Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
-
Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61554
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6339 vezes
- Agradeceram: 6686 vezes
-
Contato:
#8986
Mensagem
por Túlio » Qui Set 01, 2011 5:40 pm
Justin Case escreveu:
Em resposta à senadora Ana Amélia (PP-RS), preocupada em saber se o Rafale já está sendo vendido para outros países além da França, os representantes da Dassault presentes à reunião informaram que a empresa encontra-se em fase final de negociações com os Emirados Árabes Unidos e que o caça francês foi pré-selecionado em uma concorrência aberta pela Índia.
Votei nela. Não entendi o contexto da pergunta, se era expressão de genuína preocupação com a extensão da cadeia logística (quantos mais, melhor), o que duvido, pois nunca a vi expressar-se sobre caças, ou se era apenas uma 'cutucada' pró-ianque. Começo a me arrepender do meu voto pois uma Senadora da República ser sequer suspeita de defender interesses estrangeiros já basta para me botar fazendo campanha contra na próxima vez em que ela tentar um cargo eletivo. Vou acompanhar mais de perto...
Justin Case escreveu:Ao final da reunião, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a importância do direito à vida e a necessidade de se utilizar apenas como "último recurso" a força destruidora de aviões como o Rafale.
Abraços,
Justin[/quote]
Sem dúvida, calado este cidadão é um poeta...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
AlbertoRJ
- Sênior
- Mensagens: 7163
- Registrado em: Sex Out 07, 2005 8:20 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
#8987
Mensagem
por AlbertoRJ » Qui Set 01, 2011 10:08 pm
Depois dessas apresentações a única conclusão a que se pode chegar é que nossos senadores estão na média de entendimento cidadão comum (ou até abaixo) no que se refere ao tema, o que é bastante ruim.
[]'s
Alberto -
-
Paisano
- Sênior
- Mensagens: 16163
- Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
- Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
- Agradeceu: 649 vezes
- Agradeceram: 285 vezes
-
Contato:
#8988
Mensagem
por Paisano » Qui Set 01, 2011 10:47 pm
Gostei da apresentação da Dassault.
-
Carlos Lima
- Sênior
- Mensagens: 18932
- Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
- Agradeceu: 1275 vezes
- Agradeceram: 631 vezes
#8989
Mensagem
por Carlos Lima » Sex Set 02, 2011 12:48 am
AlbertoRJ escreveu:Depois dessas apresentações a única conclusão a que se pode chegar é que nossos senadores estão na média de entendimento cidadão comum (ou até abaixo) no que se refere ao tema, o que é bastante ruim.
[]'s
Concordo!
E por um acaso alguém tem um link para a apresentação completa?
[]s
CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima
-
Penguin
- Sênior
- Mensagens: 18983
- Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 374 vezes
#8991
Mensagem
por Penguin » Sex Set 02, 2011 8:36 am
Merialdo disse uma coisa muito interesante e que exprime a complexidade tecnologica de um caça moderno:
Para V. Exªs terem uma ideia, esse é um levantamento feito pelo comitê científico da Casa Branca americana nos anos 90. Levantaram todas as tecnologias mais críticas que um país como os Estados Unidos tinha que possuir, dominar, para manter o seu domínio no mundo. Dessas 22 (vinte e duas) tecnologias estratégicas levantadas, 17 (dezessete) entram na composição de um avião de combate. A fim de comparação, a área espacial só abrange 11 (onze) dessas tecnologias. Então, isso significa que possuir a tecnologia de um avião de combate ultramoderno vai dar à indústria, ao país que a possuir uma vantagem tecnológica e desdobramentos em outras áreas tecnológicas do que a aviação. Um vetor importante de crescimento da economia.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
-
Penguin
- Sênior
- Mensagens: 18983
- Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 374 vezes
#8992
Mensagem
por Penguin » Sex Set 02, 2011 8:43 am
Com relação as ToT:
O SR. JEAN-LOUIS MONTEL - Eu agradeço muito, senhor, pela sua pergunta.
Eu acredito que, no campo de transferência de tecnologia, o nosso consórcio...
...acredito que, no campo de transferência de tecnologia, o nosso consórcio tem a particularidade de cobrir todas as disciplinas que permitem produzir um avião de combate, desde a célula até os motores e os componentes eletrônicos. Portanto, vou dar um exemplo em cada disciplina, para mostrar a transferência de tecnologia.
Para o avião, há tecnologias extremamente sensíveis que muitos países recusam compartilhar. Vou dar um exemplo: a capacidade de o avião não ser visto no infravermelho, na faixa de detecção utilizada pelos mísseis. Essa é uma disciplina desenvolvida por poucos países. Propomos que essas disciplinas, essas tecnologias sejam transferidas para o Brasil, particularmente para os aviões militares atualmente em operação no Brasil. Dou o segundo exemplo: um dos elementos essenciais para o sucesso do avião é o sistema de comando de voo, que permite ao piloto dar suas ordens ao avião e executar as manobras que deseja. A aviação realiza, há muito tempo, esse tipo de comando de voo digital; antes, era elétrico, mas, agora, é digital, numérico. Oferecemos a transferência desse know-how no campo de comando de voo para o Brasil, na versão do avião de combate, unicamente. Esses são dois exemplos de tecnologia extremamente crítica que vamos transferir para o Brasil no campo dos aviões.
Em relação ao motor, o Jean-Marc Merialdo mostrou, na sua conferência, que 100% da manutenção do motor serão realizados no Brasil. Para realizar 100% da manutenção, teremos de transferir tecnologias extremamente delicadas e dominá-las. Sobretudo nas partes mais quentes das turbinas, isso vai ser feito por meio do Grupo Safran no Brasil. Por outro lado, a Snecma vai instalar uma pesquisa sobre o uso, por exemplo, do biocombustível no Brasil, para que haja a utilização militar desse biocombustível pelos aviões de combate.
O terceiro exemplo na área eletrônica são os radares. A Omnisys, no Brasil, vai desenvolver e fabricar componentes extremamente sensíveis de radares que poucos países dominam. Hoje, a França e os Estados Unidos dominam certo número de tecnologia de fabricação desses componentes. A Omnisys vai ser levada a desenvolver e a fabricar esse tipo de componentes.
Portanto, mostro um pequeno panorama do que poderá ser feito nesses três setores.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
-
Boss
- Sênior
- Mensagens: 4136
- Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
- Agradeceu: 103 vezes
- Agradeceram: 356 vezes
#8993
Mensagem
por Boss » Sex Set 02, 2011 11:50 am
Se o Rafale vencer no começo do ano que vem, e firmarem acordo para o primeiro chegar em 2016, podem comprar F-5 até da pqp que nem ligo, pelo menos sei que é certeza que algo bom virá em ano determinado.
O que não pode é comprar mais F-5 sem resolver o FX-2, deixando vaga a idéia de que vão resolver aquilo um dia.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
-
Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61554
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6339 vezes
- Agradeceram: 6686 vezes
-
Contato:
#8994
Mensagem
por Túlio » Sex Set 02, 2011 12:02 pm
Penguin escreveu:Com relação as ToT:
O SR. JEAN-LOUIS MONTEL - Eu agradeço muito, senhor, pela sua pergunta.
Eu acredito que, no campo de transferência de tecnologia, o nosso consórcio...
...acredito que, no campo de transferência de tecnologia, o nosso consórcio tem a particularidade de cobrir todas as disciplinas que permitem produzir um avião de combate, desde a célula até os motores e os componentes eletrônicos. Portanto, vou dar um exemplo em cada disciplina, para mostrar a transferência de tecnologia.
Para o avião, há tecnologias extremamente sensíveis que muitos países recusam compartilhar. Vou dar um exemplo: a capacidade de o avião não ser visto no infravermelho, na faixa de detecção utilizada pelos mísseis. Essa é uma disciplina desenvolvida por poucos países. Propomos que essas disciplinas, essas tecnologias sejam transferidas para o Brasil, particularmente para os aviões militares atualmente em operação no Brasil. Dou o segundo exemplo: um dos elementos essenciais para o sucesso do avião é o sistema de comando de voo, que permite ao piloto dar suas ordens ao avião e executar as manobras que deseja. A aviação realiza, há muito tempo, esse tipo de comando de voo digital; antes, era elétrico, mas, agora, é digital, numérico. Oferecemos a transferência desse know-how no campo de comando de voo para o Brasil, na versão do avião de combate, unicamente. Esses são dois exemplos de tecnologia extremamente crítica que vamos transferir para o Brasil no campo dos aviões.
