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Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano'!

Enviado: Ter Nov 27, 2007 10:35 am
por PRick
Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano', segundo ONU
27/11 - 08:53 - BBC Brasil


O Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de países de "alto desenvolvimento humano" no ranking elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado nesta terça-feira em Brasília.


De acordo com o relatório da ONU, o Brasil atingiu o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0 a 1. Países com índice inferior a 0,800 são considerados de "médio desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde 1990, quando o PNUD começou a divulgar o ranking.

Os dados do relatório divulgado nesta terça-feira são referentes a 2005. No relatório do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792.

Mas apesar de ter tido uma pontuação maior, o país caiu uma posição no ranking e agora ocupa o 70º lugar, o último entre os de nações com “alto desenvolvimento”. Nesse grupo, que saltou de 63 para 70 neste ano, o Brasil também é o país com maior desigualdade entre ricos e pobres, seguido por Panamá, Chile, Argentina e Costa Rica. No Brasil, os 10% mais ricos da população têm renda 51,3 vezes maior do que os 10% pobres.

Além do Brasil, países como Rússia, Macedônia, Albânia e Belarus também ingressaram no rol dos países de "alto desenvolvimento humano" nesta edição do ranking, que neste ano foi liderado pela Islândia, com IDH de 0,968.

Revisão
O IDH é um índice usado pela ONU para medir o desempenho dos países em três áreas: saúde, educação e padrão de vida. O índice é composto por estatísticas de expectativa de vida, alfabetização adulta, quantidade de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto (PIB) per capita.


O Brasil subiu não só devido a melhoras reais nos campos avaliados pelo IDH, mas também em função de revisões de estatísticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial – órgãos que fornecem os números para o PNUD, normalmente baseados em dados produzidos pelos próprios países.

Por exemplo, uma recente revisão de metodologia do IBGE alterou para cima o crescimento do PIB brasileiro em 2005. Em vez de 2,9%, o IBGE declarou que a economia do Brasil cresceu 3,2% naquele ano.

Revisões estatísticas do IBGE também revelaram que os padrões de educação e expectativa de vida no Brasil aumentaram em 2005. A expectativa de vida média subiu de 70,8 anos, no relatório do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para 87,5%.

Ritmo estável
De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que compõem o IDH, com exceção da alfabetização adulta – que ficou estável em 88,6% da população com mais de 15 anos.

O desempenho econômico do país também contribuiu para melhorar o padrão de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$ 8.402 (por paridade de poder de compra).

De 1990 a 2005, o PIB per capita brasileiro cresceu em média 1,1% por ano, ritmo idêntico ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile – que cresceu em média 3,8% ao ano.

O PNUD começou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz dados para vários países retroativos a 1975. Desde então, o Brasil vem melhorando o seu índice de desenvolvimento humano em um ritmo estável.

Em 1975, o IDH brasileiro era calculado em 0,649. Desde então o Brasil vem mantendo uma média de crescimento de cerca de 0,050 no índice a cada dez anos.

Segundo o economista Flavio Comim, especialista em desenvolvimento humano e assessor especial para o PNUD, o aumento de número de alunos matriculados em escolas foi o fator que mais contribuiu para a melhora do IDH do país no longo prazo. Desde 1990, o índice subiu de 67,3% para 87,5%.

Para Comim, a importância de entrar na lista dos países de alto desenvolvimento humano é "simbólica, mas significativa, pois abre espaço para uma agenda mais ambiciosa no Brasil".

Segundo ele, um dos motivos que faz o Brasil ficar em último lugar entre as nações de "alto desenvolvimento humano" no IDH é o fato de que os indicadores sociais brasileiros estão muito abaixo do nível de renda do país.

Comim identifica cinco áreas em que o Brasil ainda precisa melhorar para subir no ranking: combate à pobreza e à desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna. Nessas áreas, segundo ele, o Brasil está muito atrás dos demais países, mesmo os latino-americanos.

