O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

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Ilya Ehrenburg
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O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#1 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qui Fev 18, 2010 11:16 pm

Dá-se que a postagem abaixo, deve-se apenas a uma resposta devida, para um mesquinho espírito brincalhão:


Marx, no século XIX, demonstra que a magnitude das máquinas, sua imperiosidade no sistema de produção, levou a perda imediata da individualidade do trabalhador, na instituição da socialização do trabalho, que via de regra permanecerá, pois a função básica será sempre a manutenção da corporação (Capital), via produção.

“Como maquinaria, o meio de trabalho adquire um modo de existência material que pressupõe a substituição da força humana por forças naturais e da rotina empírica pela aplicação consciente das ciências da Natureza. Na manufatura, a articulação do processo social de trabalho é puramente subjetiva, combinação de trabalhadores parciais; no sistema de máquinas, a grande indústria tem um organismo de produção inteiramente objetivo, que o operário já encontra pronto, como condição de produção material. Na cooperação simples e mesmo na especificada pela divisão do trabalho, a supressão do trabalhador individual pelo socializado aparece ainda como sendo mais ou menos casual. A maquinaria, com algumas exceções a serem aventadas posteriormente, só funciona com base no trabalho imediatamente socializado ou coletivo. O caráter cooperativo do processo de trabalho torna-se agora, portanto, uma necessidade técnica ditada pela natureza do próprio meio de trabalho”.


Que não se pense, que a contínua exigência de conhecimento para o exercício laboral, venha a tornar rediviva a individualização do trabalho, pela excelência do saber, então exigida do trabalhador. Isto não acontece, pois quando se estabelece, o processo produtivo se encarrega de contra-estabelecer, pois não pode ele permitir, por origem e concepção, tal alternativa. Então, tem-se que passo a passo, a necessidade do especialista será substituída por uma máquina ou software, cuja existência, coordenada, em áreas e indústrias, correlatas e depois interdependentes, levará a extinção de funções, para criação de outras com correspondente extinção. Para isto se dar:

“Um autêntico sistema de máquinas só substitui, no entanto, a máquina autônoma individual quando o objeto de trabalho percorre uma seqüência conexa de diferentes processos graduados, que são realizados por uma cadeia de máquinas-ferramentas diversificadas, mas que se complementam mutuamente”.



Como se sabe, o avanço tecnológico propicia deslocamento e extinção de posto de trabalho, mas aqueles gerados, pela nova técnica, não correspondem, necessariamente, como um novo posto, pois o intuito do ganho tecnológico é o de propiciar ganho de tempo e capacidade, através da produção automatizada. O exemplo claro, Marx trás das fiações do século XIX:

“Na Índia, para separar a fibra da semente, emprega-se um instrumento semimecânico, a churca, com a qual um homem e uma mulher limpam diariamente 28 libras-peso. Com a churca inventada há alguns anos pelo Dr. Forbes, um homem e um jovem produzem diariamente 250 libras; onde bois, vapor ou água são usados como forças motrizes, são necessários apenas poucos rapazes e moças como feeders (alimentadores da máquina com material). Dezesseis dessas máquinas, movidas por bois, fazem por dia o trabalho médio diário de 750 pessoas”.






No que tange o sálário, Marx mostra a vilaneza da construção dual, mercado-oferta, capital-trabalhador assalariado, como falsa. Pois, observa que obtenção não se dá de forma direta, do valor-tempo-trabalho, mas da apropriação, necessária, para que haja efetivamente, o lucro proporcionado. Desta forma, a construção jurídica, da ordem do trabalho, também se torna falha:

“Como o valor do trabalho é apenas uma expressão irracional para o valor da força de trabalho, segue por si mesmo que o valor do trabalho tem de ser sempre menor que seu produto-valor, pois o capitalista sempre faz a força de trabalho funcionar por mais tempo doque o necessário para a reprodução de seu próprio valor. No exemplo acima, o valor da força de trabalho em funcionamento durante 12 horas é de 3 xelins, valor para cuja reprodução ela precisa de 6 horas. Seu produto-valor, porém, é de 6 xelins, pois ela funciona na realidade durante 12 horas, e seu produto-valor não depende de seu próprio valor, mas da duração de seu funcionamento. Chega-se assim ao resultado, absurdo à primeira vista, de que trabalho que cria um valor de 6 xelins possui um valor de 3 xelins.

