Portugal adquire ROV

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Al Zarqawi
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Portugal adquire ROV

#1 Mensagem por Al Zarqawi » Dom Mar 02, 2008 11:41 am

Tudo bem,

Esta notícia saiu hoje.O Lancero do fórum português a divulgou.Fantástico para a comunidade científica portuguesa.Adoro isto.


Portugal compra robô submarino que desce aos 6000 metros

02.03.2008, Teresa Firmino


O país junta-se ao exclusivo clube de possuidores de submarinos de
grande profundidade e passa a poder explorar o fundo de toda a sua ZEE



Portugal juntou-se ao restrito clube mundial dos países com robôs submarinos que mergulham a 6000 metros. O ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, assinou a 21 de Fevereiro o despacho que autorizou a compra do aparelho, que está a ser construído pela empresa norueguesa Argus Remote Systems. O contrato de compra foi assinado anteontem, sexta-feira, em Bergen, na Noruega.

Portugal passa a ser um dos poucos países do mundo com um veículo de operação remota (ROV) capaz de atingir essas profundezas oceânicas. A partir de agora, não só o fundo do mar de toda a Zona Económica Exclusiva (ZEE), como o da futura área que vier a estar sob jurisdição de Portugal na sequência da extensão da plataforma continental, ficará ao alcance directo dos cientistas portugueses.
O ROV não é tripulado: estará ligado por um cordão umbilical a um navio, de onde será comandado à distância, e por onde se acederá em tempo real à informação recolhida.
O aparelho foi comprado por cerca de três milhões de euros, pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) - um grupo científico, na dependência do ministro da Defesa, incumbido de provar que a parte continental do território português se prolonga para além das 200 milhas naúticas da zona económica exclusiva.
Se a prova for convincente, Portugal poderá alargar-se - mas apenas pelo leito e subsolo oceânicos, tal como estabelece a Lei do Mar das Nações Unidas. Enquanto na ZEE os países podem explorar o que existe na coluna de água e no solo e subsolo do mar, na plataforma continental alargada "apenas" terão jurisdição sobre os recursos do solo e subsolo, seja petróleo, gás, metais ou recursos biológicos e genéticos com aplicações farmacêuticas e industriais.
Até 13 de Maio de 2009, o projecto de extensão da plataforma portuguesa terá de estar concluído: a documentação científica terá de ser entregue na Comissão de Limites da Plataforma Continental, criada pela Lei do Mar.
Desde meados de 2005 que a EMEPC trabalha no alargamento do chão marinho, reunindo dados geo-lógicos, geofísicos, hidrográficos, sísmicos, entre outros, que provem que a plataforma se prolonga, efectivamente, para lá das 200 milhas. Para isso, é preciso saber onde é que os fundos marinhos deixam de ter características continentais e começam a ter características oceânicas. Mas determinar onde se situa essa transição não é fácil e exige inúmeros levantamentos oceanográficos, em redor da ZEE de Portugal Continental, da Madeira e dos Açores. Esses levantamentos têm sido feitos pelos navios oceanográficos D. Carlos I e Gago Coutinho, da Marinha, e por navios fretados ao estrangeiro.

Olhos e mãos lá em baixo
A ideia de comprar um ROV surgiu depois de uma missão oceanográfica nos Açores, em Maio de 2007: "Ficámos animados com os resultados, mas chegámos à conclusão de que precisaríamos de outros tipos de amostras para a proposta de extensão da plataforma", conta o chefe da EMEPC, Manuel Pinto de Abreu.
Orientada para a recolha de amostras geológicas e geoquímicas, nessa campanha arrastou-se um balde metálico pelo leito do mar que, ao fim de umas quantas milhas, ia sendo içado para o navio. "Uma indefinição destas sobre o local das amostras não é boa para fundamentar a proposta de extensão da nossa plataforma. Poderemos estar a cometer erros sobre o contexto geológico das amostras."
Um ROV resolveria o problema, porque seria como ter olhos e mãos lá em baixo: poderiam ver-se as amostras a apanhar, tirar fotos ao local e saber o sítio exacto da recolha, refere Pinto de Abreu.
A equipa fez então as contas ao custo de uma missão com um ROV naquela zona, a Sul dos Açores, e concluiu que a compra sairia mais barata do que o aluguer. Por dia, o aluguer custaria 100 mil euros: "Se tudo corresse bem, precisaríamos de 45 dias de trabalho. Assim, poupamos dinheiro e ficamos com o ROV".
O veículo deverá ser entregue em Agosto e o baptismo de mar está previsto ainda para 2008. "Decidimos comprar um ROV de 6000 metros, porque permitirá ir a todos os buraquinhos do espaço de interesse nacional. Com este equipamento, a comunidade científica nacional vai poder ir onde quiser", diz Pinto de Abreu. Até agora, os ROV em instituições científicas portuguesas ficavam-
-se pelos cerca de 500 metros, como o do Instituto Hidrográfico.
Se se optasse por um ROV de 4000 metros, grande parte das profundezas da ZEE portuguesa continuaria fora de alcance do robô. Mas o veículo escolhido permitirá visitar 97 por cento do fundo oceânico da Terra. "Uma das questões que se punha era: "Então e a nossa capacidade de exploração do mar?". Cá está ela", diz Pinto de Abreu. "Passamos a estar num clube muito restrito relativamente aos países que chegam a essas profundidades." França, Noruega, Alemanha, Reino Unido, EUA e Japão são os outros países que, oficialmente, têm robôs submarinos para 6000 metros.
Nos próximos anos, o ROV português será utilizado principalmente no projecto de extensão da plataforma, que, depois de analisado pela Comissão de Limites da Plataforma Continental, deverá estar encerrado em definitivo por volta de 2012, nas previsões de Pinto de Abreu. Até lá, a comunidade científica será convidada a dizer que dados gostaria de ver recolhidos pelo robô: sempre que for possível, nas missões da EMEPC, os pedidos serão atendidos, garante o seu responsável.
Quando terminar o projecto da plataforma, o que acontecerá ao ROV? "Há-de ser entregue a uma entidade nacional no âmbito do mar", responde Pinto de Abreu.


O Argus Bathysaurus XL


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Abraços,




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#2 Mensagem por Internauta » Dom Mar 02, 2008 1:20 pm

Venha ele, quanto mais depressa melhor, precisamos de explorar a nossa ZEE em profundidade e também concluir o alargamento da nossa plataforma continental.




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Re: Portugal adquire ROV

#3 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Nov 10, 2008 2:06 pm

O objectivo é esse, e daí a reabilitação dos 2 navios oceanográficos.

Uma capacidade acrescida da Marinha, desta vez não combatente, mas de grande utilidade científica.




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