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Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sex Mai 23, 2008 1:54 pm
por jauro
E o caso do TIMOR, merece ser estudado com atenção e pode servir como subsídio para a continuidade ou não dos trabalhos no Haiti.

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sex Mai 23, 2008 2:02 pm
por Vinicius Pimenta
ECSB escreveu:Senhores,

Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
Pois, é Professor, estava na cara que teria havido uma distorção nas suas palavras. Lamentável que o jornalista tenha que fazer isso para escrever com o encaminhamento pedido pelo jornal.

"

Enviado: Sex Mai 23, 2008 11:21 pm
por orestespf
Sniper escreveu:
orestespf escreveu: Não sei o que anda acontecendo, amigo Sniper, mas baseando em sua pérola, podemos chamar o Lula de "jornalista" ao invés de Presidente, o Nelson Jobim de "jornalista" ao invés de Ministro, e Roberto Carlos parece que deixou de ser cantor.
Orestes, por favor, não pegue o "bonde andando". O termo "jornalistas" entre aspas foi empregado por mim para me referir ao senhor Expedito Bastos, que muito diferente dos exemplos esdrúxulos que o senhor utilizou em sua ofensiva mensagem, é muito mais do que um simples "entrevistado" como você o definiu.

Com suas colaborações em vários jornais e revistas além do UFJF Defesa que é uma publicação formadora de opinião, o senhor Expedito pode não ser um jornalista no sentido estrito e profissional da palavra, mas influencia na formação de opinião tanto ou mais do que a imprensa propriamente dita.
orestespf escreveu:Que feio, Sniper, que feio... Mas o ajudo, se me permite, jornalista é quem entrevista e não o entrevistado. O jornalista tem outras funções e atividades, mas apresento apenas uma para permitir a completa absorção, mas aos poucos, claro.

Nem sei mais o que falar... Deixa pra lá.

Orestes
Se não sabe o que falar, melhor ficar calado. Não acha?

Se me permite uma dica, um pouco de humildade e cordialidade não fazem mal a ninguém.

Um abraço,

Sniper
Sniper,

1) não fui agressivo, fui irônico ao extremo, saiba diferenciar as coisas antes de tudo. :wink:

2) a sua ingenuidade (me desculpe, o máximo que consigo dizer é isso mesmo) foi tamanha que não consegui me silenciar, na verdade o mal uso da expressão "jornalista" fere aos que conhecem o bom uso da mesma (coitado o Vinícius et al. Aliás, me desculpe por citá-lo assim, Vinícius. Não se trata de pedido de "apoio" ou algo do gênero).

3) o aparente "abuso" em meus exemplos não passaram de uma grosseira gozação mesmo (chato é ter que explicar a piada sutil).

4) a única agressividade que houve foi da sua parte ao dizer que o Expedito é um "jornalista". Quem está na mídia não é jornalista, achei que soubesse disso, aliás um péssimo adjetivo, não para o Expedito (ou seja quem for), mas para os JORNALISTAS de fato, que foram colocados no estribo.

5) quem dá declarações à mídia ou é entrevistado ou é consultor, não existe meio termo. Uma coisa é certa, nunca é o jornalista em si (mesmo que seja por profissão). Afirmo, essa foi pra lá de infeliz, você é bem capaz e por isso o cobro (não por me achar melhor que você, mas por admilhar-lhe).

6) a influência do Expedito Bastos na mídia não o faz jornalista, ele não assina nada na mídia, repito, mal uso da expressão por sua parte. Só para deixar claro, segundo o dicinário Aurélio, jornalista significa: " Pessoa que exerce atividade jornalística como redator, repórter, fotógrafo, editor".

7) e por fim, mas não menos importante, você julgou o entrevistado antes mesmo de analizar o entrevistador. Este é o ponto! Gostaria de saber como você se sentiria se as acusações fossem contra você, só isso. E mais, ele se explicou aqui no DB, até porque é um freqüentador assíduo, apesar de não postar com regularidade.

Isso... Bate... O DB precisa disso (do esvaziamento de seus quadros).


Abraços "indignados",

Orestes

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sex Mai 23, 2008 11:23 pm
por orestespf
Vinicius Pimenta escreveu:
ECSB escreveu:Senhores,

Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
Pois, é Professor, estava na cara que teria havido uma distorção nas suas palavras. Lamentável que o jornalista tenha que fazer isso para escrever com o encaminhamento pedido pelo jornal.

[009] [009] [009]

Re: "

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 8:27 am
por Vinicius Pimenta
orestespf escreveu:Sniper,

1) não fui agressivo, fui irônico ao extremo, saiba diferenciar as coisas antes de tudo. :wink:

2) a sua ingenuidade (me desculpe, o máximo que consigo dizer é isso mesmo) foi tamanha que não consegui me silenciar, na verdade o mal uso da expressão "jornalista" fere aos que conhecem o bom uso da mesma (coitado o Vinícius et al. Aliás, me desculpe por citá-lo assim, Vinícius. Não se trata de pedido de "apoio" ou algo do gênero).

