Re: Fuerza Aérea Colombiana (FAC)
Enviado: Qua Dez 21, 2022 6:20 pm
As razões para a seleção colombiana do Rafale
Santiago Rivas
Antes do anúncio da pré-seleção do Dassault Rafale pelo governo colombiano para substituir seu IAI Kfir, perguntamos um pouco mais sobre as razões pelas quais foi decidido mudar nos últimos dias a preferência do F-16V Block 70 pelo modelo francês.
As negociações para a substituição do Kfir vêm acontecendo há dez anos, tendo começado em 2012, quando pedidos de informação foram enviados às principais empresas, mas a Boeing e a Dassault não prestaram muita atenção porque acreditavam que a Força Aérea Colombiana (FAC) não era séria.
No entanto, em 2013 foram visitados os fabricantes, como Boeing e Lockheed Martin nos EUA, Eurofighter, Dassault, os russos oferecendo o MiG-35 e a fábrica do Gripen, enquanto também foram realizadas reuniões com várias forças aéreas, incluindo o Brasil.
Em 2020, embora nenhum progresso tenha sido feito do ponto de vista político, o comitê de seleção fez matrizes diferentes, onde o Typhoon venceu em todos os casos, e, até então, a Dassault começou a prestar atenção à Colômbia. O problema do Typhoon era o alto custo operacional, então o F-16, então segundo, passou a liderar a seleção. O F-16V era, para a FAC, "o F-35 dos pobres".
No entanto, a FAC argumentou que os sistemas de guerra eletrônica que o Kfir da força tem hoje são melhores do que os oferecidos pela fábrica Block 70 e a Lockheed não estava disposta a mudá-lo, enquanto os mísseis Python 5 são melhores do que as versões do Sidewinder oferecidas e não teriam permissão para integrar tais mísseis. bem como as bombas Derby ou Spice de propriedade da FAC. Os Estados Unidos ofereceram-lhes apenas com Sidewinder e AMRAAM.
Embora tenha sido negociado para gerar uma variante que integrasse esses sistemas e armas, a FAC viu que seria uma versão muito específica e os Estados Unidos estavam muito relutantes em seguir esse caminho. Além disso, o financiamento não estava nas melhores condições e os Estados Unidos também estavam relutantes em modificá-lo.
Por outro lado, a FAC considerou que o Gripen não liderava em nenhum aspecto, mas, como explicou um oficial que fez parte do processo de seleção, "foi o segundo em tudo. A aeronave está tendo grandes problemas de integração no Brasil com seus sistemas ar-ar e ar-superfície, que não conseguem estar totalmente operacionais, estão em uma espécie de versão Beta. Estes são problemas que eles não dizem em público", disse ele, acrescentando que "a precisão dos sistemas ar-superfície nem sequer é semelhante ao Elbit usado pelo Kfir, F-16 e F-35".
Outro problema com este avião, conforme relatado pela FAC, é que o prazo de entrega era muito longo, já que o Brasil e a Suécia iriam primeiro e depois a Colômbia, e o programa já vem com atrasos significativos.
O Eurofighter, por outro lado, tinha o problema dos custos e isso é complexo de manter. É o verdadeiro vencedor, mas muito caro, embora, ao mesmo tempo, eles argumentaram que alguns custos operacionais do Rafale são mais altos.
A Força Aérea Colombiana estava mirando a Tranche 3 do Typhoon, mas apenas lances foram feitos para as Tranche 1 e 2 usadas para entrega imediata, ou novas aeronaves, mas com prazos de entrega muito longos. Os custos de financiamento também foram mais elevados do que os restantes.
Diante desse cenário de intransigência dos americanos e dos altos custos do Eurofighter, além das limitações do Gripen, os franceses decidiram apostar alto em meados de 2022 e começar removendo as restrições ao usuário final, que também existiam no Gripen e no Eurofighter. Além disso, eles concordaram em oferecer a integração do míssil Meteor, mas também integrar as bombas Derby, Python 5 e Spice, tornando-o o mais capaz de todos. Apenas a restrição ao uso de armas nucleares permanece.
Além disso, ter uma versão naval nasceu com capacidade anti-navio, o que o torna o mais multifuncional de todos. Esse aspecto interessa à Colômbia por causa das crises que teve com a Nicarágua e a Venezuela.
A França também disse que pode começar a entregá-los em um ano, o prazo mais curto de todos os oferecidos. Isso é essencial porque o Kfir será desativado no final de 2023, porque desde este ano o contrato de suporte com a IAI, que retirou seu povo da Colômbia, terminou, de modo que sustentar os aviões se torna muito complicado e caro.
