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Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Seg Dez 07, 2015 4:29 pm
por Valdemort
Bolovo escreveu:
ciclope escreveu:Pelo que temos visto até aqui nossos militares entendem que a defesa de longo alcance ou área fique a cargo da força aérea a exemplo dos EUA.
E mísseis até aéreos contra os mísseis de cruzeiro. Nesse caso é melhor um sistema tipo o pastir em grande quantidade e uma quantidade menor de mandpads
Oi?

Todos os mísseis THAAD e Patriot dos americanos ficam sob comando do Exército Americano em suas Brigadas de Artilharia Antiaérea, igualzinho onde, isso mesmo, o Brasil.

Os US não se preocupam muito com defesa AA devido a grande superioridade de sua aviação comparado a qualquer outra.
Uma vez conversando com um aviador ex USAF e que tem amigos na inteligência me disse que a razão deles só possuirem 189 F22 é que a superioridade dessa máquina é tamanha que concluíram que esse numero era mais do que suficiente.

Os Patriots ficam exclusivamente para interceptar mísseis balísticos e o AA fica com a aviação.
O Japão e a Coreia do Sul seguem essa mesma filosofia.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Seg Dez 07, 2015 4:44 pm
por Mathias
Putz, se for isso mesmo, com o histórico de desempenho anti balístico do Patriot, não vai restar uma cidade americana inteira, vai tudo virar cinza radioativa.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Seg Dez 07, 2015 5:26 pm
por Valdemort
Mathias escreveu:Putz, se for isso mesmo, com o histórico de desempenho anti balístico do Patriot, não vai restar uma cidade americana inteira, vai tudo virar cinza radioativa.
RSSSS, será ?

Não possuo conhecimento para esse debate.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 12:28 am
por gabriel219
A fabricação do CAMM abriria maior possibilidade que a adquisição de Buk's e S-300, assim como a fabricação do Pantsyr.

Abs.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 2:13 am
por Mathias
Não acredito nem por meio segundo que a MBDA abriria para nós os segredos do seu mais moderno míssil ar terra que sequer começou a ser produzido na terra natal.
A MB precisou fazer quase o Exocet inteiro antes da MBDA "se oferecer" para ajudar.

Por outro lado, no caso do Pantsyr os responsáveis pelo projeto já disseram várias e várias vezes na mídia que a compra incluirá ToTs progressivas do sistema.
A menos que suposições valham mais que declarações fáticas, não creio haver nada que indique que não se efetivarão as ToTs eventualmente acertadas e contratadas aos russo.

Além disso, como exemplo de que entregam o prometido temos o caso do K-SAM, sistema de médio alcance sul coreano feito em parceria com a Rússia,e que usa um radar THALES, eu acho.
Não sendo suficiente temos o binacional BRAHMOS, um míssil de cruzeiro super sônico único no mundo e que dispensa apresentações.

Que país permite ao menos a fabricação sob licença de uma arma anti navio?
Que país fabrica conjuntamente uma arma dessa categoria de sofisticação?

Quem não tem histórico algum de ToT em termos de mísseis no estado da arte é a MBDA, por enquanto esse é o fato.

Ou não?

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 2:47 am
por Ilya Ehrenburg
É o fato.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 11:14 am
por mmatuso
talvez uma transferencia a nível SAAB, só para brasileiro ver.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 11:49 am
por LeandroGCard
mmatuso escreveu:talvez uma transferencia a nível SAAB, só para brasileiro ver.
Na condição atual e no futuro previsível do país não temos como realizar os investimentos necessários nem mesmo para nacionalizar a munição 30mm AHEAD do Gepard, imagine pensar em nacionalização ou mesmo produção local parcial do Pantsir, do CAMM ou de qualquer outra coisa... :( .


Leandro G. Card

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 12:28 pm
por JL
Leandro, a questão da munição do Gepard merece um maior detalhamento, o Brasil recebeu um navio cheio de containers de munição de 35 mm para o Gepard. Perguntas:
Que, tipo de munição? Existem planos para ou nacionalização da munição de 35 mm? Como fica a logística de ter dois tipos de munição AA 40 mm e 35 mm? Qual a sua comparação entre os dois calibres?

