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Mensagem
por FCarvalho » Qui Jun 15, 2023 2:44 am
Já notastes Nauta que a imensa maioria dos projetos dos nossos vizinhos são bem pé no chão, no que tange a construção de novos meios?
O que é nacional diz respeito a projetos mais simples de navios patrulha e\ou de apoio, e os poucos, mas ainda assim existentes, projetos mais complexos são contratados diretamente a empresas estrangeiras para construir os meios em conjunto com os estaleiros de cada país, sem frescuras e nem perrengues tecnológicos, comerciais ou industriais. Simples, preto no branco. E sobretudo, baratos para o bolso de cada um.
Bem ao contrário de nós que vivemos em um eterno círculo vicioso tentando renascer dos mortos uma indústria naval pouco afeta à concorrência, com baixa escala de construção e viciada em contratos estatais que não demandem investimento em modernização e tão pouco atualização de pessoal, processos de construção e de engenharia e nem nada.
O AMRJ a meu ver deveria se tornar uma empresa de serviços terceirizados e fornecer capacidade logística de manutenção naval, e para por aí. Isto por sí só se fosse feito, ofereceria boas oportunidades para uma agenda mais pragmática, e rentável, aquela OM da marinha. Isso de ser estaleiro construtor não dá mais. Tem que jogar todos os projetos da MB nas mãos da indústria privada, e buscar meios para sustentar no longo prazo o processo construtivo deles através de pedidos constantes de construção e de manutenção dos navios da MB.
A marinha está em uma situação tão ferrada que se contratássemos hoje todos os meios que o PEAMB I dispensava no papel, iríamos levar no mínimo uns 15 a 20 anos para obter todos de acordo com as capacidades, ou a falta delas, da indústria naval nacional. Mas isso por enquanto continua sendo apenas um sonho distante.
A lógica do contrato das FCT deve ser aplicado a todos os meios da marinha junto à indústria naval a fim de se buscar criar um círculo virtuoso em relação aos meios navais e fluviais que precisamos. É criar uma relação de parceria e compromisso entre indústria e marinha(poder público) desde o projeto até a desincorporação de cada vetor. Se funciona com as FCT, também pode com qualquer coisa que a MB comprar e dispuser a sua produção no Brasil.
E quem quiser que se habilite ao nível deste novo padrão.
Carpe Diem