Em relação ao motor, o Jean-Marc Merialdo mostrou, na sua conferência, que 100% da manutenção do motor serão realizados no Brasil. Para realizar 100% da manutenção, teremos de transferir tecnologias extremamente delicadas e dominá-las. Sobretudo nas partes mais quentes das turbinas, isso vai ser feito por meio do Grupo Safran no Brasil. Por outro lado, a Snecma vai instalar uma pesquisa sobre o uso, por exemplo, do biocombustível no Brasil, para que haja a utilização militar desse biocombustível pelos aviões de combate.
O terceiro exemplo na área eletrônica são os radares. A Omnisys, no Brasil, vai desenvolver e fabricar componentes extremamente sensíveis de radares que poucos países dominam. Hoje, a França e os Estados Unidos dominam certo número de tecnologia de fabricação desses componentes. A Omnisys vai ser levada a desenvolver e a fabricar esse tipo de componentes.
Portanto, mostro um pequeno panorama do que poderá ser feito nesses três setores.
Confirma-se então que vão transferir (???) tecnologias apenas às
SUAS empresas no Brasil (não que isso incomode tanto, afinal, o caso do URUVECO parece ser o mesmo, assim como o da AEROELETRÔNICA). Ademais, o FMS (FBW) já não é feito pela EMBRAER? Isso me foi afirmado por um colega aqui mesmo. De resto, o que se poderia esperar de apenas 36 caças?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
AlbertoRJ
- Sênior
- Mensagens: 7163
- Registrado em: Sex Out 07, 2005 8:20 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
#8995
Mensagem
por AlbertoRJ » Sex Set 02, 2011 12:44 pm
O FCS (FBW) dos aviões da Embraer nem se comparam com os dos caças modenos, que além de serem aeronaves aerodinamicamente instáveis (e por isso necessitam serem assistidas por computador), possuem características de vôo específicas (por exemplo, o do Rafale tem algoritmos para o pouso embarcado) e são completamente digitais.
[]'s
Alberto -
-
Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61554
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6339 vezes
- Agradeceram: 6686 vezes
-
Contato:
#8996
Mensagem
por Túlio » Sex Set 02, 2011 1:21 pm
Poias é, estranhei o que o colega falou mas fiquei na minha...
Além do que nem sei se o FBW a que ele se referiu se refere apenas a software ou os sistemas que o compõem (giroscópios, etc)...
Resta saber A QUEM essa tecnologia seria repassada (Omnisys?)...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
Justin Case
- Sênior
- Mensagens: 1762
- Registrado em: Dom Jan 17, 2010 7:28 pm
- Localização: Brasília-DF Brazil
- Agradeceu: 146 vezes
- Agradeceram: 230 vezes
#8997
Mensagem
por Justin Case » Sex Set 02, 2011 1:33 pm
Túlio, boa tarde.
Sistemas Digitais de Controle de Voo (DFCS) são competências das indústrias aeronáuticas, principalmente quando têm aplicação militar. Há exceções, como a BAE.
Seria, portanto, uma tecnologia crítica a ser compartilhada entre Dassault e Embraer.
Abraço,
Justin
-
Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61554
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6339 vezes
- Agradeceram: 6686 vezes
-
Contato:
#8998
Mensagem
por Túlio » Sex Set 02, 2011 1:41 pm
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
AlbertoRJ
- Sênior
- Mensagens: 7163
- Registrado em: Sex Out 07, 2005 8:20 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
#8999
Mensagem
por AlbertoRJ » Sex Set 02, 2011 1:51 pm
Olá Justin,
Obrigado pela dica!
Pretendo ler com muito cuidado mais tarde, em casa.
Abraço
Alberto -
-
DELTA22
- Sênior
- Mensagens: 5726
- Registrado em: Qui Jun 26, 2008 8:49 pm
#9000
Mensagem
por DELTA22 » Sex Set 02, 2011 3:17 pm
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."