Comim afirma que, baseado em dados já disponíveis sobre 2006, o Brasil deve melhorar ainda mais o seu IDH no relatório do ano que vem.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 10:48 am
por Kratos
Isso é "ótemo", vamos ver se a realidade reflete os números.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 12:09 pm
por Centurião
Segundo o Terra, a reportagem da BBC está errada quanto à revisão do PIB brasileiro. Eles leram o relatório e disseram que a ONU está trabalhando com os dados antigos do PIB. Pelos cálculos deles, o IDH deveria ficar entre 0,802 e 0,808.

A ONU, pelo visto, só deve atualizar isso no relatório do próximo ano.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 12:17 pm
por Pedro Gilberto
Centurião escreveu:Segundo o Terra, a reportagem da BBC está errada quanto à revisão do PIB brasileiro. Eles leram o relatório e disseram que a ONU está trabalhando com os dados antigos do PIB. Pelos cálculos deles, o IDH deveria ficar entre 0,802 e 0,808.

A ONU, pelo visto, só deve atualizar isso no relatório do próximo ano.
Segue a reportagem citada pelo Centurião

Erro impede que Brasil suba no ranking do IDH

Terça, 27 de novembro de 2007, 10h04

Daniel Bramatti

A ONU escolheu o Brasil como palco para apresentar ao mundo seu novo Relatório de Desenvolvimento Humano, mas cometeu, involuntariamente, uma injustiça com os anfitriões do evento. Graças a um erro metodológico, o país caiu no ranking da qualidade de vida do mundo - mas deveria ter subido.

O relatório divulgado hoje, com dados de 2005, mostra que o Brasil atingiu exatamente a "nota" mínima (0,800 numa escala de zero a um) para entrar no clube países de "alto desenvolvimento humano". A nota em questão é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), adotado pela Organização das Nações Unidas para medir e comparar o progresso social em diferentes países.

De 2004 para 2005, o IDH do Brasil subiu de 0,792 para 0,800 - evidência de que houve avanços nos quesitos renda, educação e longevidade. Mas, no ranking oficial, o país caiu da posição 69 para a 70. Sinal de que outros países melhoraram mais? Nada disso.

Terra Magazine revisou as contas da ONU e descobriu uma distorção. Os cálculos foram feitos com base no "PIB velho" do país, ou seja, não levaram em conta a mudança de metologia do IBGE, promovida em março deste ano, que revelou um país mais rico - ou menos pobre - do que se imaginava (leia aqui). O FMI já cometeu esse erro (leia aqui), mas depois se corrigiu (leia aqui).

Leia também:
» IDH correto pode variar de 0,802 a 0,808

A ONU também não atualizou os dados sobre analfabetismo - nesse caso, porém, o procedimento afetou a nota de quase todos os países, e não apenas do Brasil.

Com base no recálculo do PIB, Terra Magazine já havia anunciado há oito meses a entrada do Brasil no (atenção, leitores: ativar sensores de ironia) "primeiro mundo da área social" (leia aqui).

Mas qual é o IDH correto? Aí há números para todos os gostos, de acordo com a metodologia empregada (leia aqui). Na pior das hipóteses, o índice sobe para 0,802. Na melhor delas, salta para 0,808 e nos coloca na honrosa posição de 64º melhor lugar do mundo para se viver (desativar sensores de ironia).

A salada metodológica é uma evidência de que o ranking do IDH não deve ser encarado como verdade absoluta - alguém aí acredita que dados estatísticos da Islândia e da Tanzânia são colhidos com o mesmo rigor científico? (Antes que nos acusem de preconceito, esclarecemos que são, respectivamente, o primeiro e o último colocados na lista.)

Tomemos como outro exemplo o curioso desempenho de Rússia, Índia e China, três países que, juntamente com o Brasil, formam o chamado grupo dos Brics, estrelas do mundo emergente. Apesar de seu fantástico crescimento econômico, a China permaneceu na mesma posição nos dois últimos rankings anuais (81ª). Rússia e Índia, por sua vez, caíram (de 65ª para 67ª e de 126ª para 128ª).

