Geopolítica Brasileira

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Geopolítica Brasileira

#901 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 18, 2015 11:56 pm

o problema não são os maluquinhos do lado brasileiro.
E sim os do lado Venezuelano.




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Re: Geopolítica Brasileira

#902 Mensagem por prp » Dom Jul 19, 2015 12:44 am

Bourne escreveu:Não se preocupem. Os maluquinhos foram todos encoleirados ou demitidos. Assim, a política externa volta ao normal de "mediar conflitos e encontrar saídas pacificas". Além da outra parte que é "tem que exportar".
Vai ser desse jeito, e se o circo pegar fogo o GF não vai mover um palito para nenhum dos lados e muito provavelmente vai vir algum país estrangeiro para "salvar" a Guiana das garras dos bolivarianos.




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Re: Geopolítica Brasileira

#903 Mensagem por Sterrius » Dom Jul 19, 2015 1:06 am

E esse é o problema.

Brasil quer ser lider regional mas não quer mecher 1 palito pra isso. Não adianta ser lider se vc não toma para si as responsabilidades de um. E entre elas está a de tomar decisões difíceis que vão sim desagradar 1 dos lados em busca do status quo.




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Re: Geopolítica Brasileira

#904 Mensagem por mmatuso » Dom Jul 19, 2015 1:43 am

Dilma está que nem mulher rodada querendo casar.

Não pode falar do passado onde andou com gentalha comunista e se fingir de boazinha no presente para agradar.

Moral da história quem anda com comunistas faz xixi na cama




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Re: Geopolítica Brasileira

#905 Mensagem por Bourne » Dom Jul 19, 2015 6:58 am

O Maduro está tão maduro que capaz de cair logo. :mrgreen: :lol:

Depois do Chavez ter ido, o Evo morales virar neoliberal, o irmão do Fidel ficar amigo do Obama e os simpatizantes do BR huehue terem sido encoleirados, o bolivarismo está perdido.

A questão da guiana é mera bravata do Maduro. Além do maduro saber que uma ação militar significaria aumento da resolva oposicionista e fim de muitas lealdades superficiais por interesse, especialmente nas forças armadas e políticos do governo.

No entanto, a questão da Guiana seria uma oportunidade interessante para a Dilma mostrar que possui política externa. Pelo menos no continente.




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Re: Geopolítica Brasileira

#906 Mensagem por EduClau » Dom Jul 19, 2015 9:19 am

Lembrar que o Maduro anda cutucando os eternos rivais colombianos na questão do Golfo da Venezuela.

El decreto que preocupa a Colombia

El gobierno de Nicolás Maduro establecería de manera unilateral la delimitación marítima en zonas en disputa entre los dos países.

http://www.elespectador.com/noticias/el ... ulo-566695

Imagem

Utilizando ao máximo a velha tática de achar algum inimigo externo para mostrar força desviar o foco dos problemas domésticos, ainda bem que o Brasil tem tido governos de matriz ideológica afins senão seria mais um dos demônios que impedem a 'revolução boluvariana'.

:roll:




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Re: Geopolítica Brasileira

#907 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 02, 2015 6:47 pm

COBERTURA ESPECIAL - CRISE - PENSAMENTO

02 de Setembro, 2015 - 10:48 ( Brasília )
Villa - O Velho e o Novo
Por que as crises política e econômica se estendem? Porque não foi encontrada uma saída segura para a classe dirigente

http://www.defesanet.com.br/crise/notic ... -e-o-Novo/




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Re: Geopolítica Brasileira

#908 Mensagem por Viktor Reznov » Seg Set 07, 2015 7:46 pm

EduClau escreveu:Lembrar que o Maduro anda cutucando os eternos rivais colombianos na questão do Golfo da Venezuela.

