AFEGANISTÃO
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Re: Notícias de Afeganistão
04/09/2009 - 13h12
Oito seguranças da embaixada dos EUA no Afeganistão são demitidos após escândalo
Do UOL Notícias* Em São Paulo
Os Estados Unidos demitiram oito seguranças de sua embaixada no Afeganistão por suspeita de comportamento indecente e comportamento sexual inapropriado em seus quartéis, disse a embaixada nesta sexta-feira (4).
O diretor em Cabul da empresa de segurança privada ArmorGroup, responsável pela segurança da embaixada americana em Cabul, também será substituído "imediatamente", disse um funcionário da embaixada. Segundo ele, os seguranças que foram demitidos deixaram o país nesta sexta-feira. Outros dois guardas pediram demissão. Seus nomes e as nacionalidades não foram revelados.
O funcionário disse que todas as 10 pessoas apareceram em fotografias que mostravam guardas e supervisores em "várias fases de nudez em uma festa regada a álcool".
O escândalo veio à tona nesta semana quando uma ONG denunciou atos de humilhação a funcionários, além de festas com presença de prostitutas, no próprio edifício da embaixada americana em Cabul.
A organização independente e sem fins lucrativos Project on Government Oversight (Pogo) enviou, na última terça-feira (2), uma carta à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na qual denunciou o comportamento de 30 guardas e supervisores, registrado em imagens que deram a volta ao mundo.
A ONG deu início a uma investigação depois que vários guardas entraram em contato com a organização, para expressar sua preocupação sobre os ocorridos e apresentar provas.
De acordo com a Pogo, o material apresentado como prova mostra cenas nas quais os guardas "urinam em cima de pessoas, tomam doses de vodca, quebram portas, bêbados, e ameaçam e intimidam" os funcionários que não participam.
As fotografias mostram, além disso, os guardas e seus supervisores em "várias fases de nudez".
Outros documentos mostram funcionários posando com afegãos em Camp Sullivan, onde os guardas da ArmorGroup vivem, enquanto consomem álcool, e outros mostram um agente seminu que aparentemente urinou em cima de um afegão, atos considerados ofensivos e intoleráveis.
Em pelo menos uma ocasião, supervisores levaram prostitutas a Camp Sullivan.
"Houve algumas coisas em Cabul que desconhecíamos, mas que, francamente, deveríamos ter sabido", disse o porta-voz.
Segundo a Pogo, a situação levou a um rompimento do padrão moral e de liderança que comprometeu a segurança da embaixada em Cabul, onde cerca de mil diplomatas, empregados e funcionários afegãos trabalham.
Cerca de dois terços dos 450 guardas da embaixada são do Nepal e do norte da Índia que falam inglês com dificuldade, uma situação que cria dificuldades de comunicação, diz a Pogo.
Na quinta-feira, a embaixada disse que bebidas alcóolicas foram proibidas em Camp Sullivan e a equipe de segurança diplomática foi designada para o local.
* Com informações da AP, Reuters e Folha Online
http://noticias.uol.com.br/ultnot/inter ... u1413.jhtm
Oito seguranças da embaixada dos EUA no Afeganistão são demitidos após escândalo
Do UOL Notícias* Em São Paulo
Os Estados Unidos demitiram oito seguranças de sua embaixada no Afeganistão por suspeita de comportamento indecente e comportamento sexual inapropriado em seus quartéis, disse a embaixada nesta sexta-feira (4).
O diretor em Cabul da empresa de segurança privada ArmorGroup, responsável pela segurança da embaixada americana em Cabul, também será substituído "imediatamente", disse um funcionário da embaixada. Segundo ele, os seguranças que foram demitidos deixaram o país nesta sexta-feira. Outros dois guardas pediram demissão. Seus nomes e as nacionalidades não foram revelados.
O funcionário disse que todas as 10 pessoas apareceram em fotografias que mostravam guardas e supervisores em "várias fases de nudez em uma festa regada a álcool".
O escândalo veio à tona nesta semana quando uma ONG denunciou atos de humilhação a funcionários, além de festas com presença de prostitutas, no próprio edifício da embaixada americana em Cabul.
A organização independente e sem fins lucrativos Project on Government Oversight (Pogo) enviou, na última terça-feira (2), uma carta à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na qual denunciou o comportamento de 30 guardas e supervisores, registrado em imagens que deram a volta ao mundo.
