O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9901 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 21, 2018 11:48 pm

knigh7 escreveu:A propósito: de SAM precisamos de milhares. E de mísseis BVR? 100? 200 no máximo?
Eu vou fazer uma conta de padaria Manuel.

O GDA em Anápolis terá em 2024 seus 36 Gripen E. Cada caça desse possui 10 pontos fixos, dos quais 9 podem ser equipados com mísseis. Tirando os dois da ponta das asas (WVR), restam 7 pontos que podem levar um BVR. Encurtando, temos uma demanda hipotética para 164 mísseis BVR. Isso seria o mínimo, apenas para equipar o GDA. Se levarmos em consideração que o Gripen E pode ser equipado com cabides duplos para BVR, então um único caça pode levar até 11 mísseis. Isso significa 396 undes apenas para equipar o GDA.

Dá para ver que nossas demandas em termos de BVR não são exatamente pequenas, assim como as da AAe.

Se considerares que a FAB quer 108 caças, bem, seriam 756 BVR's a serem adquiridos. Se multiplicar por 11 então esses números... :roll:

Bem, embora eu não acredite que um dia venhamos de fato a ter qualquer coisa perto disso, ao menos na teoria temos mais que motivos concretos para investir em um míssil BVR nacional. E se os números acima não forem suficientes para convencer quem de direito, tudo bem, podemos continuar fazendo a figuração de sempre e tá tudo em casa.

Afinal, ninguém aqui está preocupado mesmo se vamos ou não à alguma guerra semana que vem.

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9902 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Mar 22, 2018 2:16 am

Túlio escreveu:Ou seja, temos o radar, temos o msl mas vamos ter que pagar de novo e aprender de novo o que já pagamos e aprendemos na década passada, credo!
Mais uma para a série: E qual a novidade? Não é assim com praticamente todos os programas?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9903 Mensagem por Viktor Reznov » Qui Mar 22, 2018 1:35 pm

FCarvalho escreveu:
knigh7 escreveu:A propósito: de SAM precisamos de milhares. E de mísseis BVR? 100? 200 no máximo?
Eu vou fazer uma conta de padaria Manuel.

O GDA em Anápolis terá em 2024 seus 36 Gripen E. Cada caça desse possui 10 pontos fixos, dos quais 9 podem ser equipados com mísseis. Tirando os dois da ponta das asas (WVR), restam 7 pontos que podem levar um BVR. Encurtando, temos uma demanda hipotética para 164 mísseis BVR. Isso seria o mínimo, apenas para equipar o GDA. Se levarmos em consideração que o Gripen E pode ser equipado com cabides duplos para BVR, então um único caça pode levar até 11 mísseis. Isso significa 396 undes apenas para equipar o GDA.

Dá para ver que nossas demandas em termos de BVR não são exatamente pequenas, assim como as da AAe.

Se considerares que a FAB quer 108 caças, bem, seriam 756 BVR's a serem adquiridos. Se multiplicar por 11 então esses números... :roll:

Bem, embora eu não acredite que um dia venhamos de fato a ter qualquer coisa perto disso, ao menos na teoria temos mais que motivos concretos para investir em um míssil BVR nacional. E se os números acima não forem suficientes para convencer quem de direito, tudo bem, podemos continuar fazendo a figuração de sempre e tá tudo em casa.

Afinal, ninguém aqui está preocupado mesmo se vamos ou não à alguma guerra semana que vem.

abs.
Os Gripen vão ficar baseados em Anápolis? E que aeronaves vão fazer a defesa da fronteira Norte? Os F-5 que já estão caindo aos pedaços?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9904 Mensagem por gabriel219 » Qui Mar 22, 2018 5:18 pm

Túlio escreveu:
knigh7 escreveu:
Vale ressaltar que eu não quero nenhum desses, mas um projeto nacional baseado no A-Darter com o radar Saber M200.
Idem eu, lembrando que a família do CAMM - Sea Ceptor incluído - não é mais do que a evolução natural do ASRAAM, este tecnologicamente inferior ao A-Darter. Ou seja, temos o radar, temos o msl mas vamos ter que pagar de novo e aprender de novo o que já pagamos e aprendemos na década passada, credo! Será que ninguém mais notou que até os diâmetros dos msls são iguais?
1000x

Eu também, já termos praticamente tudo aliás, só falta adaptar o míssil, uma cabeça-de-guerra nova e alguns caminhões. O resto já há tudo, mas...