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 1:14 pm
por LeandroGCard
JL escreveu:Leandro, a questão da munição do Gepard merece um maior detalhamento, o Brasil recebeu um navio cheio de containers de munição de 35 mm para o Gepard. Perguntas:
Que, tipo de munição? Existem planos para ou nacionalização da munição de 35 mm?
Não tenho nenhuma informação oficial sobre isso, mas o que andei lendo por aí é que a munição é toda do tipo AHEAD, e não há previsão para a sua fabricação no Brasil. Acho que isso não seria economicamente viável para apenas 36 viaturas e o nosso consumo típico de munição.

Como fica a logística de ter dois tipos de munição AA 40 mm e 35 mm? Qual a sua comparação entre os dois calibres?
Não vejo muitos problemas com esta questão de logística, é apenas mais um item a acrescentar a uma lista que já é bem grande. O pessoal de intendência do EB sabe lidar com isso.

Com relação à comparação entre os calibres, eles são muito diferentes não tanto pelo diâmetro ou tamanho dos projéteis, mas pela forma de atuação. A munição AHEAD recebe toda sua energia no disparo inicial, e é esta energia que é transmitida aos estilhaços quando a carga pequena explosiva dentro do projétil detona (esta carga apenas espalha os estilhaços, mas não lhes acrescenta praticamente nenhuma energia). Isso cria uma "ação unidirecional" da munição, que só pode afetar o que está à frente dela.

Já na munição de 40mm com espoleta de proximidade o impulso inicial leva a munição até próximo do alvo, mas é a carga interna que acelera os estilhaços e lhes dá letalidade em todas as direções após sua detonação. O resultado é que os alvos podem ser afetados qualquer que seja sua posição e velocidade relativas com relação ao ponto de detonação da munição.

Acredito que este último modelo é mais capaz na função AAe, principalmente contra alvos que não estejam se dirigindo exatamente para o ponto onde a arma está instalada. É um efeito multi-direcional, com a munição podendo afetar até mesmo alvos atrás e ao lado do ponto onde ela explodiu.

Mas confesso que não tenho informações sobre dados de testes reais para poder confirmar se estou mesmo certo da maior efetividade desta segunda abordagem.


Leandro G. Card

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 10:43 pm
por Bolovo
luis Cláudio escreveu:Imagem
"O Pantsir é uma das opções e atende plenamente aos ROC." - General Márcio

Qual o celeuma? O General já deu a benção.

Os cães ladram e a caravana passa...

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Ter Dez 08, 2015 11:26 pm
por Bolovo
luis Cláudio escreveu:Depois de serem alterados os requisitos para encaixar o Pantsir...

fonte: http://www.forte.jor.br/2013/09/10/pant ... ia-altura/

"O Ministro está trabalhando seguindo as diretrizes do Poder Executivo e não há participação direta do Exército neste projeto".
do Comandante da Artilharia Antiaérea do EB.

A Presidência mandou comprar, alteraram os requisitos e o EB não está tendo participação direta no processo. É, nada demais.
Cara, vou contar uma história bem engraçada pra você. Nos idos de 2007 a USAF começou o programa KC-X pra escolher o reabastecedor novo. Venceu o A-330. O GCU gringo aceitou um protesto da Boeing. O concurso foi reaberto pelo Pentágono, curiosamente com os requisitos que daria a vitória a Boeing, tanto que a Northrop Grumman que fazia parceria com a EADS caiu fora. E venceu a Boeing. Cara, no mundo civilizado é assim, o poder político decide e os militares, subordinados, dizem "sim, senhor". Vai vir o Pantsir e o resto é chororó.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qua Dez 09, 2015 12:54 pm
por gabriel219
Ue, existe melhor TOT do que fabricar sobre licença? A MDBA não mostrou interesse? A mesma ofereceu parceria com a Avibrás para produzir nacionalmente o CAMM-L para nossas Forças Armadas, no caminhão Mk6. Ta lá é só olhar.

