Operações Policiais e Militares

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
alexmabastos
Sênior
Sênior
Mensagens: 809
Registrado em: Qua Out 18, 2006 10:59 am
Agradeceram: 7 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9331 Mensagem por alexmabastos » Seg Nov 21, 2011 8:01 pm

Bolovo escreveu:A imprensa manipula, é isso que ele quis dizer. Simplesmente não acredite em tudo o que sai na mídia. O Brasileiro e eu somos uspianos, conhecemos como é a realidade da USP, o que é algo completamente desconhecido pra 99% da população de São Paulo, o que dira do resto do país. A greve e tudo mais não é por conta de maconha, é muito além do que isso. Eu estou tão envolvido nesse treco aí que eu ESTOU nessa ultima foto.
Ok Bolovo....mas me responde sucintamente os motivos então. Gostaria de saber. Não precisam fazer mistério não...
Liste assim:
1...
2.....
3....
4...

Pq pra mim que não lembro quando foi a última vez que lí o lixo da Veja e ví o vosso professor de história explicando (?) o movimento na televisão...fiquei muito confuso...tal professor sambou legal para falar sobre o tema...ia do Chile...à Ocuppy Wall Street...passando por opressão no campus durante a ditadura...e por fim, que maconha não poderia ser proibida no campus ( na verdade que quase que exigem que façam vista grossa para isso )...

PS: Lembro que ele tb deu uma passadinha pela primavera árabe...




Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceram: 442 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9332 Mensagem por Bolovo » Ter Nov 22, 2011 2:27 am

Tem muita gente falando muita merda sobre a USP nos ultimos dias, mas enfim. Pra começar, lhes digo que a USP da capital é um outro planeta. É um lugar privelegiado, com prefeitura própria, guarda própria, estatuto próprio, enfim, existe uma lógica interna aqui que poucos conhecem, inclusive quem é daqui. É basicamente o seguinte. A USP é uma merda. É a melhor universidade do país, acho que até da América Látina, mas é uma completa merda. As decisões aqui dentro são tomadas de maneira arbitrária e autoritaria por parte da reitoria e dane-se quem pensa o contrário. É simplesmente ridiculo a melhor universidade do país não escutar a maior parte de sua comunidade, ou seja, os estudantes, quanto as decisões tomadas na universidade. Não perguntam pra gente nem a cor dos prédios que a gente prefere. Simplesmente fazem e a gente que a aceite isso. A maior e eterna revindicação é e sempre será essa.

O que a PM e todo esse caos das ultimas semanas tem a haver com isso? Bem. Pra começar, a PM já está no campus desde 2009, mas foi agora que acertaram o convênio. Porque a PM está no campus desde 2009? Nesse ano houve uma greve de funcionários e posteriormente professores, fazendo demandas de salário. Serra, democrata que só ele, mandou a PM montar guarda em prédios da administração, sob o pretexto de coibir e debelar piquetes de funcionários grevistas, pra não acontecer o que houve em 2007, de ocuparem reitoria, obrigarem o Serra a negociar com os estudantes e coisas do tipo. É por isso a PM está no campus, tem nada de segurança. O campus da USP existe faz 50 anos, o convênio com a PM tem nem três meses, a criminalidade aqui é dentro ou muito menor do que a média de São Paulo. Mas isso é pretexto para firmar as ações do reitor. Pq a gente invade reitoria? Pq é simplesmente o unico jeito de ser ouvido. Se fosse um espaço realmente democrático, esse tipo de coisa seria infrutifero, mas no caso não é.

Agora vamos a fatidica quinta-feira quando meus três coleguinhas foram presos com maconha. Bem, somado tudo isso que eu disse aí em cima, esse dia estava soando desde de cedo que seria um dia barulhento. Lembro que cheguei na minha faculdade umas duas e tanto da tarde e estava lá a PM, revistando aluno em saída de biblioteca, revistando aluno com cara "suspeita" (como eles mesmo disseram no jornal do campus), enfim, não é loucura, eu vi isso. Tinha ronda da PM em alguns locais nada ver, como no estacionamento da minha faculdade. Foi assim a tarde inteira, o pessoal começou a ficar de saco cheio, daí acharam os três lá pras seis da tarde, no horário interaulas (quando está lotado) e as dez da noite deu aquele rolo todo que todo mundo viu. Foi o tal estopim da coisa.