Dentre as opções, prefiro o CAMM, mas desenvolver uma versão do A-Darter teria que ser prioridade pra ontem.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9905 Mensagem por EDSON » Qui Mar 22, 2018 5:35 pm

O Brasil não quer mas o Iraque mais 4 por favor.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9906 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 22, 2018 10:36 pm

Viktor Reznov escreveu:Os Gripen vão ficar baseados em Anápolis? E que aeronaves vão fazer a defesa da fronteira Norte? Os F-5 que já estão caindo aos pedaços?
A princípio sim. Pelo menos até 2024. Mas com a reativação do 1o/16o Gav naquela base, é provável que algumas undes sejam redistribuídas, creio, para o 1o GavCa e 1o/14o Gav em substituição aos F-5 mais antigos.
Não sei o Adelphi fica ou será transferido após sua recriação em Anápolis, isso vai ser visto mais para frente.
Mas uma coisa eu sei. O Pacau em Manaus com certeza será o último operador de F-5 no Brasil.

abs




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9907 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 22, 2018 10:41 pm

EDSON escreveu:O Brasil não quer mas o Iraque mais 4 por favor.
Bem, o Iraque é um país em guerra praticamente desde 1980. E foram poucos os anos em que não houve alguém ou algo porque lutar neste tempo todo.

O Brasil, ao contrário, mesmo com o mundo inteiro passando por várias revoluções continuou em seu berço esplêndido como se nada estivesse acontecendo ou fosse consigo.

Dá até para entender... mas não para aceitar. :roll:

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9908 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 24, 2018 11:56 am

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
PORTARIA Nº 038-EME, DE 8 DE MARÇO DE 2018.

Aprova a Diretriz de Iniciação do Projeto de
Obtenção e Integração do Subsistema de Controle e
Alerta do Programa Estratégico do Exército Defesa
Antiaérea (EB20-D-08.015).