Não só a MBDA, como a Nexter nos fez a oferta do CAESAR BR no caminhão Mk6, com a mesma Avibrás.

Os casos são idênticos, ambos são proposta, se vingarão ou não, só depois do contrato, mas falar que o é mais fácil fabricar o Pantsir (categoria diferente do CAMM, sendo complementares) que o CAMM, sendo que ambos são propostas, é se basear em gosto pessoal.

Abs.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qua Dez 09, 2015 4:17 pm
por LeandroGCard
gabriel219 escreveu:Ue, existe melhor TOT do que fabricar sobre licença?
Evidentemente que sim, isso é claro!

Na fabricação sob licença recebem-se os desenhos, instruções, gabaritos especificações de máquinas e etc... para se produzir alguma coisa. É o Know-How de produção que é transferido. Em muitos casos inclusive alguns ou vários componentes e sistemas continuam vindo do fornecedor original (fornecedor do componente/sistema, não necessariamente o fabricante do produto), simplesmente porque não vale à pena desenvolver fornecedores locais. E a montadora local só junta tudo de acordo com as instruções recebidas, sabendo que vai funcionar, mas sem a menor noção do porquê.

Mas neste caso não necessariamente se passa qualquer informação sobre a razão para cada peça e sistema tem que ser daquele jeito que é, quais as influências de cada detalhe no desempenho final ou qualquer informação que ajude a aperfeiçoar o produto e menos ainda desenvolver outros mais modernos. Isso é chamado Know-Why, e é bem mais difícil que uma empresa aceite transferi-lo para outra, ou mesmo que a outra esteja habilitada a recebê-lo. Assim, quando o produto em questão se torna obsoleto o fabricante local está de mãos atadas, e não pode sequer continuar no mercado. Um exemplo clássico disso foi a fábrica de torpedos AS da marinha.

Existem formas muito melhores de transferência de tecnologia, que incluem o desenvolvimento conjunto do produto ou a consultoria, que envolvem especificamente a transferência do Know-Why.


Leandro G. Card

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qua Dez 09, 2015 6:16 pm
por Wingate
LeandroGCard escreveu:
gabriel219 escreveu:Ue, existe melhor TOT do que fabricar sobre licença?
Evidentemente que sim, isso é claro!

Na fabricação sob licença recebem-se os desenhos, instruções, gabaritos especificações de máquinas e etc... para se produzir alguma coisa. É o Know-How de produção que é transferido. Em muitos casos inclusive alguns ou vários componentes e sistemas continuam vindo do fornecedor original (fornecedor do componente/sistema, não necessariamente o fabricante do produto), simplesmente porque não vale à pena desenvolver fornecedores locais. E a montadora local só junta tudo de acordo com as instruções recebidas, sabendo que vai funcionar, mas sem a menor noção do porquê.

Mas neste caso não necessariamente se passa qualquer informação sobre a razão para cada peça e sistema tem que ser daquele jeito que é, quais as influências de cada detalhe no desempenho final ou qualquer informação que ajude a aperfeiçoar o produto e menos ainda desenvolver outros mais modernos. Isso é chamado Know-Why, e é bem mais difícil que uma empresa aceite transferi-lo para outra, ou mesmo que a outra esteja habilitada a recebê-lo. Assim, quando o produto em questão se torna obsoleto o fabricante local está de mãos atadas, e não pode sequer continuar no mercado. Um exemplo clássico disso foi a fábrica de torpedos AS da marinha.

Existem formas muito melhores de transferência de tecnologia, que incluem o desenvolvimento conjunto do produto ou a consultoria, que envolvem especificamente a transferência do Know-Why.


Leandro G. Card
E a montadora local só junta tudo de acordo com as instruções recebidas, sabendo que vai funcionar, mas sem a menor noção do porquê.
O que muitos chamavam de "sistema caixa-preta". Você sabe que funciona mas não como funciona.

Wingate