Rússia afirma que responderá a sanções europeias sobre vistos
Um responsável do parlamento russo indicou, esta quarta-feira, que qualquer restrição de vistos europeia a diplomatas russos implicará medidas recíprocas face à União Europeia
"Claro, a Rússia responderá com as mesmas medidas", declarou à agência Itar-Tass o presidente da comissão de Negócios Estrangeiros da Duma (parlamento), Alexei Puchkov.
Caso sejam aplicadas, as sanções europeias poderão inclusivamente implicar "um congelamento sem precedentes" dos contactos políticos, declarou o mesmo responsável. "Será pior que durante os anos da Guerra Fria", assegurou.
"A UE integra 28 Estados, e o mundo não se reduz a eles", argumentou ainda Alexei Puchkov, que apelou à "sobriedade e racionalidade" por parte de Bruxelas.
Em paralelo, o presidente francês, François Hollande, manteve uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na qual advertiu que o referendo sobre a anexação da república autónoma ucraniana da Crimeia não tem base legal e seria "inaceitável".
Em comunicado, a presidência francesa informou que durante o diálogo Hollande destacou de novo a "excecional gravidade" da atual situação na Ucrânia.
O chefe de Estado francês pediu a Putin que "faça tudo para evitar a incorporação da Crimeia na Rússia", que na sua perspetiva "seria uma anexação inaceitável para a comunidade internacional", prossegue a nota.
Hollande também insistiu na necessidade de Moscovo reconhecer a soberania e integridade territorial da Ucrânia, retirar as tropas enviadas para a Crimeia e considerou que as presidenciais ucranianas de 25 de maio "sob controlo internacional e na maior transparência, permitirão garantir o êxito da transição política em curso (?) e evitar uma escalada inútil e perigosa".
Os dirigentes europeus acentuaram nos últimos dias as suas críticas contra a Rússia, ao suspenderem as negociações sobre a suavização do regime de vistos e ameaçando sanções mais severas, e quando a Crimeia deve decidir no domingo em referendo a sua integração na Rússia.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/In ... 840&page=2
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UE é muito ingênua se acha que os russos estão sendo movidos por dinheiro ou algo do gênero. O que está em jogo na Ucrânia transcende simples ganhos financeiros. O que está em jogo ali é a segurança, orgulho e respeito do país. Não sei se de imediato a Rússia anexará a Crimeia, mas no mínimo a região terá um status semelhante ao da Ossetia do Sul.