Programa Viatura Blindada de Combate Fuzileiros - VBC FUZ

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Olinda
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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#91 Mensagem por Olinda » Qui Ago 08, 2013 12:34 pm

LeandroGCard escreveu:
Olinda escreveu:Não entendo nada de CC's, mas foi dito que :" do Merkava foi derivado um APC, o Namer, e um auto propulsado: o Slammer". Sendo assim na minha opinião, seria uma familia de bildados SL tendo como base um MBT. Se Israel conseguiu sem projetar o Merkava para devirar a familia de blindados, com um projeto dese o inicio já prevendo estes veículos seria mais "fácil".

Talvez os blindaddos derivados do MBT tivesse algumas caracteristicas que excedessem as necessidades, mas como haveria comunalidade de peças o custo beneficio seria favorável.

Ou não ?
A resposta à sua pergunta depende do projeto em si. De um MBT para um VBTP/SL para um autopropulsado e etc... existem diferenças bastante significativas em termos de blindagem requerida, desempenho, armamento e etc..., que dependendo dos compromissos assumidos podem levar a uma maior ou menor comunalidade.

Para citar um exemplo de fácil compreensão, um verdadeiro MBT necessitará possuir uma torre de canhão, uma blindagem e uma mobilidade tais que implicarão no uso de um motor relativamente poderoso, com sua respectiva caixa de transmissão, e estes são alguns dos itens mais caros e de manutenção mais complexa neste tipo de veículo. Mas em um VBTP/SL a torre e uma parte da blindagem podem ser suprimidas, resultando em um peso bem menor. Já num autopropulsado a blindagem pode ser ainda mais leve e as exigências de mobilidade menos importante. Assim, nestes dois últimos seria possível utilizar um motor (e transmissão) menos potente. O que decidir então, adotar em todos os veículos o conjunto propulsor ideal para o MBT, ficando com VBTP/SL e autopropulsados super-dimensionados e muito caros? Usar um motor e uma transmissão mais fracos e ficar com um MBT de menor desempenho? Ou adotar um sistema propulsivo diferente para cada caso e perder a comunalidade? E o mesmo raciocínio irá valer para a maioria dos demais sistemas em cada veículo, do armamento aos sensores e sistemas de comunicação.

O ponto então é este, seria possível conseguir manter um nível elevado de comunalidade e ainda assim conseguir veículos pelo menos próximos do ótimo para cada aplicação em termos de custo/desempenho? Esta é uma questão que apenas um estudo aprofundado das especificações e dos projetos detalhados de cada veículo poderia responder. Pessoalmente acho que isto só seria possível se fossem adotadas soluções bastante inovadoras em termos de doutrina (envolvendo aí questões de armamento, blindagem, sensores e etc...) e engenharia (conceito de chassis, propulsão, etc...). Só para citar novamente alguns exemplos, o MBT poderia utilizar mísseis para enfrentar outros MBT's, e assim poderia levar um canhão de calibre menor e mais leve para enfrentar todos demais alvos, o que reduziria bastante seu porte e peso. E a motorização poderia ser eletromecânica, utilizando conjuntos padronizados de motor/gerador de menor porte, sendo instalados dois conjuntos no MBT e apenas um nos demais veículos.

Este tipo de desenvolvimento, contemplando grande número de inovações, tem a vantagem de abrir espaço para a incorporação de diversos diferenciais nos produtos finais, facilitando depois (se tudo der certo, é claro) sua inserção no mercado mundial e permitindo que seja criada via exportações uma escala muito maior de produção, resolvendo o que é talvez o principal problema que nossa indústria bélica enfrenta. Por outro lado ele exige grandes investimentos e longos prazos de pesquisa e engenharia, e os riscos são muito maiores do que simplesmente partir para projetos mais convencionais, mais ou menos copiando o que já existe lá fora em termos de doutrina e equipamento.

Na minha opinião pessoal, tendo em vista o nosso histórico muito bem lembrado pelo Hélio alguns posts atrás, só valeria à pena pensar em desenvolver alguma coisa nacional se fosse neste conceito, de uma família de veículos totalmente inovadora e diferenciada com relação ao que o restante do mundo já possui. E aí a questão do FCarvalho perde a relevância, não interessa o que os outros fizeram ou fazem, mas sim o que podemos fazer ainda melhor. Se for simplesmente para repetir aqui as receitas que o restante do mundo já utiliza há muito mais tempo, então acho que devemos é comprar logo de prateleira as quantidades minguadas de veículos que realmente vamos usar, procurando a melhor relação custo/benefício seja onde for (Europa, EUA ou Ásia) e vamos economizar os parcos recursos que podemos despender em pesquisa e desenvolvimento para outros campos talvez até mais importantes e nos quais possamos nos destacar, como em artilharia de mísseis, defesa AAe e etc... .


