Formação na Área Aeroespacial
Enviado: Sáb Mai 08, 2010 11:49 am
Formação na Área Espacial
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010) informando que instituições de ensino superior brasileiras estão oferencendo cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado na área aeroespacial.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Geral
Formação na Área Espacial
Instituições de ensino superior
disponibilizam cursos de pós-graduação,
mestrado e doutorado para interessados
em ciência e tecnologia
Raíssa Lopes/CCS
Victor de Souza Magalhães, 21 anos, sempre gostou da área espacial. Quando chegou a hora de escolher o curso superior, lembrou-se “do gosto de criança” e resolveu cursar Física na Universidade de Brasília (UnB). Durante o curso a paixão pela área espacial cresceu ainda mais e, ao se formar, resolveu fazer mestrado em Astrofísica. Como deseja ser pesquisador na Área, escolheu o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “O curso de mestrado no INPE oferece a oportunidade de trabalhar com instrumentação científica”, diz.
Segundo o coordenador geral da pós-graduação do INPE, Fernando Antônio Prado, a instituição não é uma escola, e sim um instituto de pesquisas que tem como subproduto a formação de mestres e doutores. “Até dezembro de 2009, formamos 1622 mestres e 430 doutores”, conta. Além de Astrofísica, são oferecidos os cursos de Ciências do Sistema Terrestre, Computação Aplicada, Engenharia, Geofísica Espacial, Meteorologia e Sensoriamento Remoto. Anualmente, são disponibilizadas 30 vagas de mestrado e 18 de doutorado.
A seleção de candidatos é feita pelo corpo docente que avalia e classifica os candidatos levando em consideração a escola de procedência, histórico escolar, cartas de recomendação e o resultado nas provas que são aplicadas. Atividades profissionais, trabalhos publicados em revistas especializadas e congressos, e treinamento em Iniciação Científica, são diferenciais importantes no julgamento, explica Prado. Segundo o coordenador, os cursos do INPE estão entre os melhores do país pelas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “Isso me faz acreditar que o que fazemos é o melhor retorno que podemos dar ao formando, à sociedade e ao Brasil, pois o profissional bem formado não encontra dificuldade em se colocar no mercado”, diz.
Há outros no Vale do Paraíba (SP), como os do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). Isso acontece porque grande parte das instituições e indústrias da área espacial do país fica na região. O ITA oferece, desde a década de 70, cursos de pós-graduação Engenharia Aeronáutica e Mecânica. Os programas são reformulados de tempos em tempos de acordo com os avanços e as demandas do setor aeroespacial brasileiro. As características dos programas Mecânica e Controle de Vôo são de 2003, e visam, mais especificamente, às necessidades do setor aeronáutico ligados à produção de jatos regionais e ao Programa Espacial Brasileiro, com a produção de veículos lançadores de satélites. Segundo o coordenador do programa de pós-graduação do ITA, Luiz Carlos Sandoval Góes, em um futuro próximo, a instituição pretende se capacitar para atender os programas avançados associados ao ensino e pesquisa em dinâmica de vôo e controle de aviões de caça supersônicos operados e desenvolvidos no Brasil.
Vagas - Atualmente, o ITA oferece oito vagas de mestrado e três de doutorado por ano. “Essa limitação decorre da falta de especialistas no setor para orientação de teses acadêmicas e profissionais”, conta Góes. Para ser admitido no programa de pós-graduação, os alunos devem ter uma boa formação em mecânica clássica, dinâmica de corpos rígidos e flexíveis e forte embasamento em engenharia de controle. Eles, geralmente, são oriundos de cursos de Engenharia Aeronáutica, Mecânica, Mecatrônica e Eletrônica. “Alunos com bacharelado em Física e Matemática podem ser considerados via complementação curricular”, explica o coordenador da pós-graduação.
Após o mestrado, muitos continuam do programa de doutorado, ou são contratados por empresas do setor aeroespacial. “Oportunidades para incubação de empresas no Pólo Tecnológico de São José dos Campos (SP) também têm sido um grande atrativo”, diz Góes. Para ele, o Brasil necessita de engenheiros aeroespaciais para consolidar o seu programa espacial e repor o contingente de especialistas do setor aeroespacial que estão se aposentando nas diversas instituições de ensino e pesquisa brasileiras.
