Mangabeira Unger no Correio Braziliense
Enviado: Qui Ago 07, 2008 11:01 pm
FORÇAS ARMADAS
Unger defende “reconstrução”
Ministro de Assuntos Estratégicos diz que política de defesa nacional deve mudar para evitar “agressões e intimidações” de outros países
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Ricardo Miranda
Da equipe do Correio
Andre Dusek/AE - 17/6/08
Rio de Janeiro — O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, voltou ontem a defender a constituição de um “escudo de defesa” nacional para lidar com tentativas de “agressões e intimidações” de outros países. Ele se referia à cobiça estrangeira sobre a Amazônia e ao retorno da Quarta Frota dos Estados Unidos a águas da América do Sul — quase 60 anos depois de sua última aparição durante a 2ª Guerra Mundial. “Estamos acompanhando com muito interesse, embora não haja indício de ameaça ao Brasil. Mas esse fato só reforça a importância de o Brasil contar com seu escudo de defesa. Uma das principais razões para a formulação de uma estratégia nacional de defesa é contar com um escudo contra agressões e intimidações. Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, não pode estar sujeito a intimidações”, disse Mangabeira Unger. “Não podemos ficar assustados com cada fato novo do mundo”, disse o ministro, ao participar do Seminário internacional Instituições para Inovação, promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, no Copacabana Palace.
O ministro disse que tem conversado “intensamente” com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre o tema, que não envolve apenas o reequipamento das Forças Armadas, mas uma redefinição do seu papel. “O tema da estratégia de defesa é a reorganização e reorientação das Forças Armadas para que possam desempenhar suas responsabilidades numa série de circunstâncias de paz ou de guerra. O equipamento é um derivado dessa discussão maior”, explicou. Mangabeira Unger disse que será preciso “reconstruir” as Forças Armadas, reorganizar a indústria bélica nacional e discutir o “futuro do serviço militar obrigatório”. “As Forças Armadas devem continuar a ser a própria nação em armas, não uma parte da nação paga por outra parte para defendê-la”, apontou.
Intimidação x candura
Em setembro do ano passado, o governo criou por decreto o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa, presidido pelo ministro Nelson Jobim e coordenado por Mangabeira Unger, que apresentará até o próximo mês ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma proposta de atualização da Política de Defesa Nacional. “Vivemos num mundo em que a intimidação ameaça tripudiar sobre a candura”, encerrou.
Analistas internacionais acreditam que, que por trás da retórica de “ações humanitárias”, a volta da Quarta Frota guardaria relação com as recentes descobertas de campos de petróleo gigantes na chamada camada de pré-sal, que abrange o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800km de extensão por até 200km de largura. “Dentro da estratégia marítima, daremos primazia ao objetivo estratégico de negação do mar a qualquer forma inimiga que tente abordar o país via marítima”, explicou Mangabeira Unger, reforçando a idéia de priorizar o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro.
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Vivemos num mundo em que a intimidação ameaça tripudiar sobre a candura. (...) Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, não pode estar sujeito a intimidações
Roberto Mangabeira Unger, ministro de Assuntos Estratégicos
Unger defende “reconstrução”
Ministro de Assuntos Estratégicos diz que política de defesa nacional deve mudar para evitar “agressões e intimidações” de outros países
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Ricardo Miranda
Da equipe do Correio
Andre Dusek/AE - 17/6/08
Rio de Janeiro — O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, voltou ontem a defender a constituição de um “escudo de defesa” nacional para lidar com tentativas de “agressões e intimidações” de outros países. Ele se referia à cobiça estrangeira sobre a Amazônia e ao retorno da Quarta Frota dos Estados Unidos a águas da América do Sul — quase 60 anos depois de sua última aparição durante a 2ª Guerra Mundial. “Estamos acompanhando com muito interesse, embora não haja indício de ameaça ao Brasil. Mas esse fato só reforça a importância de o Brasil contar com seu escudo de defesa. Uma das principais razões para a formulação de uma estratégia nacional de defesa é contar com um escudo contra agressões e intimidações. Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, não pode estar sujeito a intimidações”, disse Mangabeira Unger. “Não podemos ficar assustados com cada fato novo do mundo”, disse o ministro, ao participar do Seminário internacional Instituições para Inovação, promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, no Copacabana Palace.
O ministro disse que tem conversado “intensamente” com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre o tema, que não envolve apenas o reequipamento das Forças Armadas, mas uma redefinição do seu papel. “O tema da estratégia de defesa é a reorganização e reorientação das Forças Armadas para que possam desempenhar suas responsabilidades numa série de circunstâncias de paz ou de guerra. O equipamento é um derivado dessa discussão maior”, explicou. Mangabeira Unger disse que será preciso “reconstruir” as Forças Armadas, reorganizar a indústria bélica nacional e discutir o “futuro do serviço militar obrigatório”. “As Forças Armadas devem continuar a ser a própria nação em armas, não uma parte da nação paga por outra parte para defendê-la”, apontou.
Intimidação x candura
Em setembro do ano passado, o governo criou por decreto o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa, presidido pelo ministro Nelson Jobim e coordenado por Mangabeira Unger, que apresentará até o próximo mês ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma proposta de atualização da Política de Defesa Nacional. “Vivemos num mundo em que a intimidação ameaça tripudiar sobre a candura”, encerrou.
Analistas internacionais acreditam que, que por trás da retórica de “ações humanitárias”, a volta da Quarta Frota guardaria relação com as recentes descobertas de campos de petróleo gigantes na chamada camada de pré-sal, que abrange o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800km de extensão por até 200km de largura. “Dentro da estratégia marítima, daremos primazia ao objetivo estratégico de negação do mar a qualquer forma inimiga que tente abordar o país via marítima”, explicou Mangabeira Unger, reforçando a idéia de priorizar o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro.
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Vivemos num mundo em que a intimidação ameaça tripudiar sobre a candura. (...) Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, não pode estar sujeito a intimidações
Roberto Mangabeira Unger, ministro de Assuntos Estratégicos