O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe
conferem os incisos I e VIII, do art. 5º, do Regulamento do Estado-Maior do Exército (R-173), aprovado
pela Portaria do Comandante do Exército nº 514, de 29 de junho de 2010, e de acordo com o que
estabelece o inciso VIII, do art. 12 e o art. 44 das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do
Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de
dezembro de 2011, combinado com o Bloco 2 do Anexo B - Fase de Formulação Conceitual, das
Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida de Sistemas e Material de Emprego Militar
(EB10-IG-01.018), aprovadas pela Portaria nº 233-Cmt Ex, de 15 de março de 2016; com o inciso II, do
art. 30, das Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento do Portfólio e dos Programas
Estratégicos do Exército Brasileiro (EB10-N-01.004), 1ª Edição, aprovadas pela Portaria nº 054, de 30 de
janeiro de 2017; e com a Seção I do Capítulo V, das Normas para Gestão e Acompanhamento de Projetos
do Exército Brasileiro - NEGAPEB (EB20-N-08.001), 2ª Edição, aprovadas pela Portaria nº 176, de 29 de
agosto de 2013 resolve:
Art. 1º Aprovar a Diretriz de Iniciação do Projeto de Obtenção e Integração do Subsistema
de Controle e Alerta, integrante do Subprograma de Suporte do Programa Estratégico do Exército Defesa
Antiaérea, que com esta baixa.
Art. 2º Constituir a equipe que confeccionará o Estudo de Viabilidade do Projeto.
Art. 3º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.
DIRETRIZ DE INICIAÇÃO DO PROJETO DE OBTENÇÃO E INTEGRAÇÃO DO
SUBSISTEMA DE CONTROLE E ALERTA DO PROGRAMA ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO
DEFESA ANTIAÉREA (PROJETO HÓRUS)
1. FINALIDADES
a. Regular as medidas necessárias à iniciação dos trabalhos do Projeto de Obtenção e Integração do
Subsistema de Controle e Alerta da Defesa Antiaérea (Projeto Hórus), integrante do Subprograma de
Suporte do Programa Estratégico do Exército Defesa Antiaérea (PrgEE DA Ae), englobando o Bloco 3 -
Concepção Integrada e o Bloco 4 - Elaboração de Proposta de Modelo de Obtenção, das Instruções Gerais
para a Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar (EB10-IG-01.018), 1ª
Edição, 2016.
Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018. - 11
b. Orientar a confecção do Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica do Projeto de Obtenção e
Integração do Subsistema de Controle e Alerta da Defesa Antiaérea.
2. OBJETIVOS DO PROJETO
a. Contratar o serviço de obtenção e integração do Subsistema de Controle e Alerta da Defesa
Antiaérea da Força Terrestre (DA Ae F Ter), envolvendo as seguintes atividades: gerenciamento, pesquisa
e desenvolvimento, fornecimento, prova de conceito, suporte logístico integrado inicial e offset.
b. Implantar o Projeto de Obtenção e Integração do Subsistema de Controle e Alerta, integrante do
Subprograma de Suporte do Programa Estratégico do Exército Defesa Antiaérea (PrgEE DA Ae).
3. INFORMAÇÕES RELEVANTES PARA A TOMADA DE DECISÃO
a. Antecedentes e Justificativas do Projeto
A expedição da Diretriz Especial nº 01, do Chefe do Estado-Maior do Exército (EME), aprovada por
intermédio da Portaria nº 047-EME, de 27 de abril de 2010, marcou o início do Projeto Estratégico do
Exército Defesa Antiaérea (PEE DA Ae). A referida Diretriz versava sobre os Macroprojetos Iniciais da
Estratégia Braço Forte, a citar: Necessidade Emergencial de Recompletamento (Nível Mínimo) do
Equipamento, Blindados sobre Rodas, SISFRON e Artilharia Antiaérea.
No mês de julho, a Portaria nº 099-EME, de 27 de julho de 2010, definiu os Projetos Prioritários da
Estratégia Braço Forte, dentre os quais figurava o Macroprojeto Sistema de Defesa Antiaérea, e constituiu
o Grupo de Trabalho (GT) inicial para sua implementação.
Em janeiro de 2011, foi emitida pela Diretoria de Material (D Mat) a “Request for Information” (RFI)
n° 01/2011, endereçada às empresas, solicitando informações de materiais para atender ao escopo
visualizado para o então Projeto do Sistema Integrado de Artilharia Antiaérea (SIAAEB), antiga
designação do PEE DA Ae.
Em fevereiro, por intermédio da Portaria nº 008-EME/1ª SCh, de 11 de fevereiro de 2011, o EME
constituiu um GT para elaborar e conduzir o Macroprojeto Sistema de Defesa Antiaérea, atribuindo o
gerenciamento do projeto ao Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (1ª Bda AAAe).
Em maio de 2011, foi realizada uma reunião para análise das respostas à RFI emitida pela DMat e, ao
seu término, foi gerado um documento denominado Ata da Reunião de Análise da RFI, no qual foi
apresentada a necessidade de alteração do cronograma inicial do Macroprojeto Sistema de Defesa
Antiaérea para a elaboração dos elementos de definição do Sistema Operacional Defesa Antiaérea (Sist
Op DA Ae).
Em junho de 2011, foi realizada uma análise das portarias em vigor e realizada a revisão da Portaria nº
092-EME, de 20 de julho de 2005 (aprova a Diretriz para a Reestruturação da 1ª Brigada de Artilharia
Antiaérea e reorganização das Baterias de Artilharia Antiaérea), e da Portaria nº 113-EME/Res, de 21 de
dezembro de 2010 (aprova a Diretriz de Planejamento para a Modernização e Rearticulação da Artilharia
Antiaérea). Desta feita, verificou-se a necessidade de edição e/ou reedição dos Elementos de Definição
compreendidos por: Requisitos Operacionais Básicos (ROB), Requisitos Técnicos Básicos (RTB),
Anteprojeto e Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE).
Em julho de 2011, foi aprovada, por intermédio da Portaria nº 020-EME-Reservada, de 21 de julho de
2011, a CONDOP nº 01/2011 - Sistema Operacional Defesa Antiaérea.
Em novembro de 2011, o Gerente do Projeto apresentou a situação atual ao Chefe do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas, que criou um GT no Ministério da Defesa (MD) sobre o assunto.
12 - Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018.
Em fevereiro de 2012, a Ordem Fragmentária do Comandante do Exército nº 001-A/3.2, de 27 de
fevereiro de 2012, determinou a implantação do Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea - PEE
DA Ae.
Ao longo do 1º semestre de 2012, a Gerência do Projeto focou suas ações na elaboração da
documentação do PEE DA Ae, particularmente, dos ROB do Sist Op DA Ae e, ainda, no auxílio ao MD
na elaboração dos Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) de um Sistema de Mísseis Antiaéreos de
Média Altura.
No mês de junho de 2012, o PEE DA Ae foi apresentado ao Comandante do Exército, ocasião em que
foram entregues os ROB do Sist Op DA Ae, contando com 3.075 requisitos descritos em 1.006 páginas.
Em 17 de setembro de 2012, foram aprovados os Requisitos Operacionais Básicos nº 03/12 - Sistema
Operacional Defesa Antiaérea, por meio da Portaria nº 139-EME.
Durante o ano de 2013, a Gerência do Projeto direcionou suas ações na elaboração da documentação
do PEE DA Ae, particularmente dos RTB do Sist Op DA Ae.
