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REESTRUTURAÇÃO NO EB

Enviado: Seg Mai 19, 2003 10:38 pm
por Guerra
Dentro do plano de reestruturação do EB, a ª Bda vai ser extinta e como conseqüência à maioria de suas unidades serão extintas e seus meios serão distribuídos na 5ª e na 3ª DE.
A 5ª BIB vai se tornar 5ª Bda Bld ( M 60). Ela vai receber uma Bia do 1 GAC AP e a 5 Bia AAAe, que irão para o 5 GAC AP, o 2 RCC que vai para Castro e vai ficar junto com o 5 Esqd C Mec. Cada BIB, vai receber provisoriamente mais uma cia de fzo do 4º BIB (extinto), e futuramente serão trocados por um esqd CC do 2 RCC e este receberá as cia de fzo dos BIB. A 15ª Bda vai receber a 1 cia com.
A 6 BIB (3 DE) vai se tornar também 6 Bda Bld (Leopard). Os BIB receberão 1 esqd do 3 RCC (extinto). O 3 GAC AP uma Bia do 1 GAC AP. O 1 RCC será transferido para o quartel do 8 BI (extinto) e recebe uma cia fzo do 24 BIB (extinto). O CI Bld vai para o 29 BIB. O 4 RCC em Rosário recebe também uma cia do 24 BIB.
“O barata voa” vem agora. O 4 B Log vai para o Pq R Mnt-3. 1 B Com Div vai para o quartel do 4 Blog. O 1 Blog (RJ) para o quartel do 1 B Com Div.
Muitos debatedores defendem uma reestruturação e recompletamento de unidades e ae qual opinião de vocês quanto a essas mudanças?

Enviado: Ter Mai 20, 2003 12:34 am
por Clermont
Deixa ver se entendi bem: quer dizer que o Exército vai acabar com a tradição de denominação de brigadas blindadas por armas. Ou seja, nada mais de “brigada de cavalaria blindada” ou “brigada de infantaria blindada”?

Se for isso, já não é sem tempo.

Também, pelo que entendi, as próprias organizaçãos militares (OM) blindadas, passarão a ser uma espécie de grupo-tarefa, como os regimentos de cavalaria blindada. Ou seja, o batalhão de infantaria blindada (BIB) passará a contar com um esquadrão de carros de combate (Esq CC) e o regimento de carros de combate (RCC) contará com uma companhia de fuzileiros blindados (Cia Fzo Bld)? É outra excelente idéia, embora já tenha lido, há algum tempo, tradicionalistas que eram contra, sob o argumento de que isto colocaria oficiais das armas, comandando subunidades de outras). Eu, como civil, não dou muita importância a essas questões tradicionais. O importante é a eficiência operacional aumentada, integrando-se, em nível de unidades (batalhões e regimentos) os tanques e a infantaria blindada. O que aumentará suas chances de sobrevivência em combate, creio eu.

Quanto à números de unidades, me parece que o Exército possuía 7 BIB, 5 RCC e uns 3 regimentos de cavalaria blindada (RCB). Tudo isso em 3 brigadas de infantaria blindada, 1 brigada de cavalaria blindada e 3 brigadas de cavalaria mecanizada. Era isso mesmo? E como irá ficar agora?

Enviado: Ter Mai 20, 2003 9:08 am
por Guerra
É isso mesmo Clermont, acho que pela primeira vez o EB vai ter duas brigadas blindadas com suas estruturas completas.
Quanto aos btl terem na sua formação uma força tarefa blindada ao invés de receberem esses meios durante o combate, isso não tem o que discutir. Resta saber se essas unidades ainda continuarão a serem denominados btl de inf ou regimentos.



Quanto à números de unidades, me parece que o Exército possuía 7 BIB, 5 RCC e uns 3 regimentos de cavalaria blindada (RCB). Tudo isso em 3 brigadas de infantaria blindada, 1 brigada de cavalaria blindada e 3 brigadas de cavalaria mecanizada. Era isso mesmo? E como irá ficar agora?
A bda extinta é a 11 bda (o btl não é o 24, e sim o 28), eu não tenho certeza quanto a esses numeros que vc disse, mas acho que vai ficar só 2 de inf completas, como eu disse, as outras permanecem.
Notou a padronização do material? Era vc que defendia sempre esta padronização?

Enviado: Ter Mai 20, 2003 9:52 am
por Zero
Sgt Guerra,

Pode esclarecer o que será feito do 28 BIB, 2GAAp, 12GAC e 27BIMtz? Também há um BLog e uma Cia Com e um BEngComb Bld na 11a Brigada. QUal será o destino dessas unidades?