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Pensei nesta questão do motor, e talvez seja possível uma versão menos potente (menor custo?) do mesmo motor do MBT, acredito que seria viável pela quantidade a ser construída, e a comunalidade não seria tão prejudicada.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#92 Mensagem por LeandroGCard » Qui Ago 08, 2013 3:48 pm

Olinda escreveu:Pensei nesta questão do motor, e talvez seja possível uma versão menos potente (menor custo?) do mesmo motor do MBT, acredito que seria viável pela quantidade a ser construída, e a comunalidade não seria tão prejudicada.
Existem algumas formas de se obter isso, mas dentro de certos limites.

Trabalhei em uma fábrica de motores diesel e lá tínhamos por exemplo um bloco básico de 6 cilindros que na versão inicial dava uns 100 Hp de potência. Depois havia a versão turbo, com 130, e a versão turbo intercooler, com 160. E havia ainda uma versão naval turbo intercooler overated (com regulagem de rotação aumentada e sem preocupação com emissões), que chegava aos 350 Hp mas tinha um consumo absurdo e durava apenas umas 1000 horas antes de precisar de revisão.

A base de todos estes motores era parecida (o bloco e cabeçote eram exatamente os mesmos), mas isso na verdade não ajudava muito em termos de comunalidade porque bloco e cabeçote não são componentes que se troque ao longo da vida útil do motor. Itens normalmente substituídos como filtros, juntas, retentores, bombas de combustível e de óleo, válvulas termostáticas, pistões, casquilhos e etc... eram todos diferentes uns dos outros, pois eram dimensionados em função da potência de cada motor. O uso de bloco e cabeçote comuns permitia alguma economia de escala na fábrica, mas um cliente que utilizasse todas as versões deste motor teria de qualquer forma que ter acesso a linhas diferentes de componentes, uma para cada um, alguns até vindo de fornecedores distintos. Por exemplo, o pistão da versão básica era da Metal-leve, o das versões turbinadas eram da Mahle (na época uma empresa separada) e o da versão naval era importado da Inglaterra.

E mesmo na fábrica a economia também não era tão grande assim, pois muitos componentes eram completamente diferentes (cárter, coletores de admissão e escape, virabrequins, etc...). Na verdade a versão naval nem sequer podia ser montada na linha de produção, e tinha que ser montada à parte de forma praticamente artesanal.

É por este tipo de coisa que não basta tentar adotar uma padronização apenas à nível de ante-projeto, é preciso entrar realmente nos detalhes para ver se a coisa será mesmo como se imagina. No caso destes tipos de veículos (MBT, VBTP e autopropulsados) os requerimentos de potência e as restrições de volume para instalação podem ser muito diferentes, e isso tende a complicar bastante as tentativas de padronização.


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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#93 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 05, 2013 3:03 pm

COBERTURA ESPECIAL - DOUTRINA MILITAR - TERRESTRE

05 de Setembro, 2013 - 09:06 ( Brasília )
A AUSÊNCIA DA VBCI NAS BRIGADAS BLINDADAS AS MANTÉM NOS "STATUS QUO" DA 2ª GUERRA MUNDIAL
“O Verdadeiro desafio não é inserir uma ideia nova na mente militar, mas sim expelir a ideia antiga!” (Lidell Hart).

Imagem

1. Conceito de “VBCI”
As Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria (VBCI) fazem parte das Viaturas Blindadas de Infantaria (VBI) juntamente com as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP).

A diferença básica entre uma VBCI e uma VBTP está em sua blindagem e poder de fogo que deve ser maior que esta última. Uma VBCI deve possibilitar que seus homens combatam a maior parte do tempo embarcado e em um conflito armado de nível médio a intenso. Já uma VBTP tem por finalidade transportar tropas, feridos e equipamentos até o campo de batalha de forma segura, porém sem a capacidade de combater embarcado. Normalmente utilizada em conflitos de baixa intensidade.

É importante salientar que esta humilde explicação cabe somente aos leigos. Para militares especializados no assunto, existem muitos outros fatores para definir uma legítima Viatura Blindada de Combate de Infantaria. Dessa forma, não é consenso na literatura mundial o que eleva este nobre meio de guerra de VBTP para VBCI. Recentemente o Exército Francês escolheu o GIAT/Renault 8x8 para ser o sucessor e substituto da VBCI AMX-10P.

Segundo a DefensesNews (2012), o Exército Norte-americano está em fase de testes do GCV 8x8 para substituir futuramente a VBCI A3 Bradley. Entretanto, já esta provada a eficácia e eficiência do próprio Bradley como VBCI por atuar com o poderoso M1 Abrams durante a invasão de Bagdá. Junta-se a ele a VBCI Marder que avança no campo de batalha lado a lado com os Leopard 2 A6 no Afeganistão com total sucesso (BASTOS, 2009).

A despeito da utilização de uma VBCI sobre rodas ou lagartas, Souza Junior (2011), conclui que a utilização de uma viatura Blindada sobre lagartas se faz necessário no mesmo nível que também devam existir tropas blindadas sobre rodas. Todavia, se sobre SL (Sobre lagartas) ou SR (sobre rodas) cada viatura é destinada para uma intensidade de combate, sendo os embates mais intensos realizados pelas tropas dotadas de meios SL, onde se encaixam as Brigadas Blindadas do Exército Brasileiro que necessitam de VBCI para cumprir as missões mais severas as quais lhe competem.

2. O combate moderno e o necessário emprego da VBCI nas Tropas Blindadas Brasileiras

Segundo Lind (2005), a guerra da era moderna está dividida em 4 gerações. A 1 ? geração foi do combate em formações rígidas em linha e coluna presente no período entre 1648 até 1860. A 2 ? geração surgiu na França com o invento das armas de retro carga e metralhadoras. Foi com Hitler e sua “Blitzkrieg” que entramos na guerra da 3 ? geração, onde com manobras desbordantes, surpresa e rapidez nas ações atingiam o inimigo em profundidade, levando a desorganização e o terror nas linhas de suprimentos adversárias. Após o dia 11 de setembro de 2001, o Talibã de Osama Bin Laden nos colocou de frente com a guerra da 4 ? geração, caracterizada por conflitos entre Estado e grupos não estatais.

Soma-se ainda o grande salto tecnológico que vivemos a cada dia, com novas armas sendo produzidas em escalas meteóricas. A “Internet” colocou a opinião pública como um dos principais itens no planejamento de um líder militar. A indefinição constante de quem é o inimigo e o preenchimento dos vazios demográficos com cidades tornou uma simples Guerra Linear com algumas medidas de controle em uma missão extremamente árdua e complexa.

Nesse contexto, um carro de combate não atua isoladamente. No mínimo em seção, apoiando um ao outro nas manobras e demonstrando maior força perante o inimigo. Mas os CC (Carros de Combate) por mais que atuem com até 4 CC,pelotão, ainda necessitam de outra força para garantir sua segurança, entrar onde eles não entram e por fim conquistar e manter o terreno: O Pelotão de Infantaria Blindado.

Os dois pelotões trabalham em FT (Forças Tarefas) em um ambiente com reduzidos setores de tiro, necessidade de visual em 360 ?, defendendo-se de múltiplos ataques de diferentes calibres, engajando vários alvos ao mesmo tempo, coordenando suas peças de manobra no espaço e tempo para evitar o fratricídio, sem diminuir a impulsão, em operações continuadas de dia e a noite, com ou sem chuva.

Para que possa combater com alta letalidade e sobrevivência nesse ambiente complexo, os exércitos que desejam lograr êxito devem utilizar CCs e VBCIs de última geração.

Como CC mais avançado temos unidades dos Leopard 1 A5, que foram considerados no Simpósio de Blindados promovido pelo Instituto Militar de Engenharia em 1996, CCs de 2 ? geração do pós 2 ? GM,anos 70. Atualmente já existem vários CCs de 4 ? geração aptos para os conflitos atuais no mundo todo. E as VBCIs para acompanhar os ultrapassados Leopard 1 A5?

Souza Junior (2011) relembra que o Exército Brasileiro utiliza desde 1980 as suas VBTP M-113 B, como se VBCI fossem em suas Brigadas Blindadas. Na maioria dos países, até mesmo nos menos desenvolvidos que o Brasil, esta VBTP é orgânica das Brigadas Mecanizadas. Como esta VBTP é do século passado (1960), e atuamos em FT, logo nossa Força Blindada fica estacionada há poucos anos à frente da 2 ? Guerra Mundial.

