Sintra escreveu:rcolistete escreveu:
Ô Sintra, quando que você diz que o CAESAR foi "testado" no Eurofighter ? "Testado" pois que eu saiba o mesmo não está pronto, logo foi um teste de demonstração ou protótipo, certo ? Quanto tempo se gastaria para ficar operacional, ainda considerando que após a assinatura do contrato se tem ao menos parte do desenvolvimento ? O RBE-2 AESA com componentes dos EUA foi testado também em 2003, agora é outra versão, a voar em 2008 no Rafale.
Esse é um dos pequenos problemas do Eurofighter, na minha opinião, considerar armamentos e sensores "prontos" antes mesmo de serem contratados.
[]s, Roberto
Não confundas o protótipo da Thales com MMICS Norte Americanos de 2003 com o actual RBE2 AESA e muito menos com o CAESAR. Este ultimo é de facto o radar a ser integrado na Tranche 3, não é nenhum prototipo experimental no mesmo sentido em que o equipamento da THALES de 2003 era, os prototipos de radares AESA da Selex também são do inicio da actual década e não têm nada a ver com o CAESAR.
O actual CAESAR está tão "pronto" quanto o RBE2 AESA, ou seja nenhum dos dois está em condições de ser utilizado e ainda demorarão uns quatro anos a serem realmente "aplicaveis", os dois equipamentos estão no mesmo nivel de desenvolvimento tecnológico. Que os Franceses tenham assinado um contrato de desenvolvimento e produção de uma unica vez não obriga a que o resto da "malta" o faça da mesma forma, o contrato de desenvolvimento do CAESAR foi assinado entre o MOD Alemão e a Euroradar e o contrato de produção será assinado com a Tranche 3.
Olá pessoal,
Gostaria de sugerir que sejamos céticos quanto a programas militares, pois sempre há atrasos, aumento de custos, etc. Ainda mais quando não há nada assinado em termos de contrato, etc. Isso vale para F-22 (o melhor caça mundial porém MUITO subutilizado pois muitas capacidades que se exige de um caça de 4a geração não estão implementadas hoje), Gripen, Eurofighter, Rafale, Su-35BM, etc.
Sobre os radares AESA em questão :
1) existem demonstradores de tecnologia, protótipos e unidades de pré-série (opcionalmente) antes de se chegar realmente às unidades de produção em série. São várias etapas com pesquisa e desenvolvimento (p&d) de hardware e software, testes e ensaios, refinamentos, integração, etc. Isso vale para radar e outros equipamentos, bem como um caça inteiro;
2) o CAESAR (Captor Active Electronically Scanned Array Radar) é oficialmente um
demonstrador de tecnologia, status citado em todos os anúncios oficiais do mesmo, por exemplo :
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http://www.eurofighter.com/news/20070510CAESAR.asp;
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http://www.selex-sas.com/EN/Common/file ... caesar.pdf
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http://www.planet-aerospace.com/pas/con ... 455013.pdf
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http://www.defencetalk.com/news/publish ... 011799.php
O CAESAR é custeado por empresas de um consórcio (Euroradar, não-oficialmente UKP 8 milhões até 2006), e não pelo programa Eurofighter com dinheiro público, sendo a exceção o Ministério da Defesa Alemão que contribui/iu com parte de p&d do CAESAR. Após essa etapa de demonstração de tecnologia, espera-se então a assinatura de um contrato de p&d e produção do CAESAR (com financiamento do consórcio Eurofighter) para ser ainda mais desenvolvido para se chegar aos protótipos, etc.
O CAESAR que vou no Eurofighter DA5 em Maio de 2007 não tinha todos os módulos T/R (transmissores/receptores) instalados (a controvérsia sobre o número de T/R's usados e a especificação final, sendo o problema de dissipação de calor peça-chave), a versão final terá maior número de módulos T/R.
