Mundo Árabe em Ebulição

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Bolovo
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9286 Mensagem por Bolovo » Qua Set 07, 2016 9:17 pm

César escreveu:
Bolovo escreveu: César,

A Guerra Civil na Síria seguiu o mesmo roteiro da queda de Gaddafi: influenciado pela "Primavera Árabe", surgiram revoltas populares nas grandes cidades, depois uma repressão violenta e eventual escalada para um conflito civil (até certo ponto incentivada por agentes externos). Depois disso, bastaria uma intervenção ocidental e Assad seria deposto, assim como foi com o Gaddafi com na Líbia, com o Saddam no Iraque. Finalmente um pouco democracia para os sírios e toda aquela história romantizada que conhecemos. Mas sabemos o que aconteceu com a Líbia, que era um país governado por uma ditadura socialista, porém o país com o mais alto IDH da África e, depois de sua "libertação", se tornou um país destruído, em eterna guerra civil (que vai de 2011 até hoje), divido ao meio por um governo em Tripoli e outro em Benghazi, sem contar que hoje é uma terra de terroristas wahhabistas (que não existiam por lá antes) e exportadora de refugiados para a Europa. Ou seja, boa parte do mundo percebeu que a intervenção ocidental na Líbia, que permitiu a queda de Gaddafi, trouxe consequências bastante negativas para o mundo em geral. A Líbia de antes era melhor do que a atual. Tanto que o termo "Primavera Árabe" mudou para "Inverno Árabe". E temeram que o mesmo ocorresse com a Síria. Em 2011, as vésperas de uma intervenção ocidental na Síria, começaram a surgir tais imagens pela internet:

http://theeconomiccollapseblog.com/wp-content/uploads/2013/09/U.S.-Naval-Officer-Does-Not-Want-to-Fight-For-Al-Qaeda-In-Syria-300x300.jpg https://shaunynews.files.wordpress.com/2015/04/560499_380068485452044_1921872438_n-2.jpg?w=593&h=791

O governo americano sofreu muita resistência, baixa aceitação popular num ataque as tropas de Assad. Diferente do que aconteceu com o Iraque e a Líbia, perderam o "timming" para realizar a sua "Syria Freedom". Mas isso foi em 2011! 2011!!! O Estado Islâmico entrou na Síria apenas em 2013, devido o vácuo de poder deixado pela confusão da guerra civil (estranhamente as posses 'rebeldes' caíram facilmente para o ISIS). Porém, isso não mudou o objetivo geral que é derrubar Assad. Até hoje isso é claro e cristalino, é só ver as declarações dos presidenciáveis, dos senadores, dos altos membros do poder americano e perceberá isso. A própria Hillary fala em no-fly zone até hoje. Assad continua sendo um problema, igual ao ISIS, só que Assad está desde 2011 e o ISIS surgiu em 2013. Diferente da retorica européia, que já aceita um Assad no poder, para conter o ISIS, afinal sofrem efeitos diretos com a guerra: terrorismo e refugiados.

Com a intervenção russa, derrubar Assad se tornou irreal, porém enfraquece-lo ainda é possível. Um Assad forte não é interessante aos americanos. Para isso, é só picotar a Síria em diversos países menores: uma país curdo, um país sunita etc. Além disso, os principais aliados ocidentais no Oriente Médio, em especial Arabia Saudita e Qatar, são um dos principais financiadores do terrorismo wahhabi, entre eles grupos da Frente Islâmica, Al Nusra e o próprio ISIS. E os americanos fazem vista grossa para tudo isso. O maior inimigo do terrorismo sunita wahhabi é, de longe, a população xiita, pois são muçulmanos 'errados', são kafirs. Isso explica, em parte, o empenho do Irã (que é o grande representante xiita no mundo) no conflito no Iraque e na Síria. E também a dedicação do Hezbollah, pois a queda de Assad para um grupo sunita representaria o fim do Líbano. Esse é o grande dilema americano. Combater o ISIS fortalece a posição de Assad, Hezbollah, Rússia e Irã no Oriente Médio. Se os americanos quisessem realmente derrotar o ISIS e os grupos islâmicos na Síria, fariam o mesmo que fazem no Iraque, no Afeganistão, nas Filipinas etc: apoiaria, armaria e daria carta branca para o governo local. O problema é que, no caso da Síria, o governo local é Assad. Se os americanos não querem mais, alias, não podem mais derrubar Assad, por outro lado fazem de tudo para não ajuda-lo.
Olá Bolovo,

Muito obrigado pela resposta. Foi muito boa.