No primeiro semestre deste ano, o ITA inaugurou o curso de graduação em Engenharia Aeroespacial. Segundo Maurício Pazini Brandão, da Divisão de Engenharia Aeronáutica, o curso surge de um processo de amadurecimento da necessidade de especialistas para atender o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). São oferecidas dez vagas. “Os alunos primeira turma serão selecionados entre voluntários do primeiro ano profissional - terceiro ano. Eles migrarão das cinco especialidades de Engenharia existentes. Situação semelhante será aplicada às duas próximas turmas”, observa. A seleção tradicional por vestibular será aplicada pela primeira vez em dezembro para engenheiros que irão graduar-se na turma de 2015.
Há cursos de graduação e pós-graduação na área espacial também na Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). Segundo o coordenador dos cursos de pós-graduação em Física e Astronomia da instituição, José Ricardo Abalde Guede, o programa de mestrado teve início em 2004 e o de doutorado em 2008. “O propósito inicial do curso foi a necessidade de qualificar pessoal na área específica de Geofísica Espacial onde a universidade possuía um grupo forte e atuante de professores pesquisadores e desenvolver também a área de astronomia observacional”, conta Guede. São oferecidas, anualmente, 20 vagas em cada nível. Até agora, já se formaram 15 mestres que atuam na área da docência e pesquisa em instituições públicas e privadas da região do Vale do Paraíba. Uma parte deles se encontra fazendo doutorado na própria instituição ou em outras instituições da região, como o INPE e o ITA. O curso ainda não formou doutores.
Em 2001, a UNIVAP criou o curso de graduação em Engenharia Aeronáutica e Espaço. O coordenador do curso, Moacir de Sousa Prado, explica que o propósito é formar profissionais que atendam às necessidades e interesses do mercado de trabalho existente nos institutos de pesquisa federais, estaduais e municipais, além da demanda de indústrias aeroespaciais e prestadoras de serviço para a área aeronáutica. São oferecidas 60 vagas por ano através de vestibular tradicional.
“Muitos alunos que optam em cursar Engenharia Aeronáutica e Espaço trabalham na área como técnicos. Muitos que aqui estudam trabalham na Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER) ou em empresas fabricantes de produtos aeronáuticos. Alguns em empresa de transporte aéreo ou na área de manutenção de aeronaves”, conta Moacir. O coordenador diz que há, também, os que optam pela área da pesquisa e vão atuar no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), no INPE ou nos parques tecnológicos do Vale do Paraíba. Outros escolhem a carreira acadêmica e fazem mestrado e doutorado.
Regiões - No inicio de 2009, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) teve o primeiro vestibular para o curso de Engenharia Espacial. Segundo o coordenador do curso, Ricardo Utsch, por enquanto a universidade oferece apenas graduação em Engenharia Aeroespacial, embora tenha alguns trabalhos orientados e disciplinas ministradas em Engenharia Aeronáutica dentro da pós-graduação em Engenharia Mecânica. “Pretendemos, assim, que possível e apropriado, criar o mestrado e doutorado em Engenharia Aeroespacial”, completa. São admitidos por ano, no curso da UFMG, 50 alunos. Os primeiros 25 colocados entram no primeiro semestre e os outros, no segundo.
Utsch acredita que os primeiros egressos na graduação de Engenharia Aeronáutica trabalhem predominantemente na indústria aeronáutica e empresas de manutenção de aeronaves – para onde seguem a maioria dos atuais formandos em Engenharia Mecânica com habilitação aeronáutica da universidade. “Esperamos que, progressivamente, o nosso imenso país tenha condições de oferecer maiores oportunidades no ramo espacial também. Um país como o Brasil e, em particular, os jovens brasileiros com esta vocação, merecem isto”, opina o coordenador do curso.
Criada em 2006, a Universidade Federal do ABC (UFABC), na região do ABC Paulista, conta com um curso de graduação em Engenharia Aeroespacial. Segundo assessoria de imprensa da instituição, os alunos ingressam no bacharelado em Ciência e Tecnologia, que tem duração de três anos. Ao longo do curso eles escolhem em que desejam se especializar em mais dois anos. Nenhuma turma ainda se formou em Engenharia Aeroespacial. Portanto, não é possível traçar o perfil do aluno e o caminho que geralmente seguem após a conclusão da graduação. No entanto, o curso qualifica o egresso para atuar no projeto, análise, construção e testes de sistemas associados ao setor aeroespacial – envolvendo aeronaves, foguetes e satélites.
Curso - Um projeto acadêmico pedagógico de um curso de mestrado em Ciência e Tecnologia aeroespacial será submetido aos conselhos e comissões de pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) ainda neste semestre. O curso é um dos resultados do acordo assinado, em dezembro de 2009, entre a UnB e a universidade da Ucrânia (Dnipropetrovs’k). Terá a colaboração da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), com o apoio das empresas ucranianas Yuzhnoye e Yuzhmash.
