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Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Brasileiro
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#91 Mensagem por Brasileiro » Sáb Nov 26, 2005 3:58 pm

Ah, mas acho que um do tamanho do São Paulo é o ideal. Um modelo do Charles de Gaule convencional é excelente.
O São Paulo tem 32 mil ton. e pode levar 30 aviões de asa fixa e mais uns 2 helicópteros.

Lembram daquele episódio em que o São Paulo foi colocado em solo para reparo no casco e por muito pouco ele não coube no dique? Teremos que ter um porta aviões no máximo deste tamanho para que possamos fazer todos os reparos aqui mesmo, (a não ser que haja um dique maior em um outro estaleiro no Brasil).
E também, pelo tamanho do esquadrão VF-1 que possui 23 caças e 3 deles não operam embarcados. Então dá pra imaginar que quando a Marinha comprar um novo caça, provavelmente não irá ultrapassar o número de 23. Logo, 23 caças + 2 AEW + 2 helicópteros dá 27 aeronaves, comprar um porta aviões com capacidade maior que 30 caças é um disperdício, a não ser que a Marinha pretenda realizar com certa frequência exercícios com outros esquadrões ou até mesmo uma coalizão com outro país (Argentina, EUA).


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#92 Mensagem por talharim » Sáb Nov 26, 2005 4:13 pm

Brasileiro escreveu:
Ah, mas acho que um do tamanho do São Paulo é o ideal. Um modelo do Charles de Gaule convencional é excelente.
O São Paulo tem 32 mil ton. e pode levar 30 aviões de asa fixa e mais uns 2 helicópteros.


Mas tem um detalhe interessante : numa missão de combate o São Paulo tem uma capacidade máxima de X horas/dias para operar ininterruptamente seus aviões.

Eu vi numa reportagem que os P.As classe Invincible ingleses podem operar por no máximo 24 horas ininterruptos operando aviões de combate no ar.

Agora os P.As americanos esse índice é bem maior.

Alguém poderia explicar melhor esse aspecto ? Alguém sabe qual a capacidade do P.A São Paulo ?




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#93 Mensagem por Einsamkeit » Sáb Nov 26, 2005 4:30 pm

Brasileiro escreveu:Ah, mas acho que um do tamanho do São Paulo é o ideal. Um modelo do Charles de Gaule convencional é excelente.
O São Paulo tem 32 mil ton. e pode levar 30 aviões de asa fixa e mais uns 2 helicópteros.

Lembram daquele episódio em que o São Paulo foi colocado em solo para reparo no casco e por muito pouco ele não coube no dique? Teremos que ter um porta aviões no máximo deste tamanho para que possamos fazer todos os reparos aqui mesmo, (a não ser que haja um dique maior em um outro estaleiro no Brasil).
E também, pelo tamanho do esquadrão VF-1 que possui 23 caças e 3 deles não operam embarcados. Então dá pra imaginar que quando a Marinha comprar um novo caça, provavelmente não irá ultrapassar o número de 23. Logo, 23 caças + 2 AEW + 2 helicópteros dá 27 aeronaves, comprar um porta aviões com capacidade maior que 30 caças é um disperdício, a não ser que a Marinha pretenda realizar com certa frequência exercícios com outros esquadrões ou até mesmo uma coalizão com outro país (Argentina, EUA).


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Quanto maior o navio e menos avioes melhor, mais espaço para rearmamento e manutençao tanto no hangar quanto na pista.




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#94 Mensagem por pt » Sáb Nov 26, 2005 6:37 pm

Essa afirmação fez-me lembrar um dos argumentos dos defensores dos porta-aviões nucleares.

Segundo eles, o porta-aviões nuclear, pode utilizar o mesmo combustivel durante vários anos, sem ter que se reabastecer.

A resposta a este argumento, é que os aviões de um porta-aviões não são atómicos, bem assim como os helicopteros, ou os homens e mulheres a bordo.

Por muito longa que seja a duração dos reactores atómicos, o navio acaba ficando limitado por necessidades, como cebolas e arroz, para a tripulação comer.

É por isso que são tão importantes os reabastecedores de esquadra.

Cumprimentos




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#95 Mensagem por Bolovo » Sáb Nov 26, 2005 6:45 pm

Einsamkeit escreveu:Quanto maior o navio e menos avioes melhor, mais espaço para rearmamento e manutençao tanto no hangar quanto na pista.

Exatamente.




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#96 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Nov 26, 2005 7:03 pm

Brasileiro escreveu:Ah, mas acho que um do tamanho do São Paulo é o ideal. Um modelo do Charles de Gaule convencional é excelente.
O São Paulo tem 32 mil ton. e pode levar 30 aviões de asa fixa e mais uns 2 helicópteros.


Mas em que circunstâncias ele opera esse número de aeronaves? O talharim falou corretamente. O número total embarcado não significa o número de aeronaves que podem ser operadas simultaneamente.

