Re: Base Naval no Norte do Brasil
Enviado: Ter Set 15, 2009 11:56 am
por Marino
Jornal Pequeno-MA
Castelo defende potencialidades de São Luís para receber Esquadra Naval da Marinha
O prefeito de São Luís, João Castelo, defendeu as potencialidades da capital para receber, no Porto do Itaqui, as instalações da Segunda Esquadra Naval da Marinha. Ele participou de um painel que apresentou as “Potencialidades Econômicas e Estruturais do Maranhão frente à Perspectiva de Implantação da Base Naval da Marinha em São Luís”, realizado no Brisa Mar Hotel, na noite da última sexta-feira (11).
Ao apresentar o painel “Perspectivas de Desenvolvimento para São Luís”, o prefeito João Castelo defendeu fervorosamente as potencialidades estruturais, urbanísticas e econômicas da capital maranhense.
“Como prefeito de São Luís, eu vou ajudar em tudo que for possível para a 2ª Esquadra da Marinha se instalar aqui. Como vocês já podem ver, em menos de um ano de nossa administração municipal, estamos asfaltando toda a cidade, melhorando as condições urbanísticas e a qualidade de vida da população”, afirmou o prefeito.
Castelo destacou que a Prefeitura de São Luís está preparando a capital para que, em um futuro próximo, entre os grandes projetos que já estão chegando aqui, venha se concretizar também a instalação da Esquadra da Marinha, que será de grande importância para o desenvolvimento econômico da cidade.
Participaram do evento o comandante da Marinha Mercante, almirante de Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, o economista Felipe Macedo de Holanda, o presidente da Empresa Portuária do Maranhão (Emap), Hermes Ferreira, o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Maurício Macedo, o presidente da Associação Comercial do Maranhão (ACM), Haroldo Cavalcanti Jr., anfitrião do encontro, o vereador José Joaquim (PSDB), representando a Câmara Municipal de São Luís, entre outras autoridades militares, empresários e economistas maranhenses.
Posição privilegiada - Logo após assistir à apresentação do prefeito, o comandante da Marinha do Brasil, Júlio Soares de Moura Neto, afirmou que ficou muito satisfeito com o que foi mostrado sobre o desenvolvimento econômico e as potencialidades de São Luís e que está visitando alguns locais do país e o primeiro foi o Porto do Itaqui, na capital maranhense.
“É um porto que está localizado em um ponto estratégico, extremamente favorável e cercado por terrenos da Marinha. São Luís tem condições de abrigar as instalações da 2ª Esquadra da Marinha”, analisou o comandante Júlio Neto.
Segundo o comandante, a decisão quanto a vinda da Esquadra ficará por conta do Ministério da Defesa (MD) e do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva. “Agora saio daqui com uma excelente impressão sobre as potencialidades de São Luís”, pontuou.
Antes do prefeito, outros painelistas apresentaram as potencialidades do Estado e da capital, entre eles o presidente da ACM, Haroldo Cavalcante, o economista Felipe Macedo de Holanda, o gerente de Planejamento da Emap, Gustavo Lago, e o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Maurício Macedo.
Os secretários municipais de Fazenda, José Mário Bittencourt, e de Meio Ambiente (Semam), Afonso Henriques, também participaram do evento. (Da Secom / Prefeitura de São Luís)
Noticiário Naval
São Luís atende exigências da Marinha para abrigar base
Investimentos para a renovação da frota já começaram este ano
SÃO LUÍS - São Luís reúne as qualidades necessárias para abrigar a base naval da Segunda Esquadra, disse o almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, autoridade máxima da Marinha do Brasil, em sua passagem pela Ilha. A estrutura portuária da Baía de São Marcos, a grande variação de marés e a profundidade do canal marítimo (a Segunda maior do mundo, comparável apenas à Holanda) são condições propícias para operar embarcações 24 horas por dia, como exige o projeto da Força Naval.
“Na realidade, todo o levantamento de dados a respeito de São Luís já foi feito pela Marinha, em outras ocasiões. Eu acredito que, no mais tardar, até o fim do ano, o Governo Federal deve anunciar o local que vai abrigar a base naval do Norte/Nordeste. A minha idéia, agora, é voltar a Brasília (DF) e fazer uma apresentação ao alto-comando da Marinha, depois disso levaremos o assunto ao Ministério da Defesa. Não deve demorar uma decisão”, disse o almirante Julio Soares de Moura Neto.
O almirante chegou a São Luís na quinta-feira. Teve um jantar com a governadora Roseana Sarney, no Palácio dos Leões, oportunidade esta que serviu para falar do projeto, recebido com otimismo pela chefe do Executivo maranhense.
Ontem (11), o comandante fez um reconhecimento do litoral ludovicense, mais precisamente a região da Ponta da Espera, que pertence à Marinha e é um dos locais apontados como aptos para a construção da base naval. A outra área é a Ilha do Medo.
À noite, o comandante da Marinha teve uma reunião com empresários maranhenses para falar dos impactos da eventual implantação da Segunda Esquadra em São Luís. Além do empresariado, o encontro contou com representantes do poder público, como a Secretaria de Indústria e Comércio (Sinc) e Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora do Porto do Itaqui.
Entrevista - Ainda pela manhã, o almirante falou à imprensa local sobre as observações que fez de São Luís. Quando perguntado se a cidade tem condições de abrigar a base naval, cujo projeto é disputado pelo Ceará, o comandante respondeu positivamente.
“Absolutamente sim. Há um porto muito bom, que é o Itaqui. Ele é o segundo porto no mundo em águas profundas, portanto pode operar qualquer tipo de navio; tem também o Terminal Marítimo Ponta da Madeira, onde a Vale opera os seus navios; e a Petrobras vai instalar mais ao sul um terminal portuário. Há outros lugares também, mas com toda certeza a Baía de São Marcos atende”, ressaltou o almirante Moura Neto.
A instalação da Segunda Esquadra da Marinha está prevista na Estratégia Nacional de Defesa (END), divulgada no fim do ano passado pelo Governo Federal. A força naval vai se equiparar à Primeira Esquadra, no Rio de Janeiro (RJ).
Estrutura – De acordo com o almirante-de-esquadra, a base naval da Segunda Esquadra da Marinha é um macro-empreendimento. Ele calcula que envolverá cerca de seis mil militares, o que significa para a cidade escolhida a migração de aproximadamente 12 mil pessoas, considerando os seus familiares.
“Essa base será o local de apoio aos navios da esquadra, a exemplo da Base Naval do Rio de Janeiro, sede da Primeira Esquadra. Nós teremos uma coisa semelhante a essa, para apoiar os navios que ainda não temos, mas que a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê a construção das embarcações da Segunda Esquadra. Mas não somente os navios, pois a força naval terá também helicópteros e aviões militares, além de um corpo de fuzileiros navais”, destacou o comandante da Marinha.
Como comparativo, a atual esquadra da Marinha, hoje, possui um porta-aviões, cinco navios de apoio a operações anfíbias, 14 navios-escolta e cinco submarinos. Há também os meios aéreos e os fuzileiros navais, uma força que envolve cerca de seis mil homens. A Segunda Esquadra terá uma estrutura semelhante, provavelmente menor em termos quantitativos, de acordo com o almirante Moura Neto, mas de dimensão suficiente para se equiparar em força à Primeira Esquadra.
“É um projeto de médio e longo prazo. Será concluído em 2030, mas é um projeto decisivo. Quando a Segunda Esquadra vier para Norte/Nordeste, virá para ficar definitivamente no lugar que foi escolhido. Será realmente uma força naval”, resumiu o comandante Julio Soares de Moura Neto.
Ainda segundo o almirante, a cidade que vai abrigar a base naval deve oferecer, em contrapartida, facilidades para o funcionamento da força naval, como energia elétrica, água potável e também vagas no sistema escolar público, moradias, unidades de saúde, enfim, uma série de medidas a serem discutidas com as autoridades locais.