Segundo um dos responsáveis pela implementação, José Leonardo Ferreira, professor de Física da UnB, o projeto do convênio e do curso têm como principal objetivo a formação de recursos humanos atendendo, assim, à principal dificuldade do Programa Espacial Brasileiro, ou seja, a formação de técnicos, engenheiros, e cientistas para a área espacial.
Serão oferecidas entre 15 a 25 vagas para alunos advindos das áreas de Engenharia, Física, Química, Computação e Matemática. “Inicialmente, teremos o mestrado. Se for bem sucedido, implantaremos também programas de doutorado e pós-doutorado no futuro”, diz Leonardo. Há, também, a proposta de criação de um curso de graduação em Engenharia Aeroespacial na Faculdade de Tecnologia, que fica na cidade do Gama (DF) que está sendo estudada e deverá se tornar realidade em dois anos.
ASTRONOMIA E METEOROLOGIA
O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP) oferece, desde 1973, pós-graduação em Astronomia e Astrofísica. “O curso foi o primeiro no país”, conta o professor da USP, Eduardo Serra Cypriano. A graduação começou apenas em 2009. São oferecidas 15 vagas na graduação e entre dez e 15 na pós. A pós-graduação em Meteorologia também foi criada em 1973. No entanto, a graduação é de 1977 e oferece 44 vagas.
A Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) oferece graduação, mestrado e doutorado ema Astronomia e Meteorologia. Quem quiser fazer mestrado em Sensoriamento Remoto e Meteorologia pode estudar na Universidade Federal dói Rio Grande do Sul (UFRGS). Cursos de graduação e pós-graduação em Meteorologia são ministrados, também na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no estado da Paraíba, e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - págs 29 e 30
Comentário: Grande e esclarecedora matéria que nos dar uma esperança de que no futuro o Programa Espacial Brasileiro pelo menos tenha os profissionais necessários para o seu prosseguimento. É claro que tem muita coisa para mudar e o problema não se resume somente a falta de recursos humanos adequados, mas pelo menos este problema já esta sendo resolvido e nesse ritmo em breve deixará de ser um problema.
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010) informando que instituições de ensino superior brasileiras estão oferencendo cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado na área aeroespacial.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Geral
Formação na Área Espacial
Instituições de ensino superior
disponibilizam cursos de pós-graduação,
mestrado e doutorado para interessados
em ciência e tecnologia
Raíssa Lopes/CCS
Victor de Souza Magalhães, 21 anos, sempre gostou da área espacial. Quando chegou a hora de escolher o curso superior, lembrou-se “do gosto de criança” e resolveu cursar Física na Universidade de Brasília (UnB). Durante o curso a paixão pela área espacial cresceu ainda mais e, ao se formar, resolveu fazer mestrado em Astrofísica. Como deseja ser pesquisador na Área, escolheu o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “O curso de mestrado no INPE oferece a oportunidade de trabalhar com instrumentação científica”, diz.
Segundo o coordenador geral da pós-graduação do INPE, Fernando Antônio Prado, a instituição não é uma escola, e sim um instituto de pesquisas que tem como subproduto a formação de mestres e doutores. “Até dezembro de 2009, formamos 1622 mestres e 430 doutores”, conta. Além de Astrofísica, são oferecidos os cursos de Ciências do Sistema Terrestre, Computação Aplicada, Engenharia, Geofísica Espacial, Meteorologia e Sensoriamento Remoto. Anualmente, são disponibilizadas 30 vagas de mestrado e 18 de doutorado.
A seleção de candidatos é feita pelo corpo docente que avalia e classifica os candidatos levando em consideração a escola de procedência, histórico escolar, cartas de recomendação e o resultado nas provas que são aplicadas. Atividades profissionais, trabalhos publicados em revistas especializadas e congressos, e treinamento em Iniciação Científica, são diferenciais importantes no julgamento, explica Prado. Segundo o coordenador, os cursos do INPE estão entre os melhores do país pelas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “Isso me faz acreditar que o que fazemos é o melhor retorno que podemos dar ao formando, à sociedade e ao Brasil, pois o profissional bem formado não encontra dificuldade em se colocar no mercado”, diz.
