenas de quilômetros do centro de controle, e ainda assim já assumindo sérios riscos de ter sua comunicação cortada até mesmo por acidente. Nesta distância um ROV militar poderia servir exatamente para quê, na imensidão do mar?


Leandro G. Card

Em uma rápida pesquisa.

Descobri 2 projetos nacionais.

Série Lambaru



O Lambaru é um Veículo Submarino Autônomo (Autonomous Underwater Vehicle (AUV)) pequeno e leve, especialmente desenvolvido para inspeções submarinas de longo alcance. Seu alto desempenho é atribuído ao seu sistema de célula combustível de hidrogênio e oxigênio, que possibilita uma autonomia de 40 horas de operação contínua sem a necessidade de troca de baterias. São necessários somente dois minutos para recarregar os cilindros de gás, o que pode ser feito com o veículo na água, não havendo necessidade de removê-lo. O veículo é modular e pode ser configurado para utilização de uma grande variedade de sensores, os quais o habilitam para ser usado em diversas aplicações. Atualmente existem duas versões: Lambaru 400 e 800, otimizados para operações de 400 e 800 metros de profundidade, respectivamente. As missões podem ser programadas e carregadas no AUV através de uma interface gráfica. Esta também possibilita a análise de resultados da operação, como trajetória percorrida e mapas de solo oceânicos.

* Localização de minas submarinas
* Monitoramento de portos e costas
* Operações de resgate e salvamento
* Mapeamento do solo oceânico
* Pesquisas científicas
* Inspeções de oleodutos offshore
* Monitoramento ambiental
* Auxílio à pesca



Arquivo em PDF:

http://www.xmobots.com/Content/Catalogs ... atalog.pdf

Existe também um outro projeto da poli.usp nesse sentido.

Projeto Pirajuba:

http://www.pmr.poli.usp.br/lvnt/uuv/pir ... ntacao.HTM

LeandroGCard escreveu:Existe uma dificuldade técnica para o desenvolvimento de ROV´s (Remotely Operated Vehicles, como os equivalentes aquáticos dos UAV´s são conhecidos) de aplicação militar. Como os sinais de rádio não penetram bem na água, a comunicação do ROV com o navio (ou submarino) lançador dependem de uma ligação física por cabo elétrico ou de fibra ótica. Como resultado existe uma limitação bem maior no alcance de um ROV, se comparado ao de um UAV.

Não é muito difícil desenvolver um UAV que tenha um alcance de centenas (em alguns casos milhares) de quilômetros, e que pode assim penetrar profundamente em território inimigo em suas missões de reconhecimento ou ataque. Mas um ROV poderia se afastar no máximo algumas poucas dezenas de quilômetros do centro de controle, e ainda assim já assumindo sérios riscos de ter sua comunicação cortada até mesmo por acidente. Nesta distância um ROV militar poderia servir exatamente para quê, na imensidão do mar?


Leandro G. Card

Um aparelho desses tem que ser completamente autónomo. Serve para cobrir uma area maior, investigar uma area especifica ou efectuar missões de ataque de alto risco para um submarino tripulado.

A inteligência artificial pode ser programada para:

-Patrulhar uma área e voltar a um ponto de recolha.
-Investigar um ponto especifico e reportar se detectar determinadas assinaturas.
-Ataque "suicida".
-seguir um alvo e transmitir informações periodicamente.

Estes são apenas alguns exemplos. Desde que o equipamento possua autonomia e sensores adequados, a programação é o mais fácil. Penso que pode estar para o submarino como o helicóptero embarcado está para a fragata, mas ainda tem que se passar da fase experimental.

tflash escreveu:Um aparelho desses tem que ser completamente autónomo. Serve para cobrir uma area maior, investigar uma area especifica ou efectuar missões de ataque de alto risco para um submarino tripulado.

A inteligência artificial pode ser programada para:

-Patrulhar uma área e voltar a um ponto de recolha.
-Investigar um ponto especifico e reportar se detectar determinadas assinaturas.
-Ataque "suicida".
-seguir um alvo e transmitir informações periodicamente.

Estes são apenas alguns exemplos. Desde que o equipamento possua autonomia e sensores adequados, a programação é o mais fácil. Penso que pode estar para o submarino como o helicóptero embarcado está para a fragata, mas ainda tem que se passar da fase experimental.

Não tenho muita certeza de que seja possível desenvolver um equipamento completamente autônomo para missões militares, que geralmente envolvem situações muito fluídas. Veja que não existem VANT's totalmente automáticos, sempre existem um operador humano no circuito.

Por outro lado, dá sim para imaginar um torpedo com capacidade de se afastar do sub até uma certa distância e executar taferas específicas de busca/despistamento antes de arrancar para o ataque final. Neste caso o alcance poderia ficar dentro da faixa das dezenas de quilômetros, e um cabo poderia manter a ligação com o sub. Ou ele poderia ser completamente autônomo e executar algumas tarefas pré-programadas. Mas aí seria algo mais parecido com um míssil avançado que com um VANT.


Leandro G. Card

Neste caso tem que ser e esse deve ser o maior problema para entrar em utilização. Se o aparelho transmitir alguma coisa pode ser facilmente detectado.

A nível de software não há problema nenhum mas pôr uma máquina autónoma a fazer missões militares vai encontrar muita resistência.

