Koslova escreveu:Se vocês analisarem os últimos projetos ocidentais de SSK´s, verão que acontece um fenômeno similar aos dos aviões de combate, os preços cresceram de forma considerável, bem como as capacidades dos modelos.
Tanto a família U-212/214 quanto o Scorpone são modelos na faixa de 1500ton, que atingiram um limite de preços para marinhas médias. Isto para não falar em projetos realmente oceânicos na faixa de 2400ton que já saíram do “bolso” de quase todas as marinhas do mundo, exceto claro aquelas que contam com SSN e não parecem estar muito dispostas a pagar caro por um SSK.
Na Rússia uma das apostas até uns tempos atrás era a join venture com a Itália no projeto do S1000. A idéia era unir o útil ao agradável. A capacidade de construção russa com a industria naval italiana que apesar de não ter exportado nenhum exemplar da classe Sauro, tem alguma penetração no mercado mundial de navios militares.
O S1000 é um navio costeiro, pensado para regiões como o mediterrâneo, báltico, mar do Japão, mar da china, golfo pérsico entre outros lugares, onde existem duas dúzias de marinhas que não precisam de um submarino com milhares de milhas de raio de ação ou 50 dias no mar, mas que apreciariam um barco relativamente barato com quase toda a sofisticação de navios maiores.
Este projeto da Thyssen/HDW parece ir na mesma linha, oferecer uma opção de submarino sofisticado a preços menores do que navios na faixa de 1500ton.
Um dos trunfos desta nova safra de projetos parece ser o de apostar na automatização maciça de seus sistemas, reduzindo ao maximo tripulações e obtendo um incremento de poder de combate por deslocamento que potencialize a sua letalidade.
Muito interessante.
Mas não surpreendente do ponto de vista mercadológico.
Obrigado por ter postado Marino, e por ter comentado Koslova.
Neste feriadão eu estava entretido em
vigiar o vento e tomar água de coco no litoral cearense
, e me lembrava de um tópico aberto pela Koslova sobre as chances do Amur em emplacar em algumas Marinhas...,
...pois bem. Vem totalmente a calhar este tópico sobre este U-210.
Era algo que a HDW/Ferrostaal/IKL não poderia deixar de fazer em função de líder mundial na área de submarinos convencionais. Diante do SMX-23 e do Projeto russo-italiano, os alemães simplesmente teriam que dar uma resposta de marketing até mesmo para dar satisfação aos acionistas.
Até aí sem novidades.
A questão que se nos coloca é a seguinte: Até que ponto projetos "Gripen" podem emplacar?
Explico o termo "Gripen" e adianto aos foristas da torcida sueca, que não o faço de maneira pejorativa.
Um projeto pensado para ter algumas características "universais" tem o mérito de agradar quase completamente gregos e troianos(no caso do projeto IKL-209, literalmente gregos e troianos-turcos
) e portanto serem vendidos à rodo em todos os continentes(não vem o caso aqui de colocarmos considerações políticas que afetaram as escolhas e sucessos desses projetos mais antigos - IKl-209 séries pré-anos 80, Agosta, Kilo 877E.
Eram projetos que visivelmente tinham 80% de suas características pré-definidas e o restante eram escolhas “personalizadas” pelos clientes, mas que não passavam de variações quase sempre já previstas no projeto original.
A realidade da guerra fria ditava isso, e era assim que o mercado de submarinos funcionava.
Essa história de se elaborar um projeto que atenda somente dois ou três clientes em potencial, tem TODAS as minhas reservas. Um submarino de 1000t de deslocamento submerso, ainda que possua uma qte de torpedos relativamente alta para a sua tonelagem(14), é algo demasiado limitante para um mercado que certamente gira (em média) em torno de produtos oceânicos/semi-oceânicos, principalmente na era de sistemas AIP.
O mercado resultante para esses submarinos costeiros é restrito à alguns países que sequer(até onde sei, pelo menos) manifestaram interesse por máquinas desse tipo.
Citaria de cara o óbvio: Indonésia, Grécia(pouco provável, mas taticamente aplicável o conceito, dentro do cenário de emprego provável ), e porque não, a Colômbia , esta última simplesmente porque em prega atualmente mini-submarinos de cerca de 300t de deslocamento de projeto italiano.
Poder-se-ia citar tb os países Balticos(?), e os nórdicos(exetuando-se logicamente a Suécia)
Resumo da ópera, era um nicho de mercado inexplorado, e com uma vocação de ressucitação bem questionável.
Os prováveis clientes farão a pergunta dos clientes da Ford brasileira no fim dos anos 90. Compro um ford Ka 1.4, ou vou mesmo de Ford Fiesta 1.6 que custa apenas um pouco mais , mas é um produto melhor?
Vamos nos lembrar do caso “Gripen” um avião de caça cheio de méritos, mas que estava condenado já no nascedouro por ter sido concebido “para dentro” pela SAAB.
Existia um limite de crescimento em projeto de engenharia em relação ao “gripen”, como também havia no que diz respeito ao projeto russo Amur. São projetos com excesso de otimização, com pouca ou nenhuma margem de crescimento. E por isso com apenas alguns clientes trabalháveis.
Acho que esse projeto alemão pode emplacar de maneira limitada dentro do conceito do bom, bonito e barato(?), mas não terá muito fôlego. A não ser que os países da península arábica, como por exemplo os EAU, a própria Arábia Saudita, e talvez o Bahreim, resolverem constituir pequenas flotilhas submarinas.
Temos tb o Vietnam que à anos vem ventilando a hipótese de constituir um componente submarino..., haveria neste caso tb um interesse das Filipinas (...)
A Colômbia e o Equador tb seriam candidatos em potencial. Mas este último, por motivos políticos poderia ser empurrado para material russo superior em termos de desempenho e que teriam um preço aquisitivo e operacional melhor.(Amur 1850 ou mesmo o 950 ou ainda 1450)
Ou seja, eu não apostaria em um projeto que poderia no máximo vender algumas unidades.
Mas ...
sds
Walter