Há outros no Vale do Paraíba (SP), como os do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). Isso acontece porque grande parte das instituições e indústrias da área espacial do país fica na região. O ITA oferece, desde a década de 70, cursos de pós-graduação Engenharia Aeronáutica e Mecânica. Os programas são reformulados de tempos em tempos de acordo com os avanços e as demandas do setor aeroespacial brasileiro. As características dos programas Mecânica e Controle de Vôo são de 2003, e visam, mais especificamente, às necessidades do setor aeronáutico ligados à produção de jatos regionais e ao Programa Espacial Brasileiro, com a produção de veículos lançadores de satélites. Segundo o coordenador do programa de pós-graduação do ITA, Luiz Carlos Sandoval Góes, em um futuro próximo, a instituição pretende se capacitar para atender os programas avançados associados ao ensino e pesquisa em dinâmica de vôo e controle de aviões de caça supersônicos operados e desenvolvidos no Brasil.
Vagas - Atualmente, o ITA oferece oito vagas de mestrado e três de doutorado por ano. “Essa limitação decorre da falta de especialistas no setor para orientação de teses acadêmicas e profissionais”, conta Góes. Para ser admitido no programa de pós-graduação, os alunos devem ter uma boa formação em mecânica clássica, dinâmica de corpos rígidos e flexíveis e forte embasamento em engenharia de controle. Eles, geralmente, são oriundos de cursos de Engenharia Aeronáutica, Mecânica, Mecatrônica e Eletrônica. “Alunos com bacharelado em Física e Matemática podem ser considerados via complementação curricular”, explica o coordenador da pós-graduação.
Após o mestrado, muitos continuam do programa de doutorado, ou são contratados por empresas do setor aeroespacial. “Oportunidades para incubação de empresas no Pólo Tecnológico de São José dos Campos (SP) também têm sido um grande atrativo”, diz Góes. Para ele, o Brasil necessita de engenheiros aeroespaciais para consolidar o seu programa espacial e repor o contingente de especialistas do setor aeroespacial que estão se aposentando nas diversas instituições de ensino e pesquisa brasileiras.
No primeiro semestre deste ano, o ITA inaugurou o curso de graduação em Engenharia Aeroespacial. Segundo Maurício Pazini Brandão, da Divisão de Engenharia Aeronáutica, o curso surge de um processo de amadurecimento da necessidade de especialistas para atender o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). São oferecidas dez vagas. “Os alunos primeira turma serão selecionados entre voluntários do primeiro ano profissional - terceiro ano. Eles migrarão das cinco especialidades de Engenharia existentes. Situação semelhante será aplicada às duas próximas turmas”, observa. A seleção tradicional por vestibular será aplicada pela primeira vez em dezembro para engenheiros que irão graduar-se na turma de 2015.
Há cursos de graduação e pós-graduação na área espacial também na Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). Segundo o coordenador dos cursos de pós-graduação em Física e Astronomia da instituição, José Ricardo Abalde Guede, o programa de mestrado teve início em 2004 e o de doutorado em 2008. “O propósito inicial do curso foi a necessidade de qualificar pessoal na área específica de Geofísica Espacial onde a universidade possuía um grupo forte e atuante de professores pesquisadores e desenvolver também a área de astronomia observacional”, conta Guede. São oferecidas, anualmente, 20 vagas em cada nível. Até agora, já se formaram 15 mestres que atuam na área da docência e pesquisa em instituições públicas e privadas da região do Vale do Paraíba. Uma parte deles se encontra fazendo doutorado na própria instituição ou em outras instituições da região, como o INPE e o ITA. O curso ainda não formou doutores.
Em 2001, a UNIVAP criou o curso de graduação em Engenharia Aeronáutica e Espaço. O coordenador do curso, Moacir de Sousa Prado, explica que o propósito é formar profissionais que atendam às necessidades e interesses do mercado de trabalho existente nos institutos de pesquisa federais, estaduais e municipais, além da demanda de indústrias aeroespaciais e prestadoras de serviço para a área aeronáutica. São oferecidas 60 vagas por ano através de vestibular tradicional.
“Muitos alunos que optam em cursar Engenharia Aeronáutica e Espaço trabalham na área como técnicos. Muitos que aqui estudam trabalham na Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER) ou em empresas fabricantes de produtos aeronáuticos. Alguns em empresa de transporte aéreo ou na área de manutenção de aeronaves”, conta Moacir. O coordenador diz que há, também, os que optam pela área da pesquisa e vão atuar no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), no INPE ou nos parques tecnológicos do Vale do Paraíba. Outros escolhem a carreira acadêmica e fazem mestrado e doutorado.
