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Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 4:56 pm
por Fábio Nascimento
A matéria (ver abaixo) peca pela parcialidade, mas vale a comparação e reflexão. Hoje, com o acesso fácil à informação, rapidamente você encontra as contradições da mídia brasileira em função da conveniência (política). Até me fez lembrar de um artigo que havia lido:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... -em-surto/

e uma matéria da Folha de SP: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 7733.shtml

Apenas para efeito ilustrativo:
Inicialmente, a Time tinha publicado os nomes com uma numeração ao lado. Hoje, não existe essa numeração, http://www.time.com/time/specials/packa ... 85,00.html

Para finalizar, uma notícia recente
http://www1.folha.uol.com.br/folha/vide ... 6584.shtml
E o que pensa alguém que entende do assunto:
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... -positivo/

A conclusão é pessoal!!!
Lula, as elites e o vira-latas
É extremamente interessante que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio!
Francisco Carlos Teixeira
Seguindo outros grandes meios de comunicação globais, a revista Time escolheu – na semana passada - o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. A notícia repercutiu em todo o mundo, sendo matéria de primeira página, no jornalão El País.

Elite e preconceito
Na verdade a matéria o apontava como o homem mais influente do mundo, posto que nem só políticos fossem alinhados na larga lista composta pelo Time. Esta não é a primeira vez que Lula merece amplo destaque na imprensa mundial. Os jornais Le Monde, de Paris, e o El País, o mais importante meio de comunicação em língua espanhola (e muito atento aos temas latino-americanos) já haviam, na virada de 2009, destacado Lula como o “homem do ano”. O inédito desta feita, com a revista Time, foi fazer uma lista, incluindo aí homens de negócios, cientistas e artistas mundialmente conhecidos. Entre os quais está o brasileiro Luis Inácio da Silva, nascido pobre e humilde em Caetés, no interior de Pernambuco, em 1945, o presidente do Brasil aparece como o mais influente de todas as personalidades globais. Por si só, dado o ponto de partida da trajetória de Lula e as deficiências de formação notórias é um fato que merece toda a atenção. No Brasil a trajetória de Lula tornou-se um símbolo contra toda a forma de exclusão e um cabal desmentido aos preconceitos culturalistas que pouco se esforçam para disfarçar o preconceito social e de classe.

É extremamente interessante, inclusive para uma sociologia das elites nacionais, que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com grande déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio sepulcral!

Lula Líder Mundial
Desde 2007 a imprensa mundial, depois de colocá-lo ao lado de líderes cubanos e nicaraguenhos num pretenso “eixinho do mal”, teve que aceitar a importância da presença de Lula nas relações internacionais e reconhecer a existência de uma personalidade original, complexa e desprovida de complexos neocoloniais. Em 2008 a Newsweek, seguida pela Forbes, admitiam Lula como um personagem de alcance mundial. O conservador Financial Times declarava, em 2009, que Lula, “com charme e habilidade política” era um dos homens que haviam moldado a primeira década do século XXI. Suas ações, em prol da paz, das negociações e dos programas de combate à pobreza eram responsáveis pela melhor atenção dada, globalmente, aos pobres e desprovidos do mundo.

Mesmo no momento da invasão do Iraque, em busca das propaladas “armas de destruição em massa”, Lula havia proposto a continuidade das negociações e declarado que a guerra contra a fome era mais importante que sustentar o complexo industrial-militar norte-americano.

Em 2010, em meio a uma polêmica bastante desinformada no Brasil – quando alguns meios de comunicação nacionais ridicularizaram as propostas de negociação para a contínua crise no Oriente Médio – o jornal israelense Haaretz – um importante meio de comunicação marcado por sua independência – denominou Lula de “profeta da paz”, destacando sua insistência em buscar soluções negociadas para a paz. Enquanto isso, boa parte da mídia brasileira, fazendo eco à extrema-direita israelense, procurava diminuir o papel do Brasil na nova ordem mundial.

