Por Gerhard Muhm
Desde meu primeiro dia como cadete, a expressão ”Auftrag wiederholen” (“Repita a missão”) soava nos meus ouvidos. Os superiores exigiam de nós, “repetir a missão” que nos havia sido designada, para terem certeza de que a havíamos entendido. E eles sempre diziam “Auftrag” (“missão”) e não “Befehl” (“Ordem”).
E assim foi, por toda a Campanha da Itália. Sempre me foi dada uma “Auftrag”, nunca uma “Befehl”. E eu sempre fiz a mesma coisa com meus subordinados, a quem sempre passei “Auftrag”, na bem-usada e tradicional “Auftragstaktik” do Exército alemão.
O conceito tático seguido pelo Exército alemão era o de “Táticas Orientadas Para a Missão ou Tarefa” (“Auftragstaktik”), em contraste com as “Táticas Orientadas Para Ordens” (“Befehlstaktik”) utilizada por outros exércitos. A diferença de concepção e execução entre estas duas táticas é fundamental: a primeira exalta a inteligência e capacidade do soldado, a segunda tende a desencorajá-las, tornando o soldado um executor passivo das ordens dos outros.
Com a “Auftragstaktik”, a missão é ordenada e o oficial é deixado com liberdade para levar à cabo a missão designada para ele e, dessa forma, ele se sente responsável pela ações que lhe são sugeridas por sua própria inteligência, seu empreendedorismo e suas capacidades. Com a “Befehlstaktik’, no entanto, aquele que executa deve cumprir com uma ordem dada a ele por outros, sem nenhuma chance para se basear em sua própria iniciativa e habilidade, seja adaptando-se, ou explorando situações quando estas aparecem. Este segundo conceito é, naturalmente, mais fácil de seguir, já que se baseia em pura disciplina, enquanto “Auftragstaktik” exige que oficiais, sargentos e praças tenham de ser treinados em escolas militares, com exercícios contínuos.
Em 1813, o general von Gneisenau, chefe do estado-maior do Exército prussiano e antigo colaborador do general Scharhorst, introduziu uma nova técnica de comando, que também foi aplicada em outros exércitos da comunidade germânica daquela era. A característica distintiva desta técnica era a que a “intenção” devia ser formulada de uma forma transparente e compreensível, sempre deixando espaço para a iniciativa pessoal e liberdade de ação. O marechal-de-campo von Moltke, em suas concisas, porém clássicas, diretivas aos exércitos nas campanhas de 1866, contra a Áustria, e de 1870, contra a França, proclamava que, em termos, tanto de conhecimento, quanto de experiência, a aplicação prática da “Auftragstaktik” exigia treinamento especial e rigoroso dos comandantes, em todos os níveis. Deste esta época, esse tipo de treinamento tem sido utilizado no Exército alemão para alcançar:
- Um critério unificado de julgamento na avaliação de situações e tomada das conseqüentes decisões e:
- Abstenção de todos os tipos de rígido esquematismo, com independência de pensamento e ação, quando liderando em combate.
Deste modo, autonomia em executar a missão designada, juntamente com treinamento em como levá-la adiante, se tornou uma característica especial e um ponto forte do Exército alemão. Ao dirigir uma batalha, um comandante precisa, não apenas agir com valentia, mas também ser capaz de reconhecer uma situação favorável no momento, e explorá-la. Algo que nem sempre é feito na guerra. Von Senger und Etterlin escreveu: “Tarefas operacionais forçam os comandantes a tomar decisões, mais ou menos autonomamente. Em exercícios, oficiais aprendiam a agir por sua própria iniciativa e procurar assumir responsabilidades... Este método limita a emissão de ordens, apenas àquelas mais indispensáveis para a execução de qualquer tarefa particular, o que significa que o comandante, assim encarregado, pode escolher, livremente, os meios e as táticas que mais se adequarem a ele.
Na Campanha da Itália, o mais elevado exemplo de “Auftragstaktik” pode ser encontrado nas ordens emitidas pelo marechal-de-campo Kesselring, em junho de 1944, para a retirada rumo ao norte de Roma.
Dos dois exércitos alemães, o 14º tinha sido gravemente abalado em batalha, enquanto o 10º, que havia lutado na Frente de Cassino, achava-se desequilibrado, demasiado à frente, ambos nos Apeninos Centrais e na costa do Adriático. Para reorganizar o 14º Exército, Kesselring emitiu esta “Auftragstaktik” que se estendia até ao nível divisionário: “Retirada em combate, ponham em linha de batalha, a partir da retaguarda e dos flancos, as reservas já em marcha rumo ao sul, cerrem as brechas entre as várias unidades, e construam os flancos destas... essa fase, entretanto, não deve continuar até que a Linha dos Apeninos (Linha Gótica) tenha sido alcançada, mas, após as grandes formações, em crise, terem sido reordenadas, parem e concentrem-se em posições defensivas, tão ao sul quando possível...”. Isto aconteceu sobre a Linha Albert (Lago Trasímeno).
Por contraste, um exemplo que ilustra a diferença entre “Auftragstaktik” e “Befehlstaktik” é o inepto desembarque aliado em Anzio, em janeiro de 1944. Quando o general Lucas (comandando a força expedicionária), desembarcou, ele, cuidadosamente, seguiu as ordens recebidas para se defender e evitar outra Salerno, antes do rumar para Roma. Se ele fosse um general alemão seguindo “Auftragstaktik” e explorasse as enormes vantagens táticas e estratégicas, derivadas da surpresa, a falta de defesas na estrada para Roma e sua absoluta superioridade em homens e meios, ele teria conquistado a Cidade Eterna e, a partir da retaguarda, abalado a defesa alemã inteira, baseada em Cassino.
Os pontos básicos do treinamento de um oficial alemão, na conduta de uma batalha sob “Auftragstaktik” foram, concisamente, listados por Muller-Hillebrandt, começando com o axioma de von Moltke de que, todo plano que concebemos no campo de batalha, se contrapõe às intenções independentes e, raramente conhecidas do inimigo; isso cria uma atmosfera de insegurança na consciência de que uma situação militar evolui e se altera, quase que constantemente. Quando nossas intenções encontram a realidade das coisas, fricções são criadas em decorrência dos numerosos imponderáveis que aumentam, quando encontramos o inimigo. O que, por sua vez, aumenta a insegurança e rouba ao comandante qualquer chance de calcular, de antemão, como a luta irá se desenrolar. Mesmo se ele puder aplicar todos os mais precisos meios para descobrir a situação real, as intenções do inimigo e o modo como suas decisões, no terreno, estão se desenvolvendo, sempre irá existir uma certa insegurança, que oficiais e sargentos terão de encarar com sua força de vontade e inteligência.
Líderes, indo do comandante supremo da frente, ao comandante de batalhão, e descendo até o líder de GC, poderão se encontrar em situações que serão impossíveis de antever. Todo comandante de uma unidade combatente deve ter autoridade e habilidade para, continuamente, alterar sua idéia sobre a situação, levando em consideração, não apenas as intenções e capacidades do inimigo, mas suas próprias capacidades, também. Suas próprias intenções devem ser focadas em levar à cabo a missão designada para ele e as capacidades de seus homens.
A pessoa, a quem uma tarefa é designada, deve receber o tempo necessário para executá-la. Quanto mais elevada a posição daquele que recebe a tarefa, mais tempo precisa lhe ser concedido para sua execução, porque as situações, continuamente, se alteram e exigem tempo suficiente. Um subordinado não sente prazer algum em executar uma ordem rígida. Apenas sua colaboração de boa-vontade, dentro do quadro estrutural, ou da visão de uma tarefa superior, tornará possível sobrepujar as mais sérias dificuldades de um exército moderno, e obter os melhores resultados.
