Lima, amigos,
Respeitosamente, cuidado com suas "certezas de frustração futura"... Vc pode estar apenas sofrendo inutilmente por antecipação. Gostaria de cobrir alguns pontos que acho ser importante.
a) As novas corvetas serão construídas no Brasil por estaleiros privados que JÁ constroem navios de patrulha para a MB. Não serão criadas no AMRJ.
b) Estes estaleiros estão passando por uma grande modernização. Novos guindastes, diques secos e sistemas de transporte de blocos metálicos em terra, não apenas para poder construir os NPAas mas como também para poder fabricar os navios e plataformas da Petrobras. Esta é a primeira camada de novo knowhow que existe agora que não existia na época da construção da Barroso.
c) Junto com a compra dos NPas Amazonas a MB ganhou dois elementos para ajuda de desenvolvimento novos navais que certamente serão bem utilizados no reprojeto da Barroso. Primeiramente, a oportunidade legal de fazer uma total e completa engenharia reversa dos novos navios, e ainda por cima o tal super detalhado "kit de material de engenharia" fornecido pela BAE nesta "compra de oportunidade" que explica tin-tim por tin-tim porque o navio novo é da forma que ele é, incluindo seleção de materiais, disposição de sistemas, etc.
d) A concorrência original para a compra de NPas, aquela que precedeu o Prosuper, e a própria Prosuper devem ter trazido um sem fim de novas idéias e conceitos de destribuição de sistemas e de espaços internos, sem falar em armamento e sensores que, se bem usados podem trazer muita informação nova e insights úteis para o desenho do novo projeto de corveta.
e) Os ANOS de uso da Barroso na MB também produziram relatórios técnico-operacionais detalhados que devem trazer MUITAS e recomendações de como melhorar os produtos futuros.
f) A nossa própria industria naval de defesa já deu importantes passos adiante embalada no Prosub e no programa de construção dos NPas de 500tons e certamente já pode agregar novas soluções e produtos off the shelf que tornariam o reprojeto da Barroso algo mais fácil e com menos risco.
Deu pra ver, pela lista acima quanta coisa nova, (recursos de engenharia!) a MB tem nas suas mãos hoje que absolutamente não existiam lá na época da construção da Barroso? Vc tem razão em dizer que existe muito que nós aprenderíamos se o Prosuper fosse fechado e a ToT deste programa fosse recebida ANTES da decisão de passarmos adiante com as Tamandaré, mas quem precisa de TRINTA escoltas talvez possa aprender a conviver com o "Bom" enquanto o "ótimo" não vem. nesta ótica a tal estratégia industrial chinesa de muitas classes com pequenos numeros de navios cada uma melhor e mais nacionalizada que a anterior parece ser o caminho adiante. Sobre reciclagem, não se esqueça que o casco dos cruzadores Ticonderoga são uma evoluçção do casco dos DDG Spruance (aumentado, eu sei!). Porque os americanos não desenvolveram um casco completamente novo pra ele? Porque esta adaptação certamente seria muito mais "cost effective" do que uma recriação do zero. Já na classe seguiinte fizeram um casco totalmente novo mas os sistemas de armas são uma "evolução dos criados novos para o Tico. Olha aí a tal estratégia de "passos" descrita por mim em uso pelos EUA!
Agora aqui neste comentário vc se perdeu: "na sua versão atual já não nem cabe o Lynx direito". Enquanto o convoo das Inhaúmas mede cerca de 11m por 16,5 (com as bordas laterais posteriores cortadas, ainda por cima!) o da Barroso mede os tais 16,5m por 21m! Enquanto isso nas fragatas "grandes" o tamanho na Niteroi mede 12,64 por 20m, o da Greenhalgh mede por 12,57m por 21m. Se considerarmos a extensão total do convoo como a área que vai do convoo até o fim do casco (lembre-se que nela não existe o volume protuberante do lançador conteirador do Aspide como nas Niteroi!) o marcada na Barroso para trás até o fim do casco este convôo passa a ser de 16,5 por 26,5! O convoo da Barroso é maior do que o das Niteroi e das Greenhalgh! Sendo assim, que não falta nela é espaço. Resta como o amigo Lynx salientou bem verificarmos qual os limites de caturro e balanço para o seu emprego por aeronaves de maior porte.
Faço sentido?
[]s Hammer
P.S.: E antes que eu me esqueça! Vamos parar com esta "lenga lenga" de ficar o tempo todo citando o período de 14 anos de construção da Barroso! Todo sabem que isso foi decorrência de eventos externos, uma anomalia que de forma alguma representa uma "característica" ou "tendência atávica" ao fracasso da industria naval brasileira!
[]s H
Carlos Lima escreveu:O mais interessante é que a idéia desde o ínicio era justamente a MB aprender com a construção das Fragatas de 6k ton técnicas de construção que não tinha assimilado ainda pois está de certo modo 'defasada' nesse tipo de construção.
Agora de uma hora para outra vamos refazer um projeto de mais de 20 anos (a Barroso 2.0), deixar de aplicar um montão de conhecimentos que íriamos adiquirir com as 6k Ton, e aí a corveta "nova", vai usar esse reprojeto que na sua versão atual já não nem cabe o Lynx direito, e agora vai também poder operar o Sea Hawk.
Algo não está correto...
E o triste vai ser ver um reprojeto de 20 anos, ganhando a luz do dia e indo ao mar com as novas Fragatas de 6k Ton de projeto muito mais recente jogando a possibilidade de aprendizado e continuidade para o espaço sideral.
O pior é que depois 'alegamos' que não temos mais $$$ e ficamos com o reprojeto de 20 anos e as 'compras de oportunidade' e o motivo é simples... "- Já estamos 'fazendo' navios 'novos' mesmo!!!!"
Não tenho como ter lido todos aqueles posts dos planos da MB, apresentações e mais os tópicos de estratégia naval, e ver o que estão fazendo com o Sub e não ficar triste com essa completa inversão de valores.
Já sei...
... aquele pessoal do Kfir e do Casa "212" da FAB deve estar fazendo estágio na MB e dando essas idéias... só pode ser isso...
Isso não saiu da cabeça de quem pensa em Industria Naval, Fragata de 6k Ton e participou do projeto do Sub Nuclear!
[]s
CB_Lima