Para tentar diminuir a defasagem, as VBTP M-113 B estão passando por um processo de Modernização e Revitalização, porém apenas lhes dará uma sobrevida e maior potência para acompanhar os CCs. Mas continuará sendo uma VBTP e nenhuma blindagem a mais.

É imprescindível voltarmos aos anos 80, onde o Brasil tinha uma indústria Bélica promissora com dois projetos de 3 ? geração já naqueles tempos: Como CC o EE-T1 OSÓRIO e como VBCI o CHARRUA.

Alguns “estudiosos” afirmam categoricamente que, nos dias atuais, com várias missões no painel nacional enfatizando as operações de Garantia da Lei e da Ordem não se faz necessário à utilização de uma VBCI na tropa blindada, pois é um meio muito dispendioso, pesado e não tem mobilidade estratégica. Os Blindados mais leves, sobre rodas e que podem ser transportados por aeronave seriam a melhor solução.

Para chegarmos a um denominador comum pode-se relembrar alguns fatos históricos:
Foi na Batalha do Yom Kippour, 1973, que as Forças de Defesa de Israel (FDI) que mesmo com menor número, venceram a Coligação Árabe com 5 Brigadas Blindadas,1400 CC, contra 2 Brigadas Blindadas,150 CC.

A diferença foi que a FDI atuou empregando pela primeira vez na história em toda sua frente o combinado CC-Fuzileiro Blindado. Utilização não só de CC, mas com tropa de Infantaria em Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria foi o a lição aprendida deste histórico embate, ensinamento este lecionado atualmente nas escolas de militares.

Indo de encontro ao que pensam todos os especialistas militares, durante a tomada de Bagdá, 2003, o exército estadunidense fez o improvável. Tomou a capital iraquiana com sua força blindada, local mais propício para o emprego de tropas leves a pé. Os CC Abrams juntamente com as VBCI Bradley eram muito superiores aos blindados e armas anticarro iraquianos. Graças à superioridade das VBCI Bradley o combate se deu na maior parte do tempo embarcado, levando a um ataque rápido e esmagador por todas as frentes (SOUZA JÚNIOR, 2010).

Zucchino (2004), explica a utilização de CC e VBCI SL durante o conflito em Bagdá. Fora ensinamento colhido durante a vexaminosa ação das tropas leves na Somália, onde Rangers e Delta Forces foram cercados e quase dizimados por somalis. O combate era considerado de nível baixo, mas somente com a penetração de uma coluna de Blindados CC e VBCI foi possível dominar a situação e evacuar com segurança a desprotegida tropa leve.

Já em Grozny no ano 1994, os Russos foram barrados pelos guerrilheiros Chechenos por desprezar o apoio mútuo com uma Infantaria Blindada a altura de seus CC. O grande emprego de Viaturas BRDM e BTR,sobre rodas e fraca blindagem) como se VBCI fosse tornou a coluna blindada baseada nos pesados T-72 de fácil aniquilação.

Os CC avançavam sozinhos, pois os BRDM além de não passar os escombros ou valas por serem sobre rodas eram facilmente destruídos pelos RPG-7. Sem apoio da infantaria, pois os soldados a pé estavam mortos, os T-72 eram presas fáceis para os infantes chechenos que conheciam muito bem o terreno e possuíam muitos RPGs (CASSIDY, 2003).

No Brasil, em novembro de 2010, foi marcada na história dos blindados brasileiros como o primeiro emprego efetivo durante uma invasão de uma favela. Em outros anos, como a ECO 92 sua utilização ocorreu, porém apenas como medida dissuasória em operações preventivas e em grandes vias de acesso. Na invasão do Morro do Alemão, operação que estava sobre o controle operacional do Comando Militar do Leste, as seguintes VBTPs foram utilizadas: URUTU do Exército Brasileiro; PIRANHA, M-113 e CLANF da Marinha do Brasil.

O conflito foi de baixa intensidade, porém as VBTP URUTU e PIRANHA pararam logo nos primeiros quarteirões devido aos obstáculos de concreto e trilhos de trem colocados pelos traficantes, pois estas VBTPs são sobre rodas. Somente as VBTP M-113 e os CLANF prosseguiram conquistando terreno, destruindo todos os obstáculos, pois possuem seus trens de rolamento sobre lagartas. Cabe salientar, o efeito dissuasório que causou sobre as forças adversas e a confiança gerada nas tropas do Estado para a conquista indiscutível da favela do Alemão.

A decisão de empregar VBTP sobre lagartas em ruelas no Rio de Janeiro fora acertada. Correta pelo fato dos traficantes não utilizarem armas AC, anticarro, caso eles fizessem a utilização dessa tecnologia, ocorreria um número de baixas maior durante a operação. Se esse fato ocorresse, talvez dessem importância em ter um blindado com poder de fogo maior, blindagem pesada e capacidade de levar infantes mais próximos do inimigo: uma VBCI.

3. Solução do problema

A solução deste embate é adquirir VBCI novas. Porém, deve-se tocar em dois pontos para não se incorrer em erros já cometidos. O que se quer nessa VBCI, suas capacidades, e quem a construirá.

Na primeira ideia, Sousa Júnior (2011) corrobora com Quirino (2009), que devem ser adquiridos equipamentos de última geração (4 ? do Pós Guerra), ou um nível superior. A aquisição dos Leopard 1A5 já serviu de ensinamento de como deve ser a estrutura logística dos blindados modernos.

Dentro do cenário bélico atual Sousa Júnior (2011), lista as características que uma VBCI deve possuir para ter a maior letalidade e sobrevivência no campo de batalha:
- Trens de rolamento sobre lagartas;
- Possuir GCB (Gerenciamento do campo de Batalha);
- Detecção automática de alvos;
- Controle de tiro computadorizado e a longa distância;
- Sistema de estabilização de torre;
- Blindagem modular (suporte no mínimo Can .30), podendo receber blindagem reativa (ERA);
- Munições especiais anticarro e contra tropas;
- Excelente relação potência peso;
- Sistema de visibilidade total em 360 ? quando embarcado;
- Sistema de Defesa Química Biológica e Nuclear;
- Sistema de Defesa Ativo (DAS);
- Sistema detector de projetil e rastreador (DPCue);
- Sistema de visão Noturna;
- Sistema de comunicação móvel, capaz de ter wireless entre o carro e os infantes desembarcados;
- Possibilitar a videoconferência entre os comandantes de fração;
- Sistema anti-fraticídio (IFF);
- Poder de fogo com Can .30 e mtr Coaxial.
- Capacidade de Carga de 9 homens fora a guarnição, devido à constituição da atual estrutura organizacional dos pelotões de fuzileiros blindados;

O segundo item a ser analisado é sobre sua construção. Como já foi visto nesse trabalho, o Brasil já possuiu estruturas bélicas para construção de blindados. Muitos especulam que não temos capacidade e nem condições para criarmos esse tipo de VBCI. Porém, outros, embasados em nossas conquistas nos anos 80 e embalados pelo patriotismo ferrenho, têm confiança plena de que o Brasil reúne condições para tal feito. De opinião em opinião, “achismos” por “achismos” o certo é que não podemos ficar a mercê da tecnologia de nossos possíveis inimigos em um futuro próximo.

-x-

Autor: Capitão de Infantaria Saul Isaias da Rosa.
Instrutor do Centro de Instrução de Blindados - General Walter Pires
Santa Maria – RS, Brasil.

Bibliografia
BASTOS, Expedito Carlos Estefani. Blindados Sobre Lagartas – Produzir, Modernizar ou Importar. 10/01/2010.
BASTOS, Expedito Carlos Estefani. O Futuro Incerto da Arma Blindada Brasileira. 19/07/2009.
BLOG FORÇAS TERRESTRES. EE-T1 Engesa Osório – A história do primeiro MTB Brasileiro. 2010.
LIND, Willin S. Compreendendo a Guerra da quarta geração. Military Review. Fort Leaveworth, p. 23-31, jan-fev, 2010.
ZUCHINO, David. Thunder Run. The armored Striker to capture bahgdad. Estados Unidos. Pub Group West. 1 Ed. 2004.
BRASIL. Exército. Secretaria de Ciência e Tecnologia. Simpósio: 80 anos de blindados. IME. Rio de janeiro. p16-17, set 1996.
Produção de blindados no Brasil – Uma lição não aprendida. 2004
BACK-UP FORCE: Infantry fighthing Vehicles. Jane’s Defense weekly. Jun 2010.
SOUZA JÚNIOR, Jorge Francisco de. As Forças Blindadas do Exército Brasileiro: Atualização, Modificação e Modernização: uma proposta. 2011
QUIRINO, Leandro Soares da Silva. Discussão de Especificações para Projeto de Viatura Blindada de Combate de Fuzileiros. 2005

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... a-Mundial/




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#94 Mensagem por saullo » Qui Set 05, 2013 3:42 pm

Interessante, mas acho que, por hora, poderiam ser adquiridos cerca de 300 Marder daqueles vários estocados na Alemanha, revitalizados nas instalações da KMW em Santa Maria e distribuídos para nossas duas Brigadas Blindadas.
Os M-113 iriam para demais unidades e ainda seria úteis em muitas tarefas.
Depois então se partiria para projetar aquele blindado de base comum que serviria para nosso novo CC e nossa nova VBCI, para entrar em ação daqui uns 15 ou 20 anos.

