O Exército que temos e o Exército que precisamos
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O Exército que temos e o Exército que precisamos
O Exército que temos e o Exército que precisamos
Por Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, 15 de setembro de 2008
A História está cheia de exemplos de derrotas de bons exércitos que pararam no tempo. Durante uma guerra, os exércitos evoluem se ainda tiverem oportunidade, mas a deusa da vitória só sorri para quem, se antecipando, soube quando, por que e como mudar.
Querendo preparar o nosso Exército para vencer nas guerras que podem acontecer , devemos primeiro identificar quais as ameaças à nação que possam justificar uma guerra, em que tipo de guerra teríamos que lutar e, finalmente como poderíamos vencer tal guerra.
Exércitos servem para garantir, pela força, os objetivos nacionais. Isto só funciona se for forte suficiente e adequado ao tipo de luta que se pode prever. Ainda que os Objetivos Nacionais devam ser definidos pelos governos, todos conhecem alguns deles que necessariamente devem ser garantidos pela força: a Independência; a Integridade Territorial, a Autonomia em face de pressões militares e a Ordem Interna. Consideramos que não existe ameaça à Independência. A independência é um fato consolidado e irreversível. Entretanto quanto aos outros objetivos...
Até a década de 60, a Amazônia não era motivo de preocupação. Era tida como Região Amortecedora — na nossa Geopolítica e na de alguns 'brasilianists' norte-americanos. A partir de então, os oficiais em serviço na área iniciaram a detectar sinais de perigo. Mesmo para os desavisados a Amazônia passou a ser algo mais do que uma região ocupada por uma densa floresta tropical em 1986, quando milhares de cidadãos europeus assinaram documento que foi submetido ao Congresso Constituinte no Brasil com a intenção de que fosse incorporado ao texto da Carta Magna que estava sendo elaborada, dando às tribos indígenas o status de Nação. Na década de 90 as pressões internacionais atingiriam um grau alarmante.
No ocaso da Guerra Fria, já estava evidente que a ameaça estava ao norte, e não partia de nossos vizinhos, mas de povos mais evoluídos contando com forças muito superiores. Para esta última hipótese, estudos do Estado Maior mostravam nossa completa inferioridade não só de efetivos como principalmente de armamentos e tecnologia
Reconhecida como principal, ameaça, a ambição estrangeira pela Amazônia, evidenciou-se que entre os cenários possíveis haveria o de confronto militar. Os dois sub-cenários mais prováveis: a secessão de terras indígenas apoiadas pelas grandes potências ou a simples tomada a "manu militari" para se apoderar de matérias primas, sempre nas desabitadas mas altamente mineralizadas serras do norte da Amazônia.
Obviamente que, em qualquer dos casos, enfrentaríamos um inimigo infinitamente superior, impossível de vencer em campo raso, que contará com supremacia aérea e naval e ainda terá ao seu lado as tribos indígenas industriadas pelas ONGs. No caso de secessão de terras indígenas, mesmo apoiadas militarmente por países desenvolvidos, a guerra provavelmente se circunscreveria às terras do norte da Amazônia. No caso de agressão militar aberta, numa tentativa de quebra da vontade nacional podemos esperar bombardeios seletivos como das hidrelétricas, tomada ou destruição das plataformas de petróleo, bloqueio naval, bombardeios e mesmo tomada de cidades, centros industriais e de decisão. Em ambos os casos, o tamanho do território nacional impede uma ocupação total, o que significa que sempre teremos uma base para contra-atacar.
Identificada a ameaça, a boa doutrina aponta o método a ser seguido: perguntamos se a nossa organização, nossos equipamentos e nossos procedimentos conteriam a ameaça. Caso negativo, o que necessitaremos modificar nos procedimentos, equipamentos e organização para garantir o sucesso. Trataremos aqui, para esta hipótese, apenas da preparação das Forças de Terra abstraindo a ação das demais Forças armadas e da também indispensável Defesa Civil. Mesmo limitando o estudo ao Exército, será necessário alguma "quebra" de paradigmas. Algo difícil, pois abarca aspectos de ordem cultural e requer mudanças na doutrina e nos conceitos organizacionais e operacionais, porém devemos encarar a necessidade da transformação da Força Terrestre como inevitável se quisermos vencer, ou mesmo termos uma oportunidade de dissuadir o adversário de por seus planos em execução.
- O Exercito que temos. Como está?
Com parcos recursos o Exército Brasileiro faz grande esforço para manter algum poder de combate. Tal como na maioria dos Exércitos atuais, a brigada e a divisão são os tipos de Grande Unidade permanente. A brigada com 2 a 5 batalhões e a Divisão com 2 a 5 Brigadas, sempre com as unidades complementares de artilharia, engenharia comunicações e apoio logístico. A estrutura é flexível; seria adaptada para o combate campal se fosse dotada de material atualizado.
Possuímos quatro divisões razoavelmente completas (ainda que dotadas de material defasado), sendo as demais incompletas. Poucas unidades e apenas uma brigada são constituídas por tropa profissional. A maioria das unidades, sujeita ao ciclo anual de incorporação e baixa dos conscritos quase nunca está pronta para o combate. Em sua maioria os batalhões têm boas condições de montar patrulhas de combate, mas não de atuar como uma unidade em combate moderno. Em operações, podem ser empregadas brigadas orgânicas ou Forças-Tarefa compostas por elementos de uma ou mais brigadas, como acontece nas Forças de Paz enviadas ao exterior.
Convencido que não teria inimigos a altura na América do Sul, o Exército deu mais ênfase à mobilização do que ao pronto emprego. A dimensão do País e a experiência da Guerra do Paraguai reforçavam a certeza que, uma vez atacado, as forças vivas da nação teriam condições de reagir e montar o exército que fosse necessário. Durante um século nossas hipóteses de guerra versavam em torno da herança colonial, contra os castelhanos da Argentina ou mesmo contra uma coligação de países do Cone Sul. Para aquela guerra estávamos relativamente preparados: bastava retardar o inimigo até uma linha defensiva, agüentar lá até que o nosso potencial fosse mobilizado, quando passaríamos a ofensiva. Isto não aconteceu. Em vez disso tivemos que enviar uma Força Expedicionária contra a Alemanha, e só conseguimos juntar uma Divisão, assim mesmo equipada pelos nossos aliados. A partir daí, com a Guerra Fria, esta hipótese foi perdendo força, avultando as necessidades da defesa interna, aliás, bem sucedida, e a pressuposição que numa próxima guerra, nossa participação seria com nova força expedicionária. Que a defesa do território se resumiria a questões intestinas.
As falhas do sistema, já vivenciadas por ocasião da FEB, evidenciavam cada vez que devia ser montada com rapidez uma força expedicionária, mesmo que fosse só um batalhão em missão de paz. Avultou a necessidade de haver tropas de pronto emprego e de mobilidade aérea para as operações internas. Mesmo carente de recursos, o Exército preparou como pode tropas de pronto emprego e criou uma aviação própria. Para enfrentar a hipótese de confronto com forças muito superiores, especialmente nas serras do norte da Amazônia, estudos do Estado Maior mostravam nossa completa inferioridade não só de efetivos como, principalmente, de armamentos e tecnologia. Temos consciência de que uma nossa unidade militar com o armamento e o equipamento existentes, que se choque em campo raso com uma unidade dotada com armamento e equipamento modernos, se desmanchará como um pote de barro trombando com um pote de ferro.
Nosso Exército, da forma em que está não tem possibilidade de superar esta ameaça, quer se circunscreva às áreas ambicionadas da Amazônia quer inclua atuação nos pontos chaves do espaço ecúmeno nacional visando quebrar a vontade de resistir. Podemos agüentar bombardeios em nosso território, por muito prejuízo que cause. Havendo invasão de espaço povoado, até poderemos responder com guerrilhas rurais e urbanas, se as tivermos preparado com antecedência; entretanto mesmo as tropas de pronto emprego não teriam como fazer face ao poderoso inimigo em batalha campal, e a tão necessária mobilidade aérea, indispensável face ao tamanho do nosso território, é completamente inútil quando o inimigo tem a supremacia no ar.
Caso o inimigo se limite a estabelecer uma "Zona de Exclusão" no estilo que houve nas Malvinas abrangendo apenas as reservas indígenas da fronteira (Ianomami, Raposa, Uai-Uai, Atroari e outras, - exatamente nas mineralizadas serras do norte), reação possível somente com as tropas existentes no local da invasão ou com as que conseguirmos levar até lá. Com certeza se repetiriam, em nossos pelotões de fronteira, episódios como o de Antonio João em Dourados, de significado moral, mas de nulo efeito operacional. Os atuais pelotões de Fronteira são marcos da nacionalidade, mas em termos bélicos não têm maior significação; ao contrário, por não serem auto-suficientes, terão que ser sustentados logisticamente mesmo estando fora da área atacada em ocasião em que todos os meios disponíveis serão necessários em combate. Só articulando com antecedência se poderia contar com o auxílio de umas poucas tribos indígenas e principalmente dos garimpeiros.
No momento, para evitar a atuação de inimigo muito superior em apoio à independência de nações indígenas, o Exército aposta no que lhe resta: a dissuasão que possa ser provocada pela certeza de que faríamos uma guerrilha infindável na selva, estratégia denominada "de resistência"; transfere toda a tropa que pode para a Amazônia, mas ainda está longe de ter a força necessária nas proximidades das serras da fronteira, o verdadeiro teatro das prováveis disputas, onde se encontram as cobiçadas jazidas de minérios estratégicos.
Considera-se inevitável a supremacia aérea inimiga. O bloqueio aéreo dos rios e estradas nos impedirá de levar para lá um só batalhão sem atravessar centenas de quilômetros de selva. Isto significa que deveríamos estar lá antes da guerra.
Resumindo: Exército tem boas condições de superar as ultrapassadas hipóteses de Guerra e de atuar eficazmente na segurança interna, mas está com o dispositivo, a organização equipamento e armamento inadequado para enfrentar as principais ameaças que podemos vislumbrar.
- Muito bem, e daí? – Qual o próximo passo?
Antes de pensarmos qual o tipo de Exército que nos convém, façamos algumas considerações sobre a natureza das guerras na atual conjuntura.
Dia a dia as armas são aperfeiçoadas e novas aparecem. Os mísseis, cada vez mais portáteis se revelam eficazes contra aeronaves, contra pessoal e principalmente contra carros de combate. A situação destes últimos se assemelha a do cavaleiro medieval quando do aparecimento do mosquete; pensava-se que ainda haveria muitas flechas e lanças, e que a armadura deveria ser conservada. Foi necessário um século de perdas sangrentas para aprender que o mosquete era o novo rei. O mesmo acontece agora; a mobilidade continua importante, a blindagem não. Os exércitos modernos (ainda não é o nosso caso) podem identificar alvos pela assinatura eletrônica, pelo calor e podem destruir qualquer alvo identificado. Em conseqüência, as armas devem ficar longe da guarnição, manejadas por controle remoto ou então não apresentar alvos compensadores ou ainda se deslocar rapidamente após o tiro.
Devemos também considerar que, com a ampliação das áreas urbanas, a concentração das riquezas e nós de comunicação nas cidades, o combate tende a ser cada vez mais em ambiente urbano. Será vantajoso reavaliar a organização e o equipamento criado para o combate campal na hipótese dos combates se desenvolverem predominantemente em cidades. Já no presente, com as armas acionadas por controle remoto, e cada vez mais no futuro as armas serão dotadas de sensores que apontarão e decidirão quando atirar. Algumas elementares (minas e armadilhas) são empregadas desde muito tempo, mas o futuro nos promete a grande ampliação do uso de armas com sensores que decidirão por si quando atirar ou explodir. Muito da camuflagem será o como "enganar" os sensores.
Por fim, pode-se esperar que os alvos serão fugazes; as situações evoluirão com muita rapidez e as comunicações não serão confiáveis, tal o espectro de interferências. Em conseqüência dificilmente haverá oportunidade de informar novos dados para receber ordens. Desta forma valerá a iniciativa, boa ou não, dentro de um objetivo geral tipo "fazer algo que ajude a ganhar a guerra". A História está cheia de exemplos de derrotas de bons exércitos que pararam no tempo. De exércitos que se prepararam para a guerra que passou. Durante a guerra, os exércitos que não cedem podem evoluir, mas a guerra de hoje pode não ser longa suficiente. A deusa da vitória sorri para quem, se antecipando, soube quando, por que e como mudar.
Já reconhecemos como principal a ameaça de ataque de forças muito superiores, e selecionamos os dois principais cenários: a secessão de terras indígenas, guerra necessariamente circunscrita ainda que apoiada pelas grandes potências, ou a simples tomada por estas, a "manu militari" das mineralizadas serras do norte da Amazônia. Já vimos que, neste caso tenderia a haver ações inimigas no restante do território visando quebrar a vontade nacional por bombardeios seletivos como das hidrelétricas e a tomada ou destruição das plataformas de petróleo e mesmo tomada de cidades centros industriais e de decisão.
Obviamente que, em ambos os casos, enfrentaremos um inimigo que contará com supremacia aérea e naval, impossível de vencer em campo raso. Considerando que não poderemos vencer exércitos muito superiores em campo aberto, nos resta a selvas e as cidades, que reduzem de muito a eficiência dos equipamentos superiores e são reconhecidamente locais adequados à defesa. Nas cidades contaríamos com o auxílio da população. Na selva, nossa superioridade de conhecimento do terreno fica diminuída se o inimigo tiver ao seu lado as tribos indígenas industriadas pelas ONGs.
Também concluímos que dificilmente conseguiríamos deslocar tropas para o local da invasão. Sabemos também que é impossível uma ocupação total do território nacional, e que sempre teremos uma base para contra-atacar. Articulando com antecedência, se pode conseguir, nas serras da Amazônia a cooperação de umas poucas tribos indígenas e principalmente dos garimpeiros.
Resumindo: Já que o nosso dispositivo, nossos meios e nosso procedimento se mostram inadequados para enfrentar as ameaças que identificamos, devemos adaptá-los o quanto antes. Conseguindo em tempo útil talvez até possamos evitar a guerra. Enquanto nossas forças forem reconhecidamente insuficientes, deixam de ser um elemento de dissuasão e passam a ser mais um atrativo.
- O Exército que precisamos
Recordando: considerando que, na hipótese de combatermos exércitos muito superiores, não poderemos enfrentá-los em campo aberto. Nos restará a selva, que reduz de muito a eficiência dos equipamentos superiores e as cidades, reconhecidamente locais adequados à defesa e onde a população é brasileira. Sendo a guerra circunscrita à área em disputa, ou seja, abrangendo as reservas Ianomami, Raposa-Serra do Sol, Uai-Uai Atroari-Uaimiri, (exatamente nas mineralizadas serras do norte) a guerra será na selva, mas o bloqueio aéreo dos rios e estradas nos impedirá de levar para lá um só batalhão sem atravessar centenas de quilômetros de selva. Isto significa que devemos estar lá antes da guerra. Caso a guerra se estenda além da área ambicionada certamente haverá bombardeios e ocupação de cidades, especialmente as portuárias, exigindo também uma adequação para a nova situação
Baseado nessas premissas, proporemos:
1- Alterações no dispositivo
2- Alterações no recrutamento e formação
3- Alterações na organização
4- Alterações nos armamentos e equipamentos
5- Alterações nos procedimentos de combate
1 - ALTERAÇÕES NO DISPOSITIVO
Objetivo: localizar a tropa para fazer face à ameaça.
Considerando que a principal ameaça estará nas serras do Maciço Guianense (as serras que separam nosso País dos vizinhos do norte), é lá que devemos reunir, com o máximo de antecedência, as tropas de combate especializadas e as de apoio, também especializadas à região. Como exemplo, nas áreas Ianomâmi e Raposa-Serra do Sol, os atuais pelotões de Fronteira necessitam ser transformados com urgência em tropas de combate. Penso ser factível no momento transformá-los em Companhias Especiais, com quatro pelotões de Infantaria de Selva e um pelotão de defesa de base, que é o atual pelotão de Fronteira. Outras companhias necessitam ser criadas nas áreas Tiriós, Uai-Uai e Atroari. Essas Companhias Especiais devem preparar a guerra no local, estocando gêneros e munição em locais ocultos e se ligando com antecedência com garimpeiros e índios leais. Cada pelotão de Selva, com quatro grupos de combate, e deve ser dotado de mísseis portáteis, inclusive anti-aéreos. Estas companhias "de emboscada" devem ter condições de desenvolver operações independentes, juntamente com seus aliados índios, caboclos locais e garimpeiros.
A massa das tropas de combate que não forem localizadas na região onde se espera o combate seja localizada nas cidades que forem mais ameaçadas (Belém, Manaus, Boa Vista, Brasília, Rio, Salvador etc.), e especializadas, em combate em localidade. Nas proximidades da sede dos Comandos Militares de Área um batalhão de comandos pára-quedistas e da Capital Federal também um de Operações Especiais. Excelente medida já foi a criação de Bases Logísticas, liberando tropas para saírem e atuar em outros locais.
- 2 - ALTERAÇÕES NO RECRUTAMENTO E FORMAÇÃO
Objetivo: Ter tropas sempre prontas para uma reação imediata e reservas para uma ação prolongada.
Considerando que, nas atuais condições, nossas tropas são pouco mais do que escola de recrutas, os quais só estarão treinados no final do ano de instrução, e assim permanecerão por poucos meses; considerando ainda que os quadros, empenhados na instrução de recrutas e na administração têm pouco tempo e pouco estímulo para exercitar sua função primordial, qual seja, - bem comandar sua fração em combate, - a mudança se faz necessária quer no recrutamento, quer na preparação dos soldados e dos quadros.
2.1 – Recrutamento e formação de soldados
Por muitas razões, nos convém o recrutamento universal. Entretanto, a pequena quantidade de conscritos que podemos incorporar anualmente não passa de 0,5% dos rapazes em idade militar. É necessária uma reformulação, não só para que seja recebida alguma instrução militar, mas para que seja incutida e cultivada a noção de Pátria e dos valores indispensáveis à nacionalidade. A solução são os "Tiros de Guerra". Será fácil estabelecê-los nas cidades, um por cem mil habitantes. Isto atenderá a 10% dos jovens, o que ainda é pouco mas bem melhor do que os atuais 0,5%. É óbvio que os reservistas/atiradores terão melhores condições de, liderados pelos próprios diretores do Tiro de Guerra, de desencadearem guerrilhas em seus locais de formação do que se não tivessem alguma instrução militar.
A incorporação na tropa, para voluntários, só após o Tiro de Guerra. Como o uso de armamento moderno não é assunto para amadores, nos parece conveniente o engajamento mínimo de três anos, mas na tropa não mais será necessário perder tempo com os ensinamentos elementares de ordem unida, armamento individual e procedimento em situações diversas. A tropa passa a ser tropa e não escola de recrutas como na atualidade. As escolas de recrutas seriam os Tiros de Guerra.
2.2 – Recrutamento e formação de sargentos e de oficiais temporários
O ideal é transformar os CPOR em Centros de Preparação de Quadros da Reserva – CPQR. Um por Região Militar. Estes formariam sargentos temporários no primeiro semestre e oficiais temporários no segundo. Livres da formação básica militar, já que seria requisito para a matrícula o serviço no Tiro de Guerra, (com ingresso mediante concurso) o CPQR ensinaria a ser sargento, e em função específica. Todos os terceiro sargentos seriam temporários. A partir de 3 anos de sargento poderiam fazer concurso para o Curso de Aperfeiçoamento, na ESA, onde, concluído o curso, seriam promovidos a segundo sargentos a passariam a profissionais, de carreira. Assim o Exército teria todos os terceiros e segundos sargentos que necessitasse, sem se preocupar com o gargalo nas promoções. Analogamente no segundo semestre seriam formados os oficiais temporários. Requisitos para prestar concurso: ter concluído o curso de sgt e sido aprovado em um vestibular. Tal como no curso de sargentos, a formação será para funções específicas, a partir dos ensinamentos aprendidos nos cursos de sargento (cobrados no concurso).
Na tropa não haveria recrutas. Isto nos permitirá que a mantenhamos permanentemente em condições de pronto emprego, livrando-as da atual função de serem pouco mais do que escolas de recrutas, ao contrário da situação atual, em que as tropas só estão em condições de emprego poucos meses por ano.
2.3 Recrutamento e formação de oficiais de carreira
Ter cursado um Tiro de Guerra deve ser um dos pré-requisitos para os candidatos á Escola Preparatória, que equivaleria a um curso de sargentos no CPQR. Para o ingresso, uma média ponderada da prova intelectual com um exame psicotécnico que possa medir a vocação guerreira. Um chefe militar não pode ter como aspiração uma carreira dedicada à burocracia de tempo de paz.
Quando a pátria está em perigo, todos entram na luta, mas o sucesso é mais difícil quando ela não é conduzida por guerreiros vocacionados.
- 3 - ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO
Objetivo: adequar a organização para aproveitar ao máximo as inovações tecnológicas e as particularidades do terreno de selva e do ambiente urbano, onde se espera a busca das decisões.
A aceitação cega da tradição faz com que, muitas vezes, os militares não percebam que a situação mudou. Um exemplo disto foi a lenta morte da cavalaria hipomóvel, muito depois de sua obsolescência no campo de batalha. Nosso sistema de organização em armas e serviços, herdados da História, já deixou de ser útil desde que a complexidade da organização impôs idênticas funções em muitas tarefas das diferentes armas e serviços atuais. Assim, o soldado que maneja uma metralhadora tem a mesma função na atual Infantaria, Cavalaria ou Intendência, não se justificando mais estarem "presos" a uma arma ou serviço. Tratando-se de graduados e de oficiais, mais ainda se acentua a possibilidade de "intercâmbio", chegando ao auge entre oficiais de Estado Maior, cujo ecletismo felizmente é adotado nas Grandes Unidades.
Sendo o atual sistema de armas e serviços ultrapassado e passível de aprimoramento, sugerimos que as unidades sejam definidas por sua finalidade e, seus componentes, por especialidade. Assim haveria unidades de assalto, de choque, de guerra urbana, de guerra na selva, de reconhecimento, de apoio de fogo, de apoio ao movimento, de apoio logístico, de guarnição e o que mais for necessário. As especializações de pessoal que forem comuns se tornam intercambiáveis nos diversos tipos de Unidades.
Além da organização geral, o Estado Maior deverá estudar a adequação de todos os escalões, a começar pelos elementares. Como exemplo vejamos o Grupo de Combate. Considerando que a moderna psicologia de combate nos indica que normalmente, em cada agrupamento reunido apenas um homem combate e os outros acompanham,¬ convém seja criada uma fração elementar de três homens, que é o menor grupamento com psicologia de grupo. Esta fração só pode ser a esquadra, certamente a ser comandada por um cabo. Em conseqüência o grupo de combate ficará composto por três esquadras de três homens cada. A partir daí, cada escalão deverá ser adequado ao ambiente, visando à futura necessidade que terão de agir muitas vezes sem ligação com os escalões superiores e, o quanto possível, sem cauda logística. Naturalmente o Estado Maior do Exército terá que estudar a organização conveniente para todos os escalões, e o respectivo equipamento.
- 4 - ALTERAÇÕES NOS ARMAMENTOS E EQUIPAMENTOS
Objetivo: Aproveitar as evoluções tecnológicas no que estiver ao nosso alcance, cuidando de minimizar os efeitos da superioridade tecnológica do inimigo
Ameaçando a utilidade das armas tradicionais, as novas armas ameaçam fazer uma revolução na guerra, que corre paralela à evolução das táticas. Houve um momento na história em que o tiro do mosquete varou a armadura do cavaleiro. Isto foi reconhecido de imediato, mas se pensou que ainda haveria muitas flechas e que valeria a pena manter a couraça. A mobilidade continuou importante, mas a armadura não. O mesmo acontece hoje com a blindagem face aos mísseis, cada vez mais portáteis, e a ameaça aérea, esta capaz de varrer completamente o carro de combate do campo de batalha. Em nossa hipótese de guerra contamos que o inimigo terá a supremacia aérea. Contamos também que poderá atingir, com mísseis guiados por GPS, o que quer que tenha sido localizado pela imagem, pelo som, pela assinatura eletrônica e outros meios. E teremos que nos adequar a esta situação.
O rumo da adequação passa pela camuflagem, pelo uso de túneis e subterrâneos, pelos alvos simulacros para atrair o fogo inimigo, pela mobilidade e pelas armas distanciadas das guarnições, neste caso aceitando sua destruição depois de cumprida sua tarefa. Para enfrentar a ameaça aérea, mísseis adequados e dispersão. Veículos maiores serão armadilhas mortais. Podem ser usadas motocicletas, dentro do "conceito dragão", isto é deslocamento motorizado e combate a pé. A maior viatura imaginada para o ambiente descrito é o "boogie" ou bugre como chamado em alguns locais, armado com um poderoso míssil.
O primeiro cuidado será com a adequação do equipamento individual. Tal como o armamento, o equipamento atualmente usado foi pensado para o uso no campo. O armamento ideal de uma esquadra de três homens seria um míssil portátil, um fuzil 762 de precisão com luneta e um FM. Com o homem do míssil, ainda uma submetralhadora, que continua sendo a melhor arma para o combate aproximado. É verdade que isto complica a logística. Complica, mas facilita o combate. O tiro de precisão a longa distância é o mais mortífero e o que causa maior efeito moral. O FM é a base do poder de fogo. Melhor que seja de calibre 556 para poder ser transportada mais munição, diminuindo a necessidade logística. O míssil portátil uma vez disparado com sucesso terá cumprido sua finalidade e o soldado ainda terá a sua submetralhadora, que continua sendo a melhor arma para o combate aproximado. Tudo fácil de ser fabricado. Mísseis elementares são de fácil fabricação por qualquer fabricante de fogos de artifício.
A Avibrás está em condições de igualar os melhores do mundo, os Karl Gustav suecos, e de planejar e fabricar mísseis maiores, capazes de fornecer eficaz apoio de fogo e contra-bateria. Obviamente necessário para este tipo de guerra, o desenvolvimento de minas e outras armas acionadas por controle remoto. Quanto ao ambiente urbano, pensar em armas com jogo de espelhos que permitam o tiro com o atirador abrigado por uma esquina. Substituir as ferramentas de sapa, inúteis nas cidades, por picaretas de minerador ou algo similar para abrir paredes. Importante equipamento: extintores de incêndio. Quanto ao armamento das demais tropas especializadas, é só seguir a mesma metodologia. Em todos dar especial ênfase a armas que possam ser acionadas de longe, por controle remoto ou mesmo com sensores que acionem o disparo ou a explosão.
- 5 - ALTERAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS DE COMBATE
Objetivo: entender a forma de luta com a qual possamos vencer um exército superior e tecnologicamente mais avançado.
Premissas da guerra
1ª terá supremacia aérea;
2ª as nossas comunicações não serão confiáveis ou mesmo serão impossíveis;
3ª a superioridade de fogo do inimigo tornará inconveniente o enfrentamento onde as condições geográficas não limitem a eficácia do armamento superior.
Em conseqüência, neste contexto, pouco adiantaria apenas dotarmos algumas brigadas com material moderno; mas devemos evitar o combate campal, levar a guerra onde a superioridade inimiga possa ser reduzida ou neutralizada por fatores ambientais, ou seja as cidades e as florestas. É necessário o intenso uso de minas e de armas acionadas a distância. Contra elas é difícil a defesa e os contra-ataques destruirão armas, mas não causarão baixas. Acima de tudo será necessário desenvolver uma forte doutrina que privilegie a iniciativa.
Sabemos que em ambiente onde haverá interferência contínua nas comunicações, onde será impossível de haver sigilo, as comunicações não serão confiáveis e as ordens recebidas podem ser apenas um engodo da interferência eletrônica do inimigo. Os alvos fugazes e as situações fluidas tenderão a exigir ação imediata, não comportando a espera de nova orientação. Isto exigirá iniciativa em todos os escalões. Claro, algumas iniciativas serão erradas e até podem causar dano, mas no seu conjunto será altamente vantajoso. Esta é a única forma de enfrentar esse tipo de guerra. Aos comandantes, nos vários escalões, caberá dar a orientação geral. Num ambiente fluído, onde as comunicações serão inexistentes ou inconfiáveis, apenas a capacidade de decisão dos combatentes poderá ser usada para aproveitar as oportunidades de reagir em tempo útil. Isto é uma nova forma de disciplina, muito mais consciente a que teremos que nos acostumar.
Talvez o nosso País não tenha escolhido ser potência; certamente também não é por sua vontade que é objeto de cobiça, - isto tudo é uma imposição da geografia. O desafio com que hoje nos defrontamos é escolher entre defender o que é nosso ou desistir de aproveitar as benesses em minérios com que o Criador nos brindou. Já dizia o grande Bismarck: "Riquezas minerais em terras de povos que não querem ou não podem utilizar deixam de ser vantagens para se tornar um perigo para seus detentores".
Direitos, sabemos que o Brasil tem sobre seu território. Aqui cabe uma expressão do nosso Ruy Barbosa:
"PAÍSES QUE CONFIAM MAIS EM SEU DIREITO DO QUE EM SEUS SOLDADOS, ENGANAM A SI MESMO E CAVAM SUA RUINA"
Postado por Acontinência
Por Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, 15 de setembro de 2008
A História está cheia de exemplos de derrotas de bons exércitos que pararam no tempo. Durante uma guerra, os exércitos evoluem se ainda tiverem oportunidade, mas a deusa da vitória só sorri para quem, se antecipando, soube quando, por que e como mudar.
Querendo preparar o nosso Exército para vencer nas guerras que podem acontecer , devemos primeiro identificar quais as ameaças à nação que possam justificar uma guerra, em que tipo de guerra teríamos que lutar e, finalmente como poderíamos vencer tal guerra.
Exércitos servem para garantir, pela força, os objetivos nacionais. Isto só funciona se for forte suficiente e adequado ao tipo de luta que se pode prever. Ainda que os Objetivos Nacionais devam ser definidos pelos governos, todos conhecem alguns deles que necessariamente devem ser garantidos pela força: a Independência; a Integridade Territorial, a Autonomia em face de pressões militares e a Ordem Interna. Consideramos que não existe ameaça à Independência. A independência é um fato consolidado e irreversível. Entretanto quanto aos outros objetivos...
Até a década de 60, a Amazônia não era motivo de preocupação. Era tida como Região Amortecedora — na nossa Geopolítica e na de alguns 'brasilianists' norte-americanos. A partir de então, os oficiais em serviço na área iniciaram a detectar sinais de perigo. Mesmo para os desavisados a Amazônia passou a ser algo mais do que uma região ocupada por uma densa floresta tropical em 1986, quando milhares de cidadãos europeus assinaram documento que foi submetido ao Congresso Constituinte no Brasil com a intenção de que fosse incorporado ao texto da Carta Magna que estava sendo elaborada, dando às tribos indígenas o status de Nação. Na década de 90 as pressões internacionais atingiriam um grau alarmante.
No ocaso da Guerra Fria, já estava evidente que a ameaça estava ao norte, e não partia de nossos vizinhos, mas de povos mais evoluídos contando com forças muito superiores. Para esta última hipótese, estudos do Estado Maior mostravam nossa completa inferioridade não só de efetivos como principalmente de armamentos e tecnologia
Reconhecida como principal, ameaça, a ambição estrangeira pela Amazônia, evidenciou-se que entre os cenários possíveis haveria o de confronto militar. Os dois sub-cenários mais prováveis: a secessão de terras indígenas apoiadas pelas grandes potências ou a simples tomada a "manu militari" para se apoderar de matérias primas, sempre nas desabitadas mas altamente mineralizadas serras do norte da Amazônia.
Obviamente que, em qualquer dos casos, enfrentaríamos um inimigo infinitamente superior, impossível de vencer em campo raso, que contará com supremacia aérea e naval e ainda terá ao seu lado as tribos indígenas industriadas pelas ONGs. No caso de secessão de terras indígenas, mesmo apoiadas militarmente por países desenvolvidos, a guerra provavelmente se circunscreveria às terras do norte da Amazônia. No caso de agressão militar aberta, numa tentativa de quebra da vontade nacional podemos esperar bombardeios seletivos como das hidrelétricas, tomada ou destruição das plataformas de petróleo, bloqueio naval, bombardeios e mesmo tomada de cidades, centros industriais e de decisão. Em ambos os casos, o tamanho do território nacional impede uma ocupação total, o que significa que sempre teremos uma base para contra-atacar.
Identificada a ameaça, a boa doutrina aponta o método a ser seguido: perguntamos se a nossa organização, nossos equipamentos e nossos procedimentos conteriam a ameaça. Caso negativo, o que necessitaremos modificar nos procedimentos, equipamentos e organização para garantir o sucesso. Trataremos aqui, para esta hipótese, apenas da preparação das Forças de Terra abstraindo a ação das demais Forças armadas e da também indispensável Defesa Civil. Mesmo limitando o estudo ao Exército, será necessário alguma "quebra" de paradigmas. Algo difícil, pois abarca aspectos de ordem cultural e requer mudanças na doutrina e nos conceitos organizacionais e operacionais, porém devemos encarar a necessidade da transformação da Força Terrestre como inevitável se quisermos vencer, ou mesmo termos uma oportunidade de dissuadir o adversário de por seus planos em execução.
- O Exercito que temos. Como está?
Com parcos recursos o Exército Brasileiro faz grande esforço para manter algum poder de combate. Tal como na maioria dos Exércitos atuais, a brigada e a divisão são os tipos de Grande Unidade permanente. A brigada com 2 a 5 batalhões e a Divisão com 2 a 5 Brigadas, sempre com as unidades complementares de artilharia, engenharia comunicações e apoio logístico. A estrutura é flexível; seria adaptada para o combate campal se fosse dotada de material atualizado.
Possuímos quatro divisões razoavelmente completas (ainda que dotadas de material defasado), sendo as demais incompletas. Poucas unidades e apenas uma brigada são constituídas por tropa profissional. A maioria das unidades, sujeita ao ciclo anual de incorporação e baixa dos conscritos quase nunca está pronta para o combate. Em sua maioria os batalhões têm boas condições de montar patrulhas de combate, mas não de atuar como uma unidade em combate moderno. Em operações, podem ser empregadas brigadas orgânicas ou Forças-Tarefa compostas por elementos de uma ou mais brigadas, como acontece nas Forças de Paz enviadas ao exterior.
Convencido que não teria inimigos a altura na América do Sul, o Exército deu mais ênfase à mobilização do que ao pronto emprego. A dimensão do País e a experiência da Guerra do Paraguai reforçavam a certeza que, uma vez atacado, as forças vivas da nação teriam condições de reagir e montar o exército que fosse necessário. Durante um século nossas hipóteses de guerra versavam em torno da herança colonial, contra os castelhanos da Argentina ou mesmo contra uma coligação de países do Cone Sul. Para aquela guerra estávamos relativamente preparados: bastava retardar o inimigo até uma linha defensiva, agüentar lá até que o nosso potencial fosse mobilizado, quando passaríamos a ofensiva. Isto não aconteceu. Em vez disso tivemos que enviar uma Força Expedicionária contra a Alemanha, e só conseguimos juntar uma Divisão, assim mesmo equipada pelos nossos aliados. A partir daí, com a Guerra Fria, esta hipótese foi perdendo força, avultando as necessidades da defesa interna, aliás, bem sucedida, e a pressuposição que numa próxima guerra, nossa participação seria com nova força expedicionária. Que a defesa do território se resumiria a questões intestinas.
As falhas do sistema, já vivenciadas por ocasião da FEB, evidenciavam cada vez que devia ser montada com rapidez uma força expedicionária, mesmo que fosse só um batalhão em missão de paz. Avultou a necessidade de haver tropas de pronto emprego e de mobilidade aérea para as operações internas. Mesmo carente de recursos, o Exército preparou como pode tropas de pronto emprego e criou uma aviação própria. Para enfrentar a hipótese de confronto com forças muito superiores, especialmente nas serras do norte da Amazônia, estudos do Estado Maior mostravam nossa completa inferioridade não só de efetivos como, principalmente, de armamentos e tecnologia. Temos consciência de que uma nossa unidade militar com o armamento e o equipamento existentes, que se choque em campo raso com uma unidade dotada com armamento e equipamento modernos, se desmanchará como um pote de barro trombando com um pote de ferro.
Nosso Exército, da forma em que está não tem possibilidade de superar esta ameaça, quer se circunscreva às áreas ambicionadas da Amazônia quer inclua atuação nos pontos chaves do espaço ecúmeno nacional visando quebrar a vontade de resistir. Podemos agüentar bombardeios em nosso território, por muito prejuízo que cause. Havendo invasão de espaço povoado, até poderemos responder com guerrilhas rurais e urbanas, se as tivermos preparado com antecedência; entretanto mesmo as tropas de pronto emprego não teriam como fazer face ao poderoso inimigo em batalha campal, e a tão necessária mobilidade aérea, indispensável face ao tamanho do nosso território, é completamente inútil quando o inimigo tem a supremacia no ar.
Caso o inimigo se limite a estabelecer uma "Zona de Exclusão" no estilo que houve nas Malvinas abrangendo apenas as reservas indígenas da fronteira (Ianomami, Raposa, Uai-Uai, Atroari e outras, - exatamente nas mineralizadas serras do norte), reação possível somente com as tropas existentes no local da invasão ou com as que conseguirmos levar até lá. Com certeza se repetiriam, em nossos pelotões de fronteira, episódios como o de Antonio João em Dourados, de significado moral, mas de nulo efeito operacional. Os atuais pelotões de Fronteira são marcos da nacionalidade, mas em termos bélicos não têm maior significação; ao contrário, por não serem auto-suficientes, terão que ser sustentados logisticamente mesmo estando fora da área atacada em ocasião em que todos os meios disponíveis serão necessários em combate. Só articulando com antecedência se poderia contar com o auxílio de umas poucas tribos indígenas e principalmente dos garimpeiros.
No momento, para evitar a atuação de inimigo muito superior em apoio à independência de nações indígenas, o Exército aposta no que lhe resta: a dissuasão que possa ser provocada pela certeza de que faríamos uma guerrilha infindável na selva, estratégia denominada "de resistência"; transfere toda a tropa que pode para a Amazônia, mas ainda está longe de ter a força necessária nas proximidades das serras da fronteira, o verdadeiro teatro das prováveis disputas, onde se encontram as cobiçadas jazidas de minérios estratégicos.
Considera-se inevitável a supremacia aérea inimiga. O bloqueio aéreo dos rios e estradas nos impedirá de levar para lá um só batalhão sem atravessar centenas de quilômetros de selva. Isto significa que deveríamos estar lá antes da guerra.
Resumindo: Exército tem boas condições de superar as ultrapassadas hipóteses de Guerra e de atuar eficazmente na segurança interna, mas está com o dispositivo, a organização equipamento e armamento inadequado para enfrentar as principais ameaças que podemos vislumbrar.
- Muito bem, e daí? – Qual o próximo passo?
Antes de pensarmos qual o tipo de Exército que nos convém, façamos algumas considerações sobre a natureza das guerras na atual conjuntura.
Dia a dia as armas são aperfeiçoadas e novas aparecem. Os mísseis, cada vez mais portáteis se revelam eficazes contra aeronaves, contra pessoal e principalmente contra carros de combate. A situação destes últimos se assemelha a do cavaleiro medieval quando do aparecimento do mosquete; pensava-se que ainda haveria muitas flechas e lanças, e que a armadura deveria ser conservada. Foi necessário um século de perdas sangrentas para aprender que o mosquete era o novo rei. O mesmo acontece agora; a mobilidade continua importante, a blindagem não. Os exércitos modernos (ainda não é o nosso caso) podem identificar alvos pela assinatura eletrônica, pelo calor e podem destruir qualquer alvo identificado. Em conseqüência, as armas devem ficar longe da guarnição, manejadas por controle remoto ou então não apresentar alvos compensadores ou ainda se deslocar rapidamente após o tiro.
Devemos também considerar que, com a ampliação das áreas urbanas, a concentração das riquezas e nós de comunicação nas cidades, o combate tende a ser cada vez mais em ambiente urbano. Será vantajoso reavaliar a organização e o equipamento criado para o combate campal na hipótese dos combates se desenvolverem predominantemente em cidades. Já no presente, com as armas acionadas por controle remoto, e cada vez mais no futuro as armas serão dotadas de sensores que apontarão e decidirão quando atirar. Algumas elementares (minas e armadilhas) são empregadas desde muito tempo, mas o futuro nos promete a grande ampliação do uso de armas com sensores que decidirão por si quando atirar ou explodir. Muito da camuflagem será o como "enganar" os sensores.
Por fim, pode-se esperar que os alvos serão fugazes; as situações evoluirão com muita rapidez e as comunicações não serão confiáveis, tal o espectro de interferências. Em conseqüência dificilmente haverá oportunidade de informar novos dados para receber ordens. Desta forma valerá a iniciativa, boa ou não, dentro de um objetivo geral tipo "fazer algo que ajude a ganhar a guerra". A História está cheia de exemplos de derrotas de bons exércitos que pararam no tempo. De exércitos que se prepararam para a guerra que passou. Durante a guerra, os exércitos que não cedem podem evoluir, mas a guerra de hoje pode não ser longa suficiente. A deusa da vitória sorri para quem, se antecipando, soube quando, por que e como mudar.
Já reconhecemos como principal a ameaça de ataque de forças muito superiores, e selecionamos os dois principais cenários: a secessão de terras indígenas, guerra necessariamente circunscrita ainda que apoiada pelas grandes potências, ou a simples tomada por estas, a "manu militari" das mineralizadas serras do norte da Amazônia. Já vimos que, neste caso tenderia a haver ações inimigas no restante do território visando quebrar a vontade nacional por bombardeios seletivos como das hidrelétricas e a tomada ou destruição das plataformas de petróleo e mesmo tomada de cidades centros industriais e de decisão.
Obviamente que, em ambos os casos, enfrentaremos um inimigo que contará com supremacia aérea e naval, impossível de vencer em campo raso. Considerando que não poderemos vencer exércitos muito superiores em campo aberto, nos resta a selvas e as cidades, que reduzem de muito a eficiência dos equipamentos superiores e são reconhecidamente locais adequados à defesa. Nas cidades contaríamos com o auxílio da população. Na selva, nossa superioridade de conhecimento do terreno fica diminuída se o inimigo tiver ao seu lado as tribos indígenas industriadas pelas ONGs.
Também concluímos que dificilmente conseguiríamos deslocar tropas para o local da invasão. Sabemos também que é impossível uma ocupação total do território nacional, e que sempre teremos uma base para contra-atacar. Articulando com antecedência, se pode conseguir, nas serras da Amazônia a cooperação de umas poucas tribos indígenas e principalmente dos garimpeiros.
Resumindo: Já que o nosso dispositivo, nossos meios e nosso procedimento se mostram inadequados para enfrentar as ameaças que identificamos, devemos adaptá-los o quanto antes. Conseguindo em tempo útil talvez até possamos evitar a guerra. Enquanto nossas forças forem reconhecidamente insuficientes, deixam de ser um elemento de dissuasão e passam a ser mais um atrativo.
- O Exército que precisamos
Recordando: considerando que, na hipótese de combatermos exércitos muito superiores, não poderemos enfrentá-los em campo aberto. Nos restará a selva, que reduz de muito a eficiência dos equipamentos superiores e as cidades, reconhecidamente locais adequados à defesa e onde a população é brasileira. Sendo a guerra circunscrita à área em disputa, ou seja, abrangendo as reservas Ianomami, Raposa-Serra do Sol, Uai-Uai Atroari-Uaimiri, (exatamente nas mineralizadas serras do norte) a guerra será na selva, mas o bloqueio aéreo dos rios e estradas nos impedirá de levar para lá um só batalhão sem atravessar centenas de quilômetros de selva. Isto significa que devemos estar lá antes da guerra. Caso a guerra se estenda além da área ambicionada certamente haverá bombardeios e ocupação de cidades, especialmente as portuárias, exigindo também uma adequação para a nova situação
Baseado nessas premissas, proporemos:
1- Alterações no dispositivo
2- Alterações no recrutamento e formação
3- Alterações na organização
4- Alterações nos armamentos e equipamentos
5- Alterações nos procedimentos de combate
1 - ALTERAÇÕES NO DISPOSITIVO
Objetivo: localizar a tropa para fazer face à ameaça.
Considerando que a principal ameaça estará nas serras do Maciço Guianense (as serras que separam nosso País dos vizinhos do norte), é lá que devemos reunir, com o máximo de antecedência, as tropas de combate especializadas e as de apoio, também especializadas à região. Como exemplo, nas áreas Ianomâmi e Raposa-Serra do Sol, os atuais pelotões de Fronteira necessitam ser transformados com urgência em tropas de combate. Penso ser factível no momento transformá-los em Companhias Especiais, com quatro pelotões de Infantaria de Selva e um pelotão de defesa de base, que é o atual pelotão de Fronteira. Outras companhias necessitam ser criadas nas áreas Tiriós, Uai-Uai e Atroari. Essas Companhias Especiais devem preparar a guerra no local, estocando gêneros e munição em locais ocultos e se ligando com antecedência com garimpeiros e índios leais. Cada pelotão de Selva, com quatro grupos de combate, e deve ser dotado de mísseis portáteis, inclusive anti-aéreos. Estas companhias "de emboscada" devem ter condições de desenvolver operações independentes, juntamente com seus aliados índios, caboclos locais e garimpeiros.
A massa das tropas de combate que não forem localizadas na região onde se espera o combate seja localizada nas cidades que forem mais ameaçadas (Belém, Manaus, Boa Vista, Brasília, Rio, Salvador etc.), e especializadas, em combate em localidade. Nas proximidades da sede dos Comandos Militares de Área um batalhão de comandos pára-quedistas e da Capital Federal também um de Operações Especiais. Excelente medida já foi a criação de Bases Logísticas, liberando tropas para saírem e atuar em outros locais.
- 2 - ALTERAÇÕES NO RECRUTAMENTO E FORMAÇÃO
Objetivo: Ter tropas sempre prontas para uma reação imediata e reservas para uma ação prolongada.
Considerando que, nas atuais condições, nossas tropas são pouco mais do que escola de recrutas, os quais só estarão treinados no final do ano de instrução, e assim permanecerão por poucos meses; considerando ainda que os quadros, empenhados na instrução de recrutas e na administração têm pouco tempo e pouco estímulo para exercitar sua função primordial, qual seja, - bem comandar sua fração em combate, - a mudança se faz necessária quer no recrutamento, quer na preparação dos soldados e dos quadros.
2.1 – Recrutamento e formação de soldados
Por muitas razões, nos convém o recrutamento universal. Entretanto, a pequena quantidade de conscritos que podemos incorporar anualmente não passa de 0,5% dos rapazes em idade militar. É necessária uma reformulação, não só para que seja recebida alguma instrução militar, mas para que seja incutida e cultivada a noção de Pátria e dos valores indispensáveis à nacionalidade. A solução são os "Tiros de Guerra". Será fácil estabelecê-los nas cidades, um por cem mil habitantes. Isto atenderá a 10% dos jovens, o que ainda é pouco mas bem melhor do que os atuais 0,5%. É óbvio que os reservistas/atiradores terão melhores condições de, liderados pelos próprios diretores do Tiro de Guerra, de desencadearem guerrilhas em seus locais de formação do que se não tivessem alguma instrução militar.
A incorporação na tropa, para voluntários, só após o Tiro de Guerra. Como o uso de armamento moderno não é assunto para amadores, nos parece conveniente o engajamento mínimo de três anos, mas na tropa não mais será necessário perder tempo com os ensinamentos elementares de ordem unida, armamento individual e procedimento em situações diversas. A tropa passa a ser tropa e não escola de recrutas como na atualidade. As escolas de recrutas seriam os Tiros de Guerra.
2.2 – Recrutamento e formação de sargentos e de oficiais temporários
O ideal é transformar os CPOR em Centros de Preparação de Quadros da Reserva – CPQR. Um por Região Militar. Estes formariam sargentos temporários no primeiro semestre e oficiais temporários no segundo. Livres da formação básica militar, já que seria requisito para a matrícula o serviço no Tiro de Guerra, (com ingresso mediante concurso) o CPQR ensinaria a ser sargento, e em função específica. Todos os terceiro sargentos seriam temporários. A partir de 3 anos de sargento poderiam fazer concurso para o Curso de Aperfeiçoamento, na ESA, onde, concluído o curso, seriam promovidos a segundo sargentos a passariam a profissionais, de carreira. Assim o Exército teria todos os terceiros e segundos sargentos que necessitasse, sem se preocupar com o gargalo nas promoções. Analogamente no segundo semestre seriam formados os oficiais temporários. Requisitos para prestar concurso: ter concluído o curso de sgt e sido aprovado em um vestibular. Tal como no curso de sargentos, a formação será para funções específicas, a partir dos ensinamentos aprendidos nos cursos de sargento (cobrados no concurso).
Na tropa não haveria recrutas. Isto nos permitirá que a mantenhamos permanentemente em condições de pronto emprego, livrando-as da atual função de serem pouco mais do que escolas de recrutas, ao contrário da situação atual, em que as tropas só estão em condições de emprego poucos meses por ano.
2.3 Recrutamento e formação de oficiais de carreira
Ter cursado um Tiro de Guerra deve ser um dos pré-requisitos para os candidatos á Escola Preparatória, que equivaleria a um curso de sargentos no CPQR. Para o ingresso, uma média ponderada da prova intelectual com um exame psicotécnico que possa medir a vocação guerreira. Um chefe militar não pode ter como aspiração uma carreira dedicada à burocracia de tempo de paz.
Quando a pátria está em perigo, todos entram na luta, mas o sucesso é mais difícil quando ela não é conduzida por guerreiros vocacionados.
- 3 - ALTERAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO
Objetivo: adequar a organização para aproveitar ao máximo as inovações tecnológicas e as particularidades do terreno de selva e do ambiente urbano, onde se espera a busca das decisões.
A aceitação cega da tradição faz com que, muitas vezes, os militares não percebam que a situação mudou. Um exemplo disto foi a lenta morte da cavalaria hipomóvel, muito depois de sua obsolescência no campo de batalha. Nosso sistema de organização em armas e serviços, herdados da História, já deixou de ser útil desde que a complexidade da organização impôs idênticas funções em muitas tarefas das diferentes armas e serviços atuais. Assim, o soldado que maneja uma metralhadora tem a mesma função na atual Infantaria, Cavalaria ou Intendência, não se justificando mais estarem "presos" a uma arma ou serviço. Tratando-se de graduados e de oficiais, mais ainda se acentua a possibilidade de "intercâmbio", chegando ao auge entre oficiais de Estado Maior, cujo ecletismo felizmente é adotado nas Grandes Unidades.
Sendo o atual sistema de armas e serviços ultrapassado e passível de aprimoramento, sugerimos que as unidades sejam definidas por sua finalidade e, seus componentes, por especialidade. Assim haveria unidades de assalto, de choque, de guerra urbana, de guerra na selva, de reconhecimento, de apoio de fogo, de apoio ao movimento, de apoio logístico, de guarnição e o que mais for necessário. As especializações de pessoal que forem comuns se tornam intercambiáveis nos diversos tipos de Unidades.
Além da organização geral, o Estado Maior deverá estudar a adequação de todos os escalões, a começar pelos elementares. Como exemplo vejamos o Grupo de Combate. Considerando que a moderna psicologia de combate nos indica que normalmente, em cada agrupamento reunido apenas um homem combate e os outros acompanham,¬ convém seja criada uma fração elementar de três homens, que é o menor grupamento com psicologia de grupo. Esta fração só pode ser a esquadra, certamente a ser comandada por um cabo. Em conseqüência o grupo de combate ficará composto por três esquadras de três homens cada. A partir daí, cada escalão deverá ser adequado ao ambiente, visando à futura necessidade que terão de agir muitas vezes sem ligação com os escalões superiores e, o quanto possível, sem cauda logística. Naturalmente o Estado Maior do Exército terá que estudar a organização conveniente para todos os escalões, e o respectivo equipamento.
- 4 - ALTERAÇÕES NOS ARMAMENTOS E EQUIPAMENTOS
Objetivo: Aproveitar as evoluções tecnológicas no que estiver ao nosso alcance, cuidando de minimizar os efeitos da superioridade tecnológica do inimigo
Ameaçando a utilidade das armas tradicionais, as novas armas ameaçam fazer uma revolução na guerra, que corre paralela à evolução das táticas. Houve um momento na história em que o tiro do mosquete varou a armadura do cavaleiro. Isto foi reconhecido de imediato, mas se pensou que ainda haveria muitas flechas e que valeria a pena manter a couraça. A mobilidade continuou importante, mas a armadura não. O mesmo acontece hoje com a blindagem face aos mísseis, cada vez mais portáteis, e a ameaça aérea, esta capaz de varrer completamente o carro de combate do campo de batalha. Em nossa hipótese de guerra contamos que o inimigo terá a supremacia aérea. Contamos também que poderá atingir, com mísseis guiados por GPS, o que quer que tenha sido localizado pela imagem, pelo som, pela assinatura eletrônica e outros meios. E teremos que nos adequar a esta situação.
O rumo da adequação passa pela camuflagem, pelo uso de túneis e subterrâneos, pelos alvos simulacros para atrair o fogo inimigo, pela mobilidade e pelas armas distanciadas das guarnições, neste caso aceitando sua destruição depois de cumprida sua tarefa. Para enfrentar a ameaça aérea, mísseis adequados e dispersão. Veículos maiores serão armadilhas mortais. Podem ser usadas motocicletas, dentro do "conceito dragão", isto é deslocamento motorizado e combate a pé. A maior viatura imaginada para o ambiente descrito é o "boogie" ou bugre como chamado em alguns locais, armado com um poderoso míssil.
O primeiro cuidado será com a adequação do equipamento individual. Tal como o armamento, o equipamento atualmente usado foi pensado para o uso no campo. O armamento ideal de uma esquadra de três homens seria um míssil portátil, um fuzil 762 de precisão com luneta e um FM. Com o homem do míssil, ainda uma submetralhadora, que continua sendo a melhor arma para o combate aproximado. É verdade que isto complica a logística. Complica, mas facilita o combate. O tiro de precisão a longa distância é o mais mortífero e o que causa maior efeito moral. O FM é a base do poder de fogo. Melhor que seja de calibre 556 para poder ser transportada mais munição, diminuindo a necessidade logística. O míssil portátil uma vez disparado com sucesso terá cumprido sua finalidade e o soldado ainda terá a sua submetralhadora, que continua sendo a melhor arma para o combate aproximado. Tudo fácil de ser fabricado. Mísseis elementares são de fácil fabricação por qualquer fabricante de fogos de artifício.
A Avibrás está em condições de igualar os melhores do mundo, os Karl Gustav suecos, e de planejar e fabricar mísseis maiores, capazes de fornecer eficaz apoio de fogo e contra-bateria. Obviamente necessário para este tipo de guerra, o desenvolvimento de minas e outras armas acionadas por controle remoto. Quanto ao ambiente urbano, pensar em armas com jogo de espelhos que permitam o tiro com o atirador abrigado por uma esquina. Substituir as ferramentas de sapa, inúteis nas cidades, por picaretas de minerador ou algo similar para abrir paredes. Importante equipamento: extintores de incêndio. Quanto ao armamento das demais tropas especializadas, é só seguir a mesma metodologia. Em todos dar especial ênfase a armas que possam ser acionadas de longe, por controle remoto ou mesmo com sensores que acionem o disparo ou a explosão.
- 5 - ALTERAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS DE COMBATE
Objetivo: entender a forma de luta com a qual possamos vencer um exército superior e tecnologicamente mais avançado.
Premissas da guerra
1ª terá supremacia aérea;
2ª as nossas comunicações não serão confiáveis ou mesmo serão impossíveis;
3ª a superioridade de fogo do inimigo tornará inconveniente o enfrentamento onde as condições geográficas não limitem a eficácia do armamento superior.
Em conseqüência, neste contexto, pouco adiantaria apenas dotarmos algumas brigadas com material moderno; mas devemos evitar o combate campal, levar a guerra onde a superioridade inimiga possa ser reduzida ou neutralizada por fatores ambientais, ou seja as cidades e as florestas. É necessário o intenso uso de minas e de armas acionadas a distância. Contra elas é difícil a defesa e os contra-ataques destruirão armas, mas não causarão baixas. Acima de tudo será necessário desenvolver uma forte doutrina que privilegie a iniciativa.
Sabemos que em ambiente onde haverá interferência contínua nas comunicações, onde será impossível de haver sigilo, as comunicações não serão confiáveis e as ordens recebidas podem ser apenas um engodo da interferência eletrônica do inimigo. Os alvos fugazes e as situações fluidas tenderão a exigir ação imediata, não comportando a espera de nova orientação. Isto exigirá iniciativa em todos os escalões. Claro, algumas iniciativas serão erradas e até podem causar dano, mas no seu conjunto será altamente vantajoso. Esta é a única forma de enfrentar esse tipo de guerra. Aos comandantes, nos vários escalões, caberá dar a orientação geral. Num ambiente fluído, onde as comunicações serão inexistentes ou inconfiáveis, apenas a capacidade de decisão dos combatentes poderá ser usada para aproveitar as oportunidades de reagir em tempo útil. Isto é uma nova forma de disciplina, muito mais consciente a que teremos que nos acostumar.
Talvez o nosso País não tenha escolhido ser potência; certamente também não é por sua vontade que é objeto de cobiça, - isto tudo é uma imposição da geografia. O desafio com que hoje nos defrontamos é escolher entre defender o que é nosso ou desistir de aproveitar as benesses em minérios com que o Criador nos brindou. Já dizia o grande Bismarck: "Riquezas minerais em terras de povos que não querem ou não podem utilizar deixam de ser vantagens para se tornar um perigo para seus detentores".
Direitos, sabemos que o Brasil tem sobre seu território. Aqui cabe uma expressão do nosso Ruy Barbosa:
"PAÍSES QUE CONFIAM MAIS EM SEU DIREITO DO QUE EM SEUS SOLDADOS, ENGANAM A SI MESMO E CAVAM SUA RUINA"
Postado por Acontinência
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Muito bom esse texto do Coronel Fregapani, queria saber se ele é o mesmo que comandou o CIGS lá pelos anos oitenta.
"Tudo que é necessário para que o mal triunfe, é que os homens de bem nada façam". Edmund Burke
'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Esse Cel em determinados pontos viajou na maionese, mas tem uma parte que eu concordo que precisamos de uma mudança. Talvez, não do jeito que ele propos, mas precisamos de mudanças.
Até hoje eu não entendi, porque existe uma puta de uma estrutura para formar oficiais temporários, e essa estrutura não é utilizada na formação do sgt temporario. Mas eu acredito que a formação do temporario só iria melhorarar aumentando o nivel operacional da tropa. Ou seja, quanto mais a tropa for para exercicio, melhor vai ser formado esses militares.2.2 – Recrutamento e formação de sargentos e de oficiais temporários
O ideal é transformar os CPOR em Centros de Preparação de Quadros da Reserva – CPQR. Um por Região Militar. Estes formariam sargentos temporários no primeiro semestre e oficiais temporários no segundo. .
Acho que é preciso diminuir o tempo de promoção de 3º para 2º, e antes do sgt sair 2º, ele faz o curso de aperfeiçoamento. mas teria que ser um curso bem mais voltado para a linha operacional.Livres da formação básica militar, já que seria requisito para a matrícula o serviço no Tiro de Guerra, (com ingresso mediante concurso) o CPQR ensinaria a ser sargento, e em função específica. Todos os terceiro sargentos seriam temporários. A partir de 3 anos de sargento poderiam fazer concurso para o Curso de Aperfeiçoamento, na ESA, onde, concluído o curso, seriam promovidos a segundo sargentos a passariam a profissionais, de carreira. Assim o Exército teria todos os terceiros e segundos sargentos que necessitasse, sem se preocupar com o gargalo nas promoções. Analogamente no segundo semestre seriam formados os oficiais temporários. Requisitos para prestar concurso: ter concluído o curso de sgt e sido aprovado em um vestibular. Tal como no curso de sargentos, a formação será para funções específicas, a partir dos ensinamentos aprendidos nos cursos de sargento (cobrados no concurso).
Na tropa não haveria recrutas. Isto nos permitirá que a mantenhamos permanentemente em condições de pronto emprego, livrando-as da atual função de serem pouco mais do que escolas de recrutas, ao contrário da situação atual, em que as tropas só estão em condições de emprego poucos meses por ano
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Como em tudo na vida o coronel está certo em alguns pontos e errado em outros. Não compactuo com a idéia acima. Talvez o petróleo na costa seja mais atrativo que as selvas. Pessoalmente acredito que dado o tamanho, a população e ao poder econômico não seremos atacado. O mais provavel é que tenhamos que intervir em algum conflito entre vizinhos ou guerras internas na América do Sul, seja para socorrer algum aliado em perigo ou em missão de imposição da paz.Considerando que a principal ameaça estará nas serras do Maciço Guianense (as serras que separam nosso País dos vizinhos do norte), é lá que devemos reunir, com o máximo de antecedência, as tropas de combate especializadas e as de apoio, também especializadas à região. Como exemplo, nas áreas Ianomâmi e Raposa-Serra do Sol, os atuais pelotões de Fronteira necessitam ser transformados com urgência em tropas de combate
Também não entendi direito a idéia dele. Me pareceu que quer o exército brasileiro como uma enorme força de guerrilherios (aquela conversa de nada maior que um bugue e da sub metralhadora). Assim nada de blindados e carros grandes.
saudações
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Sim.queria saber se ele é o mesmo que comandou o CIGS lá pelos anos oitenta
http://www.cigs.ensino.eb.br/excmt.htm
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a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Acredito que um dos problemas conceituais das idéias do coronel, é considerar que o Braisl é totalmente defensivo, praticamente, querer formar uma força de guerrilheiros. Isso, como disse o Delmar, é improvável pelas particularidades do Brasil, é grande e importante demais para se ocupar por força estrangéria.
Na minha visão, as FA's tem que estar preparadas para agir como um braço da ação política-econômica dentro do sistema mundial. Fornecendo proteção e segurança não só para si mesmo, mas, também, dando auxilio para os países de sua área de influência. Por que um país forte, dficilmente será encomodado por outra potência no âmbito militar, e nem por países menores, o custo/benéfico de um conflito direto não é favorável. Assim, a resolução dos conflitos implicitos no sistema capitalista entre países, são impulsionados para serem resolvidos na esfera econômica-política.
Na minha visão, as FA's tem que estar preparadas para agir como um braço da ação política-econômica dentro do sistema mundial. Fornecendo proteção e segurança não só para si mesmo, mas, também, dando auxilio para os países de sua área de influência. Por que um país forte, dficilmente será encomodado por outra potência no âmbito militar, e nem por países menores, o custo/benéfico de um conflito direto não é favorável. Assim, a resolução dos conflitos implicitos no sistema capitalista entre países, são impulsionados para serem resolvidos na esfera econômica-política.
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Pelo texto deu pra lembrar que era mesmo, o cara era muito vibrador nesse meio de selva.rodrigo escreveu:Sim.queria saber se ele é o mesmo que comandou o CIGS lá pelos anos oitenta
http://www.cigs.ensino.eb.br/excmt.htm
Mas realmente tem parte no texto que tá mesmo dificíl de engolir, mas como diz aquele bordão de um determinado programa humorístico: "prefiro não comentar".
Agora a razão de ele focar sua hipótese de guerra assimétrica na selva se dá justamente por ser o T.O. em que a supremacia tecnológica de uma potência extrageira desaparece, igualando os exércitos(em termos tecnológicos) com uma enorme vantagem para nós que dominamos a guerra na selva como ninguém. O CIGS já desenvolve há bastante tempo essa doutrina, inclusive já existem diversos "saches" espalhados na mata com provisões (munição e mantimentos). Guerra na selva não tem como usar blindados tem que ser o material mais leve possível e que possa carregar em grande quantidade no lombo do guerreiro de selva ou no de animais como o búfalo. Inclui ainda o uso de zarabatanas e bestas para silenciar sentinelas inimigas e por ai vai...
Saudações !!
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'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
"2.3 Recrutamento e formação de oficiais de carreira
Ter cursado um Tiro de Guerra deve ser um dos pré-requisitos para os candidatos á Escola Preparatória, que equivaleria a um curso de sargentos no CPQR. Para o ingresso, uma média ponderada da prova intelectual com um exame psicotécnico que possa medir a vocação guerreira. Um chefe militar não pode ter como aspiração uma carreira dedicada à burocracia de tempo de paz.
Quando a pátria está em perigo, todos entram na luta, mas o sucesso é mais difícil quando ela não é conduzida por guerreiros vocacionados."
Meu deus o que é isso? vamos ser comandados por Atila, o Huno! claro que nesse caso nem pensar em mulheres nas FFAA. Será impossível conciliar capacidade intelectual, valores de sensibilidade e humanidade com combatividade? Penso que o autor deveria estudar um pouco mais do pensameto oriental presente na doutrina das artes marciais por exemplo. Definitivamente não é necessário ser um troglodita para ser combativo, aliás cada dia mais a guerra torna-se mais um exerc´cio mental.
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
rodrigo escreveu:Sim.queria saber se ele é o mesmo que comandou o CIGS lá pelos anos oitenta
http://www.cigs.ensino.eb.br/excmt.htm
Aonde esse texto foi publicado?
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Para a Amazônia tem lá suas acertos! Mas e o resto do Brasil? O fiel da balança tá puxando novamente para o Leste. E as Fç Bld do Sul e o Pantanal e o centro-oeste? O indio e o bispo podem incomodar mais que o chaves!?.
A Amazônia é prioridade e não exclusividade.
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Concordo com o coronel Fregapani, e digo mais os unicos que podem querer encher o "saco" (na minha analise) "para anexar territorios" os motivos varios nao conta, sao os E.U.A e a Russia com guerra convencional, hoje em dia, diferentemente da 2 GM ninguem quer apertar o botao dos Nukes pois estariam dando direito de fazer o mesmo com os demais e motivo para quebrar tratados de nao proliferação de armas Nucleares. Numa situação onde está se configurando uma parceria Xaves/Russia (peso)pela lógica seria mesmo a contragosto de alguns Brasil /E.U.A (medida) como parceria, o que nos dá um possivel resultado de intenção de anexação pelos Russos e nao pelos E.U.A, mesmo essa intenção não se demonstrando ostensiva, mas implicita. Claro que os E.U.A também desejam nosso territorio mas em 1º plano para se contrapor a Russia.
Isso é só uma vertente de pensamento pois as peças no tabuleiro estao sempre se reposicionando
o curioso é que sempre quando falam numa possivel invasão ao Brasil de um inimigo com poder bélico maior nao se fala em aliados! com certeza um ponto a se discutir com mais profundidade.
Isso é só uma vertente de pensamento pois as peças no tabuleiro estao sempre se reposicionando
o curioso é que sempre quando falam numa possivel invasão ao Brasil de um inimigo com poder bélico maior nao se fala em aliados! com certeza um ponto a se discutir com mais profundidade.
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Será Fácil? Hoje os Tiros funcionam com uma estrutura dependente das prefeituras. Mudanças na carga horária, no efetivo, na finalidade, acarretam em mudanças na vida vegetativa do TG, tais como rancho, sentinelas, dependências, residências, material de escritório, de informática transporte, e profissionais para o desempenho de várias funções que com certeza as prefeituras não vão mais querer desempenhar. Resumindo é outro quartel, só difere na finalidade. Então fácil não é!A solução são os "Tiros de Guerra". Será fácil estabelecê-los nas cidades, um por cem mil habitantes. Isto atenderá a 10% dos jovens, o que ainda é pouco mas bem melhor do que os atuais 0,5%.