Não se trata aqui de desmoralizar o IDH, mas essas evidências mostram que o índice é muito mais útil para avaliar a evolução de um país ao longo do tempo (mesma metodologia, mesma qualidade dos dados) do que para comparar diferentes nações (infinidade de metodologias, diferenças na confiabilidade das informações).

E o que exatamente a evolução dessa nota revela sobre o Brasil? E o que não revela? Vamos por partes:

1) Brasileiros estão vivendo mais

Um dos fatores avaliados para definir a qualidade de vida de um país é a longevidade - mais exatamente, a expectativa de vida ao nascer, ou a projeção do número médio de anos que irão viver os cidadãos nascidos em um determinado ano. Segundo o Pnud, órgão da ONU que calcula o IDH, os brasileiros tinham em 2005 uma expectativa de vida ao nascer de 71,7 anos. Em 2004, eram 70,8 anos, e, em 2000, 67,7 anos. Esse aumento da longevidade é um indicativo de melhoras no acesso a alimentação, saúde e saneamento.

2) Brasileiros têm mais acesso à educação

Também pesam no cálculo do IDH a taxa de alfabetização de adultos e a taxa de escolarização, que mede o percentual de pessoas matriculadas no nível de ensino adequado para sua idade. No Brasil, de 2004 para 2005, o analfabetismo caiu de 11,4% para 11% - mas, curiosamente, essa evolução não foi registrada no relatório do Pnud. O relatório captou, porém, uma queda no percentual de pessoas em idade escolar fora das escolas e universidades (de 14% para 12,5%).

A ressalva é que ambos os dados são meramente quantitativos - ou seja, o índice não diz nada a respeito das diferenças entre os países no quesito qualidade do ensino, por exemplo.

3) Renda de brasileiros aumenta

Por fim, também a renda influi no cálculo do IDH. Mais especificamente, a renda per capita com base na paridade do poder de compra (PPC). Esse índice serve para comparar o poder aquisitivo em diferentes países, e leva em conta não apenas a renda, mas os preços de uma cesta de produtos - afinal, não dá no mesmo, em termos de poder de compra, receber um salário de US$ 1.000 nas já citadas Islândia e Tanzânia.

Mesmo levando em conta apenas o "PIB velho", o relatório do IDH mostra que a renda dos brasileiros aumentou, entre 2004 e 2005, de US$ 8.195 PPC para US$ 8.402 PPC.

O que o IDH não mostra é a forma como a renda é distribuída - dois países com a mesma renda per capita podem ser completamente distintos se, em um deles, a elite abocanha a maior parte da riqueza.

E o Brasil, apesar de ter reduzido a desigualdade nos últimos anos, continua sendo um dos campeões da concentração de renda. Em 2005, os 10% mais ricos abocanhavam 44,8% do PIB, e os 10% mais pobres, apenas 0,9%.

(Observação: Terra Magazine alertou há mais de um mês o escritório do PNUD em Nova York sobre a possibilidade de erro no IDH do Brasil. O alerta foi feito por email, no dia 23 de outubro)

Terra Magazine

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2104728-EI6578,00.html


IDH correto pode variar de 0,802 a 0,808

Terça, 27 de novembro de 2007, 10h03

Daniel Bramatti

É fato que está errado o IDH do Brasil anunciado hoje pela ONU, já que foi calculado com base no "PIB velho" do IBGE. E a ONU nem pode ser diretamente responsabilizada, já que usa dados do Banco Mundial. Mas qual é o IDH correto? Eis uma pergunta com várias respostas:

A lógica

Terra Magazine, por conta própria, atualizou os dados do Banco Mundial seguindo a lógica de que, se o PIB revisado pelo IBGE é 10,8% maior, então o PIB per capita PPC (que mede o poder aquisitivo em dólares) é também 10,8% maior.

Foi essa lógica que o FMI seguiu ao atualizar seu banco de dados com o novo PIB, no mês passado, depois de cometer uma mancada em abril (leia aqui).

E essa lógica é também a seguida por Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. Consultado por Terra Magazine, Olinto advertiu que o IBGE não calcula PIB per capita PPC e que essa área é como um "pântano estatístico", dada a falta de uma metodologia única. Mas ele avalizou a simples regra de três usada pela reportagem.

