Até 2010, um novo blindado brasileiro

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Brasileiro
Sênior
Sênior
Mensagens: 9427
Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
Agradeceu: 239 vezes
Agradeceram: 546 vezes

Até 2010, um novo blindado brasileiro

#1 Mensagem por Brasileiro » Dom Out 10, 2004 11:25 am

Até 2010, um novo blindado brasileiro
Pelo menos 22 países teriam interesse no veículo que Exército pretende lançar

ROBERTO GODOY

O Exército está criando uma nova família de blindados sobre rodas para entrar em operação até 2010. O novo couraçado leve terá de ser forte e ágil, fácil de operar, capaz de servir de plataforma para pelo menos três diferentes versões e sobretudo atraente ao mercado internacional de equipamentos de defesa para entrar na pauta de exportações.

Uma pesquisa preliminar indicou que há interesse por um produto militar com essas características em pelo menos 22 países de áfrica, Oriente Médio, América Latina e ásia - todos bons parceiros comerciais do Brasil.

A próxima geração de veículos de combate das forças terrestres, em fase de especificação nos centros de tecnologia do Comando do Exército, vai compatibilizar exigências operacionais com o perfil de produto comercial.

Esse modelo de programa foi consagrado entre 67 e 89 pela extinta Engesa, empresa fabricante dos blindados Cascavel, Urutu, Jararaca e Sucuri.

O Comando do Exército, por meio da empresa estatal Indústria do Material Bélico (Imbel) e tendo como provável parceiro o poderoso grupo europeu Eads, está estudando a formação de uma agência mista destinada a criar um veículo sobre oito rodas, com tração integral 8x8 e peso médio de 16 toneladas.

A Eads oferece como base nessa discussão o seu couraçado modular Pátria, projetado e construído pela corporação finlandesa Patria Vehicles Oy. O carro é anfíbio e pode transportar 13 homens equipados para ação, mais o condutor, ou apresentar-se na forma de outros quatro diferentes arranjos:

Veículo de Combate para Infantaria/Canhão 20 mm (IFV), Canhão Móvel 90 mm ou 105 mm (MG), Porta Morteiro Duplo 120 mm (Amos) e Centro de Comando, Comunicações, Controle & Inteligência (C3I). Certas configurações podem pesar até 26 mil quilos em condições de uso pleno no cenário de batalha.

"Trata-se de um campeão de vendas, com 600 unidades contratadas pela Polônia e um número significativo de encomendas de outras praças", assegura Eduardo Marson Ferreira, diretor geral da Eads para o Brasil.

Memória - Especialistas da área técnica do Comando do Exército querem resgatar nesse empreendimento parte do patrimônio tecnológico da Engesa. A organização era a maior fabricante de blindados sobre rodas do Ocidente no início dos anos 80.

Segundo um integrante da equipe de Engenharia de Projeto da Engesa, "o grupo estava empenhado no desenvolvimento de uma geração completa de produtos quando a corporação suspendeu as atividades, em 91". O primeiro exemplar dessa geração - que teria entrado em produção em 95 - foi o EE-18 Sucuri II, de 18,5 toneladas, armado com canhão Oto-Melara 105 mm, italiano. A arma seria fabricada na unidade de Salvador.

De linhas ainda hoje modernas, o Sucuri II incorporava suspensão hidropneumática, sistemas óticos eletrônicos, direção de tiro informatizada, blindagem bimetálica, dirigibilidade equivalente à de uma picape com direção hidráulica e elevado poder de fogo: canhão com capacidade para disparar munição supersônica e projéteis de urânio exaurido, duas metralhadoras, uma leve de 7.62 mm e uma pesada .50, e dois disparadores sêxtuplos de granadas de vários tipos.

"Uma unidade desse blindado foi montada, para os testes de fábrica e apresentações - embora única, acabou sendo vendida como sucata" lembra o engenheiro. O canhão voltou à Itália. A documentação do projeto está em poder da Imbel.




Responder