A extinção da 11a Brigada significa que o estado de São Paulo ficará ainda mais sem a presença do EB.

Como o maior contingente de reservistas me parece ser de São Paulo o EB vai investir em levar reservistas de São Paulo para servir em outros estados? Haverá necessiadade disso?

Abraços,

Zero

Enviado: Ter Mai 20, 2003 11:20 am
por VICTOR
Ola pessoal, parabéns pela discussão que está muito interessante!
Gostaria de pedir ao Clermont para, se possível, dar aquela fantástica explicação sobre a organização do EB em batalhões, brigadas etc. e suas diferenças em relação aos outros países, se não for muito complicado.
É que o Clermont explicou isso no fórum velho, eu cheguei a salvar a mensagem mas perdi...

obrigado, um abraço!

Correção

Enviado: Ter Mai 20, 2003 11:56 am
por Zero
Onde escrevi 27 BIMtz, entendam 37BIMtz.

Descrição da 11ª Brigada de Infantaria Blindada no sítio do EB:

[quote]Contando com o grande poder de fogo e blindagem de seus carros de combate a 11ª Bda Inf Bld é a mais potente peça de manobra na área do CMSE. A ela estão subordinadas as seguintes Organizações Militares operacionais:

- 4º Batalhão de Infantaria Blindado; (Osasco)
- 28º Batalhão de Infantaria Blindado; (Campinas)
- 37º Batalhão de Infantaria Motorizado; (Lins)
- 2º Regimento de Carros de Combate; (Pirassununga)
- 2º Grupo de Artilharia Auto Propulsado; (Itú)
- 2º Batalhão Logístico; (Campinas)
- 2ª Companhia de Comunicações Blindada. (Campinas)
[/quote]

Creio que o 2º B E Cmb - Pindamonhangaba também faz parte dessa brigada.

Para o Victor

Enviado: Ter Mai 20, 2003 11:40 pm
por Clermont
Salve Victor,

Felizmente, o Sgt Guerra corrigiu vários erros. Mas espero que ele corrija mais alguns que devam ter ficado.


Cada Arma combatente tem sua própria organização herdada pelas tradições. No caso brasileiro, principalmente francesas.

Assim, na infantaria do Exército brasileiro, a fração fundamental é chamada de GRUPO DE COMBATE (GC). Liderado por um 3o Sargento, enquadrando um cabo e sete soldados. Ele se subdivide em duas ESQUADRAS DE FUZILEIROS (Esqd Fzo), com quatro homens. Sendo uma liderada por um cabo, auxiliar do sargento, e a outra por um soldado veterano.

Pequeno detalhe, o que nós chamamos de GC, os americanos chamam de “esquadra de fuzileiros” (ou “rifle squad”). O que nós chamamos de esquadra de fuzileiros, os americanos chamam de “equipe de fogo” (ou “fire team”). É um lembrete bom, caso alguém tenha de ler algum livro de assuntos militares americanos.

Três destes GC formam o PELOTÃO DE FUZILEIROS (Pel Fzo), com um total entre 30-40 elementos. Ele é liderado por um 2o Tenente, tendo como adjunto um 2o Sargento. Estes são auxiliados por pessoal especializado, como radioperadores, e mensageiros, estando agrupados no GRUPO DE COMANDO (Gp Cmdo). Antigamente, os pelotões possuíam uma peça de morteiro 60 mm, mas isso parece ter acabado. Os americanos tem um “Grupo de Metralhadoras ("weapons squad", ou esquadra de armas), com duas peças (armas) M-60 com bipé, fornecendo apoio às suas “rifle squads”.

Três destes Pel Fzo formam a COMPANHIA DE FUZILEIROS (Cia Fzo), juntamente com um PELOTÃO DE APOIO (Pel Ap). Este é composto por armas coletivas como metralhadoras MAG, em tripé; armas antitanque (canhões sem recuo ou lança-rojões) e morteiros médios de 81 mm. A Cia Fzo é comandada por um capitão, auxiliado por um 2o Tenente. O comando juntamente com especialistas, como cozinheiros, escreventes, radioperadores e pessoal de manutenção de emergência, são agrupados na SEÇÃO DE COMANDO (Sç Cmdo). Uma companhia brasileira deve ter por volta de 140-180 homens.