Diretores de TG? E desde quando os diretores de TG são líderes?É óbvio que os reservistas/atiradores terão melhores condições de, liderados pelos próprios diretores do Tiro de Guerra, de desencadearem guerrilhas em seus locais de formação do que se não tivessem alguma instrução militar.
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Isso faz bastante sentido e poderia funcionarde imediato.O ideal é transformar os CPOR em Centros de Preparação de Quadros da Reserva – CPQR. Um por Região Militar. Estes formariam sargentos temporários no primeiro semestre e oficiais temporários no segundo. Livres da formação básica militar, já que seria requisito para a matrícula o serviço no Tiro de Guerra, (com ingresso mediante concurso) o CPQR ensinaria a ser sargento, e em função específica. Todos os terceiro sargentos seriam temporários. A partir de 3 anos de sargento poderiam fazer concurso para o Curso de Aperfeiçoamento, na ESA, onde, concluído o curso, seriam promovidos a segundo sargentos a passariam a profissionais, de carreira. Assim o Exército teria todos os terceiros e segundos sargentos que necessitasse, sem se preocupar com o gargalo nas promoções. Analogamente no segundo semestre seriam formados os oficiais temporários. Requisitos para prestar concurso: ter concluído o curso de sgt e sido aprovado em um vestibular. Tal como no curso de sargentos, a formação será para funções específicas, a partir dos ensinamentos aprendidos nos cursos de sargento (cobrados no concurso).
Isso também faz sentido, desde que a solução não seja o TG.Na tropa não haveria recrutas. Isto nos permitirá que a mantenhamos permanentemente em condições de pronto emprego, livrando-as da atual função de serem pouco mais do que escolas de recrutas, ao contrário da situação atual, em que as tropas só estão em condições de emprego poucos meses por ano.
TG não é do EB e sim das prefeituras. O EB só entra com a instrução e alguns poucos MEM.
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Sobre o Exército de que precisamos, depende de qual inimigo está sendo considerado.
Uruguai? Argentina? Suriname?... tá de bom tamanho, mas eu já ouvi aqui nesse forum várias vezes que o Brasil é um país de dimensões continentais e que estaria fora de cogitação a invasão e ocupação... ete etc.
E pensar na Suécia e Russia...
Mas pensem bem, se não é provavel que a Argentina, Paraguai, Uruguai... queiram invadir e ocupar o Brasil, faremos guerra contra quem? Ninguem? Por acaso somos imunes?
Então temos que estar preparados para entrarmos em guerra com um país que tenha condições de fazer guerra com o Brasil , é obvio.
Partindo dessa premissa e a de que esse país lutará nos moldes de uma guerra aéreo-terrestre em larga escala que se carcteriza por:
.superioridade aérea em todo teatro de operações;
.destruição da força aérea inimiga;
.utilização extensa de armas inteligentes de longo alcance contra alvos de valor estratégico como C2 , estaçoes de radar bases aéreas centrais de geração e distribuição de energia etc,nas fases que antecedem a invasão terrestre;
.utilização em larga escala de meios de guerra eletronica;
.combate simultâneo em profundidade com larga utilização de tropas aerotransportadas e aeromóveis;
.utilização de forças especiais;
.utilização em larga escala de tropas mecanizadas e blindadas, muitas delas aerotransportadas;
tudo isso visando o colapso em curto espaço de tempo da capacidade combativa do inimigo ( nós), pelo interrupção das comunicaçoes, obrigatoriedade de se combater em mais de uma frente, inclusive a retaguarda, simultaneamente, dificultando o deslocamento de reforços.
A etapa terrestre da guerra do Iraque de 91 durou 100 horas.
Considerando tudo isso acho que precisamos de:
.um serviço de inteligencia de primeira linha para que possamos nos antecipar a ação ofensiva inimiga antes que haja invasão terrestre do nosso território.
Imaginem o que faria o comando supremo de um grupo de exercitos que pretendesse invadir o Brasil se depois de meses de preparação, mobilização, deslocamento, concentração, desdobramento, essa força fosse atacada num ponto onde ela tentasse obter uma supremacia de força? na hora H - 12?
.superioridade aérea - sem isso não dá.
.defesa AAA em camadas.
.comunicaçoes seguras.
.armas inteligentes que possam permitir a dispersão máxima da artilharia - do jeito que ta um batalhao( nos moldes americados) de helis apache fazem o serviço.
.emprego de grandes unidades aeromoveis e aerotransportadas, inclusive blindadas em maior número para que tenham valor pelo menos estratégico-operacional. Precisamos de mais mobilidade, nosso território e muito grande...
.ampla utilização de armamento AT.
.criação de grupos de manobra operacional, que possem atuar não como tropa de segundo escalão, mas que tenhem liberdade de ação para agir em profundidade de forma independente multiplicando o poder do primeiro escalão.
.forças especiais.
.tropa profissional com mais unidades de pronto emprego.
.treinamento extensivo.
.independencia tecnológica.
.satélites.
.armas nucleares.
[]s marco
Uruguai? Argentina? Suriname?... tá de bom tamanho, mas eu já ouvi aqui nesse forum várias vezes que o Brasil é um país de dimensões continentais e que estaria fora de cogitação a invasão e ocupação... ete etc.
E pensar na Suécia e Russia...
Mas pensem bem, se não é provavel que a Argentina, Paraguai, Uruguai... queiram invadir e ocupar o Brasil, faremos guerra contra quem? Ninguem? Por acaso somos imunes?
Então temos que estar preparados para entrarmos em guerra com um país que tenha condições de fazer guerra com o Brasil , é obvio.
Partindo dessa premissa e a de que esse país lutará nos moldes de uma guerra aéreo-terrestre em larga escala que se carcteriza por:
.superioridade aérea em todo teatro de operações;
.destruição da força aérea inimiga;
.utilização extensa de armas inteligentes de longo alcance contra alvos de valor estratégico como C2 , estaçoes de radar bases aéreas centrais de geração e distribuição de energia etc,nas fases que antecedem a invasão terrestre;
.utilização em larga escala de meios de guerra eletronica;
.combate simultâneo em profundidade com larga utilização de tropas aerotransportadas e aeromóveis;
.utilização de forças especiais;
.utilização em larga escala de tropas mecanizadas e blindadas, muitas delas aerotransportadas;
tudo isso visando o colapso em curto espaço de tempo da capacidade combativa do inimigo ( nós), pelo interrupção das comunicaçoes, obrigatoriedade de se combater em mais de uma frente, inclusive a retaguarda, simultaneamente, dificultando o deslocamento de reforços.
A etapa terrestre da guerra do Iraque de 91 durou 100 horas.
Considerando tudo isso acho que precisamos de:
.um serviço de inteligencia de primeira linha para que possamos nos antecipar a ação ofensiva inimiga antes que haja invasão terrestre do nosso território.
Imaginem o que faria o comando supremo de um grupo de exercitos que pretendesse invadir o Brasil se depois de meses de preparação, mobilização, deslocamento, concentração, desdobramento, essa força fosse atacada num ponto onde ela tentasse obter uma supremacia de força? na hora H - 12?
.superioridade aérea - sem isso não dá.
.defesa AAA em camadas.
.comunicaçoes seguras.
.armas inteligentes que possam permitir a dispersão máxima da artilharia - do jeito que ta um batalhao( nos moldes americados) de helis apache fazem o serviço.
.emprego de grandes unidades aeromoveis e aerotransportadas, inclusive blindadas em maior número para que tenham valor pelo menos estratégico-operacional. Precisamos de mais mobilidade, nosso território e muito grande...
.ampla utilização de armamento AT.
.criação de grupos de manobra operacional, que possem atuar não como tropa de segundo escalão, mas que tenhem liberdade de ação para agir em profundidade de forma independente multiplicando o poder do primeiro escalão.
.forças especiais.
.tropa profissional com mais unidades de pronto emprego.
.treinamento extensivo.
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A paz é só um período entre guerras...
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
PQD escreveu:Concordo com o coronel Fregapani, e digo mais os unicos que podem querer encher o "saco" (na minha analise) "para anexar territorios" os motivos varios nao conta, sao os E.U.A e a Russia com guerra convencional, hoje em dia, diferentemente da 2 GM ninguem quer apertar o botao dos Nukes pois estariam dando direito de fazer o mesmo com os demais e motivo para quebrar tratados de nao proliferação de armas Nucleares. Numa situação onde está se configurando uma parceria Xaves/Russia (peso)pela lógica seria mesmo a contragosto de alguns Brasil /E.U.A (medida) como parceria, o que nos dá um possivel resultado de intenção de anexação pelos Russos e nao pelos E.U.A, mesmo essa intenção não se demonstrando ostensiva, mas implicita. Claro que os E.U.A também desejam nosso territorio mas em 1º plano para se contrapor a Russia.
Isso é só uma vertente de pensamento pois as peças no tabuleiro estao sempre se reposicionando
o curioso é que sempre quando falam numa possivel invasão ao Brasil de um inimigo com poder bélico maior nao se fala em aliados! com certeza um ponto a se discutir com mais profundidade.
Isso que voce disse sobre Russia e a nossa amazonia não faz nenhum sentido, uma vez que não há nenhum interesse (ou pseudo interesse) sobre a Ecologia ou direito dos Indios.
Vale ressalta que quem faz e fez discursos a respeito da internacioanlização da Amazônia são países da Europa ocidental e EUA.
Vale ressaltar que não é de interesse de países que compõem o BRIC de tirar o territorio de nós, iuma vez que eles em disputas internas separatistas
India, com a Caxemira,
China com o Tibet
Rússia, com o Dagustão, Chechênia e Sibéria.
Portanto, se esses países de forma alguma apoiam disputas separatistas de outras nações . No caso da Ossétia do Sul, os Ossetianos eram russos. A Ossétia fora dividida por Stálin, que era Georgiano, passando a parte sul a República da Geórgia.
Atenciosamente