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Enviado: Dom Out 14, 2007 11:41 pm
por alex
Não sei se é a sessão correta, mas recomendo um livro para leitura :
Stalingrado - O Cerco Final
do Autor Antony Beevor

Suas 500 paginas falam sobre a invasão da URSS, o ataque a Moscou e o contra-ataque russo e com mais exatidão, o ataque a Stalingrado, a obsessão de Stalin com a cidade, a troca de sangue russo por tempo, o planejamento de Jukov, o ataque de pinça as tropas romenas e o cerco dos alemães, o contra-ataque de Mainsten , o ataque russo ao Oitavo exercito Italiano e o ataque final a Stalingrado e suas consequencia politicas.
São mais de 500 paginas altamente sensacionais que incorporam dados obtidos com o fim da Urss .
Levei dois dias para terminar porque o corpo não aguentava mais, mas se pudesse teria terminado em um unico dia.
:D
Como critica só posso dizer que faltou o autor informasr o que acontecia em outros fronts da Urss e falar mais sobre a força aerea da URSS na batalha de Stalingrado.Porém acho que para isso seriam acrescidas mais 100 ou 200 paginas encarecendo o livro. Otimo livro.
Para o Natal devo adquirir o livro "1945' do mesmo autor que cobre a queda de Berlim.

Enviado: Seg Out 15, 2007 9:09 am
por Clermont
Por sinal, esse livro sobre Stalingrado revela que um certo general alemão, que acabou se tornando parte importante na história militar do Brasil, teve um papel destacadíssimo. Quase que fundamental, ainda que à revelia.

E ele morreu sem nunca ter tido a mínima idéia disso.

O nome dele? Ah, isso eu não vou dizer porque perde a graça. Tem que ler o livro. 8-]

Enviado: Seg Out 15, 2007 12:23 pm
por magoo32
Para o Natal devo adquirir o livro "1945' do mesmo autor que cobre a queda de Berlim.


Muito bom o livro 1945, vale cada centavo investido nele.

Enviado: Seg Out 15, 2007 12:23 pm
por magoo32
Muito bom o livro 1945, vale cada centavo investido nele.

Enviado: Seg Out 15, 2007 12:24 pm
por magoo32
1945 vale cada centavo pago. Muito bem escrito e muito esclarecedor

Enviado: Seg Out 15, 2007 1:02 pm
por Brigadeiro
Clermont escreveu:Por sinal, esse livro sobre Stalingrado revela que um certo general alemão, que acabou se tornando parte importante na história militar do Brasil, teve um papel destacadíssimo. Quase que fundamental, ainda que à revelia.

E ele morreu sem nunca ter tido a mínima idéia disso.

O nome dele? Ah, isso eu não vou dizer porque perde a graça. Tem que ler o livro. 8-]


Contaí!!! Não mate o pessoal de curiosidade... Além do mais, o que só esse fato não vai estragar a leitura... :wink:

Até mais!

Enviado: Seg Out 15, 2007 3:05 pm
por Plinio Jr
magoo32 escreveu:
Para o Natal devo adquirir o livro "1945' do mesmo autor que cobre a queda de Berlim.


Muito bom o livro 1945, vale cada centavo investido nele.


São ótimos livros, Stalingrado e 1945...recomendáveis... :idea:

Enviado: Ter Out 16, 2007 12:44 pm
por alex
Seguindo a minha impetuosidade adquiri "A Ultima Batalha" de Cornelius Ryan.
Não aguentei, estava em promoção...
Ainda estou no meio da leitura, acho o estilo bom mas o estilo do Antony Beevor é melhor pára nós que gostamos de analisar os exercitos , as táticas e as armas.
Ryan já é um autor que gosta de escolher alguns personagens e segui-los durante os eventos.
Os autores americanos gostam destes fatos. Já li livros iguais em estilo como Soldados Cidadães de Sthepen Ambrose.
Acredito também que como o livro foi escrito em 1966, durante a Guerra Fria, talvez tenha um ranço anti-sovietico.
Vai ser interessante compara-lo ao 1945.