Há que levar em consideração que nunca é possível ter 100% de disponibilidade. A manutenção deve ser feita no navio. Portanto, um espaço maior, reflete em maiores condições de manutenção, podendo, inclusive agilizar o processo.

Lembram daquele episódio em que o São Paulo foi colocado em solo para reparo no casco e por muito pouco ele não coube no dique? Teremos que ter um porta aviões no máximo deste tamanho para que possamos fazer todos os reparos aqui mesmo, (a não ser que haja um dique maior em um outro estaleiro no Brasil).


O dique é o menor dos problemas. Não podemos balizar a compra pelo tamanho do dique. Se tivermos um NAe maior, amplia-se o dique, ou constrói-se outro, não seria um preço tão absurdo.

E também, pelo tamanho do esquadrão VF-1 que possui 23 caças e 3 deles não operam embarcados. Então dá pra imaginar que quando a Marinha comprar um novo caça, provavelmente não irá ultrapassar o número de 23. Logo, 23 caças + 2 AEW + 2 helicópteros dá 27 aeronaves, comprar um porta aviões com capacidade maior que 30 caças é um disperdício, a não ser que a Marinha pretenda realizar com certa frequência exercícios com outros esquadrões ou até mesmo uma coalizão com outro país (Argentina, EUA).


Não operam por opção. Poderiam operar sem problemas. Deve-se levar em consideração que, hoje, na verdade, temos 6 aeronaves disponíveis. Mas estamos fazendo projeções de um novo NAe, sendo portanto válido considerar aeronaves novas. Não me parece necessário 24 aeronaves de caça, é um número super dimensionado pra MB. Acredito que 16 seja mais interessante, embora 12 já fossem razoáveis. Havendo assim uma margem para manter células em manutenção e operação. Acho que 2 AEW um número reduzido. Acho que 4 seria ideal. O número de helicópteros também me parece pequeno. Talvez 8 do mesmo modelo para diversas funções (ASuW / ASW/ SAR) seja razoável.

Portanto, teríamos 12 ou 16 caças (?) + 4 AEW (?) + 8 helicópteros (?), totalizando 24 a 28 aeronaves. Num NAe de 40 mil ton, daria uma bela margem de operação. Claro, não sou nem de longe especialista, posso estar falando uma bobagem das grandes. :D

------------------------------------

Salve, pt.

A resposta a este argumento, é que os aviões de um porta-aviões não são atómicos, bem assim como os helicopteros, ou os homens e mulheres a bordo.

Por muito longa que seja a duração dos reactores atómicos, o navio acaba ficando limitado por necessidades, como cebolas e arroz, para a tripulação comer.

É por isso que são tão importantes os reabastecedores de esquadra.


Sem dúvida. Mas pelo menos você poupa espaço para o combustível que seria utilizado num navio desse porte e pode levar mais insumos para a tripulação e para as aeronaves.




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#97 Mensagem por Brasileiro » Seg Nov 28, 2005 3:26 pm

A quantidade de caças embarcados depende da função do porta aviões. Acho que uns 16, no máximo uns 18 estava ótimo.

O que a MB quer com o São Paulo?
-Um porta aviões para defesa da frota?(defensivo)
-Um porta aviões de ataque, para usarmos em qualquer lugar? (projeção de forças)


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#98 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Nov 29, 2005 1:06 pm

Nestas coisas de aviação embarcada deve haver um rácio de 1,5 unidades embarcada para o total da frota.

Se o Brasil tiver no futuro um único PA com capacidade para operar simultaneamente, imaginemos 15 jactos, mais 5 helis pesados/médios, então o rácio deverá ser de 1,2 unidades para a plataforma.

Se no futuro, o Brasil tiver um PA + 2 LPD com capacidade para 4 helis médios/pesado, dá um total de 3 plataformas, o que daria a necessidade de ter a MB um total de 15 helis, no mínimo, para que não houvesse problemas de paragem ou envelhecimeto prematuro.

No caso de helis mais ligeiros (ASW) para as fragatas, julgo que o ideal será o rácio de 1,5.

Por exemplo, se o Brasil tem 6 Niteroi, deve ter 9 helis.

Isto, porque deve ter sempre alguns de reserva para paragens de manutenção, etc.

Por outro lado como nem todos são necessários simultaneamete, já que nem sempre a totalidade da frota está no mar, isso dará margem para jogar com as horas de voo das aeronavos, manutenção e rotação no uso, permitindo prolongar as horas de voo disponíveis para cada aeronave entre revisões.




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#99 Mensagem por luisabs » Ter Nov 29, 2005 10:31 pm

Rui Elias Maltez escreveu:Nestas coisas de aviação embarcada deve haver um rácio de 1,5 unidades embarcada para o total da frota.

