Brasil tem pendência de 127 mil testes de coronavírus; ministério defende trabalho
O Brasil realizou até o momento quase 63 mil testes do novo coronavírus e tem 127 mil casos pendentes de verificação para Covid-19, informou nesta quinta-feira o Ministério da Saúde, que rebateu críticas ao procedimento de testagem e disse que o trabalho é satisfatório na comparação com os demais países.
Inicialmente, o Ministério da Saúde era contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de realizar o maior número possível de testes para conter a disseminação do coronavírus, mas a pasta decidiu mudar de posição e aumentar a testagem diante da ampliação do acesso do governo a testes e novos testes rápidos, com fabricantes e empresas colaborando para que os kits fossem adquiridos.
Diante da postura inicial, o país acumula agora uma defasagem de 127 mil casos pendentes de análise, e o ministério fez um apelo às autoridades locais de saúde para que só façam testes dentro do protocolo estabelecido para não haver risco de uma escassez.
"Estamos distribuindo 320 mil testes. Temos 127 mil casos registrados no sistema para realizar a investigação, então, para essa semana e para a próxima temos uma folga. No entanto, é fundamental que este recurso seja bem administrado pelas secretarias estaduais", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
"Se acabar o teste nós não temos como suprir imediatamente", acrescentou.
De acordo com o secretário, foram realizados até o momento 62.985 testes para Covid-19. Até o momento, o Brasil tem 17.857 casos confirmados da doença, com 941 mortes, segundo dados do ministério divulgados nesta quinta-feira.
O ministério informou que o Brasil já recebeu até o momento 905 mil testes entre rápidos e os de RT-PCR, de um total esperado de mais de 9 milhões a ser entregue até julho de 2020. No total, a meta do ministério é obter 22,9 milhões de testes.
O número limitado de testes realizados até o momento é apontado pelo governo como um dos fatores responsáveis pela taxa de letalidade de 5,3% do país, que é superior a de países como a China (4,1%), onde o vírus surgiu, e dos Estados Unidos (3,2%).
O ministério, no entanto, defendeu o trabalho que tem sido feito e comparou os números do Brasil com a Coreia do Sul, nação que é apontada como modelo de contenção do coronavírus por meio de uma política de testagem ampla de pacientes e casos suspeitos.
"A gente está sendo bastante questionado com relação ao nosso número de testes, eu tenho procurado sempre nos comprar como os melhores. Qual é o país que é o exemplo, todo mundo fala que teve melhor política de testagem: Coreia do Sul? A Coreia do Sul não chegou a fazer 500 mil testes. Nós vamos fazer muito mais do que a Coreia do Sul", disse o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo.
"Alguém pode dizer que a população da Coreia do Sul é de 50 e poucos milhões. É um quarto da nossa população. Nós vamos fazer muito mais do que quatro vezes o que a Coreia do Sul fez", acrescentou. "O que o Ministério da Saúde tem conseguido, em comparação com os demais países, é motivo de satisfação para todos nós."
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