Queria, não necessariamente discordar, mas tecer alguns comentários. É certo que uma intervenção na Síria teve alguma resistência interna, mas lá por 2011 ainda não havia como saber que a Líbia se tornaria o fracasso que efetivamente se tornou. Não acredito que a mera oposição interna justificasse essa não intervenção, até por que, à época, o Assad estava descendo o chumbo em uma oposição largamente pacífica e secular nos primeiros meses, p que gerou pedidos de intervenção bastante intensos sim.

Porém, na Síria, os grupos armados de oposição não estavam unificados. Não controlavam nenhum território a partir do qual se organizarem (ao contrário da Líbia), sem liderança. Finalmente, para a Síria os EUA não tinham nenhuma autorização da ONU para essa missão, uma vez que Moscou viu que a operação na Líbia apenas foi um pretexto para mudança de regime. Por fim, já nos primeiros meses estava claro que elementos jihadistas estavam começando a operar com a oposição (em grande parte, culpa do próprio Assad, que libertou das prisões centenas e centenas de jihadistas, e gerou a própria profecia dele que a a oposição era um bando de terroristas). Em suma, as condições eram diferentes, e o medo de Washington de armas caírem nas mãos de Jihadistas era muitíssimo mais forte que na Líbia, onde estes grupos estavam, inicialmente, largamente ausentes.

Mas, bem, 2011 passou, e lá por 2013 (acho) ocorreram os ataques químicos. A tal linha vermelha foi cruzada, mas nessa altura não havia ninguém para assumir o país caso Assad caísse. A oposição estava ainda mais islamizada e radicalizada. À época, não haviam russos para impedir nada. Assad não caiu meramente porque Washington sabia que não havia ninguém pra colocar no lugar, e permanece assim até hoje. A grande contradição dessa política é que, para Washington, Assad deveria cair, mas os tais moderados que assumiriam seu lugar não existem. Desta feita, fica-se como está. Nesse ponto que discordo de você que diz que para os EUA Assad deve cair de qualquer forma. Isso já teria acontecido em 2013 ou 2014 se quisessem, com oposição interna ou não.

Os russos, por outro lado, ao menos têm claros quem são seus aliados e quem são seus inimigos. Os americanos são inimigos tanto de Assad quanto daqueles que ele combate, não tem com quem jogar. Só sobraram os curdos, mas estes tem agendas próprias. Logo isso gera uma política externa ambígua, pois não tem meta atingível. Outra curiosidade é essa ajuda aos rebeldes em Aleppo e Idlib. Não sei o quanto dessa ajuda vem da Arábia Saudita e Turquia, ou se existe ajuda direta vinda dos Estados Unidos.

Por fim, para os americanos, certamente é muito pior um cenário de queda de Assad e tomada de poder pelo ISIS que a queda do ISIS e permanência de Assad. Apesar de toda a sua retórica, Assad não é um inimigo sério dos EUA. Atrapalha mais indiretamente, ao permitir bases russas na costa, e também apenas serve de apoio aos inimigos reais de Israel, que são o Hezbollah e eventualmente o Irã. O ISIS, ao contrário, é um inimigo direto, que já realizou atentados medonhos nos EUA e na Europa, e na média com radicalismo bastante superior a todos os demais grupos islamitas.

Uma Síria tomada, mesmo que em parte, pelo ISIS, nada mais é que um novo Afeganistão, a dar guarida a grupos que queiram realizar atentados no Ocidente. Na verdade é até pior que o Afeganistão, pois os talebãs não estavam envolvidos na preparação destes atentados. Já o ISIS, direciona grande parte dos recursos de seu 'estado' para tais ações. Os EUA podem viver com o Assad, ainda que não queiram, mas não com o ISIS.

Quanto a picotar o país, novamente, eles podem até defender isso, mas o único candidato que existe para isso são os curdos, e a Turquia não permitiria tal estado. Talvez os rebeldes do sul da Síria, mais moderados, pudessem tentar algo nesse sentido. Mas até o momento nenhum destes grupos do Sul declarou interesse em declarar independência. Já os do norte do país, são todos islamizados, duvido muito que os EUA reconheceriam como estado um norte da Síria comandado pela Al Nusra. Todos esses grupos do norte declararam querer fundar um Califado, e que eu saiba os americanos nunca apoiaram isso em nenhuma medida.

Bem, de resto concordo com você. Muito boa sua análise. Se falei bobagem, pode discordar.

Abraços!

César
Vou discordar de alguns pontos, César. E tenho que discordar, pois são pontos-chave para o entendimento do atual estágio do conflito na Síria.

Como já disse, as revoltas na Síria vieram do embalo da primavera árabe que se espalhou por todo norte da África e Oriente Médio. Quase todas começaram pacificas e logo em seguida se tornaram violentas, inclusive em países bastante ocidentalizados como o Egito. Não ao ponto se tornar uma guerra civil aberta, mas se tornaram violentas e a primavera se tornou um inverno. Assad reprimiu violentamente esses protestos? Não tenho dúvida, assim como aconteceu em todos os países árabes, seja na Líbia, no Egito, no Bahrain, no Qatar etc. Mas, curiosamente, pedidos de intervenção só surgem com os países "do mal", como Líbia e Síria.

O desejo de intervenção ocidental em 2011 veio como consequência do "sucesso" que foi a queda de Gaddafi na Líbia. Como Assad não é burro, viu que o dele estava na reta (afinal quem era ele perto do Gaddafi?), fez algumas concessões, como libertar prisioneiros políticos, ainda em 2011. Sim, Assad soltou vários prisioneiros, mas isso tinha o objetivo de acalmar as revoltas e não de inflama-la. Ela fez parte de uma anistia geral que foi muito bem recebida pelos potências ocidentais e oposicionistas, como mostra a matéria do Washington Post (https://www.washingtonpost.com/world/sy ... story.html):

On Saturday, at least 260 prisoners were released from the Sednaya military prison in Damascus, Rihawi said, adding that 14 were members of Syria’s Kurdish minority and the rest were Islamists. In Daraa and Sanamein, residents buried their dead.

“It’s a good start,” Rihawi (Abd el-Karim Rihawi, the head of the Syrian Human Rights League) said.


Um dos soltos foi Haitham al-Maleh, manifestante dos direitos humanos, um moderado, fato que contesta o argumento que "Assad soltou prisioneiros para inflamar a oposição". Por outro lado, um dos prisioneiros de Sednaya era Zahran Alloush, que após solto era considerado como um dos "moderados", entrou no Free Syrian Army, porém logo fundou a Jaysh al-Islam, um dos principais componentes da Frente Islâmica, movimento salafista que tem como objetivo uma Síria islâmica, como mostra matéria do The Independent (http://www.independent.co.uk/news/world ... 62618.html). Morreu em 2015, mas o legado ficou. Quando Assad disse que "a oposição é um bando de terroristas", não é um desejo, uma profecia, mas sim uma constatação. Ele foi obrigado a soltar esses prisioneiros, houve pressão internacional para isso, mas não esperava que eles se tornassem tão extremistas. Eles ficaram radicais dentro das prisões (seja por tortura ou o que for).

Oras, muito conveniente eu dizer isso, não? Pois livra o Assad praticamente de qualquer culpa. Mas o mesmo ocorreu com os próprios americanos. O atual líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, foi preso pelos americanos em 2004, ficou em custódia em Camp Bucca no Iraque, mas foi solto por ser um "prisioneiro comum" como mostra matéria do New York Times (http://www.nytimes.com/2014/08/11/world ... .html?_r=0). Será que os americanos queriam inflamar a revolta iraquiana sunita libertando al-Baghdadi? Será que era o desejo dos americanos fundar o Estado Islâmico? Claro que não. O mesmo pode se dizer de Assad quando soltou os prisioneiros em 2011. Ninguém imaginava as consequências disso.

O desejo de intervenção voltou em 2013 após os ataques químicos de Ghouta, porém, até hoje ninguém diz com certeza quem foram os responsáveis por esses ataques. A ONU pelo menos não acusa ninguém. Há as versões, mas todas são controversas, não dá para dizer com certeza se foi um lado ou se foi o outro. Por esse motivo, e pelo histórico do que ser tornou a Líbia, um velho oeste ao sul da Europa, a intervenção não aconteceu. Porém, isso me remete a o que está acontecendo hoje em Aleppo. Estamos talvez no desfecho final de uma das batalhas mais importantes da guerra, diria que é a "Batalha de Stalingrado" desse guerra. O regime sírio finalmente conseguiu fechar as duas entradas de Aleppo oriental e percebeu que ultimamente estamos sendo bombardeados com fotos de crianças sírias? Primeiro foi aquele garotinho (http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37116942) e agora são crianças usando oxigênio (https://globoplay.globo.com/v/5287794/). Após cinco anos de guerra, bombardeiros diários, os sírios e russos começaram a atingir crianças justamente agora? Agora que estão finalmente ganhando em Aleppo, o regime sírio realiza outro ataque químico (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... aleppo.htm)? Me desculpe, mas isso pra mim só tem um motivo: preparar a opinião pública, principalmente a ocidental, de como Assad é terrível, autoritário. Não irão conseguir uma intervenção, mas no máximo um cessar-fogo (http://oglobo.globo.com/mundo/obama-put ... a-20052655), o que levaria a Aleppo não cair. Pois se Aleppo cai, Assad controlaria todas as grandes cidades da Síria, exceto Raqqa, que é a cidade capital do Estado Islâmico. Não existiria mais "oposição", seria Assad e Estado Islâmico e o mundo ocidental seria obrigado a escolher Assad.

Quando digo que o objetivo americano não é [apenas] derrotar o Estado Islâmico, mas sim enfraquecer Assad, eu lhe pergunto: porque os americanos não apoiam as ofensivas sírias contra o Estado Islâmico ou contra a al Nusra? Porque apoiam somente aqueles que, eventualmente, se tornarão uma pedra no sapato de Assad, como o FSA e os curdos? Se os americanos apoiam os curdos, porque estão deixando os mesmos apanharem agora dos seus aliados turcos e FSA no norte de Síria? Porque continuam fornecendo armas para grupos que eventualmente caem para o lado extremista? Como mísseis TOW pararam nas mãos da al Nusra? Como uma arma como a M240L, que existe apenas no Exército Americano, para nas mãos da al Nusra (http://armamentresearch.com/us-m240l-gp ... -in-syria/)? A questão é essa, os americanos não ajudam de maneira nenhuma Assad, que é, sem dúvidas, o único com capacidade de enfrentar o Estado Islâmico. O que fazem é, de fato, atrapalhar muito, mas muito o Assad, que gasta uma recursos escassos para derrotar a tal oposição (que anda de mão dada com a al Nusa) em diversas fronts de batalha, o que não lhe dá muito tempo para enfrentar o Estado Islâmico (que está em maior parte no leste do país, um deserto, bem menos populoso).

A estratégia americana é, ainda, enfraquecer Assad, implantar um regime "aliado", seja lá qual (curdos num parte, FSA em outra, turcomanos em outra etc), e enfrentar em posterior o Estado Islâmico. Quando falo em picotar a Síria, não precisa ser da maneira clássica, não é necessário pegar um cartografo e desenhar novas fronteiras no Oriente Médio, mas é fato que a Síria já é um país divido. Os curdos ainda não tem um país de jure, mas um de facto. Assad não pisa nunca mais no que é hoje a atual Rojava, o curdistão sírio, assim como Saddam não pisou mais no curdistão iraquiano após a Guerra do Golfo. E Assad já aceita isso, não tenho dúvidas e, como disse, a chave dessa guerra está em Aleppo. Caindo Aleppo, acaba a oposição, pois não irão controlar mais nenhuma grande cidade. De um lado irá existir Assad e curdos e de outro o Estado Islâmico. E todos serão obrigados a escolher Assad. Por isso o mesmo investe tanto contra os tais rebeldes, por isso os americanos fazem vista grossa a atual intervenção turca (que pra mim é uma anexação) no norte de Síria, que está expulsando os curdos do oeste do Rio Eufrates, com a alegação de combater o Estado Islâmico. Todos estão correndo contra o tempo.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9287 Mensagem por joaolx » Qui Set 08, 2016 7:03 am

Excelente analise Bolovo parabens pelo post...

Acho que no oriente médio foi aberta a caixa de pandora e agora falham todas as tentativas para a fechar...




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9288 Mensagem por wagnerm25 » Qui Set 08, 2016 8:43 am

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9289 Mensagem por Poti » Qui Set 08, 2016 9:13 am

A política americana na Síria é esquizofrênica o que já me parece positivo. No início da guerra a França solicitou um ataque ao governo sírio, da mesma forma que liderou ataque contra Kadafi. Os americanos foram reticentes e isso para mim demonstra algo novo. O governo do Obama, por certo, queria ver a queda do Assad, mas optou por não precipitar a queda sem alternativa.