Os franceses mostraram suas novas condições à FAC, convencendo o Comitê de Seleção, mesmo que estivesse inclinado ao F-16. O comitê então concordou com a Dassault, que levantou a questão com o primeiro-ministro francês, Emanuel Macron, que tem um bom relacionamento com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e alcançou o primeiro passo em direção a um acordo entre os governos.
Como indicado pelo Comitê de Seleção, eles estavam muito convencidos, porque resolveram vários problemas. Por um lado, a capacidade de guerra eletrônica é personalizável e dá à Colômbia acesso ao banco de dados para modificá-lo. Ele pode integrar o armamento israelense, levantou as restrições de emprego, tem capacidade de projeto anti-navio e tem armas específicas para o Rafale e é comprovado em combate. Outra vantagem é que, por ser projetado para operar em porta-aviões, pode operar em pistas curtas, o que o Typhoon e o F-16 não fazem. Isso permite que eles operem em lugares como Tres Esquinas, Grupo Aéreo del Oriente e San Andrés. Além disso, requer menos apoio logístico e é mais versátil para operar. Por outro lado, destacaram que se trata de uma aeronave mais manobrável e com uma melhor relação peso-potência, além disso, entre outros fatores, possui um radar AESA com melhor cobertura, já que o F-16 só faz varredura eletrônica, mas a antena é fixa, enquanto a do Rafale se move para os lados.
Embora seja quase tão caro operar que o Eurofighter, atualmente, a hora de voo de um Kfir é de quase US $ 18.000 (é caro porque quase não há operadores ou peças de reposição ou suporte), o Rafale varia de 15.000 a 17.000, o Eurofighter de 19.000 a 21.000, o F-16 de 9.500 a 11.000 e o Gripen de 7.500 a 8.000.
Assim, o Rafale tem custos operacionais iguais aos do Kfir, mas com muito mais capacidades. Como explicaram, o Rafale consome, por motor, 35% menos combustível, o que o torna mais econômico, especialmente em missões curtas e sem o uso de pós-combustores.
Quanto aos fundos, desde 2017 o Conselho Nacional de Política Econômica e Social (Conpes) emitiu o documento que reserva os recursos para a compra, para que não afetasse outros recursos, como os gerados pela reforma tributária.
Embora o governo destaque as condições de compensação, a realidade é que todos ofereceram e, de acordo com a FAC, o esquema proposto pelos suecos foi o melhor.
Assim, resta agora negociar em detalhe os termos do acordo e depois a assinatura de um contrato, que poderá ocorrer nos primeiros meses de 2023.
FONTE: https://www.pucara.org/post/las-razones ... e-colombia
Santiago Rivas
Antes do anúncio da pré-seleção do Dassault Rafale pelo governo colombiano para substituir seu IAI Kfir, perguntamos um pouco mais sobre as razões pelas quais foi decidido mudar nos últimos dias a preferência do F-16V Block 70 pelo modelo francês.
As negociações para a substituição do Kfir vêm acontecendo há dez anos, tendo começado em 2012, quando pedidos de informação foram enviados às principais empresas, mas a Boeing e a Dassault não prestaram muita atenção porque acreditavam que a Força Aérea Colombiana (FAC) não era séria.
No entanto, em 2013 foram visitados os fabricantes, como Boeing e Lockheed Martin nos EUA, Eurofighter, Dassault, os russos oferecendo o MiG-35 e a fábrica do Gripen, enquanto também foram realizadas reuniões com várias forças aéreas, incluindo o Brasil.
Em 2020, embora nenhum progresso tenha sido feito do ponto de vista político, o comitê de seleção fez matrizes diferentes, onde o Typhoon venceu em todos os casos, e, até então, a Dassault começou a prestar atenção à Colômbia. O problema do Typhoon era o alto custo operacional, então o F-16, então segundo, passou a liderar a seleção. O F-16V era, para a FAC, "o F-35 dos pobres".
No entanto, a FAC argumentou que os sistemas de guerra eletrônica que o Kfir da força tem hoje são melhores do que os oferecidos pela fábrica Block 70 e a Lockheed não estava disposta a mudá-lo, enquanto os mísseis Python 5 são melhores do que as versões do Sidewinder oferecidas e não teriam permissão para integrar tais mísseis. bem como as bombas Derby ou Spice de propriedade da FAC. Os Estados Unidos ofereceram-lhes apenas com Sidewinder e AMRAAM.
Embora tenha sido negociado para gerar uma variante que integrasse esses sistemas e armas, a FAC viu que seria uma versão muito específica e os Estados Unidos estavam muito relutantes em seguir esse caminho. Além disso, o financiamento não estava nas melhores condições e os Estados Unidos também estavam relutantes em modificá-lo.