3) o aparente "abuso" em meus exemplos não passaram de uma grosseira gozação mesmo (chato é ter que explicar a piada sutil).

4) a única agressividade que houve foi da sua parte ao dizer que o Expedito é um "jornalista". Quem está na mídia não é jornalista, achei que soubesse disso, aliás um péssimo adjetivo, não para o Expedito (ou seja quem for), mas para os JORNALISTAS de fato, que foram colocados no estribo.

5) quem dá declarações à mídia ou é entrevistado ou é consultor, não existe meio termo. Uma coisa é certa, nunca é o jornalista em si (mesmo que seja por profissão). Afirmo, essa foi pra lá de infeliz, você é bem capaz e por isso o cobro (não por me achar melhor que você, mas por admilhar-lhe).

6) a influência do Expedito Bastos na mídia não o faz jornalista, ele não assina nada na mídia, repito, mal uso da expressão por sua parte. Só para deixar claro, segundo o dicinário Aurélio, jornalista significa: " Pessoa que exerce atividade jornalística como redator, repórter, fotógrafo, editor".

7) e por fim, mas não menos importante, você julgou o entrevistado antes mesmo de analizar o entrevistador. Este é o ponto! Gostaria de saber como você se sentiria se as acusações fossem contra você, só isso. E mais, ele se explicou aqui no DB, até porque é um freqüentador assíduo, apesar de não postar com regularidade.

Isso... Bate... O DB precisa disso (do esvaziamento de seus quadros).


Abraços "indignados",

Orestes
Perdoem-me por ingressar nessa questão. Penso que os dois amigos estejam "criando caso" por uma coisa pra lá de desnecessária. Se me permitem dizer, a visão de quem está fora é a seguinte: "pra quê eles estão discutindo isso dessa maneira?". Falo assim porque considero os dois como amigos e julgo ser mais importante que voltemos ao cerne desse tópico.

O amigo Sniper errou ao utilizar o termo "jornalista", ainda que entre aspas, pois o termo não se aplica mesmo no conceito que ele quis passar.

O amigo Orestes errou ao se utilizar de "ironia ao extremo", como o próprio denominou, pois esta passou a impressão de uma agressividade e gerou esse mal entendido.

Erramos todos, entendemos os pontos de vista e sigamos o tópico. Que tal?

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 10:06 am
por Marino
Da FSP:

TENDÊNCIAS/DEBATES

É hora de o Brasil encerrar a missão no Haiti?

SIM

Novos desafios para as Forças Armadas

ROBERTO ABDENUR



FOI ACERTADO e oportuno o envio de tropas ao Haiti. Deu-se no contexto da intensificação de nossa atuação no continente e no plano global em geral, entre outras razões com vistas a reforçar nossas credenciais para a obtenção de assento permanente no Conselho de Segurança da ONU -objetivo de todo válido, em que nossa diplomacia cedo ou tarde terá êxito (talvez mais cedo, em eventual governo Obama nos EUA).

Enche-nos de orgulho o notável desempenho de nossos soldados. Com a responsabilidade de liderar missão de extrema delicadeza, deram nossas Forças Armadas contribuição decisiva para a difícil transição política de que necessitava o Haiti para o apaziguamento das tensões, a recuperação da economia e a construção de instituições democráticas.

Para esse sucesso no campo militar muito contribuiu o empenho do Itamaraty na sustentação política da missão, com gestões no mais alto nível no Conselho de Segurança, no Banco Mundial e no BID e intensa movimentação para o êxito de duas conferências de países doadores.

Foi intenso o diálogo com os EUA, dada sua influência nos processos decisórios sobre a questão (a propósito, esclareço que nossa inclusão na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti -Minustah- não se fez a pedido ou a serviço dos EUA).

No que a mim dizia respeito, fui certa feita interpelado por altos funcionários norte-americanos que instavam as forças brasileiras a serem mais agressivas. Dei-lhes a resposta que daria qualquer brasileiro: não temos a tradição guerreira dos EUA. Preferimos prudência e comedimento, recorrendo à força apenas em última instância. A prioridade era a conquista da simpatia da população.

Tive mais tarde a satisfação de homenagear o general Heleno, cuja passagem por Washington se devia ao desejo das autoridades norte-americanas de recolher ensinamentos a partir da experiência vivida por nossas tropas, as quais vinham atuando por vezes mais na imposição do que apenas na manutenção da paz (observo que os EUA haviam fracassado em intervenções unilaterais no Haiti).

A Minustah foi profícua iniciativa também por seu caráter predominantemente sul-americano. A nós juntaram-se Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Essa inédita experiência pode servir para avanços na articulação das forças da região para futuras operações de paz, objetivo que, suponho, recaia sob a égide de iniciativas como o Conselho de Defesa Regional e a Unasul (União das Nações Sul-Americanas).

Não obstante tudo o que se conseguiu, o Haiti por muito tempo necessitará de apoio externo, possivelmente com sucessivas extensões da Minustah (estiveram no país, entre 1993 e 2001, quatro outras operações semelhantes). Vale notar que a situação continua incerta, como ilustram as recentes manifestações de protesto contra os preços de alimentos.