Vê-se, além disso: o valor de 3 xelins, em que se representa a parte paga da jornada de trabalho, isto é, um trabalho de 6 horas, aparece como valor ou preço da jornada total de trabalho de 12 horas, que contém 6 horas não pagas. A forma salário extingue, portanto, todo vestígio da divisão da jornada de trabalho em trabalho necessário e mais-trabalho, em trabalho pago e trabalho não pago. Todo trabalho aparece como trabalho pago”.


Marx nos trás também, os pormenores afeitos à necessidade declarada pelo capital, de ocupar e colonizar as fontes de matérias primas, bem como, da imperiosidade de se impor, operadores políticos dóceis à manipulação exclusiva dos recursos em favor dos detentores do capital. Portanto, soberanias históricas, são obviamente suprimidas, não havendo assim, qualquer exibição de condições, ou restrição de comportamento, como mostra a citação:

“Para se apoderarem de Malaca, os holandeses subornaram o governador português. Deixou-os entrar na cidade em 1641. Precipitaram-se logo para casa dele e assassinaram-no, para "renunciarem" ao pagamento da soma da traição de 21 875 libras esterlinas. Onde quer que pusessem os pés, seguiam-se desolação e despovoamento. Banjuwangi, uma província de Java, em 1750, contava com mais de 80 000 habitantes; em 1811, já só [tinha] 8 000. Isto é o doux commerce!”.


Isto posto, peço para que o senhor (Don Pascoal) não venha aqui contestar o conhecimento que detenho, pois, que se o mesmo não é imensamente vasto, não é por outra, diminuto.




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#2 Mensagem por Francoorp » Qui Fev 18, 2010 11:23 pm

Ilya...a censura reacionaria ta braba meu, vamos esperar a poeira baixar um pouco cara!! :mrgreen:

Pecado que fecharam o topico do MAG, tava dando risada pra todo lado, davacrise mesmo....podiam deixar aumenos um topico pra descer a lenha sem meias palavras... assim pra desafogar as magoas da vida! :idea:

Não falo nada do texto acima porque não li nem uma linha!! depois eu leio falou. :wink:




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#3 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qui Fev 18, 2010 11:24 pm

O objetivo deste post é o de proporcionar uma discussão que abrace todo o viés ideológico aqui presente no fórum, evitando uma contaminação excessiva, seja por emoção, irritação ou outra motivação qualquer, dos outros tópicos.

Aqui, o quarto é escuro:

[004]




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#4 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qui Fev 18, 2010 11:34 pm

Francoorp escreveu:Ilya...a censura reacionaria ta braba meu, vamos esperar a poeira baixar um pouco cara!! :mrgreen:

Pecado que fecharam o topico do MAG, tava dando risada pra todo lado, davacrise mesmo....podiam deixar aumenos um topico pra descer a lenha sem meias palavras... assim pra desafogar as magoas da vida! :idea:

Não falo nada do texto acima porque não li nem uma linha!! depois eu leio falou. :wink:
Não chamaria de censura, nem de reacionária. Apenas, de uma linha de comportamento que se assume, para evitar o crescimento de tom nas respostas, altercações e outras coisas desagradáveis. Não culpe os moderadores.

Percebi que a divisão que antes era brincalhona entre "azuis" e "brumelhos", tornou-se algo atávico, obsessivo e tenso. Então aproveitei uma resposta que eu queria postar para a partir dela, proporcionar um campo de discussão. Assim, havendo um espaço para isto, talvez se esqueça dos outros tópicos, dos outros membros, melhorando inclusive, a convivência.




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#5 Mensagem por Túlio » Qui Fev 18, 2010 11:58 pm

Não estamos endurecendo o jogo só de sarro, temos e vamos manter este espaço sempre em um saudável crescimento e vamos podar tudo o que for prejudicial. Picuinha boba por ideologice, religião, futebol, o que diabos tem isso a haver com um Fórum chamado DEFESA BRASIL? Até toleramos isso mas nunca esquecendo o nosso escopo e nosso fulcro: temas de DEFESA! Propagar e disseminar seu conhecimento para os Brasileiros. E estrangeiros que se interessem. O Sintra, por exemplo, é um Pesquisador de primeira, quantas vezes já nos esclareceu temas controversos? E não é Brasileiro. Que pena para nós...

Nosso primeiro dever aqui é NOS MODERARMOS, nos portarmos como pessoas civilizadas. Ou então, bem, há a Moderação... :wink:




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#6 Mensagem por ninjanki » Sex Fev 19, 2010 12:10 am

O texto e as citações são muito grandes para se responder em bloco único, então vou comentar parágrafo a parágrafo.
Ilya Ehrenburg escreveu:Dá-se que a postagem abaixo, deve-se apenas a uma resposta devida, para um mesquinho espírito brincalhão:


Marx, no século XIX, demonstra que a magnitude das máquinas, sua imperiosidade no sistema de produção, levou a perda imediata da individualidade do trabalhador, na instituição da socialização do trabalho, que via de regra permanecerá, pois a função básica será sempre a manutenção da corporação (Capital), via produção.
Sem dúvida alguma, a produção se tornou uma atividade de baixo valor, com o advento de máquinas. Mas tem sido assim desde o princípio dos tempos. A tecnologia, por definição, torna as coisas mais fáceis e mais rápidas. O aumento da produtividade por indivíduo, potencializado por máquinas e organizado sistematicamente, é essencial também para suprir a demanda crescente, tanto movida pela explosão demográfica dos dois ultimos séculos, quanto pela melhora das condições de vida do trabalhador médio. O trabalho artesanal, produzido em cooperativa não passa hoje de um anacronismo, ou no caso de produção com finalidade artística e cultural, uma expressão legítima da sociedade, mas definitivamente, como meio justo e suficiente para a produção de tudo que é necessário, não.
“Como maquinaria, o meio de trabalho adquire um modo de existência material que pressupõe a substituição da força humana por forças naturais e da rotina empírica pela aplicação consciente das ciências da Natureza. Na manufatura, a articulação do processo social de trabalho é puramente subjetiva, combinação de trabalhadores parciais; no sistema de máquinas, a grande indústria tem um organismo de produção inteiramente objetivo, que o operário já encontra pronto, como condição de produção material. Na cooperação simples e mesmo na especificada pela divisão do trabalho, a supressão do trabalhador individual pelo socializado aparece ainda como sendo mais ou menos casual. A maquinaria, com algumas exceções a serem aventadas posteriormente, só funciona com base no trabalho imediatamente socializado ou coletivo. O caráter cooperativo do processo de trabalho torna-se agora, portanto, uma necessidade técnica ditada pela natureza do próprio meio de trabalho”.


Que não se pense, que a contínua exigência de conhecimento para o exercício laboral, venha a tornar rediviva a individualização do trabalho, pela excelência do saber, então exigida do trabalhador. Isto não acontece, pois quando se estabelece, o processo produtivo se encarrega de contra-estabelecer, pois não pode ele permitir, por origem e concepção, tal alternativa. Então, tem-se que passo a passo, a necessidade do especialista será substituída por uma máquina ou software, cuja existência, coordenada, em áreas e indústrias, correlatas e depois interdependentes, levará a extinção de funções, para criação de outras com correspondente extinção. Para isto se dar:

“Um autêntico sistema de máquinas só substitui, no entanto, a máquina autônoma individual quando o objeto de trabalho percorre uma seqüência conexa de diferentes processos graduados, que são realizados por uma cadeia de máquinas-ferramentas diversificadas, mas que se complementam mutuamente”.



Como se sabe, o avanço tecnológico propicia deslocamento e extinção de posto de trabalho, mas aqueles gerados, pela nova técnica, não correspondem, necessariamente, como um novo posto, pois o intuito do ganho tecnológico é o de propiciar ganho de tempo e capacidade, através da produção automatizada. O exemplo claro, Marx trás das fiações do século XIX:

“Na Índia, para separar a fibra da semente, emprega-se um instrumento semimecânico, a churca, com a qual um homem e uma mulher limpam diariamente 28 libras-peso. Com a churca inventada há alguns anos pelo Dr. Forbes, um homem e um jovem produzem diariamente 250 libras; onde bois, vapor ou água são usados como forças motrizes, são necessários apenas poucos rapazes e moças como feeders (alimentadores da máquina com material). Dezesseis dessas máquinas, movidas por bois, fazem por dia o trabalho médio diário de 750 pessoas”.


E oque Marx viu foi só o começo da industrialização. A cadeia produtiva moderna é infinitamente mais complexa, adaptavel e diversa doque oque tinhamos à 100 anos. Qualquer outra forma de atacar o problema de produzir oque fazemos e consumimos hoje, nas quantidades e na velocidade com que evolui, ou melhora o sistema, ou deve ser descartada. Não é correto se apegar a um sistema que, por mais romantico que possa parecer, simplismente não responde às necessidades da sociedade. A maioria de nós não se contenta em ter o mínimo necessário para sobreviver, e não é certo que uma minoria que deseje apenas isso imponha seu desejo sobre o da maioria.



No que tange o sálário, Marx mostra a vilaneza da construção dual, mercado-oferta, capital-trabalhador assalariado, como falsa. Pois, observa que obtenção não se dá de forma direta, do valor-tempo-trabalho, mas da apropriação, necessária, para que haja efetivamente, o lucro proporcionado. Desta forma, a construção jurídica, da ordem do trabalho, também se torna falha:

“Como o valor do trabalho é apenas uma expressão irracional para o valor da força de trabalho, segue por si mesmo que o valor do trabalho tem de ser sempre menor que seu produto-valor, pois o capitalista sempre faz a força de trabalho funcionar por mais tempo doque o necessário para a reprodução de seu próprio valor. No exemplo acima, o valor da força de trabalho em funcionamento durante 12 horas é de 3 xelins, valor para cuja reprodução ela precisa de 6 horas. Seu produto-valor, porém, é de 6 xelins, pois ela funciona na realidade durante 12 horas, e seu produto-valor não depende de seu próprio valor, mas da duração de seu funcionamento. Chega-se assim ao resultado, absurdo à primeira vista, de que trabalho que cria um valor de 6 xelins possui um valor de 3 xelins.

Vê-se, além disso: o valor de 3 xelins, em que se representa a parte paga da jornada de trabalho, isto é, um trabalho de 6 horas, aparece como valor ou preço da jornada total de trabalho de 12 horas, que contém 6 horas não pagas. A forma salário extingue, portanto, todo vestígio da divisão da jornada de trabalho em trabalho necessário e mais-trabalho, em trabalho pago e trabalho não pago. Todo trabalho aparece como trabalho pago”.


Exatamente, no mundo industrializado, o artesão não existe mais. Ninguém domina sozinho a cadeia produtiva, e portanto seu trabalho é especializado, e o valor pago por ele precisa ser relativizado. O capitalista investe recursos para tornar possível o processo produtivo, e dado o risco, obviamente deseja obter lucro. Lucro não é possível se todo o valor agregado por cada indivíduo no processo voltar para o próprio indivíduo. Mas a aparente injustiça na verdade pode ser vista de outra forma: Como esse indivíduo, ou o grupo de indivíduos que trabalha em uma empresa poderia produzir o seu valor agregado, e receber pelo menos metade dele, sem os meios de produção, sem o capital de giro, sem a orientação de negócio e objetivo? Mesmo em uma empresa cooperativa, cujos trabalhadores são os donos da empresa, e portanto do capital(com excessão do capital de terceiros, como empréstimos de bancos, usados para viabilizar a própria atividade), o trabalhador vai contribuir com mais valor agregado para o produto final doque receberá de salário. Parte da riqueza produzida será absorvida por impostos, outra parte para investir na melhora do processo e no desenvolvimento de novos produtos, outra parte reservada para lidar com emergências, e assim por diante. E quando um trabalhador se aposentar, se esse é dono de parte do empreendimento, irá querer receber seu capital de volta, oque significa que o empreendimento precisa ter dinheiro para pagar esse indivíduo, ou precisa que um novo trabalhador invista dinheiro, que ainda não tem, para substituir o capital que então pertencia ao outro. Marx rodou, rodou, rodou, e perdeu o bonde. Salário existe há muitos milênios. Há muitas formas de trabalho que não tem um produto mensurável, um valor calculável. A novidade é que trabalhos que tinham isso passaram a se tornar obsoletos, e a serem substituidos por trabalhos que não tem um valor mensurável...

Marx nos trás também, os pormenores afeitos à necessidade declarada pelo capital, de ocupar e colonizar as fontes de matérias primas, bem como, da imperiosidade de se impor, operadores políticos dóceis à manipulação exclusiva dos recursos em favor dos detentores do capital. Portanto, soberanias históricas, são obviamente suprimidas, não havendo assim, qualquer exibição de condições, ou restrição de comportamento, como mostra a citação:

“Para se apoderarem de Malaca, os holandeses subornaram o governador português. Deixou-os entrar na cidade em 1641. Precipitaram-se logo para casa dele e assassinaram-no, para "renunciarem" ao pagamento da soma da traição de 21 875 libras esterlinas. Onde quer que pusessem os pés, seguiam-se desolação e despovoamento. Banjuwangi, uma província de Java, em 1750, contava com mais de 80 000 habitantes; em 1811, já só [tinha] 8 000. Isto é o doux commerce!”.

Aqui, Marx confundiu capital com imperialismo. Aliás, até hoje, socialistas usam de forma intercambiável capitalismo e imperialismo. Esquecem que matérias primas sem cadeia produtiva não servem para nada, pois são justamente matérias primas. Riqueza guardada sob o solo, enquanto não for explorada e vendida, é apenas isso, riqueza guardada. Não alimenta ninguém, não gera produtos, não faz nada. Quanto à soberanias históricas, vale se resaltar que desde o início dos tempos, mesmo antes de se desenvolver o conceito de dinheiro, já haviam lutas pelo domínio dos recursos naturais. Índígenas americanos entravam em guerra com tribos irmãs na luta por água, por caça, por território. Ë a mesmíssima coisa. E mais, soberania histórica é passado. Oque mais temos de exemplo na história humana é de soberanias mudando de mãos. Impérios surgindo e caindo, povoados sumindo, ondas bárbaras destruindo civilizações. O capitalismo é apenas mais um reflexo desse aspecto humano, menos bárbaro doque tinhamos antes, mas ainda imperfeito. Mas confundir falta de ética humana com capitalismo é o mesmo que confundir justiça com socialismo. Uma coisa independe da outra.

Isto posto, peço para que o senhor (Don Pascoal) não venha aqui contestar o conhecimento que detenho, pois, que se o mesmo não é imensamente vasto, não é por outra, diminuto.




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#7 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Sex Fev 19, 2010 12:20 am

Ninjanki não vou ponderar sobre suas intervenções, salvo a escolha pela cor limão, estilo marcador de texto, que torna a leitura, insuportável.




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#8 Mensagem por Bourne » Sex Fev 19, 2010 12:33 am

Túlio escreveu:Não estamos endurecendo o jogo só de sarro, temos e vamos manter este espaço sempre em um saudável crescimento e vamos podar tudo o que for prejudicial. Picuinha boba por ideologice, religião, futebol, o que diabos tem isso a haver com um Fórum chamado DEFESA BRASIL? Até toleramos isso mas nunca esquecendo o nosso escopo e nosso fulcro: temas de DEFESA! Propagar e disseminar seu conhecimento para os Brasileiros. E estrangeiros que se interessem. O Sintra, por exemplo, é um Pesquisador de primeira, quantas vezes já nos esclareceu temas controversos? E não é Brasileiro. Que pena para nós...