Uma tarefa poderá – se necessário – ser emitida como uma ordem.
A utilização dos melhores recursos técnicos é considerara como garantida.
Eu já referi às diretrizes clássicas do marechal von Moltke sobre o treinamento de oficiais. Aqui, eu cito as palavras do general von Senger:
No Exército alemão, líderes de todas as patentes deviam ser treinados no comando. Isso é uma longa tradição. O Estado-Maior Geral alemão foi, indubitavelmente, superior a todos os outros estados-maiores gerais no que concernia à rápida e precisa avaliação de situações; decisões que não se prestavam a interpretações ambíguas e ordens, expressas com clareza concisa. Todos os oficiais passavam por treinamento, tanto em exercícios de campo, quanto de estado-maior, e em viagens de instrução, para, desta forma, adquirirem uma perfeita maestria dos problemas que deveriam confrontar, algum dia.
Tarefas operacionais sempre eram concebidas, como forma para obrigar o comandante envolvido a tomar decisões, mais ou menos, independentes. Para conseguir isso, os exercícios de tempo de paz, com freqüência, representavam situações, “ligeiramente” forçadas: quando um “novo inimigo” aparecia, o exercício determinava uma interrupção das comunicações, ou algo do tipo, como ocorre, freqüentemente, na realidade.
Liberdade na execução de uma tarefa designada e treinamento em iniciativa pessoal, iriam se tornar a marca-registrada e a força do Exército alemão. Quanto mais progrediam, na direção da “Auftragstaktik”, os treinamentos e a instrução dos comandantes, em todos os níveis, mais as tropas sentiam-se seguras, na rápida e flexível execução de suas missões de combate.
Os comandantes superiores podiam confiar na coragem para execução de tarefas, e na vantagem de que a situação poderia ser explorada por comandantes subalternos, algo que ocorre, com freqüência, no campo de batalha, mas que nem sempre é reconhecido ou aproveitado. E, no fim, foi possível sujeitar o inimigo a nossa própria vontade. Em resumo, acima e além dos recursos materiais, muitas pré-condições para o sucesso futuro, puderam ser obtidas. A unidade de conduta dos comandantes – que nunca conheceram a existência de comandos especiais – juntamente com a liberdade de decisão que apreciaram, lhes deu a habilidade para atuar por suas próprias iniciativas, ao executar as tarefas designadas para eles. E, embora esses conceitos básicos de “Auftragstaktik” não mais estivessem em uso nos altos-comandos, eu posso afirmar, por minha própria experiência de que tais conceitos permaneceram o pilar da conduta de batalhas. Por gerações, trabalhou-se para aperfeiçoar estes conceitos e treinar homens no campo – mesmo após 1918 e 1935. Este trabalho frutificou nas campanhas de 1939, 1940 e 1941, nos Bálcãs, África do Norte e determinou a conduta da guerra contra a União Soviética. Uma campanha que teve maciça influência sobre o destino da Alemanha, mas que também demonstrou o elevado potencial da “Auftragstaktik”, em todos os níveis, com uma medida de capacidade, experiência e senso de dever não obtidas, desde então. Os altos-comandos tomavam o campo com fé em si mesmos, não importando se o inimigo fosse, numericamente, muito superior.
Quais foram, então, os ensinamentos táticos e estratégicos ou confirmações vindas da Campanha da Itália? O general von Senger, meticulosamente, examinou estes aspectos, resumindo-os em “Auftragstaktik” nos tempos modernos, ou, pelo menos, na Segunda Guerra Mundial, já que não podemos tomar como certo de que nenhuma guerra é como a anterior.