Em 7 março de 2013, a Portaria nº 031-EME aprovou a Diretriz para Aquisição e Implantação do
Sistema Antiaéreo GEPARD que, desde então, passou a fazer parte do escopo do PEE DA Ae.
Em julho, a Portaria nº 2.092-MD, de 12 de julho de 2013, constituiu um Grupo de Trabalho
Interministerial (GTI) visando atender ao disposto na Portaria Interministerial
nº 1.808/MD/MCT/MDIC/MF/MP/MRE, de mesma data. Coube ao GTI fundamentar o processo de
aquisição de um sistema de defesa antiaéreo de média e baixa alturas e propor medidas de fomento para
ampliar a capacidade da indústria nacional e garantir a sua autonomia no fornecimento de produtos às
Forças Armadas, em relação ao Sistema de Defesa Antiaérea. O referido GTI contou com 02 (dois)
integrantes da equipe do PEE DA Ae.
No mesmo ano, durante a Copa das Confederações, a 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea realizou a DA
Ae da Capital Federal e da cidade do Rio de Janeiro, na abertura e encerramento da competição,
respectivamente, empregando os meios de AAAe existentes (Sistema IGLA-S) e o recém adquirido
Sistema Antiaéreo GEPARD.
Em 6 de fevereiro de 2014, a Portaria nº 021-EME aprovou a Diretriz para aquisição e implantação do
Sistema de Armas de Seção de Míssil Telecomandado, integrante do PEE DA Ae, que estabeleceu como
objetivo geral “Adquirir, desde já, a capacidade de realizar a DA Ae de Baixa Altura, diuturnamente, pela
integração do material a ser adquirido aos Centros de Operações Antiaéreas (COAAe) e Radares SABER
M60 existentes, constituindo, assim, o sistema de Seção Míssil de Baixa Altura.” Ao longo do Projeto,
foram adquiridos 20 (vinte) COAAe de Seção de Artilharia Antiaérea e 22 (vinte e dois) Radares SABER
M60.
Cabe destacar que, atualmente, os escalões Bateria de Artilharia Antiaérea (Bia AAAe), Grupo de
Artilharia Antiaérea (GAAAe) e Brigada de Artilharia Antiaérea (Bda AAAe) possuem meios de controle
e alerta obsoletos, sendo dotados de COAAe manuais e Postos de Vigilância (P Vig) limitados, meios
incompatíveis com os PRODE já adquiridos para o escalão Seção de Artilharia Antiaérea (Seç AAAe),
com o radar SABER M200 VIGILANTE (em desenvolvimento) e com a necessária integração com o
Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).
Em 11 de março de 2014, o PEE DA Ae foi implantado por intermédio da Portaria nº 042-EME, que
revogou a diretriz de implantação publicada por meio da Ordem Fragmentária do Comandante do
Exército nº 001-A/3.2, de 27 de fevereiro de 2012.
Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018. - 13
Em 30 de maio de 2014, o Boletim do Exército nº 22/2014 publicou a homologação dos RTB do Sist
Op DA Ae aprovados pelo DCT, concluindo-se, assim, a elaboração dos elementos de definição do PEE
DA Ae.
Durante a Copa do Mundo FIFA 2014, houve um emprego efetivo dos sistemas adquiridos pelo PEE
DA Ae.
Em 2015, foi iniciada a modernização do radar SABER M60 e o desenvolvimento do Radar de
Vigilância SABER M200 VIGILANTE. No prosseguimento, foi realizada a aquisição de equipamentos
de comunicações para atender às demandas das Seç AAAe.
No ano de 2016, o PEE DA Ae envidou esforços para adquirir o segundo lote do sistema de mísseis
telecomandados RBS 70. Neste cenário, deu continuidade à modernização do radar SABER M60 e ao
desenvolvimento do radar SABER M200 VIGILANTE.
Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, para fazer face às possíveis ameaças aéreas,
foram posicionadas, pela 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (1ª Bda AAAe), Seç AAAe obtidas pelo PEE
DA Ae, em locais estratégicos da cidade do Rio de Janeiro e das cidades-sede do futebol.
Em 2017, o PEE DA Ae inicia um processo de transformação de projeto para programa estratégico,
seguindo as orientações do EME e pautado no previsto na Ordem de Serviço 001/2017- EPE/SGM, de 18
de janeiro de 2017. Em meio ao referido processo de transformação, dá continuidade às aquisições do
Sistema de Armas RBS 70 e dos Mockup do radar SABER M60, prossegue na modernização do radar
SABER M60 e no desenvolvimento do radar SABER M200 VIGILANTE e inicia o processo de
formulação conceitual do Projeto de Obtenção e Integração do Subsistema de Controle e Alerta (Projeto
Hórus).
b. O Subsistema de Controle e Alerta
O Subsistema de Controle e Alerta (S Sist Ct Alr) tem como missão realizar a vigilância do espaço
aéreo sob sua responsabilidade, receber e difundir o alerta da aproximação de incursões, bem como
acionar, controlar e coordenar a AAAe subordinada.
O S Sist Ct Alr é composto pelo centro de operações antiaéreas (COAAe), por sensores radar de
vigilância (Rdr Vig) e por postos de vigilância (P Vig). Tem como funções básicas receber e difundir o
alerta antecipado, estabelecer e acompanhar a situação aérea local, controlar o emprego dos subsistemas
de armas (S Sist A) e ligar-se com outros sistemas e centros de comando e controle. O S Sist Ct Alr pode,
também, utilizar equipamentos passivos de localização de aeronaves, como forma de complementar ou
mesmo substituir o emprego de radares.
O S Sist Ct Alr, para cumprir sua missão, deve:
- empregar seus sensores para vigiar o espaço aéreo;
- estabelecer a situação aérea na área sob sua responsabilidade e difundir o alerta, com base nas
informações disponíveis, nos dados dos sensores e nas medidas de coordenação em vigor;
- controlar o emprego do S Sist A; e
- coordenar as ações da DA Ae com outro S Sist Ct Alr, a rede de alarme da Força Terrestre
Componente (FTC), das Divisões de Exército (DE) e os sistemas de controle da Força Aérea Brasileira.
É necessário que o S Sist Ct Alr realize a identificação automática das aeronaves, no momento de sua
detecção. Para tal, acoplado aos seus Rdr, deve existir um Sistema de Identificação Amigo ou Inimigo
14 - Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018.
(IFF), destinado a identificar a aeronave detectada. A identificação eletrônica complementa os demais
processos e critérios estabelecidos, baseados em normas de procedimentos.
Em resumo, o S Sist Ct Alr da DA Ae deve vigiar o espaço aéreo e identificar as ameaças, com a
utilização de sensores; difundir o alerta antecipado ao S Sist A e aos outros centros de controle;
estabelecer a situação aérea, combinando dados e as informações disponíveis com as medidas de
coordenação da defesa; e coordenar o engajamento de alvos pelas unidades de tiro (U Tir).
1) Centro de Operações Antiaéreas
O COAAe é o centro de controle da AAAe e tem por finalidade propiciar ao Comandante (Cmt) de
cada escalão que o estabelece, condições de acompanhar continuamente a evolução da situação aérea e de
controlar e coordenar as DA Ae desdobradas.
O COAAe constitui-se no centro de controle e coordenação da DA Ae. Ele integra o Posto de
Comando (PC) da AAAe do escalão considerado, mas não se confunde com ele. Pode desdobrar-se
afastado do mesmo e, na Zona de Combate (ZC), normalmente, fica justaposto ao PC da força apoiada.
Todos os escalões de AAAe instalam COAAe.
A dimensão, os equipamentos e as instalações físicas dos COAAe variam em função do escalão
considerado, das necessidades da DA Ae e dos sensores e S Sist A empregados. Os COAAe devem ser
eletrônicos e de fácil instalação, de forma a acompanhar as mudanças de posição.
Os COAAe devem receber os dados gerados pelos diferentes sensores da DA Ae e pelos demais
COAAe a ele ligados e os provenientes do SISDABRA, de forma a acompanhar a evolução da situação
aérea, fornecer o alerta antecipado e controlar e coordenar diretamente o S Sist A, se for o caso.
Inicialmente, foram previstos os seguintes COAAe para a Defesa Antiaérea da F Ter:
a) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Brigada (COAAe Elt Bda), que propicia ao comando
do escalão Brigada AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação
aérea e de controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
b) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Grupo (COAAe Elt Gp), componente do Sistema
Grupo de Artilharia Antiaérea de Baixa Altura (Sist GAAAe Bx Altu), que proporciona ao comando do
escalão GAAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de
controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
c) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Bateria (COAAe Elt Bia), que possibilita ao comando
do escalão Bia AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e
de controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
d) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Bateria Leve (COAAe Elt Bia L), que propicia ao
comando do escalão Bia AAAe Orgânica de Bda Paraquedista, Aeromóvel e de Selva, por meios
eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e coordenar as DA
Ae desdobradas;
e) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Seção (COAAe Elt Seç), que proporciona ao
comando do escalão Seção Míssil Baixa Altura da Bia AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar,
continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e coordenar seus Sistemas de Armas Míssil
Baixa Altura nos ambientes operacionais do Território Nacional (TN), em tempo de paz, bem como na
Zona de Interior (ZI) e no Teatro Operacional (TO), em caso de conflito; e
f) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Seção Leve (COAAe Elt Seç L), que possibilita ao
comando do escalão Seção Míssil Baixa Altura da Bia AAAe Orgânica de Bda Paraquedista, Aeromóvel e
Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018. - 15
de Selva, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e
coordenar seus Sistemas de Armas Míssil Baixa Altura nos ambientes operacionais do TN, em tempo de
paz, bem como na ZI e no TO, em caso de conflito.
Devido às suas atribuições e funcionalidades, o COAAe Elt Gp, o COAAe Elt Bia e COAAe Elt Bia L
poderão ser dotados da mesma capacidade. Com isso, as especificações complementares desses COAAe
são idênticas, fazendo com que o equipamento a ser obtido tenha o mesmo padrão para os três COAAe
Elt. Por uma questão de simplicidade, os três tipos de COAAe serão chamados apenas de COAAe
Eletrônico de Grupo / Bateria (COAAe Elt Gp / Bia). O COAAe Elt Bda, o COAAe Elt Seç e o COAAe
Elt Seç L permanecem inalterados.
2) Sensores de Defesa Antiaérea
A DA Ae pode utilizar Rdr, P Vig ou sensores passivos de localização de ameaças.
O Rdr de vigilância destina-se a realizar o monitoramento do espaço aéreo para fornecer o alerta
antecipado da aproximação de ameaças a uma ou mais DA Ae. Normalmente, pertence ao escalão
GAAAe ou Bia AAAe orgânica de Bda Inf / Cav, podendo eventualmente compor o S Sist Ct Alr de um
outro escalão de AAAe.
Os Rdr devem transmitir os dados da situação aérea ao COAAe a que estão ligados. Os Rdr de
vigilância devem possuir alcance suficiente para fornecer, em tempo útil, o alerta antecipado às DA Ae.
O desdobramento dos P Vig é planejado e controlado pelo COAAe, sendo empregados para reforçar a
vigilância nas rotas prováveis de aproximação do inimigo aéreo e para cobrir zonas de sombra da
detecção Rdr da DA Ae.
Os sensores passivos são empregados para reforçar ou mesmo substituir a detecção Rdr. Seu
desdobramento também é controlado pelo COAAe da DA Ae.
O recebimento do alerta pelo S Sist A pode ter maior ou menor grau de sofisticação - quanto maior o
grau de sofisticação, menor o tempo de resposta do S Sist A ao vetor inimigo. O método mais simples é a
transmissão à voz da mensagem de alerta aos S Sist A subordinados, que, ao serem designados, executam
a sequência de engajamento. O método tecnologicamente mais complexo, de utilização mais simples, é a
transmissão automática e digital de dados, determinada pela lógica do sistema, para iniciar o engajamento.
A capacidade de o sistema receber, processar e interpretar o alerta, decidindo-se pelo engajamento da
incursão, caracteriza um diferenciador entre a DA Ae e a autodefesa antiaérea.
3) Situação Atual
O S Sist Ct Alr utilizado, atualmente, nos escalões Bda AAAe, GAAAe, Bia AAAe e Seç AAAe (das
Bia AAAe orgânicas de Bda Paraquedista, Aeromóvel e de Selva), está baseado em fluxo de informações
não automatizado, sendo transmitidas por fonia, sem a utilização de transmissão de dados. Além disso, o
processamento das informações e todos os procedimentos executados nos COAAe destes escalões são
realizados manualmente pelas suas respectivas guarnições.
Nesse contexto, os P Vig são operados visualmente com o uso de binóculos, sem a disponibilidade de
telemetria, sem dispositivos de visão assistida, como de visão termal e visão noturna, e com alcance
reduzido, sendo as informações não automatizadas e transmitidas por meio de voz.
O COAAe Eletrônico do escalão Seç AAAe foi desenvolvido pelo Sistema de Ciência, Tecnologia e
Inovação do Exército (SCTIEx) para atender apenas a esse escalão e necessita de adaptações para ser
integrado aos demais componentes previstos para o S Sist Ct Alr, que eram inexistentes à época do
desenvolvimento deste COAAe.
16 - Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018.
O Sistema Sensor Radar de Vigilância está previsto no escopo do PrgEE DA Ae e se encontra em fase
de pesquisa e desenvolvimento, iniciada em outubro de 2015, com previsão de conclusão para o final de
2019. Atualmente, não existe outro sensor em operação no Exército Brasileiro que desempenhe a função
deste sistema.
Cabe ressaltar que os Pacotes Técnicos do COAAe Elt Seç e do Sistema Sensor Radar de Vigilância
são de propriedade do Exército Brasileiro, a quem caberá permitir o acesso às informações técnicas
necessárias à execução dos serviços de que trata este Projeto, resguardados os cuidados com o sigilo e a
proteção da propriedade intelectual.
O S Sist Ct Alr, atualmente, não é dotado, em sua ligação com o SISDABRA, de processamento digital
das informações, sendo os referidos procedimentos realizados manualmente pelas suas respectivas
guarnições.

O ODG, quando necessário, solicitará aos ODS, ODOp, OADI e C Mil A a indicação de pessoal
complementar para participar dos trabalhos.
O GT Sist Ct Alr / DA Ae, sob supervisão do EME, deverá elaborar o Estudo de Viabilidade até o dia
15 de setembro de 2018.
http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/boletins.php




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9909 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 24, 2018 12:22 pm

Isso tudo tem alguma coisa a ver com os radares da Bradar S/M-200?

abs




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9910 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 24, 2018 12:40 pm

Continuação:

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9911 Mensagem por Túlio » Sáb Mar 24, 2018 12:56 pm

Muito interessante, Knight véio, em que pese a josta que foi ler aqueles documentos um por um, na base do abre/retorna. Um ponto particularmente importante a ser destacado é que o EB, ao invés de se aferrar a NACIONALICES, busca investigar primeiro se há interessados aqui em desenvolver e produzir o que for necessário (quando acabei de ler teu primeiro post já estava começando a abrir o berreiro sobre como seria fácil, com o que já temos, fazer coisa bem melhor que o RBS-70, dae parei e fui ler o segundo, então o "fácil" não me pareceu mais tão fácil assim), vide o desinteresse pelo Guarani, que levou ao desenvolvimento da VTR por empresa estrangeira, já que ninguém aqui dentro deu bola (até por saber a fria que é, que o diga a IVECO e futuramente a SAAB)...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9912 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 24, 2018 1:41 pm

Se eu entendi direito alguma coisa, a ideia é tentar aproveitar o que já foi feito por aqui em termos de radares e C2 que já temos desenvolvidos e/ou em desenvolvimento, e ver se a BID encara a desafio de passar do nível tático de controle dos sistemas AAe para o estratégico, algo bem mais complexo em termos de fusão e integração de dados entre vários sistemas, já que a ideia é buscar o máximo de integração da AAe do exército com o SISDABRA.

Acho que dá para fazer por aqui, mas como tu disseste, é muito difícil uma empresa nacional encarar esse passo a mais sem antes ter um mínimo de certeza de que no meio do caminho alguém do nada vai vir e simplesmente dizer que acabou ou que fica para a próxima vez com as desculpas de sempre.

Isso nem gigantes da defesa querem ter de lidar aqui no Brasil.

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9913 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 24, 2018 10:43 pm

FCarvalho escreveu:Isso tudo tem alguma coisa a ver com os radares da Bradar S/M-200?

abs
Pela página 21 esse radar é envolvido, embora o escopo do projeto Hórus, que é base do documento, descarte um Centro de Operações Antiaéreas de Média Altura (COAAe Me Altu).




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9914 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 24, 2018 11:03 pm

Túlio escreveu:Muito interessante, Knight véio, em que pese a josta que foi ler aqueles documentos um por um, na base do abre/retorna. Um ponto particularmente importante a ser destacado é que o EB, ao invés de se aferrar a NACIONALICES, busca investigar primeiro se há interessados aqui em desenvolver e produzir o que for necessário (quando acabei de ler teu primeiro post já estava começando a abrir o berreiro sobre como seria fácil, com o que já temos, fazer coisa bem melhor que o RBS-70, dae parei e fui ler o segundo, então o "fácil" não me pareceu mais tão fácil assim), vide o desinteresse pelo Guarani, que levou ao desenvolvimento da VTR por empresa estrangeira, já que ninguém aqui dentro deu bola (até por saber a fria que é, que o diga a IVECO e futuramente a SAAB)...

Vou colocar aqui uns pontos importantes do projeto, pois ele é extenso e pode gerar dúvidas como a do Carvalho.
É um projeto de vigilância, comando e controle, que inclui os radares M60 e M200, e também detectores IR, pode ter apoio de empresas estrangeiras, e com certeza terá pelos requisitos. E exclui a contratação de armamento:


OBJETIVOS DO PROJETO
a. Contratar o serviço de obtenção e integração do Subsistema de Controle e Alerta da Defesa
Antiaérea da Força Terrestre (DA Ae F Ter), envolvendo as seguintes atividades: gerenciamento, pesquisa
e desenvolvimento, fornecimento, prova de conceito, suporte logístico integrado inicial e offset.
b. Implantar o Projeto de Obtenção e Integração do Subsistema de Controle e Alerta, integrante do
Subprograma de Suporte do Programa Estratégico do Exército Defesa Antiaérea (PrgEE DA Ae).
....
Cabe destacar que, atualmente, os escalões Bateria de Artilharia Antiaérea (Bia AAAe), Grupo de
Artilharia Antiaérea (GAAAe) e Brigada de Artilharia Antiaérea (Bda AAAe) possuem meios de controle
e alerta obsoletos, sendo dotados de COAAe manuais e Postos de Vigilância (P Vig) limitados, meios
incompatíveis com os PRODE já adquiridos para o escalão Seção de Artilharia Antiaérea (Seç AAAe),
com o radar SABER M200 VIGILANTE (em desenvolvimento) e com a necessária integração com o
Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).

...

O Subsistema de Controle e Alerta
O Subsistema de Controle e Alerta (S Sist Ct Alr) tem como missão realizar a vigilância do espaço
aéreo sob sua responsabilidade, receber e difundir o alerta da aproximação de incursões, bem como
acionar, controlar e coordenar a AAAe subordinada.
O S Sist Ct Alr é composto pelo centro de operações antiaéreas (COAAe), por sensores radar de
vigilância (Rdr Vig) e por postos de vigilância (P Vig). Tem como funções básicas receber e difundir o
alerta antecipado, estabelecer e acompanhar a situação aérea local, controlar o emprego dos subsistemas
de armas (S Sist A) e ligar-se com outros sistemas e centros de comando e controle. O S Sist Ct Alr pode,
também, utilizar equipamentos passivos de localização de aeronaves, como forma de complementar ou
mesmo substituir o emprego de radares.
O S Sist Ct Alr, para cumprir sua missão, deve:
- empregar seus sensores para vigiar o espaço aéreo;
- estabelecer a situação aérea na área sob sua responsabilidade e difundir o alerta, com base nas
informações disponíveis, nos dados dos sensores e nas medidas de coordenação em vigor;
- controlar o emprego do S Sist A; e
- coordenar as ações da DA Ae com outro S Sist Ct Alr, a rede de alarme da Força Terrestre
Componente (FTC), das Divisões de Exército (DE) e os sistemas de controle da Força Aérea Brasileira.
É necessário que o S Sist Ct Alr realize a identificação automática das aeronaves, no momento de sua
detecção. Para tal, acoplado aos seus Rdr, deve existir um Sistema de Identificação Amigo ou Inimigo
14 - Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018.
(IFF), destinado a identificar a aeronave detectada. A identificação eletrônica complementa os demais
processos e critérios estabelecidos, baseados em normas de procedimentos.
Em resumo, o S Sist Ct Alr da DA Ae deve vigiar o espaço aéreo e identificar as ameaças, com a
utilização de sensores; difundir o alerta antecipado ao S Sist A e aos outros centros de controle;
estabelecer a situação aérea, combinando dados e as informações disponíveis com as medidas de
coordenação da defesa; e coordenar o engajamento de alvos pelas unidades de tiro (U Tir).

..

Inicialmente, foram previstos os seguintes COAAe para a Defesa Antiaérea da F Ter:
a) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Brigada (COAAe Elt Bda), que propicia ao comando
do escalão Brigada AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação
aérea e de controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
b) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Grupo (COAAe Elt Gp), componente do Sistema
Grupo de Artilharia Antiaérea de Baixa Altura (Sist GAAAe Bx Altu), que proporciona ao comando do
escalão GAAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de
controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
c) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Bateria (COAAe Elt Bia), que possibilita ao comando
do escalão Bia AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e
de controlar e coordenar as DA Ae desdobradas;
d) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Bateria Leve (COAAe Elt Bia L), que propicia ao
comando do escalão Bia AAAe Orgânica de Bda Paraquedista, Aeromóvel e de Selva, por meios
eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e coordenar as DA
Ae desdobradas;
e) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Seção (COAAe Elt Seç), que proporciona ao
comando do escalão Seção Míssil Baixa Altura da Bia AAAe, por meios eletrônicos, acompanhar,
continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e coordenar seus Sistemas de Armas Míssil
Baixa Altura nos ambientes operacionais do Território Nacional (TN), em tempo de paz, bem como na
Zona de Interior (ZI) e no Teatro Operacional (TO), em caso de conflito; e
f) Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico de Seção Leve (COAAe Elt Seç L), que possibilita ao
comando do escalão Seção Míssil Baixa Altura da Bia AAAe Orgânica de Bda Paraquedista, Aeromóvel e
Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018. - 15
de Selva, por meios eletrônicos, acompanhar, continuamente, a evolução da situação aérea e de controlar e
coordenar seus Sistemas de Armas Míssil Baixa Altura nos ambientes operacionais do TN, em tempo de
paz, bem como na ZI e no TO, em caso de conflito.
Devido às suas atribuições e funcionalidades, o COAAe Elt Gp, o COAAe Elt Bia e COAAe Elt Bia L
poderão ser dotados da mesma capacidade. Com isso, as especificações complementares desses COAAe
são idênticas, fazendo com que o equipamento a ser obtido tenha o mesmo padrão para os três COAAe
Elt. Por uma questão de simplicidade, os três tipos de COAAe serão chamados apenas de COAAe
Eletrônico de Grupo / Bateria (COAAe Elt Gp / Bia). O COAAe Elt Bda, o COAAe Elt Seç e o COAAe
Elt Seç L permanecem inalterados.
...
O Sistema Sensor Radar de Vigilância está previsto no escopo do PrgEE DA Ae e se encontra em fase
de pesquisa e desenvolvimento, iniciada em outubro de 2015, com previsão de conclusão para o final de
2019. Atualmente, não existe outro sensor em operação no Exército Brasileiro que desempenhe a função
deste sistema.
Cabe ressaltar que os Pacotes Técnicos do COAAe Elt Seç e do Sistema Sensor Radar de Vigilância
são de propriedade do Exército Brasileiro, a quem caberá permitir o acesso às informações técnicas
necessárias à execução dos serviços de que trata este Projeto, resguardados os cuidados com o sigilo e a
proteção da propriedade intelectual.


..

Amplitude
O Projeto Hórus contempla a obtenção e integração do Subsistema de Controle e Alerta do Programa
Estratégico do Exército Defesa Antiaérea, envolvendo as seguintes atividades: gerenciamento, pesquisa e
20 - Boletim do Exército nº 12, de 23 de março de 2018.
desenvolvimento, fornecimento e integração, prova de conceito, suporte logístico integrado inicial e
offset.
A amplitude do projeto envolve o fornecimento ou execução de cada Produto ou Serviço listado a
seguir:

Imagem
image hosting

..

d. Exclusões
O GT Sist Ct Alr / DA Ae nomeado deverá levar em consideração, para a elaboração do Estudo de
Viabilidade, as seguintes exclusões do escopo do Projeto Hórus:
1) Centro de Operações Antiaéreas de Média Altura (COAAe Me Altu);
2) Subsistema de Armas;
3) Subsistema de Comunicações que extrapole o necessário para o funcionamento do Subsistema de
Controle e Alerta;
4) Subsistema de Apoio Logístico que extrapole o necessário para o funcionamento do Subsistema de
Controle e Alerta; e
5) Criar ou transferir OM AAAe.




Editado pela última vez por knigh7 em Dom Mar 25, 2018 2:31 am, em um total de 1 vez.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#9915 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 24, 2018 11:15 pm

O radar Saber M200, pela capacidade dele, entra na AAAe média altura e esse projeto Hórus é a etapa que faltava para concluir as capacidades de baixa altura do EB.

Embora não seja a intenção do EB entrar no segmento de média altura com esse projeto, o radar M200 ele já serve a esse segmento também. Dá para perceber que o próximo passo, com a conclusão do projeto Hórus, será providenciar um míssil e um sistema de comando e controle de média altura.




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