A ONG deu início a uma investigação depois que vários guardas entraram em contato com a organização, para expressar sua preocupação sobre os ocorridos e apresentar provas.
De acordo com a Pogo, o material apresentado como prova mostra cenas nas quais os guardas "urinam em cima de pessoas, tomam doses de vodca, quebram portas, bêbados, e ameaçam e intimidam" os funcionários que não participam.
As fotografias mostram, além disso, os guardas e seus supervisores em "várias fases de nudez".
Outros documentos mostram funcionários posando com afegãos em Camp Sullivan, onde os guardas da ArmorGroup vivem, enquanto consomem álcool, e outros mostram um agente seminu que aparentemente urinou em cima de um afegão, atos considerados ofensivos e intoleráveis.
Em pelo menos uma ocasião, supervisores levaram prostitutas a Camp Sullivan.
"Houve algumas coisas em Cabul que desconhecíamos, mas que, francamente, deveríamos ter sabido", disse o porta-voz.
Segundo a Pogo, a situação levou a um rompimento do padrão moral e de liderança que comprometeu a segurança da embaixada em Cabul, onde cerca de mil diplomatas, empregados e funcionários afegãos trabalham.
Cerca de dois terços dos 450 guardas da embaixada são do Nepal e do norte da Índia que falam inglês com dificuldade, uma situação que cria dificuldades de comunicação, diz a Pogo.
Na quinta-feira, a embaixada disse que bebidas alcóolicas foram proibidas em Camp Sullivan e a equipe de segurança diplomática foi designada para o local.
* Com informações da AP, Reuters e Folha Online
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Re: Notícias de Afeganistão
sexta-feira, 4 de Setembro de 2009 | 14:48
Karzai diz que atacar civis é inaceitável
O presidente afegão Hamid Karzai afirmou hoje que atacar civis é, em qualquer caso, «inaceitável», num comunicado em que comenta as 90 mortes no norte do Afeganistão num bombardeamento da NATO.
«Expressando a sua profunda dor pela perda dos seus compatriotas, o presidente afirmou que atacar a civis é, em qualquer caso, inaceitável, já que civis inocentes não devem morrer ou ficar feridos em operações militares«, lê-se num comunicado da presidência.
Na manhã de hoje, um bombardeamento aéreo das forças da NATO no norte do Afeganistão, que tinha como alvo dois camiões-tanque roubados pelos talibãs, provocou pelo menos 90 mortes.
Entre as vítimas havia um número indeterminado de civis, segundo diversas fontes contraditórias.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=407833
Karzai diz que atacar civis é inaceitável
O presidente afegão Hamid Karzai afirmou hoje que atacar civis é, em qualquer caso, «inaceitável», num comunicado em que comenta as 90 mortes no norte do Afeganistão num bombardeamento da NATO.
«Expressando a sua profunda dor pela perda dos seus compatriotas, o presidente afirmou que atacar a civis é, em qualquer caso, inaceitável, já que civis inocentes não devem morrer ou ficar feridos em operações militares«, lê-se num comunicado da presidência.
Na manhã de hoje, um bombardeamento aéreo das forças da NATO no norte do Afeganistão, que tinha como alvo dois camiões-tanque roubados pelos talibãs, provocou pelo menos 90 mortes.
Entre as vítimas havia um número indeterminado de civis, segundo diversas fontes contraditórias.
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Re: Notícias de Afeganistão
sexta-feira, 4 de setembro de 2009, 17:44
Morte de dezenas de civis em ataque da Otan revolta afegãos
FRAIDOUN ELHAM - REUTERS
KUNDUZ, AFEGANISTÃO - Um avião dos Estados Unidos chamado por tropas alemãs disparou contra caminhões de combustível que haviam sido roubados no Afeganistão antes da madrugada desta sexta-feira, matando cerca de 90 pessoas em um incidente que pode provocar um retrocesso para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental.
Inicialmente, a Otan disse acreditar que as vítimas eram todas combatentes do Taliban, mas depois reconheceu que um grande número de civis feridos estava sendo tratado em hospitais da região do ataque.
Moradores de vilarejos disseram que seus parentes estavam retirando combustