Re: Geopolítica Brasileira
Enviado: Sáb Jul 18, 2015 11:56 pm
o problema não são os maluquinhos do lado brasileiro.
E sim os do lado Venezuelano.
E sim os do lado Venezuelano.
Vai ser desse jeito, e se o circo pegar fogo o GF não vai mover um palito para nenhum dos lados e muito provavelmente vai vir algum país estrangeiro para "salvar" a Guiana das garras dos bolivarianos.Bourne escreveu:Não se preocupem. Os maluquinhos foram todos encoleirados ou demitidos. Assim, a política externa volta ao normal de "mediar conflitos e encontrar saídas pacificas". Além da outra parte que é "tem que exportar".
O mais engraçado disso tudo é que a Venezuela não tem combustível pra uma semana de guerra e fica mostrando a rrôla pros outros.EduClau escreveu:Lembrar que o Maduro anda cutucando os eternos rivais colombianos na questão do Golfo da Venezuela.
El decreto que preocupa a Colombia
El gobierno de Nicolás Maduro establecería de manera unilateral la delimitación marítima en zonas en disputa entre los dos países.
http://www.elespectador.com/noticias/el ... ulo-566695
Utilizando ao máximo a velha tática de achar algum inimigo externo para mostrar força desviar o foco dos problemas domésticos, ainda bem que o Brasil tem tido governos de matriz ideológica afins senão seria mais um dos demônios que impedem a 'revolução boluvariana'.
Está confundindo com os norte coreanos, aqueles treinados para nadar 50 km em águas geladas com objetivo de lutar em Seul. Tudo isso com uma Ak-47 com munição limitada e com baionetas preparadas para enfrentar os capachos dos imperialistas norte-americanos.mmatuso escreveu:não subestime os bolivarianos.
Eles lutariam sem combustível, papel higiênico e de bunda suja.
Andorinha que dorme com morcego acorda de cabeça para baixo. -provérbio mineiro.mmatuso escreveu:Dilma está que nem mulher rodada querendo casar.
Não pode falar do passado onde andou com gentalha comunista e se fingir de boazinha no presente para agradar.
Moral da história quem anda com comunistas faz xixi na cama
Em plena crise, Temer viaja à Rússia para promover investimentos no Brasil
RFI
O vice-presidente brasileiro, Michel Temer, inicia nessa segunda-feira (15) uma visita oficial à Rússia, onde participará da sétima reunião da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação (CAN), ao lado do primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev. O objetivo é de aprofundar as relações de cooperação e comércio entre os dois países, em um momento crítico para a economia brasileira. Depois de Moscou, Temer se dirige à Varsóvia, na Polônia.
Em Moscou, Temer está acompanhado pelos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu; da Defesa, Jaques Wagner; de Minas e Energia, Eduardo Braga; do Turismo, Henrique Eduardo Alves; da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Os deputados Ricardo Barros (PP-PR), relator da proposta do Orçamento Geral da União para 2016, e Fábio Ramalho (PV-MG) também integram a comitiva.
Nesta tarde, o vice-presidente participou de um encontro na Duma (Câmara Baixa). Depois, ele inaugura o stand brasileiro na feira "World Food Moscou" e participa do encerramento do fórum empresarial Brasil-Rússia. Já os ministros se encontrarão com seus homólogos para discussão de assuntos da agenda bilateral.
Assuntos de cooperação econômico-comercial
Amanhã (15) Temer será recebido pela presidente do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Federação da Rússia (Senado), Valentina Matvienko. Na sequência, participará do encerramento de um fórum empresarial que reunirá representantes de ambos países. Já na plenária da CAN, serão tratados assuntos de cooperação econômico-comercial, energia, defesa, agropecuária, ciência e tecnologia e espacial.
Criada em 1997, a CAN é o principal mecanismo periódico de diálogo da parceria entre Brasil e Rússia, já que Moscou é o maior parceiro comercial do Brasil na Europa do Leste. De acordo com o Itamaraty, o comércio bilateral entre os dois países cresceu 58% entre 2009 e 2014 atingindo, no ano passado, cerca de US$ 6,8 bilhões.