Enviado: Ter Out 16, 2007 1:26 pm
por Brigadeiro
Brigadeiro escreveu:
Clermont escreveu:Por sinal, esse livro sobre Stalingrado revela que um certo general alemão, que acabou se tornando parte importante na história militar do Brasil, teve um papel destacadíssimo. Quase que fundamental, ainda que à revelia.

E ele morreu sem nunca ter tido a mínima idéia disso.

O nome dele? Ah, isso eu não vou dizer porque perde a graça. Tem que ler o livro. 8-]


Contaí!!! Não mate o pessoal de curiosidade... Além do mais, o que só esse fato não vai estragar a leitura... :wink:

Até mais!


Insisto! Contaí Clermont!!!

Até mais!

Enviado: Ter Out 16, 2007 7:55 pm
por Clermont
Brigadeiro escreveu:Insisto! Contaí Clermont!!!


Pô, se eu conto, cadê a graça de pesquisar no livro?

Que graça teria a novela das oito se alguém tivesse falado quem matou a Odete Roitman?

Acho que vou propor uma gincana DB. Quem acertar o nome do general tedesco, vai ganhar uma coleção encadernada de todas as fotos da Sabrina Sato (nossa futura vereadora paulista) na Playboy. :twisted:

Enviado: Qui Nov 22, 2007 2:53 pm
por EDSON
Vargas era neutralista na Segunda Guerra, mas teve de ceder à pressão dos EUA. Ele aproveitou para negociar e obter vantagens. Graças a ele, o Brasil é hoje um país industrializado, diz professor Moniz Bandeira.

Em entrevista à DW-WORLD sobre os 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, o professor Moniz Bandeira, da Universidade de Brasília, avalia as posições adotadas pelo Brasil durante o conflito. O autor do livro Relações Perigosas – Brasil e Estados Unidos fala da influência norte-americana sobre o Exército brasileiro, a entrada de fugitivos nazistas no país e da recente descoberta dos diários de Mengele em São Paulo. Ele afirma que tanto os EUA quanto a União Soviética aproveitaram ex-agentes nazistas no pós-guerra.

DW-WORLD: O que significou e/ou ainda significa o dia 8 de maio de 1945 para o Brasil?

Moniz Bandeira: O dia 8 de maio significou para o Brasil o que significou para todo o mundo: o fim de uma guerra que devastou as cidades na Alemanha, comprometeu quase todos os países do mundo e envolveu também o Brasil, que mandou tropas para a Itália. É uma data significava, porém não desperta interesse especial no Brasil, porque já se passaram mais de 60 anos. Não há motivo para festejar nem para chorar nessa data, por se tratar de uma era completamente superada.

Quais foram os motivos que levaram o governo Vargas (no Estado Novo) a oscilar entre o apoio ao III Reich, a neutralidade no início da guerra e, por fim, sua entrada nos combates ao lado dos Aliados?


Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: EUA entraram na guerra após ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941O governo Vargas era neutralista, mas sabia perfeitamente que o Brasil não poderia manter-se nessa posição se os Estados Unidos entrassem no conflito. O Brasil dependia das exportações de café, e o café, do mercado americano. Vargas aproveitou a situação para negociar com os Estados Unidos e obter vantagens, principalmente a instalação de uma siderúrgica no Brasil. Houve uma negociação. Os americanos pretendiam instalar bases no litoral do Brasil, particularmente no Nordeste, para defender o Atlântico Sul, porque os alemães já estavam no noroeste da África.


Os EUA já estavam se preparando para entrar na guerra. Não foi Pearl Harbor que levou os EUA a entrar na guerra. Pearl Harbor apenas foi o pretexto, provocado pelo presidente Roosevelt, que fora informado sobre o ataque e deixou que acontecesse. Como o Petágono quis invadir o Brasil, a fim de instalar tais bases, houve um alarme tanto no governo brasileiro quanto no governo americano. Os militares brasileiros, entre eles o ministro da Guerra, Marechal Dutra, o general Goes Monteiro, chefe do Estado-Maior, eram pró-Alemanha e iriam reagir. Roosevelt sabia que haveria essa reação, os alemães atravessariam o Atlântico e a guerra entraria no Brasil. Então ele negociou com Vargas, que permitiu a construção das bases, sob a condição de que os Estados Unidos concedessem um crédito para a instalação de uma siderúrgica no Brasil, um país com abundantes jazidas de ferro, que queria transformar o ferro em aço e criar uma indústria de bens de capital, uma indústria pesada, para impulsionar seu processo de industrialização.


Roosevelt se dispôs a fazer esse investimento para evitar que fosse feito pela Krupp (empresa alemã), com quem Vargas estava também a negociar. Vargas criou então uma empresa estatal – a Companhia Siderúrgica Nacional – e o governo americano, coisa que nunca havia feito, concedeu o crédito, porque a United Steel não queria fazer o investimento. Depois do bombardeio de Pearl Harbor, o Brasil rompeu relações com a Alemanha, cujos submarinos, depois, começaram a torpedear os navios brasileiros. Foi por isso que Vargas entrou na guerra contra a Alemanha. Mas não entrou em guerra contra o Japão. A declaração de guerra foi só contra a Alemanha e a Itália, por causa dos torpedeamentos.

A política de Vargas foi correta. Graças a ele, o Brasil é hoje um país industrializado, porque pôde implantar o maior complexo siderúrgico da América Latina, que começou a funcionar em 1946. O Brasil, com abundantes jazidas de ferro e uma indústria de bens de consumo já bem desenvolvida, pôde desenvolver uma indústria de bens de capital, o setor que permite a auto-sustentação e a autotransformação do capitalismo, e assim ganhou extraordinário impulso, o boom dos anos 50, época em que justamente os capitais alemães para lá fluíram, porque não podiam ir para o Leste Europeu, subordinado ao regime comunista, e temiam uma guerra atômica na Europa. Já no tempo de Vargas, em 1953, começaram os entendimentos para a instalação das fábricas da Volkswagen e da Mercedes Benz, cujos investimentos amadureceriam durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, nos anos 1957–59.

Em seu livro Brasil, Argentina e Estados Unidos. Conflito e integração na América do Sul, da Tríplice Aliança ao Mercosul, 1870–2003, o Sr. analisa, entre outros assuntos, a manutenção de um vínculo tardio argentino à Inglaterra em contrapartida às relações intensas entre Brasil e Estados Unidos no contexto da Segunda Guerra Mundial. Que conseqüências teve o fim da Segunda Guerra para as relações do Brasil com seus vizinhos da América do Sul, principalmente diante da determinação dos EUA de exercer hegemonia direta sobre o continente? Os pracinhas da FEB foram lutar na Europa para mostrar quem manda na América do Sul, modificando o jogo de forças na região?


Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Angra II: negociações para transferência da tecnologia nuclear começaram logo após a Segunda GuerraA FEB foi para a Itália no 5° Exército dos Estados Unidos, e lá sofreu a influência dos americanos. No contexto da Guerra Fria, houve uma divisão no Exército brasileiro: mais ou menos 20% eram anti-Vargas e anticomunistas, outros 20% de esquerda e uma grande maioria nacionalista, mas com medo do comunismo. Isso influiu na política brasileira durante os anos 50. A CIA, criada em 1947, começou a ter uma atividade dentro do Brasil, inclusive para desestabilizar o governo Vargas, por causa da indústria petrolífera e atômica que ele quis implantar.


Por meio da "black propaganda", agitou as Forças Armadas contra Vargas, que havia implantado a Petrobrás e negociado com os cientistas alemães a transferência da tecnologia de enriquecimento de urânio, por meio das últimas centrífugas fabricadas clandestinamente na Alemanha. A CIA descobriu esse fato, e o Alto Comissariado Aliado impediu o embarque das ultracentrífugas para o Brasil, no porto de Hamburgo em 1954.


Em relação à Argentina, os Brasil saiu fortalecido, não por causa da Guerra propriamente dita e, sim, porque a Inglaterra declinou. Como a Argentina dependia das exportações de trigo e carnes para o mercado inglês, ela não conseguiu dar um salto no seu processo de industrialização. Perón, quando tentou, foi muito tarde; não pôde jogar com as contradições internacionais. O setor agrário argentino era muito mais forte que o brasileiro porque a burguesia industrial brasileira era ao mesmo tempo ligada à agricultura, à plantação de café, ao passo que na Argentina nunca houve essa ligação entre os dois setores. A indústria argentina estava em mãos dos empresários de origem italiana.