Abraços




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#95 Mensagem por irlan » Qui Set 05, 2013 8:09 pm

La plata?




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#96 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 05, 2013 9:21 pm

A Alemanha está até doando a rodo sucata para quem quiser, e por um precinho especial, e ainda leva desconto, se pagar direitinho. Vide o caso dos Leo 1A5 e os Gepards que vieram de lá.

Mader seria uma boa tampão para uma VBCI nos RCC/RCB. Pelo menos até aprendermos o que é, e para o quê que serve isso. :wink: :roll:

abs.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#97 Mensagem por irlan » Sex Set 06, 2013 10:13 am

E o papo que o Brasil não compra sucata?




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#98 Mensagem por Lord Nauta » Sex Set 06, 2013 10:37 am

irlan escreveu:E o papo que o Brasil não compra sucata?

Os VBCI Marder não podem ser classificados como ''sucatas''. Exitem nos estoques alemães veículos semi-novos a disposição.

Sds

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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#99 Mensagem por irlan » Sex Set 06, 2013 11:10 am

Se não me engano os Alemães possuem dois tipos de IFV, o Marder e outro aí(o Puma?), o Marder é a primeira geração de IFV deles ou é a mais atual?
Porque estava conversando com alguém aqui do DB que pertence a caserna(não me lembro se foi o Guerra ou Jauro),e eles me falaram que doutrina para a operação desses equipamentos até temos, só deveríamos comprar algumas unidades para ver como se encaixariam nela, espero que deu para entender.

valeu.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#100 Mensagem por eligioep » Sex Set 06, 2013 11:30 am

Irlan,
o Marder está sendo (ou já foi...) retirado de serviço.
Em 2010, quando lá estive, já tinha muitos recolhido aos depósitos.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#101 Mensagem por gogogas » Sex Set 06, 2013 12:02 pm

Marder 1A3 Ejercito de Chile
Imagem
Seria bom ver no EB..




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#102 Mensagem por irlan » Sex Set 06, 2013 12:29 pm

Acho que quando se trata de blindados a nossa prioridade são os Guarani.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#103 Mensagem por gabriel219 » Sex Set 06, 2013 2:28 pm

Mas o Marder pode transportar 7 soldados, incluindo o Comandante desmontado. Isso não seria ruim para o EB, já que seriam 9 soldados em um GC?




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#104 Mensagem por jauro » Sex Set 06, 2013 5:31 pm

Uma aquisição dessas ( dos Marders) é só a "ponta de um grande iceberg", onde vêm atrelado, custos logísticos de transporte, manutenção periódica e inopinada, suprimento de peças, mão de obra especializada, capacitação de pessoal, levantamento topográfico, adaptação de quartéis, instalações e custos com treinamento. Outros aspectos ainda decorrem dessa aquisição, como por exemplo: manuais técnicos, suporte logístico integrado, ferramental, peças de reposição, conjuntos sobressalentes e acessórios, munição passível de ser produzida no Brasil (autonomia estratégica), viaturas especiais (de comando, remuniciamento, de controle e direção do tiro, de logística, observação, socorro, etc.), sistema de controle e direção do tiro; sistema de localização, comunicações, optrônicos, aparelhos de pontaria, simuladores, etc.
Tudo precisa mudar, adquirir, modernizar, transformar, mas precisa ser bem pensado e planejado.




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Re: NOVA FAMÍLIA VBTP-SL GUARANI II

#105 Mensagem por jauro » Sex Set 06, 2013 5:46 pm

gabriel219 escreveu:Mas o Marder pode transportar 7 soldados, incluindo o Comandante desmontado. Isso não seria ruim para o EB, já que seriam 9 soldados em um GC?
Precisaria 18 Merdars, digo Marders, para transportar 14 GC ou seja algo próximo do Escalão de combate de uma Cia de Fuz: Olha quanta adaptação e mudanças.




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