Irã tem como se defender de Israel?
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
O problema maior na relação entre o Irã e as Petro-monarquias do Oriente Médio não é o xiismo, mas o anti-monarquismo da Revolução de 1979...
- LeandroGCard
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
É verdade.Vitor escreveu:Os árabes tem uma grande rixa com os iranianos (persas) há séculos, e bem, há muito ressentimento e rivalidade no mundo muçulmano, sendo xiita e sunita só a mais visível de muitas. A grande maioria dos atentados no Irã tem nessas rixas a causa. O mundo muçulmano na retórica pode parecer ter mais raiva de Israel, mas na prática a raiva é mais entre eles próprios, coisas mal resolvidas de épocas que antecedem o descobrimento do Brasil.LeandroGCard escreveu: É claro que não, a mídia não mostra.
Mas dê uma pesquisada e vai descobrir que nos últimos anos morreram mais iranianos vítimas de ataques de grupos que recebem apoio americano que israelenses vítimas de ataques do Hamas. Quanto ao Hizbolah não dá para comparar, Israel entrou em guerra aberta contra ele no Líbano, então o número de baixas foi maior, é claro.
Leandro G. Card
Muita gente no ocidente têm a tendência de colocar todos os países do oriente-médio "no mesmo saco" (aliás, fazem isto também com Ásia, Africa e Amárica Latina) mas na verdade cada um daqueles países tem uma cultura e história próprias, que vão muito além da dicotomia árabes x Israrel. Isto acontece também com a imprensa ocidental, por isso as notícias relacionadas este último ponto aparecem com muito mais frequência mídia.
Leandro G. Card
- Valdemort
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Em qualquer pais Árabe , com exeçao de Egito e Jordania , se vc tiver carimbo de Israel no passaporte não entra .
"O comunismo é a filosofia do fracasso, o credo da ignorância e o evangelho da inveja. Sua virtude inerente é a distribuição equitativa da miséria".
Winston Churchill
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- Valdemort
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Mas existe sim uma rivalidade entre Chiita e Sunita , principalmente por parte dos Chiitas .Nukualofa77 escreveu:O problema maior na relação entre o Irã e as Petro-monarquias do Oriente Médio não é o xiismo, mas o anti-monarquismo da Revolução de 1979...
Eles dizem que o Anjo gabriel entregou o livro sagrado pra Maomé por engano, este deveria ter sido entregue a Ali , este na versão dos Chiitas o verdadeiro profeta .
"O comunismo é a filosofia do fracasso, o credo da ignorância e o evangelho da inveja. Sua virtude inerente é a distribuição equitativa da miséria".
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Existe, só q esse "senso comum" no ocidente de q os xiitas são muçulmanos "fanáticos" (inclusive xiismo virou sinônimo de fanatismo) foi propangandiado a torto e direito após a Revolução de 1979...
Já ouviste falar do Muhabismo? É o islamismo sunita dominante na Arábia Saudita e é provalmente a vertente mais radical do islã, tanto q o islamismo ensinado nas madrasas paquistanesas q deram origem aos talibãs foi baseado nessa vertente do islã... Aliás, os dois únicos governos do mundo q reconheciam o governo talibã eram o Paquistão e a Arábia Saudita...
Já ouviste falar do Muhabismo? É o islamismo sunita dominante na Arábia Saudita e é provalmente a vertente mais radical do islã, tanto q o islamismo ensinado nas madrasas paquistanesas q deram origem aos talibãs foi baseado nessa vertente do islã... Aliás, os dois únicos governos do mundo q reconheciam o governo talibã eram o Paquistão e a Arábia Saudita...
- Valdemort
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Claro ... Taliban é a versão mais radical do Islamismo . Não disse que os Chiitas são mais ou menos radicais . Agora ambos são muito sensiveis quanto ao assunto religião .
"O comunismo é a filosofia do fracasso, o credo da ignorância e o evangelho da inveja. Sua virtude inerente é a distribuição equitativa da miséria".