O forte interesse do governo brasileiro em atrair agricultores, técnicos e operários especializados alemães para o projeto de desenvolvimento nacional logo após a guerra, mencionado em seu livro O Milagre Alemão e o Desenvolvimento do Brasil, favoreceu a entrada clandestina de fugitivos nazistas no país? As autoridades brasileiras foram coniventes nesse ponto, como parece ter ocorrido, pelo menos em parte, na Argentina e no Paraguai?


Bildunterschrift: Capa do livro 'O Milagre Alemão e o Desenvolvimento do Brasil', de Moniz Bandeira Não, eles foram independentemente disso. Os poucos fugitivos nazistas que foram para a Argentina, Paraguai e Brasil não tiveram muito significado lá. Nem foram através da importação da mão-de-obra. Além do mais, foram poucos os técnicos recrutados para o Brasil, bem menos por exemplo do que os alemães que foram para os Estados Unidos. A CIA, que na época ainda se chamava OSS, recrutou seus agentes entre os integrantes do serviço secreto alemão, da Gestapo. Inclusive o chefe do serviço secreto dos EUA na Alemanha, logo depois da guerra, era um ex-agente do tempo do nazismo. Todos os agentes secretos da CIA na Alemanha foram recrutados nessa base porque, quando previu que a luta ia ser contra a União Soviética, a CIA tratou de recrutar os nazistas. E muitos foram para os Estados Unidos. Também a União Soviética, através da Alemanha Oriental, aproveitou muitos militares do tempo do nazismo.


Bildunterschrift: Capa do livro 'Relações Perigosas: Brasil – Estados Unidos', de Moniz Bandeira Já no caso do Brasil, não há nenhuma ligação entre a busca de mão-de-obra qualificada na Alemanha e a entrada clandestina de fugitivos nazistas no país. Quanto a isso, a documentação de Mengele encontrada recentemente no Brasil – que eu ainda não conheço – não deve conter novidades. Trata-se de correspondência de pós-guerra, porque ele não levou documentos para lá, ele saiu fugitivo da Alemanha. Durante a guerra, sim, houve atividade nazista no Brasil, inclusive com serviço de espionagem, por conta do partido nazista, proibido em 1937. E grande parte da colônia alemã no Brasil era simpatizante do nazismo, mas isso não teve maior importância. Não só os descendentes alemães e, sim, muitos brasileiros eram simpatizantes do nazismo. Isso não porque fossem pró-nazismo por convicção, mas sim porque eram contra a Inglaterra e os EUA. O nacionalismo na América Latina sempre foi basicamente, essencialmente, anti-americano. Daí porque tomou uma conotação esquerdista, como foi o caso de Vargas no Brasil e de Perón na Argentina no contexto bipolar da Guerra Fria, em que ser antiamericano parecia ser pró-soviético, ainda que não o fosse.


Luis Alberto Moniz Bandeira é professor titular de História da Política Exterior do Brasil na Universidade de Brasília e autor de mais de 20 obras sobre as relações dos Estados Unidos com o Brasil e a América Latina. Uma delas é Relações Perigosas: Brasil – Estados Unidos (Editora: Civilização Brasileira, 2004). Sobre as relações da Alemanha com a América Latina escreveu, por exemplo, O Milagre Alemão e o Desenvolvimento do Brasil (editora Ensaio, 1994).

Enviado: Sex Nov 30, 2007 6:38 pm
por Clermont
EDSON escreveu:Os EUA já estavam se preparando para entrar na guerra. Não foi Pearl Harbor que levou os EUA a entrar na guerra. Pearl Harbor apenas foi o pretexto, provocado pelo presidente Roosevelt, que fora informado sobre o ataque e deixou que acontecesse.


Mas Roosevelt iria cortar um dobrado se tentasse levar o país à guerra sem uma forte motivação como foi a do ataque japonês. De qualquer modo, é bom lembrar que os Estados Unidos declararam guerra ao Japão. Foi a Alemanha quem declarou guerra aos Estados Unidos.