É claro hoje que se o Assad tivesse caído em 2012 a Síria estaria mesmo assim em guerra civil entre facções islamistas.
O Iraque também se mostrou um problema para os EUA que acabaram com o Sadam Hussein e hoje o poder de Bagdá está nas mãos de chiitas controlados pelo Irã. Ou seja, os americanos estão mais prudentes. Claro que mesmo nesta prudência fazem cagada armando grupos como o de alloush ou os FDPs de Al-Zenki (que mataram a criança palestina há 2 meses).

No fundo devemos lembrar também que Assad não caiu pois parte da população síria o apoia e luta e morre. Eles lutam contra o que há de pior na humanidade. O exército sírio mesmo lutando com frequência mal, de forma desordenada, está sendo heróico.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9290 Mensagem por Bolovo » Qui Set 08, 2016 9:37 am

joaolx escreveu:Excelente analise Bolovo parabens pelo post...

Acho que no oriente médio foi aberta a caixa de pandora e agora falham todas as tentativas para a fechar...
A "caixa de pandora" em questão foi aberta com a criminosa invasão do Iraque em 2003. Isso abriu as portas do Iraque a al-Qaeda que, a mando do próprio Osama Bin Laden, foi combater os americanos a partir de 2004. Junto a isso, a deposição de Saddam, um ditador linha dura, sunita, porém secular, e a eventual ascensão ao poder de al-Maliki, um dissidente xiita, apoiado pelos americanos, acabou por inflamar um conflito sectário que levou a guerra civil generalizada entre sunitas e xiitas no Iraque entre 2006 e 2007. Isso tudo propiciou terreno para os extremistas sunitas (seis grupos conhecidos como Conselho Shura, entre eles a al-Qaeda no Iraque) se organizarem, fundarem o "Estado Islâmico do Iraque" em outubro de 2006 e recrutarem boa parte da população sunita, agora radicalizada pelo conflito e querendo vingança contra o xiita al-Maliki e os ocupantes americanos. Em 2011 começa a Guerra na Síria. Em agosto do mesmo ano, alguns membros do Estado Islâmico são enviados para a Síria e criam, em janeiro de 2012, a al-Nusra (basicamente filial da al-Qaeda na Síria). Em abril de 2013 o próprio Estado Islâmico migra para o país vizinho, se redenomina "Estado Islâmico do Iraque e do Levante" (ISIL). Em abril de 2013, o ISIL anuncia a fusão com a al-Nusra, que rejeita a proposta. Em janeiro de 2014, o ISIL toma a cidade de Raqqa (que estava nas mãos da FSA e al Nusra desde março de 2013) e declara sua capital. No mês seguinte, a al-Nusra corta todas as relações com o ISIL. Em junho conquistam Mosul, a segunda maior cidade no Iraque, proclamam seu califado mundial, nomeiam al-Baghdadi como califa e se redenominam pelo última vez como "Estado Islâmico" (IS). O resto da história vocês já sabem.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9291 Mensagem por joaolx » Qui Set 08, 2016 10:45 am

Bolovo escreveu:
joaolx escreveu:Excelente analise Bolovo parabens pelo post...

Acho que no oriente médio foi aberta a caixa de pandora e agora falham todas as tentativas para a fechar...
A "caixa de pandora" em questão foi aberta com a criminosa invasão do Iraque em 2003. Isso abriu as portas do Iraque a al-Qaeda que, a mando do próprio Osama Bin Laden, foi combater os americanos a partir de 2004. Junto a isso, a deposição de Saddam, um ditador linha dura, sunita, porém secular, e a eventual ascensão ao poder de al-Maliki, um dissidente xiita, apoiado pelos americanos, acabou por inflamar um conflito sectário que levou a guerra civil generalizada entre sunitas e xiitas no Iraque entre 2006 e 2007. Isso tudo propiciou terreno para os extremistas sunitas (seis grupos conhecidos como Conselho Shura, entre eles a al-Qaeda no Iraque) se organizarem, fundarem o "Estado Islâmico do Iraque" em outubro de 2006 e recrutarem boa parte da população sunita, agora radicalizada pelo conflito e querendo vingança contra o xiita al-Maliki e os ocupantes americanos. Em 2011 começa a Guerra na Síria. Em agosto do mesmo ano, alguns membros do Estado Islâmico são enviados para a Síria e criam, em janeiro de 2012, a al-Nusra (basicamente filial da al-Qaeda na Síria). Em abril de 2013 o próprio Estado Islâmico migra para o país vizinho, se redenomina "Estado Islâmico do Iraque e do Levante" (ISIL). Em abril de 2013, o ISIL anuncia a fusão com a al-Nusra, que rejeita a proposta. Em janeiro de 2014, o ISIL toma a cidade de Raqqa (que estava nas mãos da FSA e al Nusra desde março de 2013) e declara sua capital. No mês seguinte, a al-Nusra corta todas as relações com o ISIL. Em junho conquistam Mosul, a segunda maior cidade no Iraque, proclamam seu califado mundial, nomeiam al-Baghdadi como califa e se redenominam pelo última vez como "Estado Islâmico" (IS). O resto da história vocês já sabem.
O resto da história ainda está por escrever...