E o que raios isso tem a ver? Pra começar. A PM. Eu tenho meus motivos pra acreditar que a PM não tá aqui pra proteger os nobres cidadãos paulistas. É viagem minha? Pode ser. Mas sei que nós temos uma segurança própria, que foi sucateada nas ultimas três reitorias. O que houve com o dinheiro da segurança da universidade que tem 4 bilhões de reais em orçamento? Outra, quem colocou a PM? Foi um canetaço. Não se consultou a comunidade uspiana sobre o assunto. Foi uma decisão tomada entre reitor, vice-reitor, 30 conselheiros e salvo engano, DOIS alunos. Pela amor de deus. Existe 80 mil alunos na USP. A estrutura de poder disso aqui é ridicula. A Universidade de Coimbra em Portugal tem até um SENADO com eleições diretas e tudo mais pra resolver esse tipo de coisa. O cara que abandonou a Guarda Universitária e enfiou a PM guela abaixo e virou herói da sociedade é o mesmo ser, que contraditório! É uma coisa errada atrás da outra.

Enfim, deve ter ficado mais confuso ainda. Mas o que queremos é basicamente sermos ouvidos em nossa própria universidade, o que infelizmente, não somos. Então enquanto for assim, ainda veremos coisas como ocupações de reitorias, greves doidas e coisas do tipo. Pq é o que temos em mãos. Eu sinceramente achei tonto o estopim ter sido por conta de maconha. Achei mais errado ainda e votei contra a ocupação da reitoria. E me abstive sobre a greve. Mas escutando tanto comentário digno do Datena, eu passei a apoiar e defender toda essa galera. Sinceramente, se não forem eles, quem vai brigar contra a privatização da universidade, contra tapetes da reitoria que custam 30 mil, contra um reitor que tem uma penca de processos, contra uma estrutura de poder obsoleta? A Folha? A Veja? A Globo? O pessoal de direita da USP que junta 50 nego qnd muito? É o que temos, e é melhor termos eles do que ninguém.

Venho escutando muito esses dias que esse pessoal das humanas da USP deveria só estudar, que greve é coisa de vagabundo blá blá blá. Pra mim eu não vejo a universidade como um simples momento da vida que vc passa e ganha um canudo pra continuar sua vida professional. É muito mais do que isso. É muito mais do que um diploma. A USP é a coisa mais elistista do mundo. Ela foi criada pra forjar os lideres paulistas e por consequência os da nação. Não é a toa que dos 36 presidentes que o Brasil já teve, salvo engano 19 sairam daqui (18 do São Francisco e 1 da FFLCH)... o que se espera de um aluno da USP é justamente isso o que vocês estão vendo. Questionar tudo e qualquer coisa.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
pafuncio
Sênior
Sênior
Mensagens: 5921
Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
Agradeceram: 5 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9333 Mensagem por pafuncio » Ter Nov 22, 2011 3:52 am

tovaritch, descobri que no fundo, És um flankeiro. :mrgreen:

hablando en serio, belissimo post, muito esclarecedor e com um desfecho mui bem amarrado.

no final, lança-se luzes quanto ao maquavelico Serra, que aparelhou ( :twisted: :wink: ) grandemente as instituiçoes paulistas. de memoria, acho que o procurador geral de sp foi o menos votado, por exemplo, quase que como um paradigma do efeagá e seu engavetador geral da republica, alias apelido interno em momento inicial.

fiquei estupefato com a reportagem da globo news, qdo da retomada da reitoria da usp. parecia o velho globo qdo da intentona comunista, so faltou o capitao barata ribeiro, pai do agildo ribeiro, devidamente substituido por um uspiano maconheiro qualquer.

a luta continua, tovaritch. :D

amplexos ao brasileiro e ao garoto aceto balsamico.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Avatar do usuário
wagnerm25
Sênior
Sênior
Mensagens: 3590
Registrado em: Qui Jan 15, 2009 2:43 pm
Agradeceram: 198 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9334 Mensagem por wagnerm25 » Ter Nov 22, 2011 8:39 am

Essas garras malignas do governo paulista se estendem ao judiciário? Pergunto porque foi este que determinou a desocupação da reitoria e não o governador.

Até ontem ao menos, me constava ser este um poder independente, mas pode ser que tenha sido assimilado pelo Borg tucano que ocupa o Bandeirantes, vá saber.




Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceram: 6 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9335 Mensagem por PQD » Ter Nov 22, 2011 11:22 am

vou falar de operações, to de saco cheio de USP

Homem morre baleado durante operação da polícia na Maré
Vítima voltava para casa após levar a esposa no ponto de ônibus. Três pessoas já foram detidas na ação
POR MARCELLO VICTOR

Rio - Um homem identificado como Altair Bento de Oliveira, 46 anos, foi baleado e morreu na porta de casa, na Rua Ari Leão, número 51, na manhã desta terça-feira, durante operação realizada por policiais civis no conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte. A Operação Trovão, realizada nas comunidades Parque União e Nova Holanda, tem como objetivo cumprir quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão contra uma quadrilha acusada de praticar sequestros relâmpagos, roubos de veículos e a residência na Ilha do Governador e adjacências. Três pessoas já foram detidas na ação.

De acordo com o delegado Deoclécio Francisco de Assis, nove integrantes do bando já estão presos e quatro desses criminosos tem mais de cinco mandados de prisão cada. Ainda segundo o delegado, os integrantes da quadrilha são moradores dessas comunidades. Cerca de 150 agentes participam da incursão.

Vítima é atingida quando voltava para casa

Segundo o irmão de Altair, Aloísio Oliveira, ele voltava para casa após levar a esposa no ponto de ônibus. "Meu irmão se preocupava muito com a segurança. Ele sempre mantinha o portão da rua fechado, mas morreu na porta de casa", lamentou. Ainda de acordo com Aloísio, foi possível ouvir barulho de helicóptero, seguido de fogos de artifício e um tiro.

O aposentado Auton Mateus, 56, morador da região, disse que agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estavam em uma padaria na Rua Maurício de Nassau. De acordo com ele, um tiro foi disparado e um homem correu até a Rua Ari Leão, seguido pelos policiais.

O clima ficou tenso na comunidade e moradores protestaram contra a morte de Altair, que estava desempregado e trabalhava na reforma de um comércio localizado ao lado de sua residência.

De acordo com o delegado Assis, o tiro que vitimou Altair foi disparado por uma pistola efetuado na mesma altura da vítima. Segundo a perícia, o projétil penetrou pelo braço e se alojou nas costas. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios (DH), que já realizou a perícia no local, descartando a hipótese do tiro ter sido disparado pelo helicóptero da Polícia Civil. Ainda de acordo com o delegado, não houve troca de tiros entre policiais, que atuavam por terra, e bandidos no momento em que o morador foi atingido.

A ação é coordenada pelas 37ª DP (Ilha do Governador) e 21ª DP (Bonsucesso) e conta com apoio de agentes da Core e de outras delegacias especializadas e distritais.

'Limpeza' na Maré para instalação de centro da PM

Depois de pacificar temidas comunidades, as polícias cariocas agora têm pela frente outra grande missão: combater os crimes cometidos pela quadrilha que domina as favelas do Complexo da Maré. Livrar a área do domínio do tráfico é o primeiro passo para a implantação do Centro de Operações Especiais da Polícia Militar, a nova casa dos ‘caveiras’, na vizinha favela de Ramos. Com um arsenal estimado de mais de 200 fuzis e treinamento inspirado em organizações militares, o bando comandado pelo traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P., de 30 anos, domina a área.

Além de cooptar integrantes de outras quadrilhas para reforçar seu ‘exército’, a polícia tem informações de que Menor P. teria câmeras instaladas em pontos estratégicos da favela. Em seu ‘big brother’ do crime, o traficante monitoraria a movimentação de moradores, da polícia e possíveis invasões de adversários.

Imagem

Além da venda de drogas, o tráfico controla serviços na comunidade. Comerciantes, mototáxis, vendedores de gás e até as centrais clandestinas de Internet e TV a cabo são obrigados a pagar taxas para não ter seu negócio fechado. Desobedecer as ordens é algo impensável diante do poderio bélico dos bandidos. Em folha de contabilidade apreendida pela 21ª DP (Bonsucesso), há anotações de 17 fuzis AR-15, dois Rugger e cinco submetralhadoras MP5 cedidas a um grupo da contenção.

Os roubos são constantes. A proximidade com a Linha Vermelha faz com que os bandidos utilizem a via expressa como rota de fuga após os roubos de veículos que praticam nos arredores da Maré. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam que, entre janeiro e julho, 279 veículos foram roubados, em média, 46 veículos por mês na região.

No mesmo período, 50 pessoas foram assassinadas. A Vila dos Pinheiros é considerada pela polícia como reduto de adulteração de carros roubados, onde os veículos são pintados de cor diferente e têm placas clonadas. Mês passado, agentes da delegacia recuperaram cinco carros em apenas uma rua do Timbau.

Há um ano, a 21ª DP iniciou inquérito sobre a quadrilha, quando prendeu chefões, como Silvio de Souza da Silva, o Silvestre, subchefe da Baixa do Sapateiro. Seis criminosos se dividem no controle das favelas. Todos subordinados ao Menor P.

Roupas pretas e treinamento

Menor P. assumiu o controle da Maré após um líder da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), Nei da Conceição Cruz, o Facão, ser preso. Foragido desde 2007 e com dois mandados de prisão pendentes, Menor P. é um dos traficantes mais procurados.

Ex-paraquedista, o criminoso impôs a doutrina e a disciplina de guerrilheiros à sua ‘tropa do mal’. Os bandidos são obrigados a encarar rotina de treinamento físico e estratégias de combate em academia da favela, além de usar roupas pretas, como um uniforme de guerra. Recentemente, a polícia apreendeu fardas semelhantes às usadas por homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Um dos ex-seguranças do chefão, João José de Araújo, o Angolano, tem vasto conhecimento em estratégias militares. Preso em junho pela 21ª DP, ele confirmou que serviu dos 13 aos 26 anos no exército africano. A polícia acredita que ele deve ter contribuído com o treinamento dos ‘soldados’ do tráfico.

Ataque às finanças

As investigações da delegacia apontaram que Menor P. usa o dinheiro arrecadado com a venda de drogas para pagar ‘salários’ e comissões a seus comparsas. A polícia tem atacado justamente as finanças do bando para combater o crime. Mês passado, os agentes deram um golpe na estrutura da quadrilha: apreenderam um carregamento de drogas e munição, além de dois fuzis, uma metralhadora e três granadas.

Prestes a ocupar a comunidade vizinha, Ramos, o Bope desencadeou, desde o dia 12, operação-limpeza para reprimir o tráfico da Maré, sem data para acabar. Nesse período, 10 criminosos foram presos, quatro mortos, quatro pistolas apreendidas, três granadas, 99 máquinas caça-níqueis, 13 quilos de maconha e cocaína, além de 2.700 pedras de crack, ecstasy e haxixe.

Também foram recuperados pela polícia cinco carros, cinco motos e um caminhão roubados. Em reação, criminosos tentam impedir a ação da polícia e montaram barricadas em vários acessos. O Bope fechou uma espécie de galeria construída no meio de uma rua, capaz de ‘engolir’ um pneu de caveirão.

Moradores e entidades criticam abordagem do Bope

As operações do Bope criaram polêmica na semana passada. Moradores e representantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) se queixaram das abordagens dos policiais. “Abriram a porta da casa da minha vizinha e reviraram tudo. Ela estava com os dois filhos pequenos e ficou apavorada”, reclamou um mecânico, de 32 anos. Em dois dias, sete pessoas foram baleadas.

O coordenador do Observatório de Favelas, Jailson de Souza, propôs a suspensão da operação, até que a Secretaria de Segurança esclareça os objetivos da ação. “Várias comunidades reclamam. É direito do cidadão saber o que acontece. A secretaria tem que explicar”.




Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9336 Mensagem por rodrigo » Ter Nov 22, 2011 12:01 pm

Até em tópico de operação policial a guerrilha do PT vem falar mal da imprensa!




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
Brasileiro
Sênior
Sênior
Mensagens: 9351
Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
Agradeceram: 512 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9337 Mensagem por Brasileiro » Ter Nov 22, 2011 12:33 pm

rodrigo escreveu:Até em tópico de operação policial a guerrilha do PT vem falar mal da imprensa!
Que guerrilha do PT? Pode apontar? Se está falando sério, então mostre ela, prove que é guerrilha e depois prove que é do PT, senão não serve.
Aqui, no DB, temos um espaço para argumentação, quem fala alguma coisa tem que sustentar isso. Senão, entramos no campo das picuinhas, fofocas, preconceitos, ignorância, o que não é o meu forte e me recuso a entrar.

E desde quando operação policial não é alimento para imprensa? Desde quando PM não pensa no que vai sair na imprensa antes de 'operar'? Esqueceu que o chefe máximo da polícia é um político, e como qualquer político, deseja votos? Um cara que precisa de voto para sustentar seu poder não pensa na imprensa antes de orientar seus subalternos?

A conversa aqui não é sobre partidos políticos, meu amigo. É sobre sociedade, algo bem mais amplo, e sobre como ela pode ser melhor servida do que controlada.



abraços]




----------------
amor fati
Avatar do usuário
Brasileiro
Sênior
Sênior
Mensagens: 9351
Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
Agradeceram: 512 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9338 Mensagem por Brasileiro » Ter Nov 22, 2011 12:39 pm

Um pouco sobre polícia, política e espetáculo
Crimes e omissão em SP
Processos de familiares de mortos pela PM em 2006 são encerrados sem apuração. Entidades querem federalizar investigação, mas não conseguem falar com Alckmin Publicado em 14/10/2011


Entre 12 e 20 de maio de 2006, 493 pessoas foram mortas por arma de fogo, segundo dados do Conselho Regional de Medicina. A organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) é responsabilizada pela execução de 43 policiais militares, carcereiros e um bombeiro durante uma onda de rebeliões­ em presídios e ataques a prédios públicos. A movimentação, atribuída à facção criminosa, terminou no dia 15 de maio, supostamente após reunião entre Marcos Willians Camacho, o Marcola, líder da organização, e a cúpula do governo paulista.

“A partir de então a polícia paulista iniciou violento revide”, afirma a ONG Justiça Global no documento intitulado São Paulo sob Achaque, elaborado em parceria com a Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, nos Estados Unidos. Segundo o relatório, as situações da maioria das mortes ocorridas entre os dias 15 e 20 em nada pareciam com casos de legítima defesa. O estudo aponta 122 homicídios com indícios de execução praticados por policiais no período.Passados cinco anos, a maior crise da segurança pública de São Paulo ainda não foi apurada. Não existe sequer um relatório oficial do Estado que detalhe esses episódios. Em maio passado, a secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, ministra Maria do Rosário, pediu ao governador Geraldo Alckmin uma audiência para discutir a transferência, para a esfera federal, das investigações das mortes durante a operação da PM. Até agora ele não se manifestou.

As apurações desses crimes foram arquivadas sem os devidos esclarecimentos, salvo nos casos que envolvem a morte de agentes públicos. Das mortes praticadas por policiais em supostos confrontos, apenas seis oficiais foram denunciados ou indiciados. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), departamento de elite de investigação de homicídios no Brasil, esclareceu mais de 85% dos casos em que as vítimas foram agentes públicos e elucidou a autoria de apenas 13% das ocorrências de homicídio com suspeita de participação de policiais.

Sandra Carvalho, diretora adjunta da Justiça Global, diz não se tratar, na maioria dos casos, de arquivamento por falta de provas. “Na verdade, não foram feitas investigações mais detalhadas e exaustivas”, afirma, apontando a falta de proteção adequada para que as testemunhas pudessem depor. “Muitas delas foram sistematicamente ameaçadas, cerceadas. O estado deveria ter criado condições para que pudessem depor em segurança”, avalia. Para James Cavallaro, presidente do conselho da ONG, a participação do alto escalão da polícia paulista pode ter atrapalhado as investigações. “Há indícios de envolvimento não só de policiais dos níveis baixos e intermediários, mas de autoridades de alta patente, o que dificultaria o esclarecimento dos crimes como um todo”, avalia.

É devido à ineficácia do governo estadual em apontar os responsáveis pelos crimes que os pesquisadores defendem a federalização do processo. “Dialogamos com o estado de São Paulo e com várias instituições ao longo desses cinco anos”, afirma Fernando Ribeiro Delgado, da Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard. “Não obtivemos uma resposta satisfatória em basicamente nenhum ponto dessa pesquisa. Por isso decidimos encaminhar o caso ao governo federal e ao Congresso Nacional, para que seja instalada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), e para que o Ministério Público Federal investigue.”


Impunidade
Uma das vítimas da ação policial foi o gari Edson Rogério Silva dos Santos, de 29 anos, filho de Débora Maria Silva. Débora é coordenadora do movimento Mães de Maio, organizado entre as mães que tiveram filhos executados por policiais militares na Baixada Santista em maio de 2006. “A gente viu muitas falhas nos inquéritos e o Ministério Público Estadual não apresentou resposta para nós”, afirma. Segundo o estudo da ONG Justiça Global, a investigação policial sobre o caso de Edson não ouviu testemunhas e não colheu provas importantes, como as fitas das câmeras de segurança do posto de gasolina onde ele teria sido assassinado.

João Inocêncio de Freitas também teve o filho morto em maio de 2006. Dispensado mais cedo do colégio, junto com os demais alunos, Matheus Andrade de Freitas foi com Ricardo Porto, seu colega de classe, a uma pizzaria na rua onde morava. Ambos foram executados. João critica o arquivamento do processo e a tentativa do estado de criminalizar seu filho. “Como o inquérito não andava, a gente foi saber o que estava acontecendo. Sem apurar nada, eles arquivaram”, relata. “O relatório do delegado dizia que meu filho foi morto por dívida de droga e que o outro menino tinha morrido por queima de arquivo. Nós fomos ao 5º Distrito e fizemos nosso depoimento. O promotor corrigiu o relatório e disse que havia indícios da atuação de grupos de extermínio, policiais. Só que depois o caso foi arquivado. Ninguém fez nada.”
Em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, em 29 de agosto passado, Débora Maria Silva reivindicou, na presença da ministra Maria do Rosário, a federalização da investigação dos crimes. “O governo do estado não quer tocar no assunto, mas isso nós exigimos. Mataram nossos filhos e desapareceram com eles. Alguém tem de ser responsabilizado. Se a gente não aponta os algozes dos nossos filhos, apontamos o estado como um todo”, sentenciou. Débora exige que as autoridades se reúnam em Santos, onde têm sido constantes os crimes praticados por grupos de extermínio.

Na ocasião, Maria do Rosário afirmou que um impasse com o governo do estado estaria impedindo o avanço do processo de federalização desses crimes. “Pedi uma reunião com o governo estadual sobre a situação dos grupos de extermínio e as Mães de Maio. Já tem três meses (completados em agosto) e eu ainda estou aguardando. Não gostaria de fazer a reunião em Santos sem antes me reunir com o governo paulista para trabalharmos juntos alguns caminhos.”

Em julho passado, uma reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, presidido pela ministra, decidiu encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo um pedido de reabertura das investigações sobre as mortes em maio de 2006, assim como sua federalização.


Segundo Rosário, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) já encaminhou dois pedidos de audiência ao governo de São Paulo para tratar do tema. Ambos continuam sem resposta. Durante a audiência em São Paulo ela reforçou o pedido à secretária de Justiça do governo estadual, Eloísa Arruda. “Acredito que essa audiência vai nos possibilitar abrir esse caminho com o governador”, afirmou. Na primeira semana de outubro, o impasse permanecia.

Os crimes de maio de 2006 aconteceram um mês após a saída de Alckmin para concorrer às eleições presidenciais. Ele estava à frente do governo estadual havia seis anos. Em seu lugar assumiu o vice, Cláudio Lembo. O governo federal deu os primeiros passos para federalizar a investigação ainda na gestão de Paulo Vannucchi­ à frente da SEDH, quando foi aprovada a criação de uma comissão especial para levantar informações que justificassem a transferência desses crimes para o âmbito federal.

Caso isso venha a acontecer, será o segundo caso de transferência de competência no Brasil após a Constituição de 1988. O primeiro crime contra os direitos humanos federalizado foi o assassinato do defensor público Manoel Mattos, que investigava a atuação de grupos de extermínio na Paraíba.
http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/64/cidadania


abraços]




----------------
amor fati
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9339 Mensagem por rodrigo » Ter Nov 22, 2011 1:02 pm

Crimes e omissão em SP
Se houve omissão, por que não há ação do ministério público? E pra variar, uma reportagem que se importa mais com os bandidos do que com os policiais mortos.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
Brasileiro
Sênior
Sênior
Mensagens: 9351
Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
Agradeceram: 512 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9340 Mensagem por Brasileiro » Ter Nov 22, 2011 1:06 pm

rodrigo escreveu:
Crimes e omissão em SP
Se houve omissão, por que não há ação do ministério público? E pra variar, uma reportagem que se importa mais com os bandidos do que com os policiais mortos.
Exatamente, houve indisposição em investigar adequadamente os casos. Leia a matéria inteira e devagar.

E, pra mim, policial que age em grupo de extermínio, atira em suspeito rendido pela nuca é tão bandido quanto qualquer outro. E para bandido temos as leis.
Mas, para 'alguns' bandidos, os que fazem cumprir as leis são comparsas, e por isso omissos.

Por fim, a reportagem se preocupou menos com os policiais mortos, porque julgou que ficou claro que, para estes, houve tratamento adequado em termos de investigação criminal e julgamento. Quanto aos outros, não sei se eram bandidos, pode ser que fossem, mas, a princípio, estamos falando de pessoas executadas, coisa que não é função da polícia, só pra não ter de dizer que é crime.

Ou não existe mais isso de 'lei é para todos'? Uns podem ser bandidos e outros não, como assim? Eu não posso executar sumariamente, sem estar em legítima defesa, com uma arma alguém que eu pessoalmente considere bandido... mas a polícia pode?



abraços]




----------------
amor fati
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9341 Mensagem por rodrigo » Ter Nov 22, 2011 1:19 pm

mas a polícia pode?
Em uma situação de conflito deflagrado, onde criminosos atacam delegacias, quartéis, viaturas; executam policiais, carcereiros e até mesmo um bombeiro, pedir razoabilidade é difícil.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
Viktor Reznov
Sênior
Sênior
Mensagens: 6771
Registrado em: Sex Jan 15, 2010 2:02 pm
Agradeceram: 771 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9342 Mensagem por Viktor Reznov » Ter Nov 22, 2011 1:26 pm

Quem dera se a PM fizzesse esse policiamento intensivo na minha universidade. Agora, 6 anos estudando em universidade federal e eu nunca vou entender o que faz vários alunos pensarem que universidade federal goza de status de embaixada ou consulado de governo estrangeiro.




I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
Avatar do usuário
Wingate
Sênior
Sênior
Mensagens: 5130
Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
Localização: Crato/CE
Agradeceram: 239 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9343 Mensagem por Wingate » Ter Nov 22, 2011 1:44 pm

Quem dera se a PM fizzesse esse policiamento intensivo na minha universidade. Agora, 6 anos estudando em universidade federal e eu nunca vou entender o que faz vários alunos pensarem que universidade federal goza de status de embaixada ou consulado de governo estrangeiro.
São os Vaticanos tupiniquins. Só falta a Guarda Suiça (sem PM, é claro!).

Wingate




Avatar do usuário
wagnerm25
Sênior
Sênior
Mensagens: 3590
Registrado em: Qui Jan 15, 2009 2:43 pm
Agradeceram: 198 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9344 Mensagem por wagnerm25 » Ter Nov 22, 2011 2:02 pm

Interessante é que essa meia dúzia de órfãos do Pol-Pot fazem crer que a imensa maioria dos alunos da USP são contrários a presença da PM, quando é exatamente o oposto.

Ao contrário dessa minoria barulhenta e pouco afeita a hábitos de higiene pessoal, todo mundo tem mais o que fazer do que ficar discutindo por horas a fio em assembléias cuja a única finalidade é aprovar alguma resolução exótica, tipo uma moção de apoio às lavadeiras cegas do Azerbaijão que são exploradas pela filial local da 5-à-Sec ou algo parecido.

O radical de esquerda é tão dominado e iludido quanto aquele pobre sertanejo que vota a cabresto na turma do Sarney lá no interior do Maranhão.




Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceram: 442 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9345 Mensagem por Bolovo » Ter Nov 22, 2011 2:08 pm

wagnerm25 escreveu:Interessante é que essa meia dúzia de órfãos do Pol-Pot fazem crer que a imensa maioria dos alunos da USP são contrários a presença da PM, quando é exatamente o oposto.

Ao contrário dessa minoria barulhenta e pouco afeita a hábitos de higiene pessoal, todo mundo tem mais o que fazer do que ficar discutindo por horas a fio em assembléias cuja a única finalidade é aprovar alguma resolução exótica, tipo uma moção de apoio às lavadeiras cegas do Azerbaijão que são exploradas pela filial local da 5-à-Sec ou algo parecido.

O radical de esquerda é tão dominado e iludido quanto aquele pobre sertanejo que vota a cabresto na turma do Sarney lá no interior do Maranhão.
Ave Maria.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Responder