Se o Brasil tiver no futuro um único PA com capacidade para operar simultaneamente, imaginemos 15 jactos, mais 5 helis pesados/médios, então o rácio deverá ser de 1,2 unidades para a plataforma.

Se no futuro, o Brasil tiver um PA + 2 LPD com capacidade para 4 helis médios/pesado, dá um total de 3 plataformas, o que daria a necessidade de ter a MB um total de 15 helis, no mínimo, para que não houvesse problemas de paragem ou envelhecimeto prematuro.

No caso de helis mais ligeiros (ASW) para as fragatas, julgo que o ideal será o rácio de 1,5.

Por exemplo, se o Brasil tem 6 Niteroi, deve ter 9 helis.

Isto, porque deve ter sempre alguns de reserva para paragens de manutenção, etc.

Por outro lado como nem todos são necessários simultaneamete, já que nem sempre a totalidade da frota está no mar, isso dará margem para jogar com as horas de voo das aeronavos, manutenção e rotação no uso, permitindo prolongar as horas de voo disponíveis para cada aeronave entre revisões.


Rui, poderia explicar o que é um "rácio"?




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#100 Mensagem por nestor » Ter Nov 29, 2005 10:39 pm

Brasileiro escreveu:Bom, não sei se dá para a Marinha projetar e construir sozinha um novo porta aviões. Mas pelo que eu andei lendo algumas empresas andaram oferecendo projetos de navios para serem construídos.
Foi oferecido uma versão convencional do Charles de Gaule, tem o BSAC220 de um estaleiro espanhol de 27 mil toneladas.
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Qualquer um dos dois estava bom, mas pelo tamanho do esquadrão VF-1, acho que o segundo projeto é bom, depende da catapulta é claro, mas parece que ele é capaz de lançar F-18.


[abraços]



El SAC220 es un proyecto de la antigua IZAR, hoy Navantia, que en su día fué ofrecido a Brasil.

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Y este podia ser el sustituto de nuestro PdA.

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Y cuidado con los Harrier II Plus que, aunque en los paises donde se usan están en segunda linea, en cualquier pais sudamericano seria un avión de primera linea y con muchos dientes. Eso lo saben muy bien los pilotos de los F-18 españoles que hacen ejercicios contra los Harrier de la Armada manifestando que son unos aviones muy dificiles de combatir. Estos Harrier tendrian unas posibilidades de sobrevivir del 50% frente a un Mig-29.



Saludos.




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#101 Mensagem por Bolovo » Ter Nov 29, 2005 11:35 pm

luisabs escreveu:Rui, poderia explicar o que é um "rácio"?

Ele deve estar querendo falar a palavra ingles Ratio. Ou seja, Proporção.

1.5 helicopteros por Fragata, por exemplo. Entendeu?! :wink:




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#102 Mensagem por luisabs » Qua Nov 30, 2005 12:00 am

Bolovo escreveu:
luisabs escreveu:Rui, poderia explicar o que é um "rácio"?

Ele deve estar querendo falar a palavra ingles Ratio. Ou seja, Proporção.

1.5 helicopteros por Fragata, por exemplo. Entendeu?! :wink:


Bem, deve ser isso, pois não havia encontrado no dicionário "rácio".
Obrigado! :roll:




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#103 Mensagem por Morcego » Qua Nov 30, 2005 11:38 am

eu acho que deveriamos MANDAR ESSE a-12 para o fundo do mar, nos esforçar em terminar o SNA, e depois partir para construir um com propulsão nuclear.

o resto É SILÊNCIO.

uhmmmm ESTOU SHEAKSPERIANO hoje.




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#104 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Nov 30, 2005 12:10 pm

O Nestor disse uma grande verdade sobre os Harrier que actualmente são a ponta dos VTOL em termos de aviação embarcada.

O que poderia dar ao Brasil, num contexto sul-americano uma excelente aviação embarcada se porventura o Brasil um dia prescindisse de um PA convencional, e optasse por um grande LHD, onde para além dos Harrier, poderia ainda operar um nº razoável de helis médios e pesados que apoiariam operações anfíbias de carácter militar ou humanitário, ou de resgate de cidadãos, etc.

Com plataformas dessas o Brasil não teria dificuldade em só, ou agrupando em task-forces internacionais a sua Marinha para operações de manutenção de paz, etc.

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#105 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Nov 30, 2005 12:15 pm

Luisabs:

A palavra "rácio" é aportuguesamento da inglesa "Ratio".

Significa proporção ou relação.

Como exemplifiquei, um rácio de um heli e meio por fragata daria que tendo o Brasil 6 Niteroi, deveria tre idealmente 9 helis Linx para nelas operar.

Se num futuro até 2020, o Brasil tiver uma marinha constituida por 14 fragatas (imaginemos 6 ASW e ASuW, e 8 AAW), deveria ter no mínimo 22 helis ASW e SAR ou CSAR.




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