Vinicius Pimenta escreveu:Na boa, gente, na boa mesmo. Dizer que o governo, na figura do Presidente Lula, depois do Amorim, NÃO havia anunciado a escolha do Rafale, é MUITA brincadeira. O Amorim foi jogado sob fogo, porque o Jobim se recusou a referendar o atropelo ao processo seletivo. O Amorim estava visivelmente nervoso, usou a retórica diplomática pra falar uma coisa sem querer dizer muito. Não disse que sim, nem que não, muito pelo contrário. Sabem como é? O Ministério da Defesa divulgou NOTA OFICIAL confirmando com TODAS AS LETRAS a escolha. Depois o Ministro viu que ia dar problema ainda maior e divulgou OUTRA nota negando a primeira. Vocês querem culpar A IMPRENSA? A imprensa entendeu errado? Só pode ser bricadeira!! Piada de mau gosto.
Vocês estão querendo mudar o passado. Isso não se faz. Porque não admitir que houve uma preciptação? Houve um erro. E ele teve que ser consertado.
Lula recepciona Sarkozy. Jobim não está presente.
Lula acerta tudo com Sarkozy. Divulgam comunicado. Anunciam.
Lula manda Amorim dar uma coletiva. Jobim não está presente.
Comando da FAB se reúne. Jobim concorda com a FAB.
Nota assinada PELO PRÓPRIO Ministro nega tudo e banca o F-X 2.
Vinicius.
Vou tentar expor o pouco que eu vi durante minha passagem por lá durante o F-X.
Primeiramente, o caça escolhido não é construido do dia para a noite, tanto que muito se passou até o momento atual. Muita coisa foi analizada e muito pouco pode ser ser alterado na reta final. Dês da chegada do BAFO, em menos de uma semana, todos estavam sabendo qual caça teria mais vantágens, qual caça poderia ser o escolhido e o principal, qual é a desvantágem de cada equipamento.
Dia 6 de Setembro houve uma reunião, tinha muita gente lá, tinha gente da FAB do MD, o presidente, um pessoal da França e o presidente da França.
Lá a decisão se encerrou, com ou sem relatório todos lá já sabem o seu conteúdo, o relatório em si é algo formal, algo previsto em cronograma para comprovar a legitimidade da escolha. Porém, o caça escolhido já tinha sido decidido e dia 6, contornou-se alguns ajustes que ainda faltavam.
O que aconteceu, Lula sai de lá, se reune com o presidente da França dia 7 e resolve unir o útil ao agradável, anunciou o vencedor, este é o grande problema, ele disse porque sabia, ele disse porque tinha o apoio da FAB e do MD, porém ele cometeu um erro, atropelou o cronograma...
O que vem em seguida é claro. O Governo emite notas contornando a situação mas sempre apoiando a decisão, como se quize-se evitar transtornos, porém confirmando sempre a escolha, as notas deixam transparecer que de fato, todos estavam cientes de que o Rafale era o vencedor, mas ainda faltava a conclusão formal do processo.
Alguns pontos:
"A expectativa é que o negócio acabe sendo fechado com a França, mas só depois que a Dassault abaixar os preços do Rafale"
''Lula se precipitou no jantar com Sarkozy no domingo à noite e queimou etapas do processo de seleção."
"o ministro se recusou a dar entrevista na segunda no Alvorada para explicar um anúncio que é da sua área. Lula delegou a tarefa então para o chanceler Celso Amorim, que confirmou os termos do comunicado conjunto: "O que há é uma decisão de iniciar uma negociação com um fornecedor. "
" o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, reuniu durante todo o dia de ontem seus assessores. Eles se dizem satisfeitos como Rafale, mas não aceitaram o anúncio sem que o processo estivesse concluído. "
"O relatório da FAB sobre as três opções nem sequer foi entregue ainda."
"Na reunião do Conselho Político, Jobim deu uma explicação sobre o processo de escolha, defendendo que "os ritos e os prazos" fossem seguidos à risca para evitar questionamentos judiciais futuros."
"Um dado considerado nas reuniões do governo foi que a opção por qualquer um dos três aviões só pode ser anunciada depois do aval do Conselho de Defesa Nacional, presidido por Lula e integrado por Jobim, Amorim, outros ministros e os presidentes do Senado e da Câmara."
"Jobim já tinha afirmado que o acordo entre Brasil e França para a compra de 36 Rafale ainda não estava fechado, e o que havia era apenas uma "conversa avançada" com os franceses."
"Ontem, militares e diplomatas fecharam-se para declarações, enquanto afunilava a versão em Brasília de que Lula tomou a decisão do anúncio praticamente sozinho e isso pode atrapalhar a negociação de detalhes, como preços e condições do negócio. Daí o recuo. "