A conta também foi considerada correta pelo economista Fernando Prates, da Fundação João Pinheiro, especialista em IDH.

Por essa lógica, a renda per capita PPC do Brasil sobe de US$ 8.402 para US$ 9.318, e o IDH, de 0,800 para 0,806.

O pântano estatístico

Para o Banco Mundial, fonte oficial da ONU, a conta não é tão simples. A instituição atualizou o PIB brasileiro em 10,8%, mas o PIB per capita PPC em apenas 2,2%.

Consultado por Terra Magazine a respeito desse fenômeno, o economista Changqing Sun, responsável pelo cálculo, afirmou que a entidade estima o dado com base no ano referência de 1996, ou seja, o PIB PPC de 1996 é extrapolado para os anos seguintes com base no crescimento do PIB e na variação de preços no Brasil e nos Estados Unidos. "Assim, ainda que o tamanho do PIB nominal tenha sido revisado para cima, houve pouca mudança na taxa de crescimento real e nos preços entre 1996 e 2005, e não há mudança correspondente do PIB per capita PPC."

Admitindo-se a possibilidade de que o economista esteja certo, a revisão do PIB eleva a renda per capita PPC do Brasil de US$ 8.402 para US$ 8.586, e o IDH, de 0,800 para 0,802.

Outra referência

Assim como o Banco Mundial, o FMI também calcula a renda per capita PPC, com uma metodologia diferente. Até o ano passado, as duas entidades apresentavam resultados bem próximos, com uma diferença em torno de 2,5%. Mas, após o recálculo com o "novo PIB" brasileiro, abriu-se uma divergência de quase 11%, ou US$ 8.586 (Banco Mundial) contra US$ 9.547 (FMI).

O FMI não é usado como fonte da ONU, mas, se o seu cálculo de renda per capita PPC estiver correto, o IDH chega a 0,808.

Outras variáveis

A ONU não levou em conta, no relatório do IDH, a evolução da taxa de alfabetização no mundo entre 2004 e 2005. No caso do Brasil, o analfabetismo caiu de 11,4% para 10,9% no período, de acordo com o IBGE. Isso significaria uma elevação de 0,003 no IDH final.

Outro problema estatístico: a renda per capita de 2005 foi calculada com base em uma projeção de população de 184 milhões de brasileiros. Mas a Contagem Nacional da População, feita recentemente pelo instituto, revelou que apenas em 2007 chegamos a esse número.

Levando-se em conta um crescimento populacional de cerca de 1,15% desde o Censo de 2000, havia em 2005 cerca de 180 milhões de pessoas no país, ou 4 milhões a menos.

Consultado por Terra Magazine, o IBGE afirmou que pode revisar a renda per capita de 2005, mas somente após refazer as projeções de população para o futuro. Se isso acontecer, com menos gente para repartir o PIB, a renda per capita subirá, e o IDH ganhará um acréscimo de 0,002.

Terra Magazine

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2104696-EI6578,00.html


[]´s

Enviado: Ter Nov 27, 2007 1:21 pm
por PRick
Pedro G.,

Não é nenhuma novidade os erros ou incorreções de nossa mídia, e ainda com os cálculos defasados ou incorreto estamos melhorando, imagine quando foram consertados os cálculos e colocarem as estásticas mais recentes do PIB, entre outras. :wink:


[ ]´s

Enviado: Ter Nov 27, 2007 1:40 pm
por Sniper
Não confio neste tipo de estatística.

Por conta de um erro o país sai ou entra na faixa dos elevados IDH's, a Arábia Saudita por exemplo, após concertado um erro referente a taxa de matrículas nas escolas subiu 15 posições.

Esse tipo de estatística não serve para muita coisa... :?

Enviado: Ter Nov 27, 2007 1:54 pm
por Sniper
Pobres da Noruega ganham mais que ricos em 57 países

Um cruzamento de dados divulgado pelo escritório brasileiro do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) mostra que os 10% da população de renda mais baixa na Noruega ganham mais do que os 10% mais ricos de 57 países, entre eles Ucrânia, Egito, Índia e Paquistão.