Atrativos - Sobre o aspecto da infra-estrutura, uma base da Marinha tem potencial de atrair grandes investimentos de ordem industrial para o Maranhão, como o incremento no setor da construção civil em função da edificação das instalações militares; incentivar a criação de centros de desenvolvimento tecnológico, como cursos de nível médio e superior na área de engenharia naval.
No setor marítimo, o empreendimento pode significar a implantação de estaleiros navais, tanto para reparo das embarcações como para construir navios militares; além disso, há de se calcular a demanda de energia, combustíveis e suprimentos para o complexo naval.
Investimentos para a renovação da frota já começaram este ano Há encomendas de 32 navios-patrulha e ainda submarinos adquiridos da França. Embora a base naval do Norte/Nordeste não esteja concretizada, a Marinha do Brasil cultiva, desde fins de 2008, um programa de construção de navios-patrulha para vigilância de plataformas em campos petrolíferos, inclusive no pré-sal. O plano prevê 32 navios-patrulha até 2016, a um custo estimado em R$ 2,97 bilhões.
Das 32 unidades, 27 são navios-patrulha de 500 toneladas, orçados em R$ 2,16 bilhões. As outras cinco embarcações, com investimentos de R$ 815 milhões, correspondem a barcos maiores, de 1.800 toneladas. Dois navios-patrulha de 500 toneladas já estão em construção no estaleiro Indústria Naval do Ceará (Inace), em Fortaleza, e devem ser entregues em 2009 e 2010.
Além disso, a Marinha assinou, esta semana, os contratos comerciais com a França referentes ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), com a aquisição do pacote de material logístico para quatro submarinos convencionais e o projeto de construção do submarino de propulsão nuclear, com a conseqüente transferência de tecnologia.
Com a assinatura desses contratos, a Marinha do Brasil receberá, até 2015, um estaleiro e uma base naval dedicados à construção e ao apoio de submarinos e vai incorporar à Armada o primeiro dos quatro submarinos convencionais, até 2017, e o submarino com propulsão nuclear, até 2021.
O custo total do PROSUB é da ordem de 6,7 bilhões de euros, dos quais 4,3 bilhões de euros serão objeto de financiamento externo em 20 anos, aprovado pelo Senado Federal em 2 de setembro, e o restante será custeado diretamente com recursos do Tesouro Nacional.
Mais
A visita do comandante Julio de Moura Neto a São Luís foi anunciada em 22 de julho, pelo almirante-de-esquadra Luís Umberto de Mendonça, que esteve na Ilha para estudar a Baía de São Marcos e levantar informações para o restante dos almirantes membros do alto-comando. Cabe ao grupo e ao comandante indicar ao Ministério da Defesa o local mais propício à instalação da Segunda Esquadra da Marinha.
O Estado do Maranhão
ESPECIAL
Potencialidades econômicas de base naval são discutidas
13/9/2009
Bruno Gouveia
Evento da Associação Comercial do Maranhão contou com a presença de empresários, do poder público do estado e do município e do lmirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, autoridade máxima da Marinha do Brasil
Com o tema “Apresentação de potencialidades econômicas e estruturais do Maranhão frente à perspectiva de uma base naval em São Luís”, a Associação Comercial do Maranhão (ACM) realizou, sextafeira, dia 11, no hotel Brisamar, um painel com a presença de empresários, representantes do poder público do estado e do município e do almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, autoridade máxima da Marinha do Brasil.
A instalação da Segunda Esquadra da Marinha está prevista na Estratégia Nacional de Defesa (END), divulgada no fim do ano passado pelo Governo Federal. A força naval, segundo a END, vai se equiparar à Primeira Esquadra, localizada no Rio de Janeiro. Segundo argumentos da END, a nova base naval será destinada a defender as plataformas petrolíferas, instalações navais e portuárias, arquipélagos e ilhas oceânicas nacionais; desenvolver a capacidade de monitorar com eficiência as águas jurisdicionais do país; e desenvolver a capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça ou agressão estrangeira.