Regiões - No inicio de 2009, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) teve o primeiro vestibular para o curso de Engenharia Espacial. Segundo o coordenador do curso, Ricardo Utsch, por enquanto a universidade oferece apenas graduação em Engenharia Aeroespacial, embora tenha alguns trabalhos orientados e disciplinas ministradas em Engenharia Aeronáutica dentro da pós-graduação em Engenharia Mecânica. “Pretendemos, assim, que possível e apropriado, criar o mestrado e doutorado em Engenharia Aeroespacial”, completa. São admitidos por ano, no curso da UFMG, 50 alunos. Os primeiros 25 colocados entram no primeiro semestre e os outros, no segundo.
Utsch acredita que os primeiros egressos na graduação de Engenharia Aeronáutica trabalhem predominantemente na indústria aeronáutica e empresas de manutenção de aeronaves – para onde seguem a maioria dos atuais formandos em Engenharia Mecânica com habilitação aeronáutica da universidade. “Esperamos que, progressivamente, o nosso imenso país tenha condições de oferecer maiores oportunidades no ramo espacial também. Um país como o Brasil e, em particular, os jovens brasileiros com esta vocação, merecem isto”, opina o coordenador do curso.
Criada em 2006, a Universidade Federal do ABC (UFABC), na região do ABC Paulista, conta com um curso de graduação em Engenharia Aeroespacial. Segundo assessoria de imprensa da instituição, os alunos ingressam no bacharelado em Ciência e Tecnologia, que tem duração de três anos. Ao longo do curso eles escolhem em que desejam se especializar em mais dois anos. Nenhuma turma ainda se formou em Engenharia Aeroespacial. Portanto, não é possível traçar o perfil do aluno e o caminho que geralmente seguem após a conclusão da graduação. No entanto, o curso qualifica o egresso para atuar no projeto, análise, construção e testes de sistemas associados ao setor aeroespacial – envolvendo aeronaves, foguetes e satélites.
Curso - Um projeto acadêmico pedagógico de um curso de mestrado em Ciência e Tecnologia aeroespacial será submetido aos conselhos e comissões de pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) ainda neste semestre. O curso é um dos resultados do acordo assinado, em dezembro de 2009, entre a UnB e a universidade da Ucrânia (Dnipropetrovs’k). Terá a colaboração da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), com o apoio das empresas ucranianas Yuzhnoye e Yuzhmash.
Segundo um dos responsáveis pela implementação, José Leonardo Ferreira, professor de Física da UnB, o projeto do convênio e do curso têm como principal objetivo a formação de recursos humanos atendendo, assim, à principal dificuldade do Programa Espacial Brasileiro, ou seja, a formação de técnicos, engenheiros, e cientistas para a área espacial.
Serão oferecidas entre 15 a 25 vagas para alunos advindos das áreas de Engenharia, Física, Química, Computação e Matemática. “Inicialmente, teremos o mestrado. Se for bem sucedido, implantaremos também programas de doutorado e pós-doutorado no futuro”, diz Leonardo. Há, também, a proposta de criação de um curso de graduação em Engenharia Aeroespacial na Faculdade de Tecnologia, que fica na cidade do Gama (DF) que está sendo estudada e deverá se tornar realidade em dois anos.
ASTRONOMIA E METEOROLOGIA
O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP) oferece, desde 1973, pós-graduação em Astronomia e Astrofísica. “O curso foi o primeiro no país”, conta o professor da USP, Eduardo Serra Cypriano. A graduação começou apenas em 2009. São oferecidas 15 vagas na graduação e entre dez e 15 na pós. A pós-graduação em Meteorologia também foi criada em 1973. No entanto, a graduação é de 1977 e oferece 44 vagas.
A Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) oferece graduação, mestrado e doutorado ema Astronomia e Meteorologia. Quem quiser fazer mestrado em Sensoriamento Remoto e Meteorologia pode estudar na Universidade Federal dói Rio Grande do Sul (UFRGS). Cursos de graduação e pós-graduação em Meteorologia são ministrados, também na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no estado da Paraíba, e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - págs 29 e 30
Comentário: Grande e esclarecedora matéria que nos dar uma esperança de que no futuro o Programa Espacial Brasileiro pelo menos tenha os profissionais necessários para o seu prosseguimento. É claro que tem muita coisa para mudar e o problema não se resume somente a falta de recursos humanos adequados, mas pelo menos este problema já esta sendo resolvido e nesse ritmo em breve deixará de ser um problema.