Sua primeira observação concerne à exploração do sucesso:
A lei da guerra exige que a perseguição seja incansável, que ela continue “até acabar o fôlego de homem e cavalo”. Isto envolve ataques noturnos e marchas sem parada, dia e noite, para manter contato com o inimigo. Demolições que este execute na retirada, tornam mais e mais difícil trazer suprimentos. E, finalmente, a crescente carência de combustível obriga o perseguidor a confiar a perseguição à cavalaria, que é menos presa a suprimentos, e que é mais móvel em terrenos diferentes, mas, em troca, é muito menos efetiva em batalha.”
Esta lei da guerra nunca foi aplicada pelos aliados durante a Campanha da Itália.
As divisões blindadas, originalmente organizadas, somente como formações de ataque, tornaram-se as melhores formações defensivas. A defesa moderna é sempre organizada dentro de espaços e zonas especificados, e não segue um desenvolvimento linear. Mas, defesas móveis pedem pela presença de formações móveis, isto é, motorizadas. Apenas reservas motorizas podem ser redesdobradas, rapidamente, de um flanco para outro, ou serem lançadas, da retaguarda para a área de batalha. Apenas os elementos de infantaria destas divisões eram utilizados para lutar, juntamente com os tanques, ambos sendo organicamente parte da arma blindada. Apenas retaguardas constituídas por formações blindadas, podem manter posições bem à frente, até o último momento, porque são capazes de se desengajarem, rapidamente e surpreender o inimigo.
De novembro de 1943 até junho de 1944, seis divisões móveis lutaram na Itália (as 3ª, 15ª, 29ª, e a 90ª Panzergrenadier; a 26ª Panzer e a Divisão Panzer de Pára-quedistas “Hermann Goering”). Depois disso, restaram, apenas, três divisões móveis, as 26ª, 29ª e 90ª, às quais foi acrescentada, entre o período de junho à outubro de 1944, a 16ª Divisão Panzergrenadier SS “Reichsführer-SS” . Todas as outras divisões alemãs na Itália eram divisões de infantaria, cujos sistemas de defesa móvel foram confiadas às habilidades dos respectivos comandantes. Típica dessas era a 362ª Divisão de Infantaria, uma pobre unidade, organizada em seis batalhões de 250 homens cada, e à qual foi confiada a missão de retardar as divisões americanas na frente de Bolonha. O general Greiner adotou o sistema de “Zentimeter Krieg’, ou “Guerra aos centímetros”, com o lema de “perca terreno, mas não perca os soldados”, ao recuar sobre suas sucessivas linhas de defesa, quatorze no total. Greiner designou tropas para estas linhas de defesa de modo que facilitasse a ocupação e organização das próprias linhas; ele executou os necessários movimentos de tropas, mesmo de dia, em desafio ao poder aéreo aliado, e tirando vantagem do terreno montanhoso; já que contra-ataques envolviam pesadas baixas, ele deu ordens para que a guarnição de posições de barreiras fosse mais importante do que contra-ataques; ele utilizou seus canhões anti-aéreos no combate terrestre, o canhão 88 mm contra tanques e os montantes quádruplos de 20 mm contra infantaria. A bem-sucedida defesa da divisão foi facilitada pelas táticas dos americanos que, quase nunca realizavam ataques noturnos, desta forma dando aos alemães a chance de reorganizarem durante a noite. No fim, as perdas da divisão, de 19 de setembro até 20 de outubro de 1944, foram elevadas: 420 mortos, 12 destes oficiais, com 1614 feridos, 603 doentes, e 1362 desaparecidos, mas o propósito foi cumprido. A falta de informações sobre o inimigo foi um considerável obstáculo para os comandantes alemães, nos vários níveis. Como von Senger escreve:
Do inimigo, sabíamos pouco. O chefe da seção de inteligência foi mantido informado sobre a situação pelo comando de exército, que, em termos gerais, sabia qual divisão tínhamos à nossa frente. Diretamente, nós, praticamente, não conseguíamos virtualmente nenhuma informação, sobre o inimigo. Apenas ocasionalmente nós fazíamos um prisioneiro, que era interrogado no comando de corpo, antes de ser enviado para o comando de exército. O inimigo, por sua vez, sabia que não éramos capazes de lançar um ataque. Ele foi capaz de despir, completamente, certas faixas da frente, de modo a criar pontos fortes e escalonar-se, em profundidade, nestes pontos, quando tencionava atacar. Ele podia ordenar seus batalhões a se moverem e redesdobrarem, em plena ordem de marcha, ao longo das linhas de comunicação de retaguarda. Suas unidades sempre estavam bem-descansadas para o primeiro ataque.l
Hoje, sabemos, por fontes de nosso antigo inimigo, entre outras, que seus erros táticos tornaram a vida mais fácil para nós. Estes eram erros que havíamos aprendido a evitar, embora de outra maneira, após Stalingrado. O passo lento de seus ataques iniciais, desfechados pela infantaria, refletia sua hesitação em arremessar reservas, onde estas eram necessárias para apoiar o ataque.