Diante da expectativa de um grande empreendimento a ser instalado na capital, o presidente da ACM, Haroldo Cavalcanti Junior, destacou que o objetivo da reunião é apresentar as potencialidades do estado em abrigar a Segunda esquadra naval brasileira.
“Se este grande projeto se concretizar, o volume de investimento e empregos gerados será muito grande. As forças políticas e empresarias do estado devem estar em consonância, para que o crescimento seja de igual forma para todos, e quem sairá ganhando é o povo, com novos empregos e mais renda”, disse. O almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto adiantou que este empreendimento envolverá cerca de seis mil militares, o que significa, para a cidade escolhida, a migração de aproximadamente 12 mil pessoas, considerando seus familiares. Na opinião do almirante, a cidade que abrigar a base naval tem de oferecer facilidades para seu funcionamento. “Em nosso entendimento, avaliamos recursos disponíveis como energia elétrica, água potável e também vagas no sistema escolar público, moradias, unidades de saúde, enfim, uma série de medidas a serem discutidas com as autoridades locais”, declarou.
Painel- O primeiro a abrir o painel foi o economista e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Felipe de Holanda, que apresentou um resumo do histórico dos setores que orientaram a economia do estado, e projetou os principais impactos da implantação da base naval em São Luís. “Uma base naval no estado trará uma série de beneficiamentos nos setores do aço, metalurgia e siderurgia, e com a expectativa de uma Refinaria Premium o estado definirá uma nova cadeia produtiva na economia. Estima-se que seja um volume de investimento em torno de R$ 1 bilhão, e a logística que será implantada permitirá ao estado torna-se referência no transporte naval”, destacou o economista.
Felipe de Holanda também frisou que uma base da Marinha tem potencial de atrair grandes investimentos de ordem industrial, como o incremento no setor da construção civil, em função da edificação das instalações militares. Além de incentivar a criação de centros de desenvolvimento tecnológico, como cursos de nível médio e superior na área de engenharia naval. Para tanto, o empreendimento pode significar a implantação de estaleiros navais, tanto para reparo das embarcações como para construir navios militares.
O secretário de Indústria e Comércio do Estado, Mauricio Macedo, afirmou que o governo se empenhará ao máximo para ganhar a concorrência com o Ceará. “É uma oportunidade que o governo não deixará passar.
Este empreendimento tem a ‘cara’ do estado e temos os recursos disponíveis para convencer a Marinha de que o Maranhão é a melhor opção”, defendeu. Corroborando com o secretário, o empresário do setor de infra-estrutura e planejamento urbano, Gustavo Marques, apontou que o investimento na base naval exigirá uma reestruturação urbana e um investimento significativo na área de educação, saúde e moradia. “A previsão é de que nos próximos 10 anos, o valor de investimento no estado gire em torno de R$ 7 bilhões e um acréscimo na população fixa de quase 20 mil pessoas. Isso representa um grande número do consumo e dos gastos. Por isso, os empresário devem estar preparados para oferecer uma excelente estrutura para que outros empreendimentos desse porte tenham campo fértil no Maranhão”, acrescentou.
O gerente de planejamento da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Gustavo Lago, apresentou ao almirante a estrutura do Porto do Itaqui e as potencialidades do Porto para o transporte de material e o fluxo de navios. “O Porto do Itaqui é mais que um aliado para a base naval será de fundamental importância para o pleno desenvolvimento da base e resguardo das forças armadas”, enfatizou.
O tenente-coronel Guedes, comandante do 24° Batalhão de Caçadores, destacou que a base naval é de fundamental importância para a defesa da foz do rio Amazonas. “O nosso interesse é a defesa da nação, e já em parceria com a Marinha estamos viabilizando uma brigada do Exército que fortalecerá as nossas ações em conjunto”, disse.