A visita da comitiva brasileira ao leste europeu, em um grave momento de crise econômica no Brasil, é considerada estratégica. O objetivo é promover as exportações e aumentar o fluxo de divisas para o país. Em recessão técnica, depois de ter recuado nos dois primeiros trimestres de 2015, o Brasil busca novos investimentos.
Polônia
O vice-presidente chegará na quinta-feira (17) à Polônia, onde será recebido pela primeira-ministra Ewa Kopacz. Em Varsóvia, ele também assistirá a um fórum com empresários de ambos países. Antes de voltar ao Brasil, Temer ainda se reúne com o presidente polonês, Andrzej Duda, e o ministro das Relações Exteriores, Grzegorz Schetyna.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 484 milhões para a Polônia, especialmente de produtos básicos e importou US$ 665 milhões, essencialmente de manufaturados. A assessoria da vice-presidência também indicou que a Polônia tem interesse na compra de novas aeronaves da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Entre 2010 e 2012, o país adquiriu 25 jatos brasileiros.
Mauro Vieira em Teerã
Em outra ofensiva diplomática, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encerra hoje em Teerã uma visita de dois dias ao Irã. O chanceler discute uma ampliação do diálogo político e a divesificação da cooperação bilateral.
O comércio entre Brasil e Irã tinha ultrapassado US$ 2 bilhões há três anos, mas caiu pela metade com o embargo econômico ao país devido ao programa nuclear. Segundo o Itamaraty, o fim das sanções internacionais abre novas perspectivas de comércio para o Brasil principalmente em áreas como agronegócio, investimentos nos setores de hidroeletricidade, mineração e infraestrutura.
Ainda hoje Vieira chega no Líbano, onde se reunirá com o primeiro-ministro, Tammam Salam, o presidente do parlamento, Nabih Berri, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados, Gebran Bassil.
http://www.brasil.rfi.fr/brasil/2015091 ... -no-brasil
Geopolítica da América Latina: entre a esperança e a restauração do desencanto
Carta Maior.
O processo político que levou à mudança de época requer agora respostas às novas perguntas, para evitar o erro de dar velhas explicações.
Alfredo Serrano Mancilla*
Para por um ponto final a qualquer ciclo histórico de transformações sociais é preciso enterrar definitivamente o sentido das mudanças realizadas nesse processo. Não se pode virar a página de uma época se ainda estão vigentes os fatores esperançosos da mesma. Sendo assim, qualquer desejo de novo tempo deve ser construído sobre as ruínas do passado. Isso é o que atualmente se observa no fundo do tabuleiro geopolítico da América latina: a tentativa desesperada de alguns setores de acabar com aquilo que se iniciou em quase toda a região junto com o próprio Século XXI. Alguns chamam essa nova onda de “restauração conservadora”, outros de “fluxo inverso dos processos de mudança” e os mais ousados optam por classificá-lo como “o fim de um ciclo”.
Nessa festa, os primeiros que aparecem são aqueles que sonham em acabar definitivamente com a nova época de mudanças, que lhes arrebatou o monopólio do poder e a capacidade de decisão sobre os rumos dos países da região. Com muita vontade, esses setores se empenham em reduzir paulatinamente as esperanças e ilusões geradas durante esta nova época. A estratégia não está em discutir o que já aconteceu. O que passou, passou – por muito que não gostem dos resultados, eles são inquestionavelmente uma vitória em favor da maioria. Mas enfim, o que está em jogo agora é o debate sobre a ideia de que ainda falta muito por conquistar, por melhorar. Sobre esse tema, existe hoje um verdadeiro cabo de guerra na geopolítica latino-americana. A nova direita regional, aquela que já é maior de idade, aprendeu que não se pode ganhar apenas com manchetes de jornais, sempre distanciados da realidade que a maioria das pessoas vive na América Latina, as que ultimamente perceberam uma maior inclusão, mais direitos sociais, níveis de consumo mais democratizados. Isso não significa que os meios de comunicação dominantes, assim como as forças partidárias mais tradicionais, deixaram de insistir e utilizar sua velha destreza em assustar, alarmar e inquietar, afirmando um desastre após o outro. Mas a verdadeira novidade, cada vez mais importante na estratégia opositora contra os processos de mudanças na América Latina, é a tentativa de eliminar o mito de que “ainda podemos avançar muito mais”. O discurso do “fim de um ciclo” se sustenta numa etapa embrionária dessa ideia, em fazer as pessoas acreditarem que já foi feito tudo o que se poderia fazer, isso é, que já não há mais conquistas pelas quais sonhar no horizonte.
Essa tese se propaga através de fatores como a atual crise que acossa muitos países latino-americanos, devido à contração econômica mundial. A queda dos preços do petróleo e de outras commodities coloca em problemas alguns dos países que souberam impulsionar uma verdadeira política econômica soberana em favor da recuperação dos recursos naturais. Alguns desses recursos chegaram a perder metade do valor que tinham no mercado há poucos anos atrás. Isso significa que os cofres desses países arrecadam metade do que arrecadavam antes. O que antes os críticos chamaram “vento a favor” agora deveriam considerar como um furacão contra. Mas não o fazem. Agora, eles preferem dizer diretamente que esses são os sintomas do “fim de um ciclo”, um termo de mau agouro dita em tom de profecia que se realiza, para ver se de tanto insistir em afirmá-la ela realmente se consuma como verdade.
Junto com os meios de comunicação também estão outros sectores (sociais e políticos) que também já demonstravam sua predileção pela crítica precoce e sempre destrutiva, sem quase nada positivo.
Nesse espaço, convivem: aqueles que desde o início se opuseram a quase tudo, pensando que a mudança é um caminho de rosas sem obstáculos, e os que começam a fraquejar em suas forças e seu entusiasmo, agora que os tempos são outros e as batalhas cada vez mais difíceis. Se algo é preciso valorizar no inimigo histórico é precisamente sua perseverança e seu otimismo. Na Venezuela, por exemplo, esses setores perderam 18 de 19 eleições em apenas 15 anos, e ainda assim insistem em que sua proposta política é a mais respaldada pela maioria social. Essa virtude é preciso ser considerada. Na hora de lutar contra um oponente que jamais se cansa, que jamais joga a toalha, é preciso saber que ele vai continuar tentando, por qualquer via, seja ela legal ou não.
O pessimismo reinante em algumas filas autodenominadas “progressistas ou de esquerdas” abre o caminho para aqueles que realmente desejam a restauração conservadora. Os momentos de vacas magras são levados ainda mais em conta pelos que já queriam descer do ônibus no primeiro solavanco. O desencanto crescente em nossas fileiras ajuda o vento que empurra o retorno das caravelas em versão Século XXI. Significa também conceder vantagens demais ao inimigo em tempos nos quais ainda há disputa. A crítica é sempre bem-vinda, ainda mais quando é acompanhada da busca por soluções, por motores geradores de novas esperanças, sem ceder à chantagem do desencanto.
Nesse ponto reside o verdadeiro desafio da disputa geopolítica atual: assumir que talvez é necessário um período de “espera”, mas com um sentido comum cheio de esperanças. Esperar não quer dizer estar de braços cruzados, nem atirando pedras contra tudo o que acontece. Se trata, isso sim, de entender que estamos diante de uma nova etapa da luta política nesta intrigante peleja geoeconômica. Nada de fluxos invertidos, nem de finais de ciclo. No máximo, tentativas de restauração conservadora, que ainda não conseguiram quebrantar essa hegemonia insurgente ainda em construção na Venezuela, na Bolívia, no Equador, na Argentina, etc. Nesta nova etapa, cada processo e seu diferente tempo político, sua forma de enfrentar as adversidades, de superar as diferentes tensões e contradições, tanto as internas quanto as derivadas da confrontação com os demais setores. É uma nova etapa caracterizada pela necessidade de novos movimentos, para que as posições alcançadas sejam irreversíveis.
O que ontem foi uma vitória, hoje se vê, afortunadamente, naturalizado como um direito. O processo político que levou à mudança de época requer agora respostas às novas perguntas, para evitar o erro de dar velhas explicações. Os próximos meses ou anos serão ocupados pela busca de novas categorias discursivas, novos relatos, novos significantes, novos fatores mobilizadores e novas bandeiras por içar. Em definitivo, a disputa é a de sempre, entre os que apelam para a restauração do desencanto, a ideia de que “não há alternativas” e aqueles que continuarão engendrando um universo infinito de esperanças, buscando incansavelmente as novas opções.
* Diretor da CELAG (Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica). Doutor em Economia.
Tradução: Victor Farinelli
Fonte.