Confesso que não entendi o ponto das unidades AAe com relação à tonelagem na questão preço. É claro que navios com sistemas AAe completos serão mais caros que navios sem isso, mas navios com maior tonelagem também são mais caros que navios de menor tonelagem, se a intenção for manter capacidade marítima (não necessariamente bélica) semelhante. É necesária maior potência propulsora para manter o mesmo desempenho, e interna para manter a mesma climatização, e isso demanda um sistema propulsor maior e mais caro e sistemas ambientais e elétricos também maiores e mais caros.
E se temos trilhões em paraísos fiscais, também temos a necessidade de adquirir e operar centenas de caças novos, muito mais AAe do que sequer se sonha por aí, sub´s e muitas outras coisas. Navios de superfície são apenas uma pequena parcela das necessidades totais.
Veja Leandro, quais seriam as diferenças entre a propulsão, sistemas de geração elétrica, etc, das Fragatas de 6000 ton e de nossas Niteroi, p. ex.?
Ambas com duas turbinas, ambas com o mesmo nº de motores, ambas com o memo nº de geradores...
Onde, neste quesito, uma seria mais cara que outra?
A diferença estará nos sistemas eletrônicos e de armamento. Por isso o nº menor de navios AA.
Quanto as necessidades, os planos das 3 FA foram apresentados e aprovados.
Agora, cabe ao poder político da nação alocar recursos da maneira que ele achar melhor, na prioridade que estipular, para atender aos planos que ele aprovou.
E um navio ao nível do mar e navegando a 20 nós consegue detectar o inimigo melhor que uma aeronave, por maior que ele seja? Um de 6.000 ton vai detectar o inimigo antes das aeronaves enquanto um de 4.000 não vai? Não entedo mesmo o raciocínio, poderia explicar melhor?
Bom, pelo menos vreio que vc concordou com meu argumento quanto as 350 MN.
A questão não é que um navio ou outro vai ter capacidade de detecção antes de aeronaves, mas a capacidade de combate depois que o inimigo for detectado, a capacidade de permanência na área de operações até o inimigo ser detectado, a capacidade de sua tripulação suportar o estado do mas aqui no AS até o inimigo ser detectado, a capacidade deste estado do mar não influir de maneira grave em seus sistemas de detecção e armamento, a capacidade do estado do mar não impedir a utilização de aeronaves, etc.
Aqui volto a escrever: no AS, em mar aberto como é o nosso, precisamos de TONELAGEM.
Não proponho a divisão da esquadra em tempo de paz, proponho que os navios possam usar outras bases de apoio ao longo do nosso próprio litoral em caso de necessidade real, como todas as marinhas sempre fizeram. Fora o carregamento de alguns sistemas de armas e as manutenções mais sérias um navio pode operar de qualquer porto razoável e até de portos improvisados, não é necessário partir sempre do Rio de Janeiro e voltar para lá a cada saída para uma missão, principalmente em situação real de crise militar ou guerra.
O tempo de retorno ao litoral em linha reta pode ser facilmente calculado. São 340 MN para um navio navegando a 18 nós (MN/h). Na verdade dá menos de 24 horas. Uma vez no litoral o navio está fora do alcance de sub´s e pode ser protegido por redes de proteção, mísseis e artilharia postados no litoral, cobertura aérea de terra, etc... . Estaria relativamente seguro. Se nossas FA´s não podem colocar rapidamente este tipo de proteção para uma de suas raras e valiosas unidades navais, então o problema é bem maior que o tamanho dos navios.
Já que vc não está propondo a divisão da esquadra em tempo de paz, espero que não pense em fazer isso em tempo de guerra.
Os navios já utilizam outras bases e portos nacionais para apoio logístico. Isso não é novidade e é feito desde sempre como pode ser comprovado cada vez que eles atracam em qualquer porto.
A questão é que isso é muito bom em tempos de paz, onde a tripulação aproveita os momentos de folga.
Em tempos de guerra, vir para um porto reabastecer significa desguarnecer um objetivo, significa enfraquecer o dispositivo planejado enquanto as unidades que necessitam reabastecimento não voltam. Por isso necessitamos PERMANÊNCIA na área de operações, coisa que navios de menor porte não possuem e mesmo com NT demandam esforço de reabastecimento constante tirando-os do "sistema" de detecção durante um bom tempo.
Vc está muito preocupado com a proximidade do litoral, enquanto eu sempre penso em engajar o mais longe possível da costa, preservando a população e os bens que dispomos na área. Para isso qual o melhor tipo de navio?
Considerando que os navios não estariam patrulhando em áreas totalmente isoladas do litoral mas em regiões onde vale à pena proteger, sempre haveria uma cidade média ao alcance de alguns dias de navegação.
Esqueceu o que escrevi anteriormente?
Guerra no mar não significa somente navios, submarinos e aeronaves, mas coisas simples como minas.
Regiões que valem a pena proteger seriam minadas liberando os outros meios para fazerem o que devem fazer.
É evidente que não, mas o que exatamente impediria que dirigíveis e sub´s empregassem padrões de patrulha similares aos navios de superfície? Só navios podem patrulhar de forma racional?
Pois com seu comentário sobre a enormidade da área a ser coberta levou a interpretação de que vc propunha a utilização a esmo, no mar, destes meios.
A MB já planeja a utilização de UAV "estratégicos" para patrulhas de longa duração em áreas de interesse. Então, isso não é novidade.