Os gastos com a Minustah até agora foram investimento frutífero a serviço de nossos interesses e responsabilidades no plano internacional. Mas, a essa altura, novos desafios se apresentam a nossas Forças Armadas (e à diplomacia) -a proteção das águas territoriais em marco de virtual nova crise dos preços do petróleo; melhor defesa do espaço aéreo; e o resguardo da soberania sobre a Amazônia, quando preocupações internacionais com questões ambientais (e sua correlação com a escalada no preço de alimentos) trazem de novo à baila no exterior descabidas, inquietantes e inaceitáveis idéias sobre a região.

Acresce o notório sucateamento de parte substancial dos equipamentos das Forças Armadas, justamente quando mais urgente se faz sejam elas reforçadas e modernizadas.

O atual mandato da Minustah se esgota em 15 de outubro vindouro. A data é próxima, e naturalmente não caberia retirada abrupta a essa altura.

Mas, sim, é preciso estar preparado para, no caso de nova prorrogação, podermos gradual, mas rapidamente acertar com a ONU cronograma de retirada. Passando adiante o bastão que nossas Forças Armadas souberam empunhar de tão honrosa forma.

ROBERTO ABDENUR, 66, diplomata de carreira aposentado, foi embaixador do Brasil no Equador (1985-1988), na China (1989-1993) e nos EUA (2004-2006), entre outros países, além de secretário-geral do Itamaraty (1993-1994). É conselheiro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).



É hora de o Brasil encerrar a missão no Haiti?

NÃO

O Haiti não é aqui

RICARDO SEITENFUS



A HIPOTÉTICA retirada do Brasil das forças que compõem a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti provocaria dois desastres e uma constatação.

O primeiro dos desastres afetaria de modo direto e profundo o que foi até então arduamente construído no Haiti. Os países latino-americanos contribuem com 50% dos efetivos militares, civis e policiais. Parte deles, por certo, revisaria sua posição, abandonando à própria sorte aquele país.

Comprometida a presença da ONU na parte ocidental da ilha de Ispaniola, o recrudescimento da instabilidade política desembocaria no retorno ao autoritarismo, como tem ocorrido desde 1986, salvo se a idéia esdrúxula e imoral de submeter o Haiti ao regime de protetorado das grandes potências venha a ser admitida.

Para a população do país mais pobre das Américas, a ausência da Minustah significaria o retorno a um passado de repressão, ausência de liberdades mínimas, desrespeito aos direitos humanos fundamentais e maior retrocesso econômico. A porta estaria escancarada para que os eternos aventureiros e opressores do povo, entre eles notórios traficantes, torturadores e assassinos, retomassem as rédeas do poder. O segundo desastre seria brasileiro.

Qual seria a justificativa -a não ser o decantado egoísmo nacional- apta a explicar o abandono de um povo cujas raízes são compartilhadas por ponderável parcela de nossa população? Como explicar às opiniões públicas nacional, internacional e haitiana que o Brasil, respeitado, amado e venerado pelo povo mártir da antiga pérola das Antilhas, dê-lhes as costas num momento de tal gravidade? O que seria da diplomacia cooperativa e solidária brasileira? Qual seria o futuro do enfoque Sul-Sul, dos projetos do Ibas e da respeitabilidade cada vez maior da palavra brasileira no concerto das nações? A resposta é uma só: após a surpresa, a decepção e, a seguir, o menosprezo com que seria avaliado o conjunto da nossa atuação internacional.

Além dos desastres, o abandono do Haiti traria uma constatação: nossa incapacidade de resolver problemas regionais. Desde 1945, o fenômeno da guerra, sob todas as suas formas, migrou do Norte para o Sul do hemisfério, sem com ela aportar os mecanismos para preveni-la e solucioná-la, que continuam com as potências. Os países do Sul seguem oferecendo o palco e as vítimas dos conflitos atuais.

A crise do Haiti, se resolvida, poderia constituir novo modelo de solução de conflitos em que, pela primeira vez, nós exercemos o papel central.

Há muito, propugno que a crise haitiana, antes de ser política e securitária, é provocada pela desesperança, pela miséria, pelo descalabro administrativo, pela ausência de Estado, pelo vazio jurídico-institucional e pelas condições infra-humanas em que vegeta parte ponderável da população. Três dados ilustram a situação: dos 3.341 detentos da Penitenciária Nacional, em Porto Príncipe, tão-só 112 foram condenados. O restante está em "detenção provisória prolongada", que pode estender-se por vários anos; 80% da população ativa está desempregada; há 250 mil crianças em regime de escravidão (os pouco conhecidos e abandonados "restavecs"). Ante esse doloroso quadro, as características da presença brasileira e da comunidade internacional no Haiti devem ser repensadas. Em paralelo à formação da Polícia Nacional Haitiana e à garantia de um nível mínimo de segurança, é fundamental e urgente empreender ações que reavivem a economia da ilha. Às duas dezenas de projetos brasileiros bem-sucedidos devem se somar outras centenas. Porém, é indispensável que sejam auto-sustentáveis e se beneficiem da cooperação financeira dos países desenvolvidos. A cooperação triangular é a chave do sucesso e da solidariedade.