Os dados divulgados pelo PNUD mostram ainda que os 10% da população mais rica do Brasil, apesar de ter renda média 57 vezes maior do que os 10% mais pobres do próprio país, ganham apenas 2,5 vezes mais do que os 10% mais pobres da Noruega.

As conclusões são baseadas em dados contidos no Relatório de Desenvolvimento Humano, divulgado anualmente pelo PNUD, e que classifica os países de acordo com diversos indicadores socioeconômicos, como educação, renda e expectativa de vida.

A Noruega ocupa o 1º lugar no índice de desenvolvimento humano do PNUD divulgado em 2006, enquanto o Brasil ocupa apenas o 69º lugar.

Diferenças

A pesquisa mostra que os 10% mais ricos do Brasil ganham em média US$ 37.534 ao ano, enquanto os 10% mais pobres da Noruega têm uma renda média anual de US$ 14.964. Os 10% mais pobres do Brasil têm renda média anual de US$ 656.

A diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres na Noruega é de apenas seis vezes.

As comparações dos valores foram feitas levando em consideração a paridade do poder de compra, que elimina distorções causadas pela diferença no custo de vida dos diversos países.

O cruzamento de dados do PNUD mostra que em sete países a renda anual dos 10% mais pobres ultrapassa os US$ 10 mil anuais – além de Noruega, Japão, Finlândia, Irlanda, Suécia, Áustria e Bélgica.

No outro extremo, em 42 países a renda média dos 10% mais ricos não ultrapassa os mesmos US$ 10 mil – isso ocorre, por exemplo, na Índia, no Paquistão, em Bangladesh e no Vietnã.

Segundo o relatório, a Bolívia é o país com a maior desigualdade entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres – US$ 12.849 por ano contra US$ 82, uma diferença de 157 vezes.

O segundo mais desigual é a Namíbia, onde a diferença é de 129 vezes – US$ 48.052 anuais para os 10% mais ricos contra US$ 372 para os 10% mais pobres.

O país menos desigual, segundo o PNUD, é o Azerbaijão, onde os 10% mais pobres recebem US$ 2.218 ao ano, cerca de um terço da renda dos 10% mais ricos (US$ 7.393 anuais).

O segundo país menos desigual é o Japão, com uma renda anual de US$ 63.408 para os 10% mais ricos contra US$ 14.026 para os 10% mais pobres – uma diferença de 4,5 vezes.

Os relatório mostra ainda que os países com as maiores rendas médias anuais entre os 10% mais ricos da população são Estados Unidos (US$ 117.931), Hong Kong (US$ 105.747), Irlanda (US$ 104.820) e Cingapura (US$ 90.848).

Entre os países com as menores rendas entre os mais pobres estão Serra Leoa (US$ 28 anuais), Níger (US$ 62), República Centro-Africana (US$ 77) e Bolívia (US$ 82).

:shock: :shock: :shock:

Enviado: Ter Nov 27, 2007 1:58 pm
por Sniper
Brasil avança menos do que outros países

O economista brasileiro Flávio Comin, assessor especial para Desenvolvimento Humano da ONU e um dos autores do relatório de desenvolvimento humano divulgado nesta terça-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), diz que é preciso ter cautela na hora de avaliar a importância da classificação do Brasil entre os países de alto desenvolvimento humano.
“É um fato simbólico, mas é preciso cautela na leitura dos números”, afirmou. “O Brasil vem avançando em termos absolutos e caindo em termos relativos”, disse.

O país passou de 0,798 para 0,800 entre 2004 e 2005 (num índice que vai até 1), mas caiu da 69ª para a 70ª posição no ranking de 177 países neste mesmo período. “É a questão do copo meio cheio ou meio vazio. Pra mim, o copo está meio vazio”, diz Comin.

A piora em relação a outros países, apesar da melhora dos indicadores em termos absolutos, mostra que o Brasil está avançando, mas indica que os outros países estão avançando mais, avalia o especialista. “O IDH foi feito para comparar vizinhos”, afirma.

