Hammer-Nikit escreveu:Calma galera!
O Prosuper é fundamentalmente diferente da compra das BarrosoII. O primeiro caso é financiamento de longo praso do exterior e provavelmente terá embutido a construção de uma nova base naval/Arsenal nos molçdes do que foi o Prosub. Pra mim, apenas este último elemento já o coloca noma classe de programa "quase incancelável". Ja as novas Barroso são em essencia um novo ModFrag seguido de um programa de construção muito semelhante ao dos NPas de 500 toneladas. Sendo assim, ele seria um programa infinitamente mais simples, um degrau substancialmente menor, do que o Prosuper será no ponto de vista tecnológico. Para ser isso não haverá modificação qualquer do casco da Barroso original. O elemento que animou o MB a entrar nesta compra foi os bons resultados do CASCO ATUAL DA BARROSO. Se houver mudança no casco, ampliando, alongando ou alargando, o programa muda profundamente e de nada valeu a modificação do casco original da Inhaúma no caso da Barroso. Aposto que as quatro primeiras Barros II deverão substituir diretamente as 4 inhaúmas, uma por uma... Vamos esperar e ver o que ocorrerá.
Concordo com a afirmação do Hammer de que as 4 corvetas Barroso e o Prosuper são programas distintos.
Mas não posso deixar de admitir de que é também prenuncio de que existe algo errado no andamento do Prosuper.
De qualquer forma acho que devemos aproveitar essa oportunidade e iniciarmos um programa de desenvolvimento de navios com projeto brasileiro. Um programa que seja lento, mas contínuo e que a tonelagem dos navios vá crescendo gradualmente de forma a adquirimos dentro de alguns anos (15 a 20 anos) a experiência e tecnologia necessária para projetarmos os navios que nos acharmos necessárias e convenientes.
Não estou de forma alguma dizendo para abandonarmos o Prosuper, uma vez que necessitamos de imediato de escoltas de 6.000 Tons que nos proporcionem um poder naval considerável e em curto prazo. Talvez a Marinha tenha que reavaliar o numero de escoltas aumentando um pouco esse 1º lote e adotar uma estratégia diferente para os lotes subseqüentes, com base no crescimento dessa pequena indústria naval de projetos militares.
O Brasil não possui de fato uma política de Estado para a Defesa, logo para não dependermos única e exclusivamente da boa vontade do GF na liberação de financiamento externo, acredito ser mais sensato estabelecermos uma “política de estado interna da Marinha” independente de quem estiver no comando da força, com o objetivo de se ter um programa de construção naval militar nacional contínuo. Muitos podem dizer que de qualquer forma quem libera o dinheiro é o GF, mas sendo dinheiro interno a Marinha possui mais liberdade de ação, vide o caso dos OPV´s ingleses. Compraram com a verba da Marinha sem depender de aprovação do Ministério da Fazenda para financiamento externo.
Essa política de construção deveria contemplar todo o complexo industrial da Marinha, (quem sabe com a adição de um novo estaleiro na esteira do Prosuper), e especialmente a UFEM de forma que ao final da construção dos 4 submarinos e do casco do nuclear possamos ter trabalhos que evitem a perda da mão de obra qualificada em pouco tempo, por absoluta falta de verbas para novos projetos.
Mesmo que amanhã venhamos a ter um governo sério que dê a devida atenção para a área de Defesa, os recursos não serão suficientes para eliminar rapidamente o gap existente nas 3 forças e se conseguir o mínimo aceitável. Ainda mais que existem áreas também prioritárias que vão exigir muitos recursos tais como saúde, educação e infraestrutura básica entre outras.
Se seguirmos o exemplo da Embraer é possível chegar lá. A Embraer começou com o Bandeirante, fez o Xingu para aprender a trabalhar com cabines pressurizadas, passou para o Brasília, jatos da família 145, a família EMB 190 e agora está projetando o KC-390.
Começaríamos pela versão otimizada da Barroso. Nada de aumento de tonelagem exagerado, apenas o suficiente para eliminar reentrâncias, fechar o espaço entre a superestrutura do passadiço e do hangar, aumentar o convoo até a popa, de modo a torná-la “invisível” aos radares. Adaptar o arranjo interno aos padrões atuais, inclusive com a possibilidade de tripulações mistas. Quanto ao armamento, por exemplo, substituir o canhão de 40mm por um sistema Sadral ou similar com comando pelo COC, adicionar dois reparos Remax de 20mm tb com possibilidade de comando automático via COC e 2 metralhadoras .50 para ameaças assimétricas. O canhão de 114 mm pode ser substituído pelo de 76 ou mesmo 57 (uma vez que em alguns folders do Prosuper, esse canhão aparece como o canhão secundário das fragatas de 6.000 tons.). Instalar sensores eletrônicos mais modernos e de maior potencia e alcance. E assim teríamos nossa versão tupiniquim do LCS. De quebra os políticos, no lançamento dos navios, poderão disser que os navios fazem parte do “espetáculo do crescimento nunca antes visto nesse país”.
Como próximo passo, poderíamos unir Marinha, USP, UFRJ e algum estaleiro privado que tenha um projeto completo de um petroleiro moderno e modificarmos o mesmo para possibilitar o reabastecimento em alto-mar, carregar de 6 a 8 containers em seu convés para o reabastecimento de carga seca, frigorífica, munição e etc., e instalar um convoo a ré. Não seria o melhor NapLog do mundo, mas seria o primeiro passo em busca da excelência.
Faríamos o mesmo com as escoltas. Junta-se as melhores instituições de engenharia naval do país, e com base nas Niterói e Tipo 22 podemos desenvolver um projeto, com um comprimento maior, boca maior, tonelagem próxima de 4.500, menor assinatura no radar e armamento atual . Constrói uma, testa, modifica e quando der certo se faz um lote. Entre 15 e 18 anos poderíamos ter mais 6 fragatas ou seja em 2030 dentro da meta do Prosuper.
Se somarmos tudo teríamos entre 2030 e 2035 cerca de 6 ou 8 fragatas de 6.000, 4 Barroso melhorada, a original e 6 fragatas de 4.500.
Desse modo seja qual for o governo a Marinha estará renovando seus meios.
Abraços