Há quem diga que o Brasil deve prioritariamente olhar para seus próprios problemas sociais. Quem já foi ao Haiti, porém, do soldado ao ministro, sabe que uma luta contra a pobreza não exclui a outra e que a solidariedade internacional só reforça a interna. A pergunta talvez não seja se o Haiti "é aqui" ou "não é aqui", como no verso de Gil e Caetano, mas, sim, onde se encontra o Brasil em relação ao mundo, que necessita, mais do que nunca, de nossa participação pacífica e criativa.

RICARDO SEITENFUS, 60, doutor em relações internacionais, integrou várias missões ao Haiti. É coordenador do projeto http://www.brasilhaiti.com e autor do livro "Haiti, a Soberania dos Ditadores", entre outras obras.

Re: "

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 10:39 am
por Sniper
Vinicius Pimenta escreveu:
orestespf escreveu:Sniper,

1) não fui agressivo, fui irônico ao extremo, saiba diferenciar as coisas antes de tudo. :wink:

2) a sua ingenuidade (me desculpe, o máximo que consigo dizer é isso mesmo) foi tamanha que não consegui me silenciar, na verdade o mal uso da expressão "jornalista" fere aos que conhecem o bom uso da mesma (coitado o Vinícius et al. Aliás, me desculpe por citá-lo assim, Vinícius. Não se trata de pedido de "apoio" ou algo do gênero).

3) o aparente "abuso" em meus exemplos não passaram de uma grosseira gozação mesmo (chato é ter que explicar a piada sutil).

4) a única agressividade que houve foi da sua parte ao dizer que o Expedito é um "jornalista". Quem está na mídia não é jornalista, achei que soubesse disso, aliás um péssimo adjetivo, não para o Expedito (ou seja quem for), mas para os JORNALISTAS de fato, que foram colocados no estribo.

5) quem dá declarações à mídia ou é entrevistado ou é consultor, não existe meio termo. Uma coisa é certa, nunca é o jornalista em si (mesmo que seja por profissão). Afirmo, essa foi pra lá de infeliz, você é bem capaz e por isso o cobro (não por me achar melhor que você, mas por admilhar-lhe).

6) a influência do Expedito Bastos na mídia não o faz jornalista, ele não assina nada na mídia, repito, mal uso da expressão por sua parte. Só para deixar claro, segundo o dicinário Aurélio, jornalista significa: " Pessoa que exerce atividade jornalística como redator, repórter, fotógrafo, editor".

7) e por fim, mas não menos importante, você julgou o entrevistado antes mesmo de analizar o entrevistador. Este é o ponto! Gostaria de saber como você se sentiria se as acusações fossem contra você, só isso. E mais, ele se explicou aqui no DB, até porque é um freqüentador assíduo, apesar de não postar com regularidade.

Isso... Bate... O DB precisa disso (do esvaziamento de seus quadros).


Abraços "indignados",

Orestes
Perdoem-me por ingressar nessa questão. Penso que os dois amigos estejam "criando caso" por uma coisa pra lá de desnecessária. Se me permitem dizer, a visão de quem está fora é a seguinte: "pra quê eles estão discutindo isso dessa maneira?". Falo assim porque considero os dois como amigos e julgo ser mais importante que voltemos ao cerne desse tópico.

O amigo Sniper errou ao utilizar o termo "jornalista", ainda que entre aspas, pois o termo não se aplica mesmo no conceito que ele quis passar.

O amigo Orestes errou ao se utilizar de "ironia ao extremo", como o próprio denominou, pois esta passou a impressão de uma agressividade e gerou esse mal entendido.

Erramos todos, entendemos os pontos de vista e sigamos o tópico. Que tal?
[009]

Re: "

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 10:45 am
por orestespf
Vinicius Pimenta escreveu:
Perdoem-me por ingressar nessa questão. Penso que os dois amigos estejam "criando caso" por uma coisa pra lá de desnecessária. Se me permitem dizer, a visão de quem está fora é a seguinte: "pra quê eles estão discutindo isso dessa maneira?". Falo assim porque considero os dois como amigos e julgo ser mais importante que voltemos ao cerne desse tópico.

O amigo Sniper errou ao utilizar o termo "jornalista", ainda que entre aspas, pois o termo não se aplica mesmo no conceito que ele quis passar.

O amigo Orestes errou ao se utilizar de "ironia ao extremo", como o próprio denominou, pois esta passou a impressão de uma agressividade e gerou esse mal entendido.

Erramos todos, entendemos os pontos de vista e sigamos o tópico. Que tal?

Perfeito, Vinícius, não devemos partir pra essa agressividade toda, assim sendo, me desculpo com o amigo Sniper. Além disso, entrei em uma briga que também não era minha, mas ouvi da boca do citado que este ficou muito magoado ao ser chamado de "jornalista" e por ser acusado de algo que não falou (o papo do "eles"), a ponto de ter postado um esclarecimento aqui no DB (o que normalmente ele não faz). Tudo bem, caso resolvido também.