Lula, talvez mesmo sem saber, utilizando-se de sua habilidade política e de seu incrível sentido de negociações, repetia, nos mais graves dossiês internacionais, a máxima de Raymond Aron: a paz se negocia com inimigos. As exigências, descabidas e mal camufladas de recusa ás negociações, sempre baseadas em imposições, foram denunciadas pelo presidente brasileiro. Idéias pré-concebidas estabelecendo a necessidade de mudar regimes para se ter a paz ou usar as baionetas para garantir a democracia foram consideradas, como sempre, desculpas para novas guerras. Lula mostrou-se, em várias das mais espinhosas crises internacionais, um negociador permanente. Foi assim na crise do golpe de Estado na Venezuela em 2002 (quando ainda era candidato) e nas demais crises sul-americanas, como na Bolívia, com o Equador e como mediador em crises entre outros países.

Lula negociador
O mais surpreendente é que o reconhecimento internacional do presidente brasileiro não traz qualquer orgulho para a elite brasileira. Ao contrário. Lula foi ridicularizado por sua política no Oriente Médio. Enquanto isso o presidente de Israel, Shimon Perez ou o Grande-Rabino daquele país solicitavam o uso do livre trânsito do presidente para intervir junto ao irascível presidente do Irã. Dizia-se aqui que Lula ofendera Israel, enquanto o Haaretz o chamava de “profeta da paz” e a Knesset (o parlamento de Israel) o aplaudia em pé. No mesmo momento o Brasil assinava importantes acordos comerciais com Israel.

Ridicularizou-se ao extremo a atuação brasileira em Honduras, sem perceber a terrível porta que se abria com um golpe militar no continente. Lula teve a firmeza e a coragem, contra a opinião pública pessimamente informada, de dizer e que “... a época de se arrancar presidentes de pijama” do palácio do governo e expulsá-los do país pertencia, definitivamente, a noite dos tempos.

Honduras teve que arcar com o peso, e os prejuízos, de sustentar uma elite empedernida, que escrevera na constituição, após anos de domínio ditatorial, que as leis, o mundo e a vida não podem ser mudados. Nem mesmo através da expressa vontade do povo! E a elite brasileira preferiu ficar ao lado dos golpistas hondurenhos e aceitar um precedente tenebroso para todo o continente.

Brasil, país no mundo!
Também se ridicularizou a abertura das relações do Brasil com o conjunto do planeta. Em oito anos abriu-se mais de sessenta novas representações no exterior, tornando o Brasil um país global. Os nostálgicos do “circuito Helena Rubinstein” – relações privilegiadas com Nova York, Londres e Paris – choraram a “proletarização” de nossas relações. Com a crise econômica global – que desmentiu os credos fundamentalistas neoliberais – a expansão do Brasil pelo mundo, os novos acordos comerciais (ao lado de um mercado interno robusto) impediram o Brasil de cair de joelhos. Outros países, atrelados ao eixo norte-atlântico e aqueles que aceitaram uma “pequena Alca”, como o México, debatem-se no fundo de suas infelicidades. Lula foi ridicularizado quando falou em “marolhinha”. Em seguida o ex-poderoso e o ex-centro anti-povos chamado FMI, declarou as medidas do governo Lula como as mais acertadas no conjunto do arsenal anti-crise.

Mais uma vez silêncio das elites brasileiras!

Lula foi considerado fomentador da preguiça e da miséria ao ampliar, recriar, e expandir ações de redistribuição de renda no país. A miséria encolheu e mais de 91 milhões de brasileiros ascenderam para vivenciar novos patamares de dignidade social... A elite disse que era apoiar o vício da preguiça, ecoando, desta feita sabendo, as ofensas coloniais sobre “nativos” preguiçosos. Era a retro-alimentação do mito da “pereza ibérica”. Uma ajuda de meio salário, temporária, merece por parte da elite um bombardeio constante. A corrupção em larga escala, dez vezes mais cara e improdutiva ao país que o Bolsa Família, e da qual a elite nacional não é estranha, nunca foi alvo de tantos ataques.