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Analogamente seria uma intriga no estilo "católicos X protestantes/pentecostais/neopentecostais"...
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
21/06/2009 - 22h41
Conselho de Guardiães admite irregularidades na eleição do Irã
da Folha Online
O Conselho de Guardiães do Irã, máxima instância constitucional do país, admitiu na manhã desta segunda-feira (noite deste domingo em Brasília) que, na eleição de 12 de junho, houve irregularidades nas votações, informou o site do canal estatal Press TV. O resultado oficial, endossado pelo conselho, tinha dado vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Segundo o porta-voz do Conselho dos Guardiães, Abbas Ali Kadkhodai, ainda não é possível "determinar se esse montante é decisivo para [alterar] os resultados da eleição."
De acordo com a TV, o conselho assegurou que, em 50 cidades, o número de votos superou o número de eleitores inscritos, o que implica em mais de 3 milhões de eleitores --o resultado oficial da eleição dá para Ahmadinejad 8 milhões de votos além do recebido por ele em 2005, o que a oposição já tinha considerado irreal.
O Conselho de Guardiães informou que as irregularidades foram encontradas entre as 170 cidades onde um dos candidatos derrotados, Mohsen Rezai, disse ter ocorrido os problemas.
Essa admissão abre caminho para a investigação dos 646 "irregularidades" apontadas pelos três candidatos derrotados --Rezai, Mehdi Karubi e Mir Hossein Mousavi, líder da oposição e tido, segundo as pesquisas de intenção de voto anteriores ao pleito, como principal ameaça à reeleição de Ahmadinejad. Mousavi e Karubi pediram na sexta-feira (19) que o Conselho dos Guardiães anulassem a eleição. Conseguiram, na ocasião, apenas que fosse feita a recontagem aleatória de 10% dos votos.
O presidente reeleito e o seu ministro do Interior, Sadeq Mahsouli, rejeitaram qualquer possibilidade de fraude, dizendo que as eleições foram livres e limpas.
O reconhecimento das irregularidades traz uma reviravolta na situação política do país, já que, na sexta-feira, o líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei, havia rejeitado a tese da oposição de que se Ahmadinejad reelegeu através de fraudes. Também fica fortalecida a posição do líder oposicionista Mousavi, que lidera protestos desde a realização das eleições devido às suspeitas de fraude.
Fraude
Entre os indícios de fraude, os especialistas apontam o fato de Ahmadinejad aparecer sempre com o dobro de votos de Mousavi nos resultados parciais da apuração, quando é comum que haja variação, graças às diferentes tendências de diferentes regiões do país; e o fato de 39,2 milhões de cédulas terem sido contadas a mão em apenas 12 horas quando, no passado, em eleições com uma menor participação de eleitores, o tempo foi ao menos duas vezes maior.
Há dúvidas ainda por Ahmadinejad ter recebido a maioria dos votos inclusive nas Províncias em que a minoria étnica azeri, a mesma de Mousavi, é majoritária; e pelo clérigo reformista Mehdi Karubi ter conseguido só 0,85% dos votos quando ele obteve 17% no primeiro turno das eleições presidenciais de 2005.
Mais calma
Mousavi pediu neste domingo a seus seguidores que tenham mais cautela nas manifestações que perduram em Teerã desde as eleições. Depois dos violentos protestos de ontem --dez pessoas morreram nos choques com a polícia, segundo uma contagem divulgada pela TV estatal iraniana-- ele pediu que seus seguidores mantenham os protestos, mas que "tenham precaução".
"Espero que as forças armadas evitem causar danos irreparáveis", disse Mousavi em comunicado publicado em sua página na internet. "O protesto contra as mentiras e a fraude é vosso direito. Hoje o país chora pelos [...]mortos nos protestos. Peço que sigam com calma."
O pedido parece ter tido eco neste domingo. Apesar de Teerã estar tomada de policiais antidistúrbios e milícias islâmicas pró-regime, deixando o clima tenso, os manifestantes não foram às ruas. Mousavi ainda condenou as "detenções maciças" durante os oito dias seguidos de manifestações desde as eleições.
Uma das detenções que mais chamaram a atenção hoje foram as de cinco parentes do ex-presidente do país Ali Akbar Hashemi Rafsanjani. Porém, quatro foram liberados em seguida, segundo a "Press TV". No entanto, permanece detida Faezeh Hashemi, uma das filhas do ex-presidente, que segundo a emissora participou de um ato em favor da oposição.
O governo iraniano também partiu para a ofensiva contra a imprensa estrangeira, que já tem o trabalho cerceado desde o início dos protestos. Hoje o correspondente permanente da BBC, Jon Leyne, recebeu a ordem de abandonar o país em 24 horas, e o canadense Maziar Bahari, da revista americana "Newsweek", foi detido.
Com agências internacionais.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 4324.shtml
Conselho de Guardiães admite irregularidades na eleição do Irã
da Folha Online
O Conselho de Guardiães do Irã, máxima instância constitucional do país, admitiu na manhã desta segunda-feira (noite deste domingo em Brasília) que, na eleição de 12 de junho, houve irregularidades nas votações, informou o site do canal estatal Press TV. O resultado oficial, endossado pelo conselho, tinha dado vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Segundo o porta-voz do Conselho dos Guardiães, Abbas Ali Kadkhodai, ainda não é possível "determinar se esse montante é decisivo para [alterar] os resultados da eleição."
De acordo com a TV, o conselho assegurou que, em 50 cidades, o número de votos superou o número de eleitores inscritos, o que implica em mais de 3 milhões de eleitores --o resultado oficial da eleição dá para Ahmadinejad 8 milhões de votos além do recebido por ele em 2005, o que a oposição já tinha considerado irreal.
O Conselho de Guardiães informou que as irregularidades foram encontradas entre as 170 cidades onde um dos candidatos derrotados, Mohsen Rezai, disse ter ocorrido os problemas.
Essa admissão abre caminho para a investigação dos 646 "irregularidades" apontadas pelos três candidatos derrotados --Rezai, Mehdi Karubi e Mir Hossein Mousavi, líder da oposição e tido, segundo as pesquisas de intenção de voto anteriores ao pleito, como principal ameaça à reeleição de Ahmadinejad. Mousavi e Karubi pediram na sexta-feira (19) que o Conselho dos Guardiães anulassem a eleição. Conseguiram, na ocasião, apenas que fosse feita a recontagem aleatória de 10% dos votos.
O presidente reeleito e o seu ministro do Interior, Sadeq Mahsouli, rejeitaram qualquer possibilidade de fraude, dizendo que as eleições foram livres e limpas.
O reconhecimento das irregularidades traz uma reviravolta na situação política do país, já que, na sexta-feira, o líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei, havia rejeitado a tese da oposição de que se Ahmadinejad reelegeu através de fraudes. Também fica fortalecida a posição do líder oposicionista Mousavi, que lidera protestos desde a realização das eleições devido às suspeitas de fraude.
Fraude
Entre os indícios de fraude, os especialistas apontam o fato de Ahmadinejad aparecer sempre com o dobro de votos de Mousavi nos resultados parciais da apuração, quando é comum que haja variação, graças às diferentes tendências de diferentes regiões do país; e o fato de 39,2 milhões de cédulas terem sido contadas a mão em apenas 12 horas quando, no passado, em eleições com uma menor participação de eleitores, o tempo foi ao menos duas vezes maior.
Há dúvidas ainda por Ahmadinejad ter recebido a maioria dos votos inclusive nas Províncias em que a minoria étnica azeri, a mesma de Mousavi, é majoritária; e pelo clérigo reformista Mehdi Karubi ter conseguido só 0,85% dos votos quando ele obteve 17% no primeiro turno das eleições presidenciais de 2005.
Mais calma
Mousavi pediu neste domingo a seus seguidores que tenham mais cautela nas manifestações que perduram em Teerã desde as eleições. Depois dos violentos protestos de ontem --dez pessoas morreram nos choques com a polícia, segundo uma contagem divulgada pela TV estatal iraniana-- ele pediu que seus seguidores mantenham os protestos, mas que "tenham precaução".
"Espero que as forças armadas evitem causar danos irreparáveis", disse Mousavi em comunicado publicado em sua página na internet. "O protesto contra as mentiras e a fraude é vosso direito. Hoje o país chora pelos [...]mortos nos protestos. Peço que sigam com calma."
O pedido parece ter tido eco neste domingo. Apesar de Teerã estar tomada de policiais antidistúrbios e milícias islâmicas pró-regime, deixando o clima tenso, os manifestantes não foram às ruas. Mousavi ainda condenou as "detenções maciças" durante os oito dias seguidos de manifestações desde as eleições.
Uma das detenções que mais chamaram a atenção hoje foram as de cinco parentes do ex-presidente do país Ali Akbar Hashemi Rafsanjani. Porém, quatro foram liberados em seguida, segundo a "Press TV". No entanto, permanece detida Faezeh Hashemi, uma das filhas do ex-presidente, que segundo a emissora participou de um ato em favor da oposição.
O governo iraniano também partiu para a ofensiva contra a imprensa estrangeira, que já tem o trabalho cerceado desde o início dos protestos. Hoje o correspondente permanente da BBC, Jon Leyne, recebeu a ordem de abandonar o país em 24 horas, e o canadense Maziar Bahari, da revista americana "Newsweek", foi detido.
Com agências internacionais.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 4324.shtml
- Marino
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
IRÃ
Demonstração de força
A força aérea iraniana deve realizar hoje um exercício de impressionar. Os mais variados tipos de aeronave deverão se deslocar por distâncias de até 4 mil quilômetros. Vão aprimorar sua capacidade operacional. Aviões-tanque vão reabastecer jatos em voo. Também jatos reabastecerão jatos. Aparelhos iranianos farão voos a baixa altura e longas distâncias.
Operações tão complexas são planejadas com tempo. Mas, em abril, os iranianos fizeram a maior demonstração aérea de sua historia. No dia 18 de abril, fizeram voar 140 jatos dos modelos mais atuais. Naquele dia, a exibição foi divulgada como “ demonstração do estado de preparo militar para a defesa do país”. Certamente, esse é o objetivo agora também, no momento em que ocorre a reação às multidões que protestam contra a reeleição supostamente de Mahmoud Ahmadinejad.
NAHUM SIROTSKY
CORRESPONDENTE/JERUSALÉM
Demonstração de força
A força aérea iraniana deve realizar hoje um exercício de impressionar. Os mais variados tipos de aeronave deverão se deslocar por distâncias de até 4 mil quilômetros. Vão aprimorar sua capacidade operacional. Aviões-tanque vão reabastecer jatos em voo. Também jatos reabastecerão jatos. Aparelhos iranianos farão voos a baixa altura e longas distâncias.
Operações tão complexas são planejadas com tempo. Mas, em abril, os iranianos fizeram a maior demonstração aérea de sua historia. No dia 18 de abril, fizeram voar 140 jatos dos modelos mais atuais. Naquele dia, a exibição foi divulgada como “ demonstração do estado de preparo militar para a defesa do país”. Certamente, esse é o objetivo agora também, no momento em que ocorre a reação às multidões que protestam contra a reeleição supostamente de Mahmoud Ahmadinejad.
NAHUM SIROTSKY
CORRESPONDENTE/JERUSALÉM
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Irã tem como se defender de Israel?
Patético é a palavra para descrever essa "demonstração de força" no atual momento pelo que o país passa. Podem muito bem desfilar com mísseis na rua, ao estilo soviético.
Aviso: há sangue

Aviso: há sangue
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
No ar, seria mais fácil destruir esses aviões.A força aérea iraniana deve realizar hoje um exercício de impressionar.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
Caramba.Vitor escreveu:Patético é a palavra para descrever essa "demonstração de força" no atual momento pelo que o país passa. Podem muito bem desfilar com mísseis na rua, ao estilo soviético.![]()
Aviso: há sangue

"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
DEZ DIAS QUE ABALARAM TEERÃ.
Por Patrick Buchanan – 23 de junho de 2009.
Dado seu monopólio de armas, melhor apostar no regime iraniano. Mas, no longo prazo, os aiatolás tem de ver a escrita na parede.
Vamos assumir o que eles estão insistindo – de que Mahmoud Ahmadinejad ganhou a eleição de 12 de junho; de que, mesmo se ocorreu fraude, ela não decidiu o resultado. Como o aiatolá Khamenei disse, em meio a altos risos em seu sermão de sexta-feira, declarando válida a eleição, “talvez, 100 ou 500 mil, mas como alguém pode fraudar 11 milhões de votos?”
Ainda assim, o aiatolá e Ahmadinejad devem estar ouvindo o rugido das cataratas à frente. Milhões de iranianos, talvez a maioria da classe profissional e dos jovens educados, que gritavam “Morte à Ditadura”, se opõem e os detestam. Como pode o regime maner seu atual curso doméstico ou a política externa com seu povo, tão visivelmente dividido?
Para onde irão o aiatolá e Ahmadinejad a partir daí?
Se adotarem uma linha dura, desafiando Barack Obama e recusando-se a negociar seu programa nuclear, eles podem continuar enriquecendo urânio, enquanto sanções mais duras são impostas. Mas para que finalidade adicionar 1 mil ou mais quilos?
Se eles não tencionam construir uma bomba, para quê enriquecer mais? E, se eles tencionam construir uma bomba, o quê, exatamente, isto irá resultar?
Pois uma bomba iraniana irá detonar uma corrida de armas regional com a Turquia, Egito e Arábia Saudita buscando armas nucleares. Israel colocará seu arsenal nuclear em prontidão. A América redirecionará seus mísseis sobre Teerã. E se um terrorista, em qualquer lugar, detonar uma bomba nuclear, o Irã arriscaria a aniquilação, pois, todo mundo, presumiria que Teerã estaria por trás disso.
Antes do que deixar o Irã mais seguro, uma bomba iraniana o isolaria, permanentemente, e possivelmente, o sujeitaria a um ataque preventivo.
E como podem os iranianos sobreviver ao contínuo isolamento?
De acordo com fontes americanas, o Irã produzia 6 milhões de barris de petróleo cru, por dia, em 1974, sob o xá. Ele não é mais capaz de repetir isto desde a revolução. A guerra, investimentos limitados, sanções e um alto índice de declínio natural de campos maduros de petróleo, estimados em 8 porcento em terra e 11 porcento ao largo da costa, são as causas. Um estudo de 2007 da Academia Nacional de Ciências relatou que, mantidos estes índices de declínio, as exportações do Irã, que, em 2007, eram, na média de 2,4 milhões de barris por dia, descrescerão até zero, por volta de 2015.
Você não pode produzir petróleo e gás a partir de tapetes e pistache.
Se Teerã não puder obter o levantamento das sanções e novos investimentos na produção de gás e petróleo, estará no rumo de uma crise econômica que causará o êxodo de seus jovens mais brilhantes e repetições quadrienais da eleição de 2009.
E não existem, apenas, profundas divisões no Irã, entre modernistas e tradicionalistas religiosos, os ricos e os pobres, mas entre grupos étnicos. Metade da população do Irã é árabe, curda, azeri ou baluchi. No noroeste curdo e no sul baluchi, secessionistas tem lançado ataques pelos quais o aiatolá culpa os Estados Unidos e Israel.
E, ao olharem em volta, na região, como podem os aiatolás serem otimistas?
A Síria, seu grande aliado, deseja um acordo com os americanos para recuperar Golan. A Arábia Saudita e o Egito são hostis, com este último tendo descoberto um complô do Hezbollah contra o presidente Hosni Mubarak.
O Hamas está totalmente focalizado em Gaza, a Margem Ocidental e o estado palestino, e mostrando interesse em trabalhar com a administração de Obama.
Para onde está rumando a revolução islâmica? Qual estado no mundo muçulmano que abraçou o islamismo e criou uma nação bem-sucedida?
Sudão? O Afeganistão taliban? A Somália está, agora, na passagem final dos senhores da guerra para o islamismo. Alguém acredita que Al-Shahab criará uma nação bem-sucedida?
Quanto aos aiatolás, depois de 30 anos, eles estão em crise profunda – o que ele produziram que o mundo admire?
Mesmo se a “revolução verde” no Irã detonar revoltas nos estados do Golfo, Arábia Saudita ou Egito, pode o Irã acreditar que regimes revolucionários sunitas seguirão a liderança de um estado islâmico xiita? Quanto tempo levou para a China de Mao renunciar a sua irmã mais velha de fé, a Rússia de Khruschev?
Quando se olha para os tigres asiáticos – Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia – ou para a China ou Índia, das décadas recentes, se pode ver nações que impressionam o mundo com seu progresso.
O Irã, sob os mulás, tem andando para os lados ou para trás. Agora, com esta eleição suspeita e milhões demonstrando sua repulsa ao regime, a legitimidade e integridade dos aiatolás foram postas em questão.
Obama oferece ao regime uma saída.
Ele pode exercer seu direito a energia nuclear pacífica, ter as sanções levantadas e receber garantias de segurança, se puder provar que não tem nenhum programa de armas nucleares e de que deixará de subverter, através de seus fantoches Hezbollah-Hamas, o processo de paz que Obama está buscando, entre Israel e Palestina.
Se o Irã recusar a oferta de Obama, seguirá por uma estrada, no fim da qual estão severas sanções, escalada e uma guerra que Obama não quer e o Irã não pode querer – pois não será o vencedor.
Por Patrick Buchanan – 23 de junho de 2009.
Dado seu monopólio de armas, melhor apostar no regime iraniano. Mas, no longo prazo, os aiatolás tem de ver a escrita na parede.
Vamos assumir o que eles estão insistindo – de que Mahmoud Ahmadinejad ganhou a eleição de 12 de junho; de que, mesmo se ocorreu fraude, ela não decidiu o resultado. Como o aiatolá Khamenei disse, em meio a altos risos em seu sermão de sexta-feira, declarando válida a eleição, “talvez, 100 ou 500 mil, mas como alguém pode fraudar 11 milhões de votos?”
Ainda assim, o aiatolá e Ahmadinejad devem estar ouvindo o rugido das cataratas à frente. Milhões de iranianos, talvez a maioria da classe profissional e dos jovens educados, que gritavam “Morte à Ditadura”, se opõem e os detestam. Como pode o regime maner seu atual curso doméstico ou a política externa com seu povo, tão visivelmente dividido?
Para onde irão o aiatolá e Ahmadinejad a partir daí?
Se adotarem uma linha dura, desafiando Barack Obama e recusando-se a negociar seu programa nuclear, eles podem continuar enriquecendo urânio, enquanto sanções mais duras são impostas. Mas para que finalidade adicionar 1 mil ou mais quilos?
Se eles não tencionam construir uma bomba, para quê enriquecer mais? E, se eles tencionam construir uma bomba, o quê, exatamente, isto irá resultar?
Pois uma bomba iraniana irá detonar uma corrida de armas regional com a Turquia, Egito e Arábia Saudita buscando armas nucleares. Israel colocará seu arsenal nuclear em prontidão. A América redirecionará seus mísseis sobre Teerã. E se um terrorista, em qualquer lugar, detonar uma bomba nuclear, o Irã arriscaria a aniquilação, pois, todo mundo, presumiria que Teerã estaria por trás disso.
Antes do que deixar o Irã mais seguro, uma bomba iraniana o isolaria, permanentemente, e possivelmente, o sujeitaria a um ataque preventivo.
E como podem os iranianos sobreviver ao contínuo isolamento?
De acordo com fontes americanas, o Irã produzia 6 milhões de barris de petróleo cru, por dia, em 1974, sob o xá. Ele não é mais capaz de repetir isto desde a revolução. A guerra, investimentos limitados, sanções e um alto índice de declínio natural de campos maduros de petróleo, estimados em 8 porcento em terra e 11 porcento ao largo da costa, são as causas. Um estudo de 2007 da Academia Nacional de Ciências relatou que, mantidos estes índices de declínio, as exportações do Irã, que, em 2007, eram, na média de 2,4 milhões de barris por dia, descrescerão até zero, por volta de 2015.
Você não pode produzir petróleo e gás a partir de tapetes e pistache.
Se Teerã não puder obter o levantamento das sanções e novos investimentos na produção de gás e petróleo, estará no rumo de uma crise econômica que causará o êxodo de seus jovens mais brilhantes e repetições quadrienais da eleição de 2009.
E não existem, apenas, profundas divisões no Irã, entre modernistas e tradicionalistas religiosos, os ricos e os pobres, mas entre grupos étnicos. Metade da população do Irã é árabe, curda, azeri ou baluchi. No noroeste curdo e no sul baluchi, secessionistas tem lançado ataques pelos quais o aiatolá culpa os Estados Unidos e Israel.
E, ao olharem em volta, na região, como podem os aiatolás serem otimistas?
A Síria, seu grande aliado, deseja um acordo com os americanos para recuperar Golan. A Arábia Saudita e o Egito são hostis, com este último tendo descoberto um complô do Hezbollah contra o presidente Hosni Mubarak.
O Hamas está totalmente focalizado em Gaza, a Margem Ocidental e o estado palestino, e mostrando interesse em trabalhar com a administração de Obama.
Para onde está rumando a revolução islâmica? Qual estado no mundo muçulmano que abraçou o islamismo e criou uma nação bem-sucedida?
Sudão? O Afeganistão taliban? A Somália está, agora, na passagem final dos senhores da guerra para o islamismo. Alguém acredita que Al-Shahab criará uma nação bem-sucedida?
Quanto aos aiatolás, depois de 30 anos, eles estão em crise profunda – o que ele produziram que o mundo admire?
Mesmo se a “revolução verde” no Irã detonar revoltas nos estados do Golfo, Arábia Saudita ou Egito, pode o Irã acreditar que regimes revolucionários sunitas seguirão a liderança de um estado islâmico xiita? Quanto tempo levou para a China de Mao renunciar a sua irmã mais velha de fé, a Rússia de Khruschev?
Quando se olha para os tigres asiáticos – Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Singapura, Malásia – ou para a China ou Índia, das décadas recentes, se pode ver nações que impressionam o mundo com seu progresso.
O Irã, sob os mulás, tem andando para os lados ou para trás. Agora, com esta eleição suspeita e milhões demonstrando sua repulsa ao regime, a legitimidade e integridade dos aiatolás foram postas em questão.
Obama oferece ao regime uma saída.
Ele pode exercer seu direito a energia nuclear pacífica, ter as sanções levantadas e receber garantias de segurança, se puder provar que não tem nenhum programa de armas nucleares e de que deixará de subverter, através de seus fantoches Hezbollah-Hamas, o processo de paz que Obama está buscando, entre Israel e Palestina.
Se o Irã recusar a oferta de Obama, seguirá por uma estrada, no fim da qual estão severas sanções, escalada e uma guerra que Obama não quer e o Irã não pode querer – pois não será o vencedor.
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Re: Irã tem como se defender de Israel?
FOXTROT, 3 MILHÕES de votos a mais no Irã e a eleição na vai ser anulada, o que você fala a respeito???
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]