henriquejr escreveu:Sei nao, FCarvalho. Não sei se o mercado brasileiro tem espaço para uma companhia aérea que cobre mais caro para oferecer um serviço de bordo melhor, não sei se é isso que os passageiros realmente desejam, a não ser que este serviço diferenciado não aumentasse os valores das tarifas.
Eu vejo o perfil do brasileiro como aquele passageiro que coloca o valor das tarifas em primeiro lugar, na hora de escolher por qual empresa vai voar. Eu pelo menos sou assim, não pego avião pensando em uma boa comida ou em muito conforto, penso só em pagar o menos preço possível para chegar ao meu destino. Se houver a opção de, na mesma faixa de preço, ter um pouco mais de conforto, ótimo.
Claro que existe aquela parcela, na qual eu creio que você se inclui, que estaria disposto a pagar mais caro para "voar com mais classe", mas não sei se é o suficiente para sustentar uma empresa aérea diante das empresas de baixo custo.
Henriquejr, isto não é só possível como na prática já se tornou exequível. Os exemplos da Avianca, e da Azul, em parte, que citei estão aí para comprovarmos isso. Empresas com crescimento sustentado e objetivo, nos últimos anos. Seus preços, normalmente, são um pouco mais caros do que as duas grandes, mas nem por isso, por uma margem tão expressiva que se possa considerá-los uma outra categoria de preços, ou que o fato de oferecerem melhor serviço de bordo, diria, diferenciado, as obrigue a cotejar uma politica de preços de suas passagens mais onerosas a fim de sustentar suas operações. E as duas grandes já perceberam isto, haja visto, aqui e ali se veem reajustes em determinadas rotas que estão justificando um realocamento dos preços a fim de proporcionar uma melhor equação frente a concorrência.
O próprio crescimento, e enriquecimento, da classe média brasileira atesta a capacidade do mercado brasileiro de apor esta demanda às empresas aéreas. Notar que a Avianca foi a empresa que mais cresceu e mantém um nível de ocupação mais alto dentre as aéreas brasileiras, seguida pela Azul. Esta última inclusive ganhando o premio de satisfação de seus clientes pelo segundo ano consecutivo. Isto com certeza, creio, faz diferença e é muito representativo de uma parte do mercado que como disse, já pode e tem condições de pagar um pouco mais para ter melhores condições de serviços. E não digo somente de bordo, mas desde a compra do bilhete, passando pelo embarque até o final do vôo.
Isso hoje ainda é uma lacuna aberta no país em função desta excrecência minimalista que se tornou voar no Brasil, com quase todo mundo nivelando as coisas por baixo, diga-se, adotando o modelo low cost como a tábua de salvação de suas operações. Notar também que o mercado brasileiro de transporte de aviação civl cresce em ilustres 5% a 10% ao ano em média. Muitíssimo acima do que acontece por aí afora no mundo. Estes números já são considerados "extratosféricos" pelas consultorias estrangeiras, e o ritmo promete não diminuir, pelo menos, até a próxima década. Daí que temos, juntando todos os fatos, economia em crescimento, aviação em crescimento e empresas em crescimento, que esta demanda reprimida por mais e melhores serviços já passou mais do que da hora em ser atendida. E as empresas aéreas sabem disso. Tanto assim que GOL e TAM já estão se mexendo para tentar atender esse nicho do mercado nacional. Cada uma a seu modo claro.
O importante é sabermos que existe hoje de fato, espaço no mercado brasileiro para vários tipos de passageiros, e em função disso, também, para o atendimento por parte das aéreas desses passageiros que esperam, e podem, encontrar coisas melhores ema aeronave comercial brasileira.
obs: ainda estou na labuta para me por na condição dos que podem pagar um pouco mais, e por consequência, gozar um pouco mais também, do barato que é ou pode ser uma viajem de avião... para isso estudo e ainda vou continuar a estudar por muito tempo...
abs.