Quanto aos subs, a patrulha deles é totalmente diferente da utilizada para detecção de FT inimigas.
É patrulha em setor, ofensiva, de espera, em área focal. Nada a ver com a anterior.
Sem dúvida que navios maiores seriam melhores, mas o preço compensa para patrulhas próximas? Esta é a questão. Não estou dizendo que a MB não deva ter navios desta tonelagem, acho até que deveria ter unidades ainda maiores para outras missões, mas para ajudar a proteger nosso próprio litoral navios algo menores e com equipamento específico seriam igualmente eficientes e mais baratos de adquirir e manter (além de muito mais fáceis de exportar se fossem um projeto nosso e bem feito).
Pronto, obrigado por corroborar o que escrevi até agora.
De novo vc está focado nas proximidades do litoral, onde podemos minar, onde podemos colocar patrulhamento aéreo e de UAVs, etc.
Esquece de outros tipos de navios que teremos, como os de 1800 ton que podem receber mísseis e sonares rebocados, além de operarem helis médios com capacidade A/S e ASupW.
De novo, os big boys farão outra tarefa, vão engajar o mais longe possível desta área.
Um sonar de baixa frequência não pode ser operado adequadamente em um navio de digamos 3500 ton? Eu pensava que haviam sistemas operados até em helis como este
http://www.thalesgroup.com/Press_Releas ... n_for_U_S/, e aliás que seriam os helis os principais vetores de luta A/S em uma FT moderna.
Quanto aos navios em contrução para as próximas décadas, não podemos esquecer das Type-54A, as Tawar e as Neustrashimyy por exemplo, todos com unidades novas ou em construção, e coincidentemente todos projetos de países que não contam com a proteção dos EUA nem fazem parte da OTAN, e que portanto não podem se dar ao luxo de achar que seus litorais são inatacáveis e seus navios só operarão muito longe de casa. Ao que parece estes países não acham que seria realista tentar sempre enfrentar o inimigo o mais longe possível, e tendo a concordar com eles (ou vamos combinar isso com o inimigo
?).
E olhe que só mencionei navios de países que tem histórico de aplicar muito mais recursos em defesa do que o Brasil, e mesmo assim estão construindo unidades menores que 5.000 ton. Se for colocar a lista de novas aquisuições de países menores e mais pobres, que tem nível de gasto mais próximo à nossa realidade, aí mesmo é que os navios menores se tornam a regra quase exclusiva.
O sonar foi um ítem somente da grande diferença que podemos escontrar nas novas classes de navios das anteriores.
Rapidamente, o que podemos ver que são diferenças fundamentais?
1) Os novos navios possuem sistemas de detecção com radares phased array, pois os de varredura mecânica rotativa não possuem mais capacidade de acompanhar as ameaças atuais;
2) Os novos navios possuem sistemas de mísseis de lançamento vertical, pois os conteiráveis não possuem mais capacidade de acompanhar as ameaças atuais;
3) Os novos navios possuem capacidade de operar helis de médio porte, como os EC-725 e os MI-16 recém adquiridos e não somente helis pequenos como os nossos atuais. Uma coisa que não é aqui comentada é que estes helis médios devem ser operados dos escoltas, e não do PA pois eles atrapalham a operação dos aviões, a verdadeira razão de ser daquele meio;
4) Os novos navios possuem grande capacidade de PERMANÊNCIA no mar, o que lhes permite maior tempo de operação sem precisarem de reabastecimento.
Etc, é só pensar.
Qual a menor tonelagem de navios que suporta esta nova arquitetura da guerra no mar?
Adivinha...
Nós não fazemos parte da OTAN e não temos a "proteção" americana.
Mas não precisamos combinar com o inimigo, pois em área litorânea, seu foco, existe a "reação da terra sobre o mar", lembra disso do pobre tópico?
Minamos, temos artilharia de costa com mísseis (em breve), está ao alcande de aeronaves, de outros tipos de meios de superfície, subs menores, etc.
Não mudei meu pensamento de engajar o mais longe possível.
Ok, este então é um debate aberto, e como não tenho nenhuma informação cuja divulgação possa ser considerada crime vou continuar colocando minhas opiniões. Não é necessário que todos concordem com elas, cada um pode pesar os argumentos e chegar às conclusões que quiser. Se existem outros argumentos que desconheço é pena, eu poderia mudar minha opinião, mas nenhum dos que foi apresentado me convenceu então continuo achando que a MB poderia sim fazer excelente uso de outros navios diferentes da classe de 6.000 ton que é considerada no Prosup,
É seu direito inquestionável continuar debatendo da maneira que achar melhor e suas opiniões devem ser respeitadas por todos.
Um argumento que posso acrescentar é o seguinte:
Lembra dos 3 objetivos básicos da estratégia naval? De onde devemos aplicar o Poder naval em tempo de guerra?
Na Força Organizada Inimiga, nas Posições Estratégicas e nas LCM inimigas.
O último vamos deixar para os subs, mas qual o melhor navios para aplicarmos nos dois primeiros?
Navios menores, ou maiores e mais capacitados, como vc mesmo concordou acima?
Pra encerrar, lembre que a MB já dispõe e aumentará o nº de navios de outras classes diferentes da de 6000 ton, como os de 1800 ton, que se prestam (com pequenas alterações) exatamente para o que vc propõe.
Um abraço e boa noite
Outro, e bom dia.