Por outro lado, a FAC considerou que o Gripen não liderava em nenhum aspecto, mas, como explicou um oficial que fez parte do processo de seleção, "foi o segundo em tudo. A aeronave está tendo grandes problemas de integração no Brasil com seus sistemas ar-ar e ar-superfície, que não conseguem estar totalmente operacionais, estão em uma espécie de versão Beta. Estes são problemas que eles não dizem em público", disse ele, acrescentando que "a precisão dos sistemas ar-superfície nem sequer é semelhante ao Elbit usado pelo Kfir, F-16 e F-35".
Outro problema com este avião, conforme relatado pela FAC, é que o prazo de entrega era muito longo, já que o Brasil e a Suécia iriam primeiro e depois a Colômbia, e o programa já vem com atrasos significativos.
O Eurofighter, por outro lado, tinha o problema dos custos e isso é complexo de manter. É o verdadeiro vencedor, mas muito caro, embora, ao mesmo tempo, eles argumentaram que alguns custos operacionais do Rafale são mais altos.
A Força Aérea Colombiana estava mirando a Tranche 3 do Typhoon, mas apenas lances foram feitos para as Tranche 1 e 2 usadas para entrega imediata, ou novas aeronaves, mas com prazos de entrega muito longos. Os custos de financiamento também foram mais elevados do que os restantes.
Diante desse cenário de intransigência dos americanos e dos altos custos do Eurofighter, além das limitações do Gripen, os franceses decidiram apostar alto em meados de 2022 e começar removendo as restrições ao usuário final, que também existiam no Gripen e no Eurofighter. Além disso, eles concordaram em oferecer a integração do míssil Meteor, mas também integrar as bombas Derby, Python 5 e Spice, tornando-o o mais capaz de todos. Apenas a restrição ao uso de armas nucleares permanece.
Além disso, ter uma versão naval nasceu com capacidade anti-navio, o que o torna o mais multifuncional de todos. Esse aspecto interessa à Colômbia por causa das crises que teve com a Nicarágua e a Venezuela.
A França também disse que pode começar a entregá-los em um ano, o prazo mais curto de todos os oferecidos. Isso é essencial porque o Kfir será desativado no final de 2023, porque desde este ano o contrato de suporte com a IAI, que retirou seu povo da Colômbia, terminou, de modo que sustentar os aviões se torna muito complicado e caro.
Os franceses mostraram suas novas condições à FAC, convencendo o Comitê de Seleção, mesmo que estivesse inclinado ao F-16. O comitê então concordou com a Dassault, que levantou a questão com o primeiro-ministro francês, Emanuel Macron, que tem um bom relacionamento com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e alcançou o primeiro passo em direção a um acordo entre os governos.
Como indicado pelo Comitê de Seleção, eles estavam muito convencidos, porque resolveram vários problemas. Por um lado, a capacidade de guerra eletrônica é personalizável e dá à Colômbia acesso ao banco de dados para modificá-lo. Ele pode integrar o armamento israelense, levantou as restrições de emprego, tem capacidade de projeto anti-navio e tem armas específicas para o Rafale e é comprovado em combate. Outra vantagem é que, por ser projetado para operar em porta-aviões, pode operar em pistas curtas, o que o Typhoon e o F-16 não fazem. Isso permite que eles operem em lugares como Tres Esquinas, Grupo Aéreo del Oriente e San Andrés. Além disso, requer menos apoio logístico e é mais versátil para operar. Por outro lado, destacaram que se trata de uma aeronave mais manobrável e com uma melhor relação peso-potência, além disso, entre outros fatores, possui um radar AESA com melhor cobertura, já que o F-16 só faz varredura eletrônica, mas a antena é fixa, enquanto a do Rafale se move para os lados.
Embora seja quase tão caro operar que o Eurofighter, atualmente, a hora de voo de um Kfir é de quase US $ 18.000 (é caro porque quase não há operadores ou peças de reposição ou suporte), o Rafale varia de 15.000 a 17.000, o Eurofighter de 19.000 a 21.000, o F-16 de 9.500 a 11.000 e o Gripen de 7.500 a 8.000.
Assim, o Rafale tem custos operacionais iguais aos do Kfir, mas com muito mais capacidades. Como explicaram, o Rafale consome, por motor, 35% menos combustível, o que o torna mais econômico, especialmente em missões curtas e sem o uso de pós-combustores.
Quanto aos fundos, desde 2017 o Conselho Nacional de Política Econômica e Social (Conpes) emitiu o documento que reserva os recursos para a compra, para que não afetasse outros recursos, como os gerados pela reforma tributária.
Embora o governo destaque as condições de compensação, a realidade é que todos ofereceram e, de acordo com a FAC, o esquema proposto pelos suecos foi o melhor.
Assim, resta agora negociar em detalhe os termos do acordo e depois a assinatura de um contrato, que poderá ocorrer nos primeiros meses de 2023.
FONTE: https://www.pucara.org/post/las-razones ... e-colombia