A ONU acabou escolhendo o Programa Bolsa Família como símbolo mundial do resgate dos desfavorecidos. O ultra-conservador jornal britânico The Economist o considerou um modelo de ação para todos os países tocados pela pobreza e o Le Monde como ação modelar de inclusão social.

Mais uma vez a elite nacional manteve-se em silêncio!

Em suma, quando a influente revista, sem anúncios do governo brasileiro, Time escolhe Lula como o líder mais influente do mundo, a mídia brasileira “esquece” de noticiar. Nas páginas internas, tão encolhidas como um vira-lata em dia de chuva noticia-se que Lula “... está entre os 25 lideres mais influentes do mundo”. Errado! A lista colocava Lula como “o mais” influente do mundo.

Agora se espera o silêncio da elite brasileira!

Francisco Carlos Teixeira é professor Titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 5:06 pm
por Quiron
Muito bom. Mas eu acho que o Brasil pode mais. O Brasil pode mais com José Serra!

Imagem

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 5:32 pm
por Fábio Nascimento
hehehee...cada um com sua opinião!!
Para mim desses chamados “presidenciáveis” nenhum presta!!!

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 6:35 pm
por edson_spbr
De todos que tiveram suas chances de governar o melhor para mim está sendo o Lula, apesar que só ví apenas 3 ou 4 presidentes. :D

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 8:04 pm
por soultrain
Ola, excelente esse texto. Como Português, nunca entendi esse preconceito contra o Lula, de próprios Brasileiros, não entendo mas compreendo os motivos, esse artigo os revela.


Queira Deus, que os próximos não deixem nada a dever ao Lula, embora ache que é quase impossível nas próximas dezenas de anos, haver alguém com as qualidades do vosso actual Presidente.

[[]]'s

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 9:14 pm
por Flávio Rocha Vieira
Lula, as elites e o vira-latas

É extremamente interessante que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio!
Francisco Carlos Teixeira
Seguindo outros grandes meios de comunicação globais, a revista Time escolheu – na semana passada - o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. A notícia repercutiu em todo o mundo, sendo matéria de primeira página, no jornalão El País.

Elite e preconceito

Na verdade a matéria o apontava como o homem mais influente do mundo, posto que nem só políticos fossem alinhados na larga lista composta pelo Time. Esta não é a primeira vez que Lula merece amplo destaque na imprensa mundial. Os jornais Le Monde, de Paris, e o El País, o mais importante meio de comunicação em língua espanhola (e muito atento aos temas latino-americanos) já haviam, na virada de 2009, destacado Lula como o “homem do ano”. O inédito desta feita, com a revista Time, foi fazer uma lista, incluindo aí homens de negócios, cientistas e artistas mundialmente conhecidos. Entre os quais está o brasileiro Luis Inácio da Silva, nascido pobre e humilde em Caetés, no interior de Pernambuco, em 1945, o presidente do Brasil aparece como o mais influente de todas as personalidades globais. Por si só, dado o ponto de partida da trajetória de Lula e as deficiências de formação notórias é um fato que merece toda a atenção. No Brasil a trajetória de Lula tornou-se um símbolo contra toda a forma de exclusão e um cabal desmentido aos preconceitos culturalistas que pouco se esforçam para disfarçar o preconceito social e de classe.

É extremamente interessante, inclusive para uma sociologia das elites nacionais, que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com grande déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio sepulcral!

Lula Líder Mundial

Desde 2007 a imprensa mundial, depois de colocá-lo ao lado de líderes cubanos e nicaraguenhos num pretenso “eixinho do mal”, teve que aceitar a importância da presença de Lula nas relações internacionais e reconhecer a existência de uma personalidade original, complexa e desprovida de complexos neocoloniais. Em 2008 a Newsweek, seguida pela Forbes, admitiam Lula como um personagem de alcance mundial. O conservador Financial Times declarava, em 2009, que Lula, “com charme e habilidade política” era um dos homens que haviam moldado a primeira década do século XXI. Suas ações, em prol da paz, das negociações e dos programas de combate à pobreza eram responsáveis pela melhor atenção dada, globalmente, aos pobres e desprovidos do mundo.