Do radar CAPTOR para o CAESAR a troca não é meramente da antena, há também troca de transmissor, outros elementos (fontes, atuadores mecânicos, etc) de hardware e software. Enfim, o upgrade de CAPTOR para CAESAR é sim viável, isso foi demonstrado, com "algumas horas" para se fazer a troca.
Enfim, o CAESAR precisa da assinatura do Tranche.3 do Eurofighter para se tornar algo realmente concreto : final de desenvolvimento e integração durante alguns anos, produção e entrada operacional. Sendo que não há cronograma oficial divulgado para todas essas etapas.
3) sim, eu e outros aqui discutindo ("projeto", etc) sabemos da diferença dos diferentes radares RBE-2 PESA demonstradores.
O 1o radar demonstrador RBE2 PESA teve em 04/2002 seu desenvolvimento encomendado pela DGA,
na forma de um demonstrador DRAA (Demonstrador Radar a Antena Ativa) com módulos emissores e receptores de GaAs (Gallium Arsenide, GaAs, monolithic microwave integrated circuit - MMIC) importados dos EUA , tendo voado em 12/2002 o 1o DRAA em um Mystere XX de testes, depois no Rafale B301 em 05/2003, sendo a troca da antena PESA para AESA feita em menos de 3 horas. Esse 1o demonstrador serviu para testar a viabilidade de mudança PESA->AESA e vários outros aspectos, enquanto não se tinha módulos T/R europeus.
Em 07/2004 foi assinado contrato de EUR 85 mi entre o governo francês e a Thales para desenvolver um
2o demonstrador de RBE-2 AESA, o programa DRAAMA (Demonstrador Radar a Antena Ativa Modo Avançado), optimizado para produção em larga escala e com tecnologia mais moderna. O arranjo do DRAAMA será inteiramente novo e construído na Europa, pela UMS que é uma parceria da EADS e Thales.
O cronograma do RBE-2 AESA DRAAMA já está definido nos contratos assinados : 1os vôos em Falcon e Rafale em 2007/8, qualificação em 2009, avaliação e integração pela Dassault em 2010 de 2 protótipos, entrega do 1o RBE-2 AESA de produção em série em 2011. Os 2 primeiros radares de série (para mim são pré-série) RBE-2 AESA foram encomendados em 06/10/2006.
O RBE-2 PESA atual, por ser PESA e ter sido projetado para upgrade futuro para AESA, tem upgrade restrito a somente troca da antena e o transmissor.
4) o radar Zhuk-AE AESA para o MiG-35 está sendo oficialmente promovido com produção em série a partir de 2009, tendo sido exibido o demonstrador ou protótipo (operacional, segundo o fabricante) na MAKS 2007 e tem seus dados de desempenho divulgados pelo fabricante (duvido que o desempenho do CAESAR e RBE-2 DRAAMA já tenha sido "fechado"). Ou seja, estaria à frente de qualquer radar AESA europeu, se formos acreditar no que o fabricante diz.
5) o radar Elta EL/M-2052 foi divulgado em 2006 como podendo ser "entregue no caso de encomendas" em 18 meses. E já teria protótipo que voou em um Boeing 737 em 2006. Novamente : estaria à frente de qualquer radar AESA europeu, se formos acreditar no que o fabricante diz.
Enfim, o CAESAR e RBE-2 AESA estão ambos no status de demonstradores, em estágios de desenvolvimento semelhantes (não temos detalhes para julgar se um está pouco adiante ou atrás do outro). Porém, o RBE-2 AESA tem já cronograma assinado, recursos e datas para todas as fases, até encomenda de 2 radares de produção em série.
Eu acharia interessante o seguinte debate : os radares AESA europeus usarão MMIC's de GaAs ou GaN (nova geração com maior MBTF e densidade de potência) ? Se tanto, a partir de quando ? Atualmente a UMS produz MMIC's GaAs, mas li que GaN seriam produzidos futuramente, em 2009 (produção em série). Sobre isso, eu encontrei :
http://www.entrepreneur.com/tradejourna ... 91651.html
[]s, Roberto