Meu maior erro foi ter advogado desnecessariamente e ter usado de extrema ironia para fazer que outros (não só o Sniper) sentissem na pele a mesma agressividade usada desde o início neste tópico por vários membros. Deveria ter deixado pra lá, mas este filho de Xangô aqui não costuma se calar diante de injustiças (seja com quem for). O hábito é tamanho que várias vezes já saí em defesa de inimigos declarados (inimigos por partes deles, não tenho nenhum como um de fato).

Finalizo me desculpando formalmente com o Sniper e também com todos aqueles que se sentiram agredidos pelas minhas palavras, mesmo os não citados por mim.


Abraços cordiais,

Orestes

Re: "

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 11:01 am
por Sniper
orestespf escreveu:
Vinicius Pimenta escreveu:
Perdoem-me por ingressar nessa questão. Penso que os dois amigos estejam "criando caso" por uma coisa pra lá de desnecessária. Se me permitem dizer, a visão de quem está fora é a seguinte: "pra quê eles estão discutindo isso dessa maneira?". Falo assim porque considero os dois como amigos e julgo ser mais importante que voltemos ao cerne desse tópico.

O amigo Sniper errou ao utilizar o termo "jornalista", ainda que entre aspas, pois o termo não se aplica mesmo no conceito que ele quis passar.

O amigo Orestes errou ao se utilizar de "ironia ao extremo", como o próprio denominou, pois esta passou a impressão de uma agressividade e gerou esse mal entendido.

Erramos todos, entendemos os pontos de vista e sigamos o tópico. Que tal?

Perfeito, Vinícius, não devemos partir pra essa agressividade toda, assim sendo, me desculpo com o amigo Sniper. Além disso, entrei em uma briga que também não era minha, mas ouvi da boca do citado que este ficou muito magoado ao ser chamado de "jornalista" e por ser acusado de algo que não falou (o papo do "eles"), a ponto de ter postado um esclarecimento aqui no DB (o que normalmente ele não faz). Tudo bem, caso resolvido também.

Meu maior erro foi ter advogado desnecessariamente e ter usado de extrema ironia para fazer que outros (não só o Sniper) sentissem na pele a mesma agressividade usada desde o início neste tópico por vários membros. Deveria ter deixado pra lá, mas este filho de Xangô aqui não costuma se calar diante de injustiças (seja com quem for). O hábito é tamanho que várias vezes já saí em defesa de inimigos declarados (inimigos por partes deles, não tenho nenhum como um de fato).

Finalizo me desculpando formalmente com o Sniper e também com todos aqueles que se sentiram agredidos pelas minhas palavras, mesmo os não citados por mim.


Abraços cordiais,

Orestes
Desculpas aceitas Orestes.

Aproveito para me desculpar também com o professor Expedito pela minha colocação inadequada. E da próxima vez (espero que não aconteça) tenha toda a liberdade para me advertir pessoalmente caso se sinta ofendido.

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 11:30 am
por Vinicius Pimenta
Que bom, resolvida essa questão, gostaria de tecer meus comentários sobre o assunto.

Concordo plenamente com o Doutor Ricardo Seitenfus, não creio que seja hora de deixarmos o Haiti. Aliás, essa nem parece ser a opção do governo brasileiro, nem do executivo, nem do legislativo, haja vista que foi aprovado recentemente o aumento do efetivo em 100 homens de engenharia. O pedido de não retirar tropas de infantaria foi feita pela própria ONU. Devo lembrar que a fragilidade do Estado haitiano ficou ainda mais patente no recente episódio do aumento dos preços dos alimentos. Sem as tropas por lá, fatalmente ocorreria outro banho de sangue. Será isso que queremos? Um país que deve se acostumar a pensar grande, deve abandonar uma missão, que unanimamente é um sucesso estrondoso sob o ponto de vista militar, ou seja, a missão que nos cabia principalmente?

As nossas tropas fizeram e ainda fazem um papel absolutamente brilhante que servirá de modelo para outras missões das Nações Unidas pelo mundo. Vale a pena o risco de colocar tudo a perder? A MINUSTAH não foi a primeira missão da ONU no país, mas todos queremos que seja a ÚLTIMA. E para isso, é FUNDAMENTAL, que ela permaneça o tempo seguro para que o Estado haitiano possa caminhar sozinho. Um dia poderá. E não necessariamente um dia muito distante. Estabelecer um cronograma de retorno? Ótimo, mas que seja um cronograma que leve em conta as necessidades de um Estado que está praticamente começando do zero. De instituições que ainda precisam amadurecer.

Também não concordo que a missão seja útil somente para o Itamaraty. A missão é útil para o Governo Brasileiro. O Itamary atua de acordo com o posicionamento do Governo. Ou é um Ministério independente? As Forças Armadas, por sua vez, como instrumentos de política externa (lembram da tríade: poder político, econômico e militar?), além da missão fundamental de Defesa do território nacional, fazem parte dessa complexa engrenagem.

