16/01/2019 às 10h19
Embraer projeta que lucro da empresa vai cair ainda mais
Por Rita Azevedo e Ivan Ryngelblum | Valor
SÃO PAULO - A Embraer reduziu hoje sua projeção de lucro operacional de 2018 para US$ 200 milhões, ante estimativa anterior de lucro na faixa de US$ 270 milhões a US$ 355 milhões.
A fabricante de aeronaves também revisou suas estimativas de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e para as margens Ebitda e operacional.
A Embraer espera agora que o Ebitda de 2018 seja de aproximadamente US$ 480 milhões. A estimativa anterior era que o Ebitda ficasse no intervalo de US$ 540 milhões a US$ 650 milhões.
A margem operacional deve ser 4%, abaixo da projeção anterior de 5% a 6%. A margem Ebitda, por sua vez, será de cerca de 9%, ante a estimativa de 10% a 11% apresentada anteriormente.
Segundo a Embraer, as mudanças ocorreram devido a uma menor alavancagem operacional em função do menor volume de entregas na aviação executiva e uma redução nas receitas do segmento de defesa e segurança.
A empresa estima que as receitas no segmento de jatos executivos somem cerca de US$ 1,1 bilhão em 2018, como resultado da redução das entregas de jatos executivos. Anteriormente, a estimativa era de receitas entre US$ 1,35 bilhão e US$ 1,5 bilhão.
Para a receita do segmento de defesa e segurança, a projeção foi reduzida para US$ 600 milhões. A estimativa anterior era de receita de US$ 800 milhões a US$ 900 milhões.
Segundo a Embraer, o faturamento desse segmento foi negativamente afetado pela revisão da base de custos do KC-390, ocorrida no 2º trimestre de 2018, em decorrência do incidente com o protótipo 001 ocorrido em maio de 2018.
Como resultado, as receitas consolidadas da Embraer para o ano de 2018 são agora estimadas em US$ 5,1 bilhões, uma redução em relação à faixa anterior de US$ 5,4 bilhões a US$ 5,9 bilhões.
Menos jatos
A Embraer informou também sobre a redução de suas estimativas para entrega de jatos executivos em 2018 para 91 unidades, ante a projeção anterior de 105 a 125 aeronaves.
Segundo a empresa, as condições do mercado global de jatos executivos, apesar de uma gradual recuperação, "continuam mais lentas do que o esperado".
Combinado a isso, informou a empresa, o crescente foco na melhora da rentabilidade e preservação de preços, assim como o lançamento de novos jatos executivos no segmento médio/super-médio, levaram a companhia a uma abordagem mais cautelosa para as entregas em 2018.
Receita líquida
A Embraer espera também que a receita líquida deve finalizar 2019 entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,7 bilhões e que a margem operacional deve ficar estável.
Ela informou ainda que espera entregar entre 85 e 95 jatos comerciais neste ano, de 90 a 110 jatos executivos, incluindo jatos executivos leves e grandes, dez aviões militares Super Tucano e dois cargueiros militares KC-390.
"É importante destacar que as projeções de 2019 incluem potenciais custos e despesas associadas com a criação de uma nova empresa em parceria estratégica entre a companhia e a Boeing na aviação comercial", diz trecho do comunicado divulgado ao mercado.
Para 2020, o primeiro após a conclusão do acordo com a Boeing na área de aviação comercial, a Embraer estima obter uma receita consolidada entre US$ 2,5 bilhões e US$ 2,8 bilhões, uma margem operacional de 2% a 5% e fluxo de caixa livre de aproximadamente zero.
As projeções contemplam a totalidade dos resultados esperados para os segmentos de aviação executiva e defesa e segurança e excluem os resultados vindos da participação de 20% da Embraer na joint venture de aviação comercial formada com a Boeing.
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abs.
arcanjo