El decreto que preocupa a Colombia

El gobierno de Nicolás Maduro establecería de manera unilateral la delimitación marítima en zonas en disputa entre los dos países.

http://www.elespectador.com/noticias/el ... ulo-566695

Imagem

Utilizando ao máximo a velha tática de achar algum inimigo externo para mostrar força desviar o foco dos problemas domésticos, ainda bem que o Brasil tem tido governos de matriz ideológica afins senão seria mais um dos demônios que impedem a 'revolução boluvariana'.

:roll:
O mais engraçado disso tudo é que a Venezuela não tem combustível pra uma semana de guerra e fica mostrando a rrôla pros outros.




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Re: Geopolítica Brasileira

#909 Mensagem por mmatuso » Seg Set 07, 2015 8:28 pm

não subestime os bolivarianos.

Eles lutariam sem combustível, papel higiênico e de bunda suja.




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Re: Geopolítica Brasileira

#910 Mensagem por Bourne » Ter Set 08, 2015 11:34 am

mmatuso escreveu:não subestime os bolivarianos.

Eles lutariam sem combustível, papel higiênico e de bunda suja.
Está confundindo com os norte coreanos, aqueles treinados para nadar 50 km em águas geladas com objetivo de lutar em Seul. Tudo isso com uma Ak-47 com munição limitada e com baionetas preparadas para enfrentar os capachos dos imperialistas norte-americanos.




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Re: Geopolítica Brasileira

#911 Mensagem por Wingate » Ter Set 08, 2015 12:23 pm

mmatuso escreveu:Dilma está que nem mulher rodada querendo casar.

Não pode falar do passado onde andou com gentalha comunista e se fingir de boazinha no presente para agradar.

Moral da história quem anda com comunistas faz xixi na cama
Andorinha que dorme com morcego acorda de cabeça para baixo. -provérbio mineiro.

Wingate :?




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Re: Geopolítica Brasileira

#912 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 11:07 pm

Temer, trabalha para construir a nova ordem mundial. :o
Em plena crise, Temer viaja à Rússia para promover investimentos no Brasil
RFI
O vice-presidente brasileiro, Michel Temer, inicia nessa segunda-feira (15) uma visita oficial à Rússia, onde participará da sétima reunião da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação (CAN), ao lado do primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev. O objetivo é de aprofundar as relações de cooperação e comércio entre os dois países, em um momento crítico para a economia brasileira. Depois de Moscou, Temer se dirige à Varsóvia, na Polônia.

Em Moscou, Temer está acompanhado pelos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu; da Defesa, Jaques Wagner; de Minas e Energia, Eduardo Braga; do Turismo, Henrique Eduardo Alves; da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Os deputados Ricardo Barros (PP-PR), relator da proposta do Orçamento Geral da União para 2016, e Fábio Ramalho (PV-MG) também integram a comitiva.

Nesta tarde, o vice-presidente participou de um encontro na Duma (Câmara Baixa). Depois, ele inaugura o stand brasileiro na feira "World Food Moscou" e participa do encerramento do fórum empresarial Brasil-Rússia. Já os ministros se encontrarão com seus homólogos para discussão de assuntos da agenda bilateral.

Assuntos de cooperação econômico-comercial

Amanhã (15) Temer será recebido pela presidente do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Federação da Rússia (Senado), Valentina Matvienko. Na sequência, participará do encerramento de um fórum empresarial que reunirá representantes de ambos países. Já na plenária da CAN, serão tratados assuntos de cooperação econômico-comercial, energia, defesa, agropecuária, ciência e tecnologia e espacial.

Criada em 1997, a CAN é o principal mecanismo periódico de diálogo da parceria entre Brasil e Rússia, já que Moscou é o maior parceiro comercial do Brasil na Europa do Leste. De acordo com o Itamaraty, o comércio bilateral entre os dois países cresceu 58% entre 2009 e 2014 atingindo, no ano passado, cerca de US$ 6,8 bilhões.

A visita da comitiva brasileira ao leste europeu, em um grave momento de crise econômica no Brasil, é considerada estratégica. O objetivo é promover as exportações e aumentar o fluxo de divisas para o país. Em recessão técnica, depois de ter recuado nos dois primeiros trimestres de 2015, o Brasil busca novos investimentos.

Polônia

O vice-presidente chegará na quinta-feira (17) à Polônia, onde será recebido pela primeira-ministra Ewa Kopacz. Em Varsóvia, ele também assistirá a um fórum com empresários de ambos países. Antes de voltar ao Brasil, Temer ainda se reúne com o presidente polonês, Andrzej Duda, e o ministro das Relações Exteriores, Grzegorz Schetyna.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 484 milhões para a Polônia, especialmente de produtos básicos e importou US$ 665 milhões, essencialmente de manufaturados. A assessoria da vice-presidência também indicou que a Polônia tem interesse na compra de novas aeronaves da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Entre 2010 e 2012, o país adquiriu 25 jatos brasileiros.

Mauro Vieira em Teerã

Em outra ofensiva diplomática, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encerra hoje em Teerã uma visita de dois dias ao Irã. O chanceler discute uma ampliação do diálogo político e a divesificação da cooperação bilateral.

O comércio entre Brasil e Irã tinha ultrapassado US$ 2 bilhões há três anos, mas caiu pela metade com o embargo econômico ao país devido ao programa nuclear. Segundo o Itamaraty, o fim das sanções internacionais abre novas perspectivas de comércio para o Brasil principalmente em áreas como agronegócio, investimentos nos setores de hidroeletricidade, mineração e infraestrutura.

Ainda hoje Vieira chega no Líbano, onde se reunirá com o primeiro-ministro, Tammam Salam, o presidente do parlamento, Nabih Berri, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados, Gebran Bassil.

http://www.brasil.rfi.fr/brasil/2015091 ... -no-brasil




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Re: Geopolítica Brasileira

#913 Mensagem por cassiosemasas » Qua Set 16, 2015 5:21 pm

Mesmo eu discordando de alguns aspectos do texto, achei interessante trazer para leitura, muita "esquerdice" para o meu gosto.(Mas dispensando o aspecto "esquerdista" é brilhantemente contundente.)

Geopolítica da América Latina: entre a esperança e a restauração do desencanto

Carta Maior.


O processo político que levou à mudança de época requer agora respostas às novas perguntas, para evitar o erro de dar velhas explicações.
Alfredo Serrano Mancilla*

Para por um ponto final a qualquer ciclo histórico de transformações sociais é preciso enterrar definitivamente o sentido das mudanças realizadas nesse processo. Não se pode virar a página de uma época se ainda estão vigentes os fatores esperançosos da mesma. Sendo assim, qualquer desejo de novo tempo deve ser construído sobre as ruínas do passado. Isso é o que atualmente se observa no fundo do tabuleiro geopolítico da América latina: a tentativa desesperada de alguns setores de acabar com aquilo que se iniciou em quase toda a região junto com o próprio Século XXI. Alguns chamam essa nova onda de “restauração conservadora”, outros de “fluxo inverso dos processos de mudança” e os mais ousados optam por classificá-lo como “o fim de um ciclo”.

Nessa festa, os primeiros que aparecem são aqueles que sonham em acabar definitivamente com a nova época de mudanças, que lhes arrebatou o monopólio do poder e a capacidade de decisão sobre os rumos dos países da região. Com muita vontade, esses setores se empenham em reduzir paulatinamente as esperanças e ilusões geradas durante esta nova época. A estratégia não está em discutir o que já aconteceu. O que passou, passou – por muito que não gostem dos resultados, eles são inquestionavelmente uma vitória em favor da maioria. Mas enfim, o que está em jogo agora é o debate sobre a ideia de que ainda falta muito por conquistar, por melhorar. Sobre esse tema, existe hoje um verdadeiro cabo de guerra na geopolítica latino-americana. A nova direita regional, aquela que já é maior de idade, aprendeu que não se pode ganhar apenas com manchetes de jornais, sempre distanciados da realidade que a maioria das pessoas vive na América Latina, as que ultimamente perceberam uma maior inclusão, mais direitos sociais, níveis de consumo mais democratizados. Isso não significa que os meios de comunicação dominantes, assim como as forças partidárias mais tradicionais, deixaram de insistir e utilizar sua velha destreza em assustar, alarmar e inquietar, afirmando um desastre após o outro. Mas a verdadeira novidade, cada vez mais importante na estratégia opositora contra os processos de mudanças na América Latina, é a tentativa de eliminar o mito de que “ainda podemos avançar muito mais”. O discurso do “fim de um ciclo” se sustenta numa etapa embrionária dessa ideia, em fazer as pessoas acreditarem que já foi feito tudo o que se poderia fazer, isso é, que já não há mais conquistas pelas quais sonhar no horizonte.

Essa tese se propaga através de fatores como a atual crise que acossa muitos países latino-americanos, devido à contração econômica mundial. A queda dos preços do petróleo e de outras commodities coloca em problemas alguns dos países que souberam impulsionar uma verdadeira política econômica soberana em favor da recuperação dos recursos naturais. Alguns desses recursos chegaram a perder metade do valor que tinham no mercado há poucos anos atrás. Isso significa que os cofres desses países arrecadam metade do que arrecadavam antes. O que antes os críticos chamaram “vento a favor” agora deveriam considerar como um furacão contra. Mas não o fazem. Agora, eles preferem dizer diretamente que esses são os sintomas do “fim de um ciclo”, um termo de mau agouro dita em tom de profecia que se realiza, para ver se de tanto insistir em afirmá-la ela realmente se consuma como verdade.

Junto com os meios de comunicação também estão outros sectores (sociais e políticos) que também já demonstravam sua predileção pela crítica precoce e sempre destrutiva, sem quase nada positivo.

Nesse espaço, convivem: aqueles que desde o início se opuseram a quase tudo, pensando que a mudança é um caminho de rosas sem obstáculos, e os que começam a fraquejar em suas forças e seu entusiasmo, agora que os tempos são outros e as batalhas cada vez mais difíceis. Se algo é preciso valorizar no inimigo histórico é precisamente sua perseverança e seu otimismo. Na Venezuela, por exemplo, esses setores perderam 18 de 19 eleições em apenas 15 anos, e ainda assim insistem em que sua proposta política é a mais respaldada pela maioria social. Essa virtude é preciso ser considerada. Na hora de lutar contra um oponente que jamais se cansa, que jamais joga a toalha, é preciso saber que ele vai continuar tentando, por qualquer via, seja ela legal ou não.

O pessimismo reinante em algumas filas autodenominadas “progressistas ou de esquerdas” abre o caminho para aqueles que realmente desejam a restauração conservadora. Os momentos de vacas magras são levados ainda mais em conta pelos que já queriam descer do ônibus no primeiro solavanco. O desencanto crescente em nossas fileiras ajuda o vento que empurra o retorno das caravelas em versão Século XXI. Significa também conceder vantagens demais ao inimigo em tempos nos quais ainda há disputa. A crítica é sempre bem-vinda, ainda mais quando é acompanhada da busca por soluções, por motores geradores de novas esperanças, sem ceder à chantagem do desencanto.

Nesse ponto reside o verdadeiro desafio da disputa geopolítica atual: assumir que talvez é necessário um período de “espera”, mas com um sentido comum cheio de esperanças. Esperar não quer dizer estar de braços cruzados, nem atirando pedras contra tudo o que acontece. Se trata, isso sim, de entender que estamos diante de uma nova etapa da luta política nesta intrigante peleja geoeconômica. Nada de fluxos invertidos, nem de finais de ciclo. No máximo, tentativas de restauração conservadora, que ainda não conseguiram quebrantar essa hegemonia insurgente ainda em construção na Venezuela, na Bolívia, no Equador, na Argentina, etc. Nesta nova etapa, cada processo e seu diferente tempo político, sua forma de enfrentar as adversidades, de superar as diferentes tensões e contradições, tanto as internas quanto as derivadas da confrontação com os demais setores. É uma nova etapa caracterizada pela necessidade de novos movimentos, para que as posições alcançadas sejam irreversíveis.

O que ontem foi uma vitória, hoje se vê, afortunadamente, naturalizado como um direito. O processo político que levou à mudança de época requer agora respostas às novas perguntas, para evitar o erro de dar velhas explicações. Os próximos meses ou anos serão ocupados pela busca de novas categorias discursivas, novos relatos, novos significantes, novos fatores mobilizadores e novas bandeiras por içar. Em definitivo, a disputa é a de sempre, entre os que apelam para a restauração do desencanto, a ideia de que “não há alternativas” e aqueles que continuarão engendrando um universo infinito de esperanças, buscando incansavelmente as novas opções.

* Diretor da CELAG (Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica). Doutor em Economia.

Tradução: Victor Farinelli

Fonte.







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Re: Geopolítica Brasileira

#914 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 05, 2015 6:48 pm

03 de Outubro, 2015 - 12:51 ( Brasília )
Inteligência
GSI - Fim leva a ideologização à área de inteligência

http://www.defesanet.com.br/inteligenci ... eligencia/

Primeiro acabaram com o nome de Casa Militar por pura birra. Agora, acabaram de vez, como sempre quiseram, com o GSI.

Institucionalidade 0 x Ideologice 1. :?

abs.




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Re: Geopolítica Brasileira

#915 Mensagem por akivrx78 » Sex Out 23, 2015 8:29 pm

Ex-ministro de Lula: 'a China é o nosso desafio'

Ex-ministro da secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) no governo Lula, o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães afirmou, em palestra na UFRGS, que foi criada "uma propaganda extraordinária" de que não se pode aumentar mais impostos no País; segundo ele, diante da queda da receita, a política econômica interna "terá reflexos na externa"; "Nós estamos numa situação difícil que se agrega à China. A China que é um grande desafio"; o diplomata disse que o país asiático tem "gerado uma grande demanda de produtos primários”, mas precisa facilitar as importações para reerguer a indústria brasileira

23 de Outubro de 2015 às 11:21

Jaqueline Silveira, Sul 21 - Em uma hora de palestra para um público formado, em sua ampla maioria, por estudantes, na noite de quinta-feira (22), o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães fez uma exposição dos desafios da política externa do Brasil e defendeu o combate à sonegação fiscal e a taxação das grandes fortunas. A atividade fez parte da Semana Acadêmica do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ex-secretário de Relações Exteriores do Ministério de Relações Exteriores no governo Lula, o diplomata fez um histórico da política econômica interna do Brasil desde a formação do país até dos dias atuais. Nesse contexto, ele ressaltou como "fundamentos importantes" tiveram reflexos na política externa brasileira: a posição geográfica e a composição demográfica da sua população. "Não pode ser ignorado o que acontece na Argentina, Bolívia, Venezuela", exemplificou o hoje professor do Instituto Rio Branco, sobre as nações vizinhas do Brasil. Guimarães relembrou que, em 1940, o país tinha um contingente de habitantes pequeno, cerca de 40 milhões, população menor do que a da França. Atualmente, são 200 milhões de brasileiros, enquanto o país europeu registra aproximadamente 60 milhões de franceses.

Desde o início, relembrou ele, o país teve vários ciclos econômicos, como da cana-de-açúcar com mão de obra escrava, do minério, do café e da borracha. “Tudo isso caracterizou o processo econômico brasileiro”, pontuou o palestrante, sobre os vínculos estabelecidos entre “as classes dominantes” do Brasil e dos países interessados nos produtos. “A política externa tem de ser vista não como o vínculo dos países, mas, sim, das classes dominantes”, emendou Guimarães, citando como exemplo os Estados Unidos, que tinham interesse nos produtos primários brasileiros, como o café. O Brasil, inicialmente, conforme ele, “se apresentou como um grande produtor de matéria-prima”, referindo-se ao café, ao açúcar, à borracha, ao ouro e ao diamante.

Mercosul sofre ataque ideológico

Nos dias atuais, avaliou Guimarães, há um “debate ideológico se “o Brasil só deveria dar preferência aos países da América do Sul” na sua política externa ou aderir a grandes acordos comerciais mundiais. Resultado dessa “disputa ideológica”, segundo o diplomata, a imprensa passa uma ideia de que o Mercosul não teve êxito. “Todos estão convencidos que o Mercosul é um grande fracasso. Estão equivocados, é um grande sucesso”, argumentou ele, que foi nomeado Alto- representante Geral do Mercosul, em 2011. O Brasil registra dentro do bloco, de acordo com o professor, o maior “superávit” das exportações, mas é visto negativamente por sofrer um “ataque ideológico”.

Grandes fortunas não pagam Imposto de Renda

No contexto da política externa, o diplomata ressaltou que uma das visões que estão postas para o país é a “sociedade que vai se integrar ao mercado internacional e seja o que Deus quiser”. “Os capitais estrangeiros não vão salvar o país”, alertou Guimarães, que também foi ministro-chefe de Assuntos Estratégicos da Presidência no governo Lula. Hoje, na sua opinião, a política econômica adotada no Brasil criou “uma crise que não existia”. Para o professor, uma das alternativas para superar a crise é a taxação das grandes fortunas. Recentemente, conforme ele, a secretaria da Receita Federal divulgou que 71.740 brasileiros das “classes dominantes” faturam, somados, uma fortuna de R$ 300 bilhões ao ano e não pagam Imposto de Renda desde 1995. Só o Brasil e a Espanha, informou o palestrante, não tributam os cidadãos milionários. “Esses indivíduos são os que protestam contra a carga tributária. Isso é extraordinário! Essa disputa ideológica”, ironizou o diplomata, sobre o fato de não pagarem Imposto de Renda.

Operação Zelotes

Guimarães também apontou como solução o combate à sonegação de impostos, enfatizando que o Brasil é o quinto país do mundo em recursos em paraísos fiscais somando US$ 535 bilhões. O escândalo das contas secretas com dinheiro não declarado no banco HSBC da Suíça e a Operação Zelotes, que investiga o pagamento por grandes empresas de “gratificações” aos conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em troca da anulação de multas milionárias por sonegação. Sem citar nome, o diplomata lembrou que só uma empresa do Rio Grande do Sul deve R$ 5 bilhões à Receita Federal.

China é o desafio

Der acordo com ele, “criou-se uma propaganda extraordinária” de que não se pode aumentos mais impostos no país. Diante desse cenário e da queda da receita, comentou o professor, a solução encontrada é cortar recursos no Orçamento para 2016 de programas sociais, como do Bolsa Família, medida que ele discorda. Nesse contexto, o diplomata afirmou que a política econômica interna “terá reflexos na externa.” “Nós estamos numa situação difícil que se agrega à China. A China que é um grande desafio”, admitiu Guimarães, devido à situação do país e à administração das relações com o país asiático. A China, explicou ele, tem “gerado uma grande demanda de produtos primários”, mas, ao mesmo tempo, precisa facilitar as importações para reerguer a indústria brasileira. “A China tem de ser participante do esforço de reindustrialização do país”, completou o palestrante.

Pela vasta experiência na área, ao finalizar a palestra, o diplomata reforçou que o desafio do país em sua política externa “é como administrar as relações com a China”, e também as questões de comércio, no caso se deve aderir a grandes acordos mundiais. As relações com a Síria, Rússia e os BRICS, segundo Guimarães, são importantes, mas ficam em segundo plano.

http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/2 ... safio'.htm




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