meu caro cesar desculpa mais eu tomei a liberdade de usar uma parte do seu texto em outro topico e colocar aqui.
Análise dos Radares-Alcance Vs RCS
Quando, de vez em nunca, se discute sobre radares e sistemas eletrônicos(já que a maioria das discussões fica retida na parte que o Gripen é um mosquito com raio de ação de 500km, o que é falso aliás, e que o Flanker leva 8 ton de armamento pra tudo que é canto e equivale a alguns milhares de Gripen mais uns aviões tanque) os defensores do Gripen dizem que ele tem baixo RCS e leva vantagem sobre o Su-35, que tem uma RCS enorme. Os defensores do Flanker sempre dizem que o avião Russo tem um radar mais potente e, embora tenha maior RCS, em combate direto ele detecta o alvo antes(eu já disse isso muitas vezes, quando defendia o Flanker).
RCS, para quem não sabe, significa “Radar Cross Section”(Seção Reta de Radar). Basicamente mostra o qual iluminado é um alvo por um radar. Quanto maior o RCS, mais facilmente detectado o avião é.
O problema é que, quando se fala de alcance de radares, o pessoal não sabe em relação a que RCS o dito cujo se refere, pois ele nunca fala isso. Muitos dizem que o Flanker detecta um avião a 300km de distância, mas qual a RCS do avião? Se for um B-52, tudo bem. Mas se for um F-22 a coisa muda de figura.
Se você fizer um gráfico de alcance Vs RCS, com o RCS no eixo X(absissas) e o Alcance no Y(ordenadas) você ficará com algo muito semelhante a uma função exponencial. O que isso significa é que uma pequena variação no RCS afeta em muito o alcance máximo.
Quando um radar irradia, a gigantesca parte das ondas é perdida. Uma pequena parte acerta um avião, e nisso ocorrem algumas coisas. Ou a onda é refletida para uma direção aleatória e é perdida, ou a onda é absorvida ou ela é refletida de volta para a aeronave. Na reflexão uma enorme parte da energia é perdida, e ela ainda perde mais um pouco na viagem de ida e volta. Ou seja, apenas uma pequena fração das ondas enviadas voltam ao receptor do radar e denunciam a posição da aeronave. Uma redução da RCS(por adição de RAM ou mudanças estruturais) diminuem ainda mais as ondas que voltam. Por isso a uma grande perda de alcance de detecção.
Agora eu vou fazer um pequeno raciocínio matemático. Eu sei que a matemática real envolvida por trás disso é muito mais complexa e eu não tenho nível nem conhecimento para desenvolvê-la. O que eu vou fazer aqui é apenas para dar uma idéia.
Eu tenho um documento aqui no PC chamado “Sensors, Weapons and Systems for a 21st Century Counter-Air Campaign” , escrito por Carlos Kopp, um Australiano especializado em Data-Links e sistemas eletrônicos. No documento ele faz referências ao Su-30 da China, mas também mostra os alcances de detecção do radar N011M , além dos radares e alcances de detecção do radar traseiro N012(inexistente na prática) e os seekers do R-77(página 19 do texto).
No gráfico de alcance Vs RCS do N011, fica claro que aquilo é uma função exponencial, ou ao menos algo muito parecido. O alcance desse radar para um alvo de RCS de 10 metros quadrados é algo em torno de 240 km, mas isso não vem ao caso.
Uma função exponencial obedece a relação Y = a^X (“a elevado a X”) onde Y nesse caso é o alcance, X é o RCS e “a” é uma constante.
O “a” varia de função pra função. No caso que estamos analisando, é plausível admitir que “a” deve ser algo relacionado com a potência do radar ou coisa parecida.
Porém o RCS está no expoente, e a potência está na base. Não sei os valores exatos de RCS do Gripen e Flanker, mas vamos admitir que o RCS do Gripen seja a metade do seu compadre Russo(afinal, a área alar é menos da metade). Acho que o RCS real do Jas-39, por ter RAM e etc e tal, deve ser menos que a metade, mas deixa pra lá.
Vamos admitir, porém, que a potência do radar N011M seja o dobro do radar do Jas-39, o PS-05/A. Tenho certeza que estou exagerando, mas tudo bem.
O raciocínio usado pelos defensores do Flanker é esse: A RCS é maior, mas a potência do N011 também é, o que compensa. Porém, o expoente afeta muito mais o alcance que a base.
Se duvidam, dêem valores arbitrários para X e “a”. Em que, no caso do Flanker, o “a” seja o dobro do Gripen, mas o gripen tenha um X pela metade.
Exemplos: valor de “a” do Flanker = 8 e o valor do RCS do Gripen(X) seja =4. Para encontrar o alcance que o Flanker detecta o Gripen, coloca-se o “a” do Flanker elevado ao X do Gripen.
Função Flanker:
Y= 8^4 à Y = 4096
Valor de “a” Gripen = 4 , valor do RCS do Flanker(X) = 8
Função Gripen:
Y= 4^8 à Y = 65536
Vocês vêem que há uma diferença enorme. O que realmente afeta é o expoente, ou seja, o RCS.Óbvio que na vida real a diferença não seria tão absurda, isso é apenas um exemplo. Vocês podem fazer experiências com qualquer valor que encontrarão o valor que o Gripen detectaria o Flanker(Y do Gripen) muito maior que o Y do Flanker, por ter menos RCS, embora seu radar seja metade do N011 nesse exemplo.
Na verdade, só existe 2 valores que os 2 ficam a mesma coisa. Que é os números 4 e 2( 2^4 = 16 , 4^2= 16).
Ou seja, o argumento que o Flanker detectaria um Gripen antes por ter radar mais forte é BESTEIRA. E olha que se os dois aviões estiverem apoiados por AEW a situação piora, pois um AEW detectaria um Flanker a uma distância enorme, mas demoraria bem mais para captar um Gripen.
E, num documento adorado pela Torcida Flanker, escrito pelo especialista Nelson During para o site DefesaNet a um bom tempo atrás(“Caças- qual a melhor escolha?”), ele fala dos alcances dos radares. O pessoal do Flanker não cita essa parte, pois During(que não especificou o RCS) diz que o alcance look-up dos radares PS-05/A e N011M são idênticos: 100km e que o alcance Look-down do PS-05/A é MAIOR que o do N011: 90 e 80km, respectivamente.
A torcida Flanker sempre coloca as partes desse documento em que During elogia o Su-35 e acha ele melhor que o Gripen. Mas omitem essa parte da eletrônica. Por que será?
Enfim, na parte eletrônica o Gripen leva vantagem. Não vou falar nada sobre os IRST(Infra-Red Search and Track) dos dois, pois me falta conhecimento.
E, por fim, nem estou considerando que, quando um radar(como o enorme N011) irradia, ele denuncia a posição do avião a uma distância muito maior. Com o radar irradiando o Su-35, como disse uma vez o Finken, “brilha que nem uma árvore de Natal no radar inimigo”.
quem e o interceptador de aeroclube aqui heim?