Uma comparação entre o PIB per capita e o IDH mostra se o país está avançando mais na área econômica ou nos indicadores sociais.

Nos outros seis países da América Latina classificados como de alto desenvolvimento humano – Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba e México – o IDH é maior do que o PIB. No Brasil, o PIB per capita é maior do que os indicadores de desenvolvimento humano.

Pobreza e desigualdade

Além do IDH, ele diz que é preciso olhar outros dados, mais específicos, para avaliar melhor a situação do país em termos de desenvolvimento humano.

Os cinco principais indicadores, diz ele, são pobreza humana, desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna.

O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.

Outro indicador importante, diz Comin, é a mortalidade infantil. A média brasileira de 31 mortes por mil crianças nascidas é maior do que na maior parte da região, mas o indicador mais preocupante, segundo ele, é a desigualdade entre as camadas mais ricas e mais pobres da população.

Enquanto entre os 20% mais ricos a mortalidade infantil é de 29 por mil, entre os 20% mais pobres salta para 83 por mil. “É uma taxa africana”, diz Comin.

Já a mortalidade materna é de 110 por 100 mil, quase o dobro da Venezuela, por exemplo, de 57 por 100 mil.

O coordenador do relatório, Kevin Watkins, elogiou os programas de distribuição de renda do governo brasileiro e os resultados "dos últimos quatro ou cinco anos" na redução da desigualdade.

"Frequentemente os economistas nos dizem que é preciso escolher entre crescimento econômico e redistribuição, e o Brasil está mostrando que se pode ter os dois", afirmou.

A expectativa dos especialistas é que o Brasil continua a melhorar o índice nos próximos anos, mas a classificação no ranking depende também das ações dos outros países, que podem melhorar sua condições num ritmo mais acelerado.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... iadb.shtml

Enviado: Ter Nov 27, 2007 2:06 pm
por Sniper
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?

Enviado: Ter Nov 27, 2007 2:40 pm
por WalterGaudério
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 2:42 pm
por Wolfgang
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 4:17 pm
por Centurião
Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.


Plenamente de acordo. As universidades devem conseguir mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada. De certa forma, as condições para esse cenário foram dadas.

Enviado: Ter Nov 27, 2007 7:41 pm
por manuel.liste
http://hdr.undp.org/en/media/hdr_20072008_tables.pdf

Quince europeos entre los veinte primeros con mayor desarrollo :D

España, a dos milésimas de los EUA (les vamos a superar) :twisted:

Enviado: Ter Nov 27, 2007 8:20 pm
por orestespf
Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.



Bem... É muito desagradável pra mim falar em universidades federais, sempre passará a idéia que estou puxando brasa pra minha sardinha. Mas...

O governo FHC investiu fortemente no ensino fundamental e médio, criou condições para melhorar o acesso ao ensino universitário privado (Prouni). As universidades federais (públicas em geral, menos as paulistas) sofreram pesadas perdas de investimento naquele governo (estratégia do sr. Paulo Renato, ex-ministro da Educação, para privatizar as mesmas. Não estou entrando no mérito). Este governo não mudou as regras para as universidades públicas.

Pergunto:

1) Quais os resultados concretos e visíveis da política de "valorização" do ensino fundamental e médio adotado pelo governo FHC? Dados oficiais, claro.

2) O que significa dizer que as universidades ganham muito? Quanto? Qual parâmetro de comparação.


Com dados oficiais a gente pode discutir melhor o assunto.


Grande abraço,

Orestes

Enviado: Ter Nov 27, 2007 8:22 pm
por orestespf
Centurião escreveu:
Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.


Plenamente de acordo. As universidades devem conseguir mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada. De certa forma, as condições para esse cenário foram dadas.


Quais são as condições que foram dadas para as universidades obter mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada?

Tem anos que faço parte do processo e que este ponto é reivindicado e não conseguido.

Poderia apontar as fontes para tal informação? Se não, este pensamento não procede, acaba caindo no vazio.


Abraços,

Orestes