Nosso primeiro dever aqui é NOS MODERARMOS, nos portarmos como pessoas civilizadas. Ou então, bem, há a Moderação... :wink:
Cês são muito bonzinhos. Se eu fosse moderador enrraba de cara uma meia dúzia, e se não gostassem prendia e arrebentava. Inté fiz isso nos tempos que moderava umas coisa por aí, não durou muito a aventura e acabei sendo derrubado pela comunidade, mas tudo bem, são fases. Não que seja passional e, na verdade, sou um docinho :P

Não vou me atrever a discutir marxismo por que tenho traumas terríveis e um pregação impossível de sucumbir. Qualquer argumento dado será por alguma coisa de alguém ou, no extremo, voltando em Marx no século XIX. De outro lado, com o passar do tempo a maioria acaba virando um escravo do capital. Me lembra até os motivos que me afastei desse tipo de discussão.

Tenho a obra de muitos braudelianos e do Lenin na minha estante real e virtual.

Então, boa diversão para vocês.




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#9 Mensagem por Túlio » Sex Fev 19, 2010 1:35 am

Ilya Ehrenburg escreveu:Ninjanki não vou ponderar sobre suas intervenções, salvo a escolha pela cor limão, estilo marcador de texto, que torna a leitura, insuportável.

X2. Credo, chega a doer os olhos, POWS!!! 8-]




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#10 Mensagem por Don Pascual » Sex Fev 19, 2010 2:20 am

Abrir um topico com tudo isso só para provar que eu estava errado?
Filho... mas quanta honra!
A proprosito, aproveita e posta aia fonte da previsão que Marx fez sobre a crise imobiliria... isso é, se conseguir achar :lol:




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#11 Mensagem por Don Pascual » Sex Fev 19, 2010 2:22 am

Túlio escreveu:
Ilya Ehrenburg escreveu:Ninjanki não vou ponderar sobre suas intervenções, salvo a escolha pela cor limão, estilo marcador de texto, que torna a leitura, insuportável.

X2. Credo, chega a doer os olhos, POWS!!! 8-]
É facil, é só selecionar o texto com o mouse. Ai fica melhor pra ler. Ninjanki, que tal escolher outra cor, tipo um azul ou verde escuro, da proxima vez?




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#12 Mensagem por Don Pascual » Sex Fev 19, 2010 2:23 am

Ilya Ehrenburg escreveu:não vou ponderar sobre suas intervenções.
Gostei, vou fazer igual vc, e não irei ponderar sobre o seu post. :wink:




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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#13 Mensagem por Guerra » Sex Fev 19, 2010 8:28 am

Discutir Marx....que coisa mais cafona!! Isso esta fora de moda.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#14 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Fev 19, 2010 8:49 am

Pois, é que se vamos discutir sobre pessoas...pelo menos uma que não tenha sido um burguês armado em defensor dos pobres (que nunca fez nada na vida). :twisted: 8-]

Vamos discutir o Salazarismo? 8-] :lol:





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: O Grande Conflito: Eu, Você, Marx contra os Infalíveis!

#15 Mensagem por P44 » Sex Fev 19, 2010 9:24 am

cabeça de martelo escreveu:Pois, é que se vamos discutir sobre pessoas...pelo menos uma que não tenha sido um burguês armado em defensor dos pobres (que nunca fez nada na vida). :twisted: 8-]

Vamos discutir o Salazarismo? 8-] :lol:


ou a sua vertente mais moderna, o Sócratismo? :mrgreen:

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Ilya Ehrenburg escreveu:Aqui, o quarto é escuro:

[004]
tchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii se o Bourne descobre vai querer entrar para ir apalpando todo o mundo :mrgreen:




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