Enviado: Qua Mai 16, 2007 5:30 pm
O novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta quarta-feira, na Alemanha, que é importante colocar um fim à "paralisia" da União Européia (UE).
"A primeira questão urgente é tirar a União Européia da atual paralisia. Para isso, a Alemanha, que atualmente ocupa a Presidência da UE, e a França, que sempre foi o parceiro favorito da Alemanha na Europa, precisam entender um ao outro", disse Sarkozy em Berlim, em um encontro com a premiê alemã, Angela Merkel.
"Dando apoio um ao outro, Alemanha e França naturalmente têm maior influência nas questões da Europa e do mundo do que quando atual separadamente."
Merkel está tentando construir um consenso sobre como a União Européia deve funcionar depois que a proposta de uma Constituição para o bloco foi rejeitada em referendos na França e na Holanda em 2005.
Posse
Essa foi a primeira viagem do presidente francês depois que foi empossado, substituindo Jacques Chirac, nesta quarta-feira.
No discurso de posse, em Paris, Sarkozy prestou uma homenagem aos seus antecessores - em especial, ao general Charles de Gaulle, que ele disse ter salvado a França duas vezes, e a Chirac, por ter "levado os valores universais da França ao mundo".
Ao povo francês, o novo presidente disse: "Não vou decepcioná-los". E prometeu defender a identidade e a independência da França e trabalhar por uma Europa que proteja seus próprios cidadãos.
Sarkozy afirmou ainda que nunca houve uma necessidade tão grande de se opor à intolerância e ao racismo.
O novo presidente, que também prometeu trabalhar em temas como mudanças climáticas e ajuda à África, terminou o discurso com o tradicional "Vive la Rèpublique, vive la France".
Ruptura
Sarkozy assume o cargo com o desafio de aumentar o crescimento econômico do país, impulsionar a competitividade internacional e reduzir o desemprego e a dívida pública.
O novo presidente de direita também terá que enfrentar as desigualdades econômicas e sociais que afetam, principalmente, os moradores de periferias pobres do país e que já causaram revoltas na França.
Sarkozy se define como um modernizador e defende uma ruptura com a tradicional elite do poder da França – uma "ruptura tranqüila com a era Chirac", como disse durante a campanha em uma tentativa de seduzir os eleitores de centro.
Chirac apoiou o novo presidente nas eleições, mas os dois cortaram relações quando Sarkozy apoiou um adversário de Chirac na eleição presidencial de 1995.
Analistas afirmam, no entanto, que a idéia de ruptura é relativa, já que Nicolas Sarkozy faz parte do cenário político francês há cerca de 30 anos.
O candidato, que foi contra a guerra no Iraque como Chirac, já mostrou também ter fortes tendências protecionistas, destinando fundos estatais a uma companhia francesa com problemas financeiros, a Alstom.