O fracasso em explorar o sucesso foi, de fato, um característica constante das táticas aliadas, como foi, também, demonstrado por Amedeo Montemaggi, que cita a incrível lentidão do avanço aliado; o desastroso desembarque de Anzio/Nettuno; o monótono banho de sangue em Cassino; o fracasso em envolver Valmontone; a falhada tentativa de penetrar a frente dos Apeninos, na Toscânia. “Se eu tivesse os recursos deles, teria conquistado a Itália, numa semana”, disse Kesselring, que foi educado na “Auftragstaktik”
Eu concluo com algumas observações sobre a tropa e o efeito que a qualidade de um comandante tem sobre ela. Von Senger louvou minha divisão, a 29ª Panzergrenadier, “uma das nossas melhores divisões”, e diz do general Fries (que a comandou até 31 de agosto de 1944), “que ele tinha o hábito de avaliar situações, objetivamente, de se apegar à realidade, de executar sua função de comando, calmamente, e não buscar glória pessoal; ele era afeito aos seus soldados e podia, portanto, contar com eles, todas as vezes. Todos confiavam nele.”
Isso era totalmente acurado. Embora, nós o apelidássemos de “der letzte Preusse” (“o últimos dos prussianos”), ele sempre nos deu o exemplo de um soldado combatente; ele chegava, inesperadamente, na linha de frente, no posto de comando de algum comandante de companhia, daí ajudando a nós, comandantes de nível inferior, a manter elevado o moral de nossos combatentes de linha de frente.
Von Senger fez outro profundo comentário sobre o moral dos soldados na Itália, quando falando da 3ª Divisão Panzergrenadier, a mais exposta à pressão inimiga, na primeira metade de 1944. Ele tinha ficado com a impressão de que o moral da tropa tinha sido abalado pelos numerosos reveses e contínua retirada. Ele não ficou de todo surpreendido por isto, pois, enquanto os soldados podem ter sido levados a acreditar na propaganda e sido leais à Hitler, em certo momento, deve ter ficado claro para eles que uma ininterrupta série de derrotas não podia, possivelmente, levá-los à vitória.
Naturalmente. Eu sempre estive convencido de que se tínhamos lutado até o fim, isso foi porque estávamos sempre lutando pelo camarada na nossa direita, por aquele à nossa esquerda ou, talvez, pelo nosso comandante imediato, a quem respeitávamos, ou talvez porque acreditássemos que estávamos lutando por nossa honra, cumprindo nosso dever de soldados até o último dia. Em 1944-45, seria muito difícil persuadir os soldados da linha de frente a lutarem por Hitler, ou mesmo pela Alemanha. Nós entoávamos canções satíricas contra Hitler, canções que reforçavam nosso espírito de luta, e que ninguém contestava, porque você não discute com o soldado de linha de frente, o homem que nós chamávamos de Frontsoldat.
(continua, qualquer noite dessas, neste mesmo DB canal e neste mesmo DB horário...)