Re: NOTÍCIAS DO RAFALE
Enviado: Seg Fev 06, 2012 12:11 pm
Vinicius e André, algumas coisas.Andre Correa escreveu:Vinicius Pimenta escreveu:É inegável que a escolha da Índia muda muito o peso da balança. De fracasso de exportação o Rafale passa a um dos mais exportados. Supera o SH. Em termos de unidades produzidas, chegará perto. Os custos do desenvolvimento provavelmente estarão pagos. Creio que haja uma possibilidade maior de queda nos preços por conta disso. Agora, o custo dos nossos caças também fica estratosférico com a quantidade de exigências que fazemos. Sejam em ToT, seja em armamentos a serem integrados.
Além disso, quanto menos técnicos e mais subjetivos são os critérios, piora o aspecto político da decisão.
A partir do momento que tecnicamente qualquer dos concorrentes atende às nossas necessidades, mais partimos para a importância dos extras. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque você tem a opção de barganha. Ruim é que, se você se perder ao longo do processo - e está na cara de qualquer um que queira enxergar que nós nos perdemos - a decisão acaba tão complicada que às vezes é melhor parar e começar de novo. Espero que não seja - mais uma vez - o caso.
Também eu, e acho que todos nós...
Primeiro, neste processo do FX, de certeza, só o que se sabe , é que estamos perdidos há muito.
Segundo, desde que a decisão passou a ser política, o processo técnico perdeu toda sua objetividade de referencial decisório, tornando-se meramente ilustrativo.
Terceiro, sem algo concreto para negociar, nos termos/referenciais dos políticos, como em outros grandes projetos das FFAA's, o FX se tornou simplesmente um mero e desinteressante processo substitutivo, o que ele de fato sempre foi/é desde o começo. Talvez se quer mereça o nome de projeto, comparativamente aos demais que hora se desenrolam sob os auspícios do MD.
Quarto, seria digno de nota, entendermos o FX enquanto projeto, se nós objetivamente cancelarmos o que já existe, até por exaustão das propostas, e começar em novas bases, agora sobre o comando do MD, a fim de que a questão "caças" para a FAB seja produzida e planejada nos mesmos patamares dos demais grandes projetos das FFAA's, que não raro, apesar dos percalços, estão andando a contento.
Quinto, se seguirmos este raciocínio, a fim de que não tenhamos mais soluções de continuidade, como de praxe sempre acontece nas FFAA's, o melhor seria entrarmos agora em um dos projetos de caças de 5a G existentes por aí, e envidar nos mesmos No's convincentes de produção e investimento para atrair potenciais parceiros, dos quais venhamos real e concretamente a usufruir não só as transferências de tecnologia daquilo que realmente precisarmos, como os necessários aportes financeiro e politico nacionais para a realização de projeto sob tal envergadura.
Creio, finalmente, que devamos entender uma coisa. Não poderemos e não teremos condições de obter as tecnologias necessárias ao projeto, desenvolvimento, produção e uso de caças de 5a G brasileiros a partir do FX sobre as bases em que se encontra hoje. O projeto se perdeu, e perdeu seu timming também. Em 1997 ele faria sentido. Hoje, não mais.
Neste sentido a própria END oferece solução para esta situação: desenvolvimento em parceria. Não vamos ou podermos ir sozinhos a lugar nenhum no campo da aeronáutica militar. A FAB, tenho certeza, sabe disso. Já o poder político, com certeza não. É necessário então recomeçarmos em outras bases, para que aqueles nada entendem ou se interessam por defesa aérea ou pela força aérea, possam ter nas mãos algo concreto com que negociar. E isso significa, na linguagem de Brasília, "poder, dinheiro e influências junto a prestígio pessoal e ganhos eleitorais." É assim que funciona, desde sempre em nosso país. Os outros projetos saíram do papel, infelizmente, desta forma.
Se a FAB quiser realmente dispor de caças de 5a G sobre os céus do Brasil, não daqui a 20 ou 30 anos, como consequência de nossa soberba, mas já ao final desta década, início da próxima, como efeito da celeridade e objetividade que sempre caracterizaram os ainda raros projetos militares que deram certo no Brasil, deve tomar uma decisão agora por traçar um outro norte para o seu FX, cancelando-o e direcionando esforços junto ao poder politico para recomeçar sobre novos patamares, de preferencia, do tamanho do Brasil e não de si mesma.
Talvez ainda haja tempo.
abs.