Mesmo no momento da invasão do Iraque, em busca das propaladas “armas de destruição em massa”, Lula havia proposto a continuidade das negociações e declarado que a guerra contra a fome era mais importante que sustentar o complexo industrial-militar norte-americano.

Em 2010, em meio a uma polêmica bastante desinformada no Brasil – quando alguns meios de comunicação nacionais ridicularizaram as propostas de negociação para a contínua crise no Oriente Médio – o jornal israelense Haaretz – um importante meio de comunicação marcado por sua independência – denominou Lula de “profeta da paz”, destacando sua insistência em buscar soluções negociadas para a paz. Enquanto isso, boa parte da mídia brasileira, fazendo eco à extrema-direita israelense, procurava diminuir o papel do Brasil na nova ordem mundial.

Lula, talvez mesmo sem saber, utilizando-se de sua habilidade política e de seu incrível sentido de negociações, repetia, nos mais graves dossiês internacionais, a máxima de Raymond Aron: a paz se negocia com inimigos. As exigências, descabidas e mal camufladas de recusa ás negociações, sempre baseadas em imposições, foram denunciadas pelo presidente brasileiro. Idéias pré-concebidas estabelecendo a necessidade de mudar regimes para se ter a paz ou usar as baionetas para garantir a democracia foram consideradas, como sempre, desculpas para novas guerras. Lula mostrou-se, em várias das mais espinhosas crises internacionais, um negociador permanente. Foi assim na crise do golpe de Estado na Venezuela em 2002 (quando ainda era candidato) e nas demais crises sul-americanas, como na Bolívia, com o Equador e como mediador em crises entre outros países.

Lula negociador

O mais surpreendente é que o reconhecimento internacional do presidente brasileiro não traz qualquer orgulho para a elite brasileira. Ao contrário. Lula foi ridicularizado por sua política no Oriente Médio. Enquanto isso o presidente de Israel, Shimon Perez ou o Grande-Rabino daquele país solicitavam o uso do livre trânsito do presidente para intervir junto ao irascível presidente do Irã. Dizia-se aqui que Lula ofendera Israel, enquanto o Haaretz o chamava de “profeta da paz” e a Knesset (o parlamento de Israel) o aplaudia em pé. No mesmo momento o Brasil assinava importantes acordos comerciais com Israel.

Ridicularizou-se ao extremo a atuação brasileira em Honduras, sem perceber a terrível porta que se abria com um golpe militar no continente. Lula teve a firmeza e a coragem, contra a opinião pública pessimamente informada, de dizer e que “... a época de se arrancar presidentes de pijama” do palácio do governo e expulsá-los do país pertencia, definitivamente, a noite dos tempos.

Honduras teve que arcar com o peso, e os prejuízos, de sustentar uma elite empedernida, que escrevera na constituição, após anos de domínio ditatorial, que as leis, o mundo e a vida não podem ser mudados. Nem mesmo através da expressa vontade do povo! E a elite brasileira preferiu ficar ao lado dos golpistas hondurenhos e aceitar um precedente tenebroso para todo o continente.

Brasil, país no mundo!

Também se ridicularizou a abertura das relações do Brasil com o conjunto do planeta. Em oito anos abriu-se mais de sessenta novas representações no exterior, tornando o Brasil um país global. Os nostálgicos do “circuito Helena Rubinstein” – relações privilegiadas com Nova York, Londres e Paris – choraram a “proletarização” de nossas relações. Com a crise econômica global – que desmentiu os credos fundamentalistas neoliberais – a expansão do Brasil pelo mundo, os novos acordos comerciais (ao lado de um mercado interno robusto) impediram o Brasil de cair de joelhos. Outros países, atrelados ao eixo norte-atlântico e aqueles que aceitaram uma “pequena Alca”, como o México, debatem-se no fundo de suas infelicidades. Lula foi ridicularizado quando falou em “marolhinha”. Em seguida o ex-poderoso e o ex-centro anti-povos chamado FMI, declarou as medidas do governo Lula como as mais acertadas no conjunto do arsenal anti-crise.