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9292 Mensagem por Ziba » Qui Set 08, 2016 3:47 pm

Muita coisa me encuca nessas batalhas de tanques, brother. O primeiro tanque tomou na fuça e o que faz o segundo tanque lá atrás? fica parado... putz! Alguém explica?




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9293 Mensagem por DSA » Qui Set 08, 2016 7:51 pm

Ziba escreveu:Muita coisa me encuca nessas batalhas de tanques, brother. O primeiro tanque tomou na fuça e o que faz o segundo tanque lá atrás? fica parado... putz! Alguém explica?
Tambem acho!! É generalizado por aqueles lados! um carro de combate seja ele qual for, parado em terreno aberto, é uma sepultura para os seus ocupantes! mais seguro ser soldado de infantaria apeado!!
E depois parece que nao tem doutrina de uso dos carros! o que é estranho é os Turcos tambem fazerem essas cagadas!




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9294 Mensagem por wagnerm25 » Sex Set 09, 2016 7:52 am

Brasileiro combatendo como voluntário dos curdos sírios. Não ficou claro, mas acho que é o cara que apontei ali.

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9295 Mensagem por Clermont » Sex Set 09, 2016 9:51 am

DSA escreveu:
Ziba escreveu:Muita coisa me encuca nessas batalhas de tanques, brother. O primeiro tanque tomou na fuça e o que faz o segundo tanque lá atrás? fica parado... putz! Alguém explica?
Tambem acho!! É generalizado por aqueles lados! um carro de combate seja ele qual for, parado em terreno aberto, é uma sepultura para os seus ocupantes! mais seguro ser soldado de infantaria apeado!!
E depois parece que nao tem doutrina de uso dos carros! o que é estranho é os Turcos tambem fazerem essas cagadas!
Não há explicação. Isso é um erro e ponto final.

No Exército Vermelho da Segunda Guerra Mundial se dizia que um comandante que perdesse soldados desse modo não sofria nada. Mas, se perdesse tanques assim, era rebaixado e ia direto para o batalhão penal.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9296 Mensagem por EDSON » Sex Set 09, 2016 9:55 am

Na Arabia Saudita.





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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9297 Mensagem por akivrx78 » Sex Set 09, 2016 10:18 am

EUA vendem armas à Arábia Saudita no valor de $ 115 bilhões

08.09.2016

Sob administração do presidente dos EUA Barack Obama, Washington forneceu à Arábia Saudita cerca de $ 115 bilhões em armas, de acordo com um relatório a que a Reuters teve acesso.

O relatório de William Hartung, especialista em segurança nacional e política externa do Centro para a Política Internacional, frisa que estiveram em negociação 42 contratos diferentes entre a Arábia Saudita e os EUA.

O relatório não diz quantos negócios foram acordados, mas a maioria dos equipamentos militares não foi entregue

A informação foi obtida a partir da Agência de Defesa de Cooperação. Hartung disse à Reuters que o relatório seria tornado público em 8 de setembro.

De acordo com o relatório, as ofertas de vendas militares incluíram armas leves, munições, tanques, helicópteros de ataque, mísseis terra-ar, navios de defesa antimíssil e de combate, bem como manutenção e treinamento.

Estas vendas de armas acrescidas para uma monarquia cada vez mais opressiva foram criticadas por grupos de direitos humanos. Na 2ª conferência da ONU sobre o comércio global de armas, realizado em agosto em Genebra, a Coalizão para Controle de Armas apelou aos países ocidentais, incluindo os EUA, que parassem a venda de armas à Arábia Saudita devido às suas ações no Iêmen.

Os sauditas, chefiados por um clã predominantemente sunita, têm bombardeado o grupo oposicionista houthi, um grupo xiita apoiado pelo Irã, que derrubou o governo fantoche corrupto, apoiado pela Arábia Saudita e os EUA. Riad se encontrou sob duras críticas por direcionar as bombas contra grupos e estruturas civis iemenitas, incluindo escolas e hospitais, matando mais de 4.000 civis.

No entanto, o governo dos EUA aprovou no mês passado um novo pacote de armas para a Arábia Saudita no valor de $ 1,15 bilhões. Hartung sugere que os EUA possam usar de sua influência para fazer pressão sobre a Arábia Saudita para acabar com o derramamento de sangue.

Ele disse à Reuters que "é tempo para a administração de Obama aproveitar o melhor meio de pressão que tem — a Arábia Saudita depende das armas e apoio dos EUA — para parar a guerra no Iêmen, em primeiro lugar".

"Os contratos mais recentes envolvem o reabastecimento da Arábia Saudita com munições, bombas e tanques para substituir o armamento usado ou danificado durante a guerra do Iêmen e são, sem dúvida, destinados a "tranquilizar" os sauditas que os EUA não vão se inclinar para o lado do Irã no seguimento do acordo nuclear", disse ele.

Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/oriente_medi ... udita.html




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9298 Mensagem por akivrx78 » Sex Set 09, 2016 10:32 am

Meca entra na luta de poder entre Irã e Arábia Saudita
8 set 2016 Deutsche Welle

Neste ano Riade proibiu a presença de iranianos no hajj, peregrinação à cidade santa de Meca. Governos saudita e iraniano evocam tragédia de 2015, enquanto antigas tensões entre sunitas de e xiitas vão se agravando.

Quando se trata de questões religiosas, são poucas as esperanças de um entendimento entre as duas potências rivais do Oriente Médio. No momento, os dirigentes xiitas do Irã e a casa real sunita da Arábia Saudita disputam abertamente sobre quem tem o direito de se chamar muçulmano.

Depois que a Arábia Saudita excluiu os peregrinos iranianos do hajj, a peregrinação à cidade sagrada de Meca, em 2016, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, tachou de infiéis os membros da família real saudita: "Os muçulmanos de todo o mundo devem reconhecer a blasfêmia dos sauditas", proclamou no início desta semana, em sua mensagem anual antes da importante jornada islâmica. E incitou os fiéis a colocarem em questão a administração saudita do hajj, evocando a morte de milhares de peregrinos em 2015.

Em reação, o grão-mufti da Arábia Saudita, Abdulaziz al-Sheikh, acusou os iranianos de não serem muçulmanos. Para tal, evocou aquilo que as crianças do país aprendem na escola: que os xiitas difamam o Islã. O ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, respondeu via Twitter: "Na verdade, não há qualquer semelhança entre o islã dos iranianos e da maioria dos muçulmanos e o extremismo racista propagado pelos muftis wahabitas e os defensores do terrorismo."

Esse tweet desencadeou uma briga acirrada entre usuários dos dois países, com feroz troca de xingamentos. Quem mais sofre com a situação são os numerosos iranianos devotos, agora impossibilitados de ir a Meca para dar as sete voltas à kaaba, a sagrada construção cuboide no centro da mesquita da cidade santa.

Tragédia de Mina

Entre as obrigações de todo muçulmano ou muçulmana, consta peregrinar uma vez na vida até Meca. Pré-condição para tal é dispor de meios suficientes para passar um ano sem trabalhar. Muitos fiéis só conseguem preencher esse quesito em idade avançada.

Jafar Hosseini dirige em Teerã uma agência especializada em viagens de peregrinação. Ele está se vendo forçado a retirar de sua programação o trajeto mais importante de todos, "por quanto tempo, só Alá sabe".

"Os sauditas não nos dão permissão de entrar no país. E agora também o nosso governo nos proibiu de viajar para a Arábia Saudita. Até mesmo os iranianos que vivem no exterior foram advertidos a não ir para lá." Embora não querendo falar de política, o xiita devoto, de pouco menos de 70 anos, ressalta a reação saudita à tragédia do último ano, que ele diz não conseguir compreender, até hoje.

Num tumulto durante o ritual de "apedrejamento do Diabo" em 24 de setembro de 2015, em Mina, um subúrbio de Meca, estima-se que tenham sido sufocados ou pisoteados até a morte entre 2.236 e 2.431 peregrinos, entre os quais 464 iranianos. Até hoje Riade se recusa a fornecer o número exato das vítimas, atendo-se oficialmente aos 769 e 934 feridos computados no segundo dia após a catástrofe.

Tampouco está esclarecido o que realmente ocorreu no Vale de Mina, com três quilômetros de extensão e apenas 700 metros de largura. Naquele dia, quase 3 milhões de peregrinos deveriam atravessá-lo entre a aurora e o crepúsculo. Segundo as autoridades sauditas, houve um congestionamento num cruzamento de ruas, desencadeando pânico em massa.

A mídia saudita chegou a acusar peregrinos iranianos de terem provocado o caos. Teerã, por sua vez, afirmou que as autoridades locais simplesmente bloquearam uma rua de Mina e só adotaram medidas de segurança incipientes. O Irã foi a única nação do mundo islâmico a protestar contra o comportamento da Arábia Saudita e exigir elucidação.

Execução fatídica

Se a tragédia de Mina comprometeu ainda mais as já tensas relações entre Teerã e Riade, o acordo nuclear iraniano-americano aguçou seriamente a desconfiança dos sauditas. "Esse acordo permite ao Irã assumir um papel bem mais significativo na região", confirmou à DW Mohsen Milani, do Centro de Estudos Estratégicos e Diplomáticos da Universidade da Flórida do Sul.

"Os sauditas veem aí um recomeço na relação Irã-Estados Unidos. Por esse motivo, procuram impedir a normalização das relações entre Teerã e os países árabes, mantendo intencionalmente elevadas as tensões iraniano-sauditas."

Um ápice nessas tensões foi a execução, na Arábia Saudita, do clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, em dezembro de 2015. Originário do leste do país, ele concluíra seus estudos teológicos no Irã. Antes de ser morto aos 56 anos, sob a acusação, entre outras, de criticar autoridades sauditas e de liderar protestos, ele já fora preso diversas vezes devido aos sermões em que reivindicava mais direitos para a minoria xiita.

A reação do Irã à morte de Nimr foi violenta. Depois de o aiatolá Khamenei advertir o reino saudita da "vingança de Alá", no início de janeiro deste ano manifestantes ultraconservadores invadiram a embaixada saudita em Teerã, incendiando partes do prédio.

Em consequência, as relações binacionais ficaram congeladas. Ao mesmo tempo, o episódio demonstrou a impotência do governo reformista do presidente Hassan Rohani, incapaz sequer de garantir a segurança das instalações diplomáticas no Irã.

Guerra fria pelo poder

Depois de a casa real em Riade suspender as relações diplomáticas com Teerã, outros países seguiram o exemplo, sob pressão saudita. Até mesmo o minúsculo Djibuti fechou sua embaixada em Teerã.

"A Arábia Saudita não acredita em Rohani e seu governo voltado para reformas", constata o iraniano Amir Taheri, jornalista e especialista em Oriente Médio. "Sabe-se que quem tem a última palavra no Irã é o líder religioso aiatolá Khamenei. Os meios conservadores, assim como alguns pregadores religiosos e também a influente Guarda Revolucionária, provocam sistematicamente e não estão interessados em distensão."

As relações entre Teerã e Riade são tensas desde a Revolução Islâmica iraniana, em 1979. O Irã se vê como potência protetora dos xiitas, a Arábia Saudita, dos sunitas. Ambos competem por influência em diversos Estados árabes.

Na Síria, o Irã está do lado do presidente Bashar al Assad, enquanto a casa real saudita apoia a oposição armada. No Iêmen, o reino trava guerra contra os rebeldes houthis, que considera marionetes de Teerã. Cada crise entre Irã e Arábia Saudita acarreta consequências para todo o Oriente Médio.

"Eles têm que dar fim à guerra fria deles", apela o politólogo iraniano-americano Mohsen Milani. "Acima de tudo, têm que encontrar uma solução para o conflito na Síria. Se ele se agravar, vai também piorar a situação no Iraque, e a segurança em toda a região será afetada."




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9299 Mensagem por P44 » Sex Set 09, 2016 1:42 pm

"Na verdade, não há qualquer semelhança entre o islã dos iranianos e da maioria dos muçulmanos e o extremismo racista propagado pelos muftis wahabitas e os defensores do terrorismo."

Incha!




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#9300 Mensagem por wagnerm25 » Sex Set 09, 2016 2:04 pm

P44 escreveu:"Na verdade, não há qualquer semelhança entre o islã dos iranianos e da maioria dos muçulmanos e o extremismo racista propagado pelos muftis wahabitas e os defensores do terrorismo."

Incha!
É um verdadeiro caso do sujo falando do mal lavado.




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