Como o Petágono quis invadir o Brasil, a fim de instalar tais bases, houve um alarme tanto no governo brasileiro quanto no governo americano. Os militares brasileiros, entre eles o ministro da Guerra, Marechal Dutra, o general Goes Monteiro, chefe do Estado-Maior, eram pró-Alemanha e iriam reagir. Roosevelt sabia que haveria essa reação, os alemães atravessariam o Atlântico e a guerra entraria no Brasil.


Eu não acredito que, de forma alguma os alemães conseguiriam "atravessar o Atlântico". Quanto à reação brasileira, eu acho que antes disso, Vargas seria derrubado do poder. Se não me engano, foi mais ou menos por essa época que surgiu um manifesto (acho que era "o Manifesto dos Mineiros" contra o governo. A oposição anti-Vargas, possivelmente, aproveitaria a oportunidade.


Então ele negociou com Vargas, que permitiu a construção das bases, sob a condição de que os Estados Unidos concedessem um crédito para a instalação de uma siderúrgica no Brasil, um país com abundantes jazidas de ferro, que queria transformar o ferro em aço e criar uma indústria de bens de capital, uma indústria pesada, para impulsionar seu processo de industrialização.


Eu não gosto de Vargas (não gosto de ditadores), mas a habilidade política dele, nesses anos cruciais da Segunda Guerra Mundial, foram, sem dúvida, sua obra-prima, e trouxeram um benefício sem limites e duradouro para o Brasil.


A CIA, que na época ainda se chamava OSS, recrutou seus agentes entre os integrantes do serviço secreto alemão, da Gestapo. Inclusive o chefe do serviço secreto dos EUA na Alemanha, logo depois da guerra, era um ex-agente do tempo do nazismo. Todos os agentes secretos da CIA na Alemanha foram recrutados nessa base porque, quando previu que a luta ia ser contra a União Soviética, a CIA tratou de recrutar os nazistas. E muitos foram para os Estados Unidos. Também a União Soviética, através da Alemanha Oriental, aproveitou muitos militares do tempo do nazismo.


Eu acho que isso é um tanto ou quanto injusto com os Estados Unidos. Sem dúvida, nazistas convictos foram postos à serviço dos americanos. Como Klaus Barbie, que era da Gestapo. Mas muitos eram militares da área de inteligência. Como o criador do sistema de inteligência da Alemanha Ocidental, no pós-guerra. Um sujeito que, por pouco, não foi internado num manicômio por ordens diretas do "Monstro de Bigode".

Se esses militares alemães profissionais, os únicos conhecedores a fundo das capacidades militares soviéticas, se dispunham a ajudar a América, por que não aceitar?

Enviado: Sex Nov 30, 2007 7:09 pm
por Carlos Mathias
Muito importante isso, esses alemães cponheciam como ninguém a URSS. E a CIA era muito fraquinha ainda, alguém tinha que dar uma ajuda lá.

Enviado: Sex Nov 30, 2007 7:18 pm
por EDSON
Clermont escreveu:
EDSON escreveu:Os EUA já estavam se preparando para entrar na guerra. Não foi Pearl Harbor que levou os EUA a entrar na guerra. Pearl Harbor apenas foi o pretexto, provocado pelo presidente Roosevelt, que fora informado sobre o ataque e deixou que acontecesse.


Mas Roosevelt iria cortar um dobrado se tentasse levar o país à guerra sem uma forte motivação como foi a do ataque japonês. De qualquer modo, é bom lembrar que os Estados Unidos declararam guerra ao Japão. Foi a Alemanha quem declarou guerra aos Estados Unidos.

Como o Petágono quis invadir o Brasil, a fim de instalar tais bases, houve um alarme tanto no governo brasileiro quanto no governo americano. Os militares brasileiros, entre eles o ministro da Guerra, Marechal Dutra, o general Goes Monteiro, chefe do Estado-Maior, eram pró-Alemanha e iriam reagir. Roosevelt sabia que haveria essa reação, os alemães atravessariam o Atlântico e a guerra entraria no Brasil.


Eu não acredito que, de forma alguma os alemães conseguiriam "atravessar o Atlântico". Quanto à reação brasileira, eu acho que antes disso, Vargas seria derrubado do poder. Se não me engano, foi mais ou menos por essa época que surgiu um manifesto (acho que era "o Manifesto dos Mineiros" contra o governo. A oposição anti-Vargas, possivelmente, aproveitaria a oportunidade.


Então ele negociou com Vargas, que permitiu a construção das bases, sob a condição de que os Estados Unidos concedessem um crédito para a instalação de uma siderúrgica no Brasil, um país com abundantes jazidas de ferro, que queria transformar o ferro em aço e criar uma indústria de bens de capital, uma indústria pesada, para impulsionar seu processo de industrialização.


Eu não gosto de Vargas (não gosto de ditadores), mas a habilidade política dele, nesses anos cruciais da Segunda Guerra Mundial, foram, sem dúvida, sua obra-prima, e trouxeram um benefício sem limites e duradouro para o Brasil.


A CIA, que na época ainda se chamava OSS, recrutou seus agentes entre os integrantes do serviço secreto alemão, da Gestapo. Inclusive o chefe do serviço secreto dos EUA na Alemanha, logo depois da guerra, era um ex-agente do tempo do nazismo. Todos os agentes secretos da CIA na Alemanha foram recrutados nessa base porque, quando previu que a luta ia ser contra a União Soviética, a CIA tratou de recrutar os nazistas. E muitos foram para os Estados Unidos. Também a União Soviética, através da Alemanha Oriental, aproveitou muitos militares do tempo do nazismo.


Eu acho que isso é um tanto ou quanto injusto com os Estados Unidos. Sem dúvida, nazistas convictos foram postos à serviço dos americanos. Como Klaus Barbie, que era da Gestapo. Mas muitos eram militares da área de inteligência. Como o criador do sistema de inteligência da Alemanha Ocidental, no pós-guerra. Um sujeito que, por pouco, não foi internado num manicômio por ordens diretas do "Monstro de Bigode".

Se esses militares alemães profissionais, os únicos conhecedores a fundo das capacidades militares soviéticas, se dispunham a ajudar a América, por que não aceitar?


Na verdade o cara tá tentando limpar a imagem com da Alemanha com relação ao Brasil.

Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Enviado: Dom Abr 13, 2008 2:28 pm
por Clermont
FOI A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL UMA “BOA GUERRA”?

Por Patrick J. Buchanan – 4 de abril de 2008.

”Sim, ela foi uma boa guerra,” escreve Richard Cohen em sua coluna contestando a tese do pacifista Nicholson Baker em seu novo livro, ”Human Smoke”, de que a Segunda Guerra Mundial provocou mais mal do que bem.

O instigante trabalho de Baker, que utiliza notícias da imprensa e citações de líderes dos Aliados e do Eixo enquanto mergulhavam no grande cataclismo, é um diário virtual dos dias que levaram à Segunda Guerra Mundial.

Chamou a atenção deste escritor o fato de Baker utilizar alguns dos mesmos episódios, fontes e citações que utilizei em meu próprio livro, publicado em maio, “Churchill, Hitler and The Unnecessary War”.

Em alguns pontos, Cohen está em terreno sólido. Há coisas dignas pelas quais lutar: Deus e o país, família e liberdade. Mártires sempre tem inspirados os homens. Resistência, mesmo até a morte, pode ser exigida de um homem.

Mas, quando alguém declara uma guerra que produziu Hiroshima e o Holocausto, uma “boa guerra”, isso levanta uma questão: boa para quem?

A Grã-Bretanha declarou guerra em 3 de setembro de 1939, para preservar a Polônia. Por seis anos, a Polônia foi ocupada pelos exércitos nazistas e comunistas e pelos assassinos das SS e do NKVD. No fim da guerra, os mortos poloneses eram estimados em seis milhões. Um terço da Polônia tinha sido arrancado por Stalin, e os nazistas tinham utilizado o país para seus infames campos de Treblinka e Auschwitz.

Quinze mil oficiais poloneses tinham sido massacrados em locais tais como Katyn. O Exército Metropolitano que havia se levantado em Varsóvia, ao chamado do Exército Vermelho, em 1944 tinha sido aniquilado, enquanto o Exército Vermelho assistia do outro lado do Vístula. Quando os britânicos celebravam o dia da Vitória na Europa, em maio de 1945, a Polônia iniciava 44 anos de tirania sob os sátrapas de Stalin, Khrushchev e Brezhnev.

A Segunda Guerra Mundial foi uma “boa guerra” para os poloneses?

Foi uma boa guerra para a Lituânia, a Letônia e a Estônia, avassaladas pelo exército de Stalin, em junho de 1940, cujo povo viu seus líderes assassinados ou deportados para o Gulag para nunca mais retornarem? Foi uma boa guerra para os finlandeses que perderam a Carélia e milhares de homens valentes, mortos na Guerra de Inverno?

Foi uma boa guerra para os húngaros, tchecos, iugoslavos, romenos e albaneses, que terminaram por trás da Cortina de Ferro? Na Hungria, era difícil encontrar uma mulher ou garota de mais de 10 anos que não tivesse sido currada pelos “libertadores” do Exército Vermelho. Foi uma boa guerra para os treze milhões de civis alemães vítimas de limpeza étnica na Europa Central e os dois milhões que morreram no êxodo?

Foi uma boa guerra para os franceses, que se renderam após seis semanas de luta em 1940 e tiveram de ser libertados pelos americanos e britânicos após quatro anos de colaboração de Vichy?

E como a guerra terá sido boa para os britânicos?

Eles foram à guerra pela Polônia, mas Winston Churchill a abandonou para Stalin. Derrotados na Noruega, França, Grécia, Creta e no Deserto Ocidental, eles resistiram até que a América viesse e se juntasse na libertação da Europa Ocidental.

Ainda assim, no fim da guerra, em 1945, a Grã-Bretanha estava dessangrada e na bancarrota, e a grande causa da vida de Churchill, preservar seu amado império, estava perdida. Por causa da “boa guerra”, a Bretanha, nunca mais iria ser Grande, de novo.

E foram os métodos utilizados pelos Aliados, o bombardeio terrorista de cidades japonesas e alemãs, matando centenas de milhares de mulheres e crianças, talvez milhões, as marcas de uma “boa guerra”?

Cohen sustenta que o mal do Holocausto a torna uma “boa guerra.” Mas a destruição dos judeus da Europa foi uma conseqüência desta guerra, não uma causa. Quanto às atrocidades japonesas tais como o Estupro de Nanquim, elas foram, sem dúvida, terríveis.

Mas o esmagamento do Japão pela América não levou à liberdade da China, mas à quatro anos de guerra civil seguidos por trinta anos de loucura maoísta, nos quais 30 milhões de chineses pereceram.

Para a América, a guerra foi Pearl Harbor e Midway; Anzio e Iwo Jima; Normandia e Bastogne, dias de glória, levando ao triunfo e ao Século Americano.

Mas, para Joseph Stalin, ela também foi uma boa guerra. A partir de seu pacto com Adolf Hitler, ele anexou partes da Finlândia e Romênia, e três repúblicas bálticas. Seus exércitos permaneceram em Berlim, Praga e Viena; seus agentes estavam disputando o poder em Roma e Paris; seu aliado estava instalado na Coréia do Norte; seu protegido, Mao, estava perto de trazer a China para seu império. Mas, ela não foi uma guerra tão boa para os internos de Kolyma ou os prisioneiros de guerra russos, devolvidos para Stalin na Operação Keelhaul de Truman.

Uma guerra que substitui a dominação de Hitler na Europa pela de Stalin e o controle do Japão na China por Mao, é uma “boa guerra”? Nós tínhamos de parar os assassinos, afirma Cohen. Mas quem foram os maiores assassinos: Hitler ou Stalin; Tojo ou Mao-Tsé-Tung?

Pode uma guerra na qual 50 milhões pereceram e o continente foi destruído, metade dele escravizado, uma guerra que fez avançar a morte da civilização ocidental, ser, autenticamente, celebrada como uma “boa guerra”?