Mais uma vez silêncio das elites brasileiras!

Lula foi considerado fomentador da preguiça e da miséria ao ampliar, recriar, e expandir ações de redistribuição de renda no país. A miséria encolheu e mais de 91 milhões de brasileiros ascenderam para vivenciar novos patamares de dignidade social... A elite disse que era apoiar o vício da preguiça, ecoando, desta feita sabendo, as ofensas coloniais sobre “nativos” preguiçosos. Era a retro-alimentação do mito da “pereza ibérica”. Uma ajuda de meio salário, temporária, merece por parte da elite um bombardeio constante. A corrupção em larga escala, dez vezes mais cara e improdutiva ao país que o Bolsa Família, e da qual a elite nacional não é estranha, nunca foi alvo de tantos ataques.

A ONU acabou escolhendo o Programa Bolsa Família como símbolo mundial do resgate dos desfavorecidos. O ultra-conservador jornal britânico The Economist o considerou um modelo de ação para todos os países tocados pela pobreza e o Le Monde como ação modelar de inclusão social.

Mais uma vez a elite nacional manteve-se em silêncio!

Em suma, quando a influente revista, sem anúncios do governo brasileiro, Time escolhe Lula como o líder mais influente do mundo, a mídia brasileira “esquece” de noticiar. Nas páginas internas, tão encolhidas como um vira-lata em dia de chuva noticia-se que Lula “... está entre os 25 lideres mais influentes do mundo”. Errado! A lista colocava Lula como “o mais” influente do mundo.

Agora se espera o silêncio da elite brasileira!

Francisco Carlos Teixeira é professor Titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
De pé, aplaudo este texto.

Infelizmente será lido por poucos brasileiros.

Um fraternal abraço,

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Ter Mai 18, 2010 10:52 pm
por Ilya Ehrenburg
Quiron escreveu:Muito bom. Mas eu acho que o Brasil pode mais. O Brasil pode mais com José Serra!

Imagem
Ao fundo do posso, certamente irá. :twisted:

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 8:43 am
por P44
soultrain escreveu:Ola, excelente esse texto. Como Português, nunca entendi esse preconceito contra o Lula, de próprios Brasileiros, não entendo mas compreendo os motivos, esse artigo os revela.


Queira Deus, que os próximos não deixem nada a dever ao Lula, embora ache que é quase impossível nas próximas dezenas de anos, haver alguém com as qualidades do vosso actual Presidente.

[[]]'s

assino por baixo, ainda vão chorar muito com saudades do Lula.

Tomara nós!

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 8:58 am
por Fábio Nascimento
Eu recebi este texto através de um email, concordei completamente e resolvi postar.
De fato não votei em Lula na primeira eleição, tenho 29 anos e não vi até hoje presidente melhor que ele.

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 9:42 am
por delmar
Para os amigos portugueses. Não existe elite no Brasil. A maior parte dos ricos e poderosos lá pelos anos 1950 hoje anda na miséria, assim como a maioria dos atuais ricos e poderosos eram naquela época uns pelados sem ter onde cair morto. Dos atuais candidatos a presidência da república do Brasil apenas a Dilma tem uma origem mais classe média. A Marina era uma mestiça analfabeta até os 16 anos, o Serra é filho de um imigrante italianos dono de uma banca de verduras num mercado público.
Aqui em meu estado muitos governadores tiveram origem bem humilde. O Alceu Collares é um mulato, filho de negro com espanhol, que começou a vida como carteiro. O Olivio Dutra, outro governador, é meio indio filho de camponeses miseráveis, pode estudar por ter ido a um seminário e depois tornou-se bancário. Há dezenas de outros políticos que vem das camadas mais humildes da população.
Em resumo o Brasil não tem uma elite, tem um bando de pobretões que enriqueceram e, alguns deles, pensam que são aristocratas ingleses. São a alegria da revista "Caras". Normalmente é o primeiro passo para voltarem a miséria.