LeandroGCard escreveu:Existe uma dificuldade técnica para o desenvolvimento de ROV´s (Remotely Operated Vehicles, como os equivalentes aquáticos dos UAV´s são conhecidos) de aplicação militar. Como os sinais de rádio não penetram bem na água, a comunicação do ROV com o navio (ou submarino) lançador dependem de uma ligação física por cabo elétrico ou de fibra ótica. Como resultado existe uma limitação bem maior no alcance de um ROV, se comparado ao de um UAV.

Não é muito difícil desenvolver um UAV que tenha um alcance de centenas (em alguns casos milhares) de quilômetros, e que pode assim penetrar profundamente em território inimigo em suas missões de reconhecimento ou ataque. Mas um ROV poderia se afastar no máximo algumas poucas dezenas de quilômetros do centro de controle, e ainda assim já assumindo sérios riscos de ter sua comunicação cortada até mesmo por acidente. Nesta distância um ROV militar poderia servir exatamente para quê, na imensidão do mar?


Leandro G. Card

Agradeço as tuas colocações, prezado Leandro G. Card, que vieram a esclarecer-me mais sobre o assunto, mas acredito que depois ver o Brasil se destacar como inovador em muitas áreas técnico-científicas e também observar muitos vacilos, quando por temor de errar ou por complexo de inferioridade, deixamos de desenvolver tecnologias esperando pelos outros ou achando que eles fazem melhor, acredito, repito, que os nossos engenheiros da Marinha deveriam se dedicar ao estudo do desenvolvimento de ROV's com fins militares.

Sabemos que a tecnologia evolui muito rapidamente e que dentro de pouco tempo alguém vai desenvolver esses artefatos, como foram desenvolvidos os UAV e com uma capacidade surpreendente de serem empregados em missões das mais diversas e vai nos vender e aí nos vamos querer também a TT, que poderíamos ter desenvolvido com antecedência.

Acho que as dificuldades de comunicação e controle com esses artefatos, são perfeitamente contornáveis e que, a partir desses equipamentos que já existem no Brasil, ainda a nivel de pesquisa e desenvolvimento, podemos e devemos partir para aplicações militares desses meios.

Abs

Não tenho muita certeza de que seja possível desenvolver um equipamento completamente autônomo para missões militares, que geralmente envolvem situações muito fluídas. Veja que não existem VANT's totalmente automáticos, sempre existem um operador humano no circuito.

Eu não tive tempo para investigar mas acho que é mais por questões éticas do que tecnológicas.

A menos que o equipamento tenha certa autonomia para a missão, como já colocado, colete os dados a que se destina e, em determinado momento, emerja para transmiti-los.

tflash escreveu:

Não tenho muita certeza de que seja possível desenvolver um equipamento completamente autônomo para missões militares, que geralmente envolvem situações muito fluídas. Veja que não existem VANT's totalmente automáticos, sempre existem um operador humano no circuito.

Eu não tive tempo para investigar mas acho que é mais por questões éticas do que tecnológicas.

A questão geralmente é técnica mesmo.

O que ocorre é que os VANT's são basicamente utilizados para reconhecimento tático, e neste caso o que interessa é exatamente o que está acontecendo naquele momento, como o objetivo está se deslocando, o que está fazendo, etc... . Para isso é necessário que as informações captadas pelos sensores do VANT cheguem ao operador em tempo real, que ele as avalie imediatamente e tome decisões sobre o reposicionamento da aeronave, seu avanço ou sua retirada, se eleva sua altitude ou se aproxima do solo, para onde apontar as câmeras, etc... . O controle de atitude do VANT e sua navegação até a área de atuação podem ser (e muitas vezes são) automáticos, mas quando a missão se inicia é preciso um homem no comando para decidir passo a passo o que fazer. Em missões de ataque o mesmo se aplica.

VANT's também podem ser utilizados em missões de reconhecimento estratégico (para sondar/fotografar instalações fixas do inimigo), e neste caso a missão pode ser totalmente automática. Mas atualmente os países mais desenvolvidos preferem utilizar satélites nestes casos, por serem mais discretos e difíceis de interceptar. Ataques estratégicos são também possíveis, mas neste caso geralmente se utilizam mísseis de cruzeiro, e não VANT's.

No caso da guerra naval, os potenciais alvos inimigos seriam navios e submarinos, que dificilmente estariam parados e inativos esperando a aproximação de um ROV, e novamente a atuação de um operador seria necessária. No caso de se desejar atacar, seriam utilizados armamentos inteligentres (torpedos e mísseis). Apenas no caso do reconhecimento de portos, plataformas de petróleo ou talvez na busca de sistemas submarinos fixos em uma área definida é que uma missão totalmente automática poderia ser levada à cabo.


Leandro G. Card

Muito boa a explicação e vai de encontro à minha opinião. Tecnicamente é possível por um VANT a patrulhar, identificar e eliminar um alvo mas ninguém iria autorizar que se fizesse isso de modo automático.

Agora estes submarinos não tripulados podem ser usados em quantidade na patrulha de uma área marítima como a ZEE portuguesa ou brasileira e estarem programados para reportarem as leituras que fizeram com um intervalo de tempo. Isso é muito útil e económico já que um punhado de homens pode comandar uma flotilha e recolher informação.

O software só precisa de dizer para navegar do ponto A ao ponto B, desviar-se de obstáculos, gravar informação dos sensores e transmitir em intervalos regulares ou imediatamente se forem detectadas leituras "X".

Eu gostei do assunto, basta ver que além destes dois projetos acima citados, há um terceiro minisubmarino em perojeto e execução no Ceará, inclusive com acompanhamento da Marinha; o que se precisa é unir esses conhecimento em torno de um projeto maior e específico.