Três dessas Cia Fzo e mais uma COMPANHIA DE APOIO (Cia Ap) formam o BATALHÃO DE INFANTARIA (BI), estes variam de acordo com suas especializações, isto é, pára-quedistas, blindados, de selva etc. As Cia Ap equivalem aos pelotões de apoio. Mas, além das metralhadoras MAG em tripé, contém lança-mísseis antitanque e antiaéreos. E também morteiros, ou de 81mm ou pesados de 120 mm. O BI também possui uma Companhia de Comandos e Serviços, que reúne as especializações como manutenção, suprimentos, saúde e apoio ao estado-maior de batalhão. O batalhão é comandado por um coronel. Um batalhão brasileiro deve ter um efetivo em volta dos 600 homens (parece que unidades especiais como o Batalhão da Guarda Presidencial, chega a mais de 1000 homens).

A cavalaria do Exército segue o mesmo modelo, só que adota, acima do nível de pelotão, o termo tradicional de ESQUADRÃO (Esq). Ou seja, um esquadrão de cavalaria é equivalente a uma companhia de fuzileiros.

Três esquadrões formam o REGIMENTO, equivalente de cavalaria ao batalhão de infantaria. Como nesta última, as especializações ditam o tipo de regimento. Assim, as unidades de tanques do Exército brasileiro, denominam-se REGIMENTOS DE CARROS DE COMBATE (o termo tradicional brasileiro, herança da Missão Militar Francesa). As unidades de reconhecimento de blindados sobre rodas, são chamadas de REGIMENTOS DE CAVALARIA MECANIZADA. E a cavalaria ainda tem (ou tinha, não sei mais) o chamado REGIMENTO DE CAVALARIA BLINDADA, que possui uma organização mista de um esquadrão de carros de combate e um de fuzileiros blindados. Aliás, sempre achei esta, a mais interessante das organizações militares do Exército.

Quanto à artilharia, ela usa o termo SEÇÃO para um conjunto de duas peças de obuseiros, sendo o equivalente ao pelotão das outras armas. E duas seções de tiro formam a BATERIA DE TIRO (ou de comando, ou de observação) que é equivalente a as companhias e esquadrões. Um número variável destas baterias de tiro formam o GRUPO DE ARTILHARIA o equivalente aos batalhões ou regimentos. Os grupos de artilharia podem ser de campanha (a artilharia de apoio de campo de batalha); antiaérea; de costa. Podem autorebocados, ou autopropulsados (obuseiros instalados em viaturas blindadas).

As outras armas (engenharia, comunicações), pelo que eu sei, usam o modelito da infantaria.

Acima destes escalões, estão as organizações de combate interarmas. Isto é, que agrupam e fazem trabalhar em conjunto todas essas organizações já citadas. Com cada uma delas incrementando as vantagens das outras, ao mesmo tempo que minimizam suas respectivas desvantagens. Elas estão sob o comando de oficiais-generais. Elas são:

1) As brigadas: estas podem ser blindadas – de infantaria ou cavalaria (denominações em extinção); de cavalaria mecanizada (grandes formações de blindados leves); de infantaria motorizada (transportada em caminhões); de selva (formações leves, aptas a se movimentarem por dentro da selva); a brigada de pára-quedistas (apta a ser jogada de dentro de um avião, sem que seus soldados sejam reduzidos à extrato de tomate, quando atingirem o chão); a brigada de infantaria leve (destinada a ser transportada por helicópteros de assalto); as brigadas de artilharia de costa e antiaéreas (para proteção do litoral). Estas são as principais unidades de combate do Exército, quase que mini-divisões. Além dos seus elementos de manobra (os diferentes batalhões, regimentos e grupos) enquadra várias formações de apoio, tais como companhias de engenharia, comunicações, polícia militar etc.

2) As divisões-de-exército: no Brasil, creio não ser um erro considerar tais escalões como equivalentes ao corpo-de-exército de outras nações. Sua principal função é aprofundar e sustentar o poder de combate das brigadas. Elas não tem organização fixa, como as tradicionais divisões do Exército dos Estados Unidos, podendo enquadrar um número variável de brigadas. Para isso, ao menos na teoria, elas deveriam conter um núcleo fixo, composto por vários elementos de combate e de apoio. Os mais importantes sendo um grupo de artilharia antiaérea (GAAAé); um grupo de artilharia 155 autorebocada (GAC 155 AR) e um regimento de cavalaria mecanizada (RC Mec).

No mais alto nível se encontram os Comandos Militares de Área do Exército, sucessores dos antigos exércitos brasileiros. Além de enquadrarem as divisões-de-exército, elementos de combate, enquadram as regiões militares, organizações responsáveis pela manutenção da infraestrutura e pelas atividades de recrutamento do Exército.

Enviado: Qua Mai 21, 2003 12:00 am
por Clermont
Zero escreveu: A extinção da 11a Brigada significa que o estado de São Paulo ficará ainda mais sem a presença do EB.

Como o maior contingente de reservistas me parece ser de São Paulo o EB vai investir em levar reservistas de São Paulo para servir em outros estados? Haverá necessiadade disso?