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 10:20 am
por cabeça de martelo
:lol:

Gostei bastante do teu texto Delmar.

PS: mestiços, italianos, onde param os Luso-descendentes? :?

Túlioooooooooooooooooooooooooo?! 8-]

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 10:24 am
por tflash
Mas é a minha opinião que essas chamadas elites que existem tanto em Portugal como no Brasil (às vezes até estão nos dois países) tem complexos com os seus conterrâneos e desdenha tudo o que de bom possa existir, desde que tenha aquela origem que eles odeiam e tentam esquecer. (não tem que ser aquela pobreza extrema, às vezes é a classe média) Inventam expressões adaptadas de línguas estrangeiras por desconhecerem ou desprezarem a sua. Depois vão para o Mónaco e afins armados em grandes e são reduzidos à sua insignificância de vedetas locais, além de passarem vergonhas, envergonham os seus conterrâneos.

São essas pessoas que mais oprimem os trabalhadores que tem o azar de trabalhar para eles, tem empresas com politicas feudais e depois vão para à politica ou para a imprensa onde exercem da mesma forma que vivem ou que pensam, mas sempre com a capa de inteligentes e bem formados que umas roupas de marca e uns consultores de imagem costumam dar.

Com o tempo, o presidente Lula, vai ter o reconhecimento da sociedade brasileira, no seu todo Já deu o primeiro passo que é o reconhecimento internacional. Como diz Fernando Pessoa "- Primeiro estranha-se e depois entranha-se."

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 10:51 am
por FOXTROT
Quando leio algo do tipo, reforço mais minhas convicções sobre as elites locais, Norte Americana e a Sionista, pena que nem todos conseguem ver o inimigo como inimigo....

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 10:56 am
por cabeça de martelo
Mas o que raio tem a haver os Norte-Americanos ou os Judeus têm a haver com o Brasil e a sua "elite"? :? :roll:

Já pareces aquele pessoal que ainda culpa um outro povo por todo o mal que há no mundo...e não vou mencionar nomes.

Re: Lulalá e Cá

Enviado: Qua Mai 19, 2010 11:44 am
por Túlio
Fábio Nascimento escreveu:Eu recebi este texto através de um email, concordei completamente e resolvi postar.
De fato não votei em Lula na primeira eleição, tenho 29 anos e não vi até hoje presidente melhor que ele.

Aos 47, concordo contigo e já postei isso antes. Tenho minhas diferenças em relação ao nosso Presidente mas não lhe nego os méritos. Entre estes, o de ter reinventado Getúlio sem os seus piores vícios...

Mas fico realmente pasmo com a nossa grande mídia. Simplesmente aquela gente culta e instruída parece incapaz de superar suas próprias noções preconcebidas, incapaz até de notar que elas existem. Aparentemente se lhes afigura como antinatural que um Presidente cucaracha fique sentado quando entra o dos EUA, já que os das maiores potências se levantam à sua chegada. Deve parecer-lhes estapafúrdia a razão que ele alega: "quando eu cheguei ninguém se levantou, por que deveria eu levantar para outro?". Ô grossura, ninguém avisa a esse infeliz como é que a gente se comporta frente ao Patrão?

E o acordo com o Irã sobre as nukes? Assisti na Globo e fiquei desapontado ao ver um ato de projeção diplomática - repararam no senso de marketing do nosso Presidente? - daquela envergadura ser descrito e comentado em tom altamente dubitativo. Nem os ianques mostraram tanto desprezo. Chato isso mas creio que seja um processo de aprendizado, há que se acostumar a ser ator de primeira grandeza no cenário mundial após tanto tempo nos bastidores, eles vão acabar aprendendo... :wink: