Há 10 dias atrás a Gol de uma tacada só comprou da Boeing (com o financiamento externo, isso mesmo que vc está apontando como obstáculo a aquisição do caça do FX2) o equivalente próximo o que custo deste programa da FAB, um projeto estratégico que se arrasta desde 1997, ou então do PROSUPER (!).LeandroGCard escreveu: O motivo para isso é que o grosso do valor a ser investido em equipamentos de defesa terá que ser pago em moeda estrangeira (basicamente euros e dólares), e nossas reservas destas moedas, embora sejam relativamente grandes (em dólares, em euros nem tanto), estão comprometidas com a manutenção da estabilidade financeira internacional do país, e não podem ser utilizadas livremente. Neste momento inclusive nosso balanço de pagamentos total com o exterior está no limite, o que torna ainda mais difícil falar em grandes investimentos a serem realizados usando moeda estrangeira sem nenhuma perspectiva de retorno financeiro na mesma moeda. Por isso são necessários empréstimos externos para viabilizar os negócios. O valor do PIB pouca influência tem nisto, mesmo que nosso PIB fosse 10 vezes maior isso de pouco ajudaria se as reservas que tivéssemos e nossos compromissos financeiros fossem os mesmos. A menos que os fornecedores internacionais aceitassem receber em nossa própria moeda. Para minimizar este tipo de problema é que tornou-se comum que contratos internacionais de aquisição de material bélico incluam altas porcentagens de offsets comerciais, mas mesmo isso é algo que tem negociação complicada e pode travar uma venda do mesmo jeito. E no nosso caso fala-se muito mais em offsets tecnológicos (Tot's) do que em comerciais.
Leandro G. Card.
Por trabalhar no setor financeiro eu mensalmente recebo o relatório mensal do BC, a respeito da balanço de pagamentos, dívida externa bruta, div externa liquida, demonstrativo de variação das reservas internacionais, etc. As Pessoas Jurídicas Privadas captam uma boa dose de BILHÕES em moedas estrangeiras, o que impacta na nossa balanca de pagtos. Eu apenas tomei como exemplo um caso específico recente da área da aviação.
Quanto ao fato do offset ser mais para transferência tecnológica do que comercial é interessante que vc tenha uma visão um pouco mais abrangente: as ToT serão para a FAB e a indústria, que aliás esta última também participou da avaliação das propostas. Essas tecnologias absorvidas (sim, pois são de interesse dessas empresas) poderão alavancar a nossa indústria, com produtos com alto valor agregado pela própria natureza das tecnologias repassadas a nós e poderão ser exportados.