Salve, Zero.

Neste caso por vc citado, seria mais um motivo para começar a se estudar, seriamente, o fim do serviço militar obrigatório. Na Itália, um dos motivos que levaram a essa conclusão, foi o índice de suicídios entre jovens recrutas que eram, por exemplo, alistados na Sicília e enviados para servir no norte da Itália.

Quanto a presença do Exército em São Paulo, tirando a defesa do porto de Santos, não vejo tanta necessidade de uma grande presença do Exército. A PM paulista tem uns 100 mil homens. É mais do que suficiente para garantir a segurança interna. Que, aliás, não deveria ser preocupação do Exército brasileiro. Ao menos, em minha opinião.

olha eu aqui de novo

Enviado: Qua Mai 21, 2003 12:21 am
por miliko
Finalmente consegui achar vcs!! To na área novamente!!
o q ocorreu com o forum antigo do outro site?

Enviado: Qua Mai 21, 2003 12:54 am
por Vinicius Pimenta
Clermont, fantástico cara! Excelente texto! =D>

Eu achei bem complexa a organização do EB, realmente não é fácil administrar tudo isso. Foi você que elaborou este texto?

Enviado: Qua Mai 21, 2003 1:18 am
por Clermont
Salve Miliko, bom ver o companheiro em ação mais uma vez.

Aliás, é bom ter um valente da Arma de Osório para dar a sua visão das mudanças nas forças blindadas brasileiras.

Quando ao que ocorreu no outro fórum, não há modo de se ter certeza. Mas tudo indica que o "Sgt. Morte & Destruição" ficou sabendo que o sagrado nome dele havia sido citado de novo e, sendo advogado (segundo ele dizia) deve ter ameaçado a direção do fórum, de novo.

Se foi isso, acho uma falta de firmeza surpreendente daquele pessoal. Ora, bastava ter apagado as tais referências, inclusive com a foto dele.

Aliás, não vi nada que fosse assim tão insultuoso para justificar tanta celeuma. O cara chegou até a fazer ameaça de morte!

É mole ou quer molho?

Mas tem males que vem pro bem. Pelo menos neste fórum, o administrador é de verdade. E não um "fantasminha pluft", como no outro fórum. E isto será garantia de que os piores excessos serão coibidos.

Enviado: Qua Mai 21, 2003 1:26 am
por Clermont
Salve Vinicius, que bom que vc gostou.

Sim, elaborei o texto, baseando-me em várias mensagens de companheiros militares que li, lá no outro fórum. Esta é uma versão expurgada de vários erros pelo Sgt Guerra. Se bem que devem haver outros escondidos por aí.

Enviado: Qua Mai 21, 2003 1:54 am
por Vinicius Pimenta
Fala Clermont,

Esta organização não tem nada de confidencial, não é? Haveria algum problema de colocá-la no site? Se houver possibilidade, tratarei disso com você por MPs para não fugir do assunto do tópico.

Ah, obrigado pelo elogios de "administrador de verdade"!:mrgreen:

E Miliko, seja bem-vindo! :wink:

Enviado: Qua Mai 21, 2003 10:38 am
por Guerra
Zero escreveu:Sgt Guerra,

Pode esclarecer o que será feito do 28 BIB, 2GAAp, 12GAC e 27BIMtz? Também há um BLog e uma Cia Com e um BEngComb Bld na 11a Brigada. QUal será o destino dessas unidades?

Como o maior contingente de reservistas me parece ser de São Paulo o EB vai investir em levar reservistas de São Paulo para servir em outros estados? Haverá necessiadade disso?
Zero


Caro Zero fiquei sabendo dessas mudanças por amigo que serve na 6ª Bda, embora ele afirme que essas mudanças estão decididas ele não faz ideia de quanto serão feitas e tem algumas duvidas também. O 28 BIB vai ser extinto, mas tenho duvida se não será o 24 BIB, o restante não faço a minima ideia.
O efetivo dessas OM, eu acho que não vai ser transferido, pelo que eu entendi só o material, inclusive o fato dos BIB receberem primeiro uma cia de fzo bld e depois trocar por um esqd, é por não ter naquelas unidades especialista em M-60 ou Leopard, e troca será efetuada quando os quadros estiverem completos.

Enviado: Qua Mai 21, 2003 10:42 am
por Guerra
Outra mudança prevista é a da 3ª Bda Inf Mtz para Brasília. Nas instalações da 3ª vai ser implantada a Bda Op Esp. O B Ac Cmdos fica onde é o atual 42 BI. O CIOpEsp continua no RJ, onde é o atual 1 BFEsp.