E não creio que a missão não tenha colhido frutos no campo militar. Desenvolvemos e aprimoramos doutrinas de combate em ambientes urbanos. Obtivemos parâmetros reais para o desenvolvimento de novos equipamentos (muito do Urutu III será pensado diante dos ensinamentos colhidos naquele país). Outro fator muito importante foi (e ainda é) o TREINAMENTO em condições reais de mais de 10 mil homens que agora podem atuar como multiplicadores do que foi aprendido na PRÁTICA. Por fim, o REEQUIPAMENTO das tropas. Quando é que se viu soldados do EB, exceto FEs, tão bem equipados? Coletes táticos, joelheiras, OVNs, camel-baks, etc. Blindados NOVOS para o CFN, suprindo uma lacuna de mais de uma DÉCADA desde a desativação dos Urutu. Convém lembrar que países como o Uruguai, utilizam essas oportunidades justamente para isso. Se tanto fazem, é porque deve valer a pena.

Sendo assim, creio que é prematuro pensar em saída do Brasil do Haiti.

Re: "

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 11:51 am
por orestespf
Sniper escreveu:
orestespf escreveu:
Perfeito, Vinícius, não devemos partir pra essa agressividade toda, assim sendo, me desculpo com o amigo Sniper. Além disso, entrei em uma briga que também não era minha, mas ouvi da boca do citado que este ficou muito magoado ao ser chamado de "jornalista" e por ser acusado de algo que não falou (o papo do "eles"), a ponto de ter postado um esclarecimento aqui no DB (o que normalmente ele não faz). Tudo bem, caso resolvido também.

Meu maior erro foi ter advogado desnecessariamente e ter usado de extrema ironia para fazer que outros (não só o Sniper) sentissem na pele a mesma agressividade usada desde o início neste tópico por vários membros. Deveria ter deixado pra lá, mas este filho de Xangô aqui não costuma se calar diante de injustiças (seja com quem for). O hábito é tamanho que várias vezes já saí em defesa de inimigos declarados (inimigos por partes deles, não tenho nenhum como um de fato).

Finalizo me desculpando formalmente com o Sniper e também com todos aqueles que se sentiram agredidos pelas minhas palavras, mesmo os não citados por mim.


Abraços cordiais,

Orestes
Desculpas aceitas Orestes.

Aproveito para me desculpar também com o professor Expedito pela minha colocação inadequada. E da próxima vez (espero que não aconteça) tenha toda a liberdade para me advertir pessoalmente caso se sinta ofendido.

[009] [009]

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Sáb Mai 24, 2008 1:02 pm
por jauro
Marino escreveu:Da FSP:

TENDÊNCIAS/DEBATES

É hora de o Brasil encerrar a missão no Haiti?

SIM

Novos desafios para as Forças Armadas

ROBERTO ABDENUR



FOI ACERTADO e oportuno o envio de tropas ao Haiti. Deu-se no contexto da intensificação de nossa atuação no continente e no plano global em geral, entre outras razões com vistas a reforçar nossas credenciais para a obtenção de assento permanente no Conselho de Segurança da ONU -objetivo de todo válido, em que nossa diplomacia cedo ou tarde terá êxito (talvez mais cedo, em eventual governo Obama nos EUA).

Enche-nos de orgulho o notável desempenho de nossos soldados. Com a responsabilidade de liderar missão de extrema delicadeza, deram nossas Forças Armadas contribuição decisiva para a difícil transição política de que necessitava o Haiti para o apaziguamento das tensões, a recuperação da economia e a construção de instituições democráticas.

Para esse sucesso no campo militar muito contribuiu o empenho do Itamaraty na sustentação política da missão, com gestões no mais alto nível no Conselho de Segurança, no Banco Mundial e no BID e intensa movimentação para o êxito de duas conferências de países doadores.

Foi intenso o diálogo com os EUA, dada sua influência nos processos decisórios sobre a questão (a propósito, esclareço que nossa inclusão na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti -Minustah- não se fez a pedido ou a serviço dos EUA).

No que a mim dizia respeito, fui certa feita interpelado por altos funcionários norte-americanos que instavam as forças brasileiras a serem mais agressivas. Dei-lhes a resposta que daria qualquer brasileiro: não temos a tradição guerreira dos EUA. Preferimos prudência e comedimento, recorrendo à força apenas em última instância. A prioridade era a conquista da simpatia da população.

Tive mais tarde a satisfação de homenagear o general Heleno, cuja passagem por Washington se devia ao desejo das autoridades norte-americanas de recolher ensinamentos a partir da experiência vivida por nossas tropas, as quais vinham atuando por vezes mais na imposição do que apenas na manutenção da paz (observo que os EUA haviam fracassado em intervenções unilaterais no Haiti).

A Minustah foi profícua iniciativa também por seu caráter predominantemente sul-americano. A nós juntaram-se Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Essa inédita experiência pode servir para avanços na articulação das forças da região para futuras operações de paz, objetivo que, suponho, recaia sob a égide de iniciativas como o Conselho de Defesa Regional e a Unasul (União das Nações Sul-Americanas).

Não obstante tudo o que se conseguiu, o Haiti por muito tempo necessitará de apoio externo, possivelmente com sucessivas extensões da Minustah (estiveram no país, entre 1993 e 2001, quatro outras operações semelhantes). Vale notar que a situação continua incerta, como ilustram as recentes manifestações de protesto contra os preços de alimentos.

Os gastos com a Minustah até agora foram investimento frutífero a serviço de nossos interesses e responsabilidades no plano internacional. Mas, a essa altura, novos desafios se apresentam a nossas Forças Armadas (e à diplomacia) -a proteção das águas territoriais em marco de virtual nova crise dos preços do petróleo; melhor defesa do espaço aéreo; e o resguardo da soberania sobre a Amazônia, quando preocupações internacionais com questões ambientais (e sua correlação com a escalada no preço de alimentos) trazem de novo à baila no exterior descabidas, inquietantes e inaceitáveis idéias sobre a região.

Acresce o notório sucateamento de parte substancial dos equipamentos das Forças Armadas, justamente quando mais urgente se faz sejam elas reforçadas e modernizadas.

O atual mandato da Minustah se esgota em 15 de outubro vindouro. A data é próxima, e naturalmente não caberia retirada abrupta a essa altura.

Mas, sim, é preciso estar preparado para, no caso de nova prorrogação, podermos gradual, mas rapidamente acertar com a ONU cronograma de retirada. Passando adiante o bastão que nossas Forças Armadas souberam empunhar de tão honrosa forma.

ROBERTO ABDENUR, 66, diplomata de carreira aposentado, foi embaixador do Brasil no Equador (1985-1988), na China (1989-1993) e nos EUA (2004-2006), entre outros países, além de secretário-geral do Itamaraty (1993-1994). É conselheiro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).



É hora de o Brasil encerrar a missão no Haiti?

NÃO

O Haiti não é aqui

RICARDO SEITENFUS



A HIPOTÉTICA retirada do Brasil das forças que compõem a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti provocaria dois desastres e uma constatação.

O primeiro dos desastres afetaria de modo direto e profundo o que foi até então arduamente construído no Haiti. Os países latino-americanos contribuem com 50% dos efetivos militares, civis e policiais. Parte deles, por certo, revisaria sua posição, abandonando à própria sorte aquele país.

Comprometida a presença da ONU na parte ocidental da ilha de Ispaniola, o recrudescimento da instabilidade política desembocaria no retorno ao autoritarismo, como tem ocorrido desde 1986, salvo se a idéia esdrúxula e imoral de submeter o Haiti ao regime de protetorado das grandes potências venha a ser admitida.

Para a população do país mais pobre das Américas, a ausência da Minustah significaria o retorno a um passado de repressão, ausência de liberdades mínimas, desrespeito aos direitos humanos fundamentais e maior retrocesso econômico. A porta estaria escancarada para que os eternos aventureiros e opressores do povo, entre eles notórios traficantes, torturadores e assassinos, retomassem as rédeas do poder. O segundo desastre seria brasileiro.

Qual seria a justificativa -a não ser o decantado egoísmo nacional- apta a explicar o abandono de um povo cujas raízes são compartilhadas por ponderável parcela de nossa população? Como explicar às opiniões públicas nacional, internacional e haitiana que o Brasil, respeitado, amado e venerado pelo povo mártir da antiga pérola das Antilhas, dê-lhes as costas num momento de tal gravidade? O que seria da diplomacia cooperativa e solidária brasileira? Qual seria o futuro do enfoque Sul-Sul, dos projetos do Ibas e da respeitabilidade cada vez maior da palavra brasileira no concerto das nações? A resposta é uma só: após a surpresa, a decepção e, a seguir, o menosprezo com que seria avaliado o conjunto da nossa atuação internacional.

Além dos desastres, o abandono do Haiti traria uma constatação: nossa incapacidade de resolver problemas regionais. Desde 1945, o fenômeno da guerra, sob todas as suas formas, migrou do Norte para o Sul do hemisfério, sem com ela aportar os mecanismos para preveni-la e solucioná-la, que continuam com as potências. Os países do Sul seguem oferecendo o palco e as vítimas dos conflitos atuais.

A crise do Haiti, se resolvida, poderia constituir novo modelo de solução de conflitos em que, pela primeira vez, nós exercemos o papel central.

Há muito, propugno que a crise haitiana, antes de ser política e securitária, é provocada pela desesperança, pela miséria, pelo descalabro administrativo, pela ausência de Estado, pelo vazio jurídico-institucional e pelas condições infra-humanas em que vegeta parte ponderável da população. Três dados ilustram a situação: dos 3.341 detentos da Penitenciária Nacional, em Porto Príncipe, tão-só 112 foram condenados. O restante está em "detenção provisória prolongada", que pode estender-se por vários anos; 80% da população ativa está desempregada; há 250 mil crianças em regime de escravidão (os pouco conhecidos e abandonados "restavecs"). Ante esse doloroso quadro, as características da presença brasileira e da comunidade internacional no Haiti devem ser repensadas. Em paralelo à formação da Polícia Nacional Haitiana e à garantia de um nível mínimo de segurança, é fundamental e urgente empreender ações que reavivem a economia da ilha. Às duas dezenas de projetos brasileiros bem-sucedidos devem se somar outras centenas. Porém, é indispensável que sejam auto-sustentáveis e se beneficiem da cooperação financeira dos países desenvolvidos. A cooperação triangular é a chave do sucesso e da solidariedade.

Há quem diga que o Brasil deve prioritariamente olhar para seus próprios problemas sociais. Quem já foi ao Haiti, porém, do soldado ao ministro, sabe que uma luta contra a pobreza não exclui a outra e que a solidariedade internacional só reforça a interna. A pergunta talvez não seja se o Haiti "é aqui" ou "não é aqui", como no verso de Gil e Caetano, mas, sim, onde se encontra o Brasil em relação ao mundo, que necessita, mais do que nunca, de nossa participação pacífica e criativa.

RICARDO SEITENFUS, 60, doutor em relações internacionais, integrou várias missões ao Haiti. É coordenador do projeto http://www.brasilhaiti.com e autor do livro "Haiti, a Soberania dos Ditadores", entre outras obras.
No fundo, os dois artigos são conflitantes quanto aos seus títulos. Já nas justificativas e conclusões, nem tanto.
E me parece que a tendência é que o Brasil ainda fique por lá por um tempo significativo.

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Ter Mai 27, 2008 7:09 pm
por Edu Lopes
ONU e ONGs são acusadas de abuso infantil

Integrantes de organizações humanitárias e soldados da ONU abusam de crianças, diz entidade

RIO - Funcionários de organizações de ajuda humanitária e integrantes das forças de paz da ONU estão abusando sexualmente de crianças em regiões pobres e assoladas por guerra, disse nesta terça-feira uma importante entidade européia que cuida de crianças.

Crianças de até 6 anos estão entre as vítimas forçadas a manter relações sexuais em troca de dinheiro ou alimento, informou relatório da Save the Children UK.

Depois de entrevistar centenas de crianças, a entidade com sede no Reino Unido identificou uma série de crimes: estupro, prostituição infantil, pornografia, ato indecente e tráfico de crianças com fins sexuais.

"É duro imaginar um abuso de autoridade mais grotesco ou uma violação mais flagrante dos direitos das crianças", disse à CNN, Jasmine Whitbread, chefe da Save the Children UK.

No relatório, uma adolescente de 15 anos disse a pesquisadores no Haiti (onde os militares brasileiros são maioria na força de paz da ONU): "Eu e minhas amigas estávamos caminhando pelo Palácio Nacional uma noite quando encontramos uns agentes humanitários. Os homens nos chamaram e nos mostraram o pênis. Eles nos ofereceram 100 gourdes (cerca de R$ 5) e chocolate para que fizéssemos sexo oral. Eu me recusei, mas uma das meninas o fez e pegou o dinheiro".

A Save the Children UK afirmou que quase tão chocante quanto o abuso por si só são os relatos deles. A entidade acredita que milhares de crianças ao redor do mundo possam estar sofrendo em silêncio. De acordo com a organização assistencial, crianças contaram ficar bastante temerosas para relatar os abusos sofridos, acreditando que os agressores poderiam voltar e machucá-las, fazer com que elas não recebam mais ajuda humanitária das agências e até punir a família ou a comunidade.

"As pessoas não reportam isso porque estão preocupadas que a agência vá interromper o trabalho aqui, e nós precisamos dela", disse um menino que vive no Sul do Sudão.

A pesquisa da Save the Children UK foi centrada em Costa do Marfim, Sudão e Haiti, mas a entidade afirmou que os que abusam sexualmente de crianças podem ser encontrados em todo o tipo de organização humanitária, e em todos os níveis.

A Save the Children UK pediu a criação de um órgão que monitore a relação entre tropas e agentes humanitários e a população das áreas carentes. A entidade está trabalhando com a ONU para estabelecer mecanismos locais para fazer com que as vítimas possam denunciar os agressores com segurança e de forma mais rápida.

Em 2003, soldados nepaleses da ONU foram acusados de abusos quando estavam servindo na República Democrática do Congo. Seis militares acabaram presos.

Um ano depois, dois capacetes-azuis da ONU foram repatriados depois da acusação de abusos no Burundi. Outros soldados foram acusados de estupro e outros abusos no Sudão.

Ano passado, as Nações Unidas lançaram investigação sobre denúncias na Costa do Marfim.


Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 522068.asp

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Ter Mai 27, 2008 8:27 pm
por Tigershark

Re: Missão de Paz no Haiti

Enviado: Qua Mai 28, 2008 10:44 am
por eligioep
Edu Lopes escreveu: Em 2003, soldados nepaleses da ONU foram acusados de abusos quando estavam servindo na República Democrática do Congo. Seis militares acabaram presos.

Um ano depois, dois capacetes-azuis da ONU foram repatriados depois da acusação de abusos no Burundi. Outros soldados foram acusados de estupro e outros abusos no Sudão.

Ano passado, as Nações Unidas lançaram investigação sobre denúncias na Costa do Marfim.


Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 522068.asp
Ano passado, no Haiti, 120 soldados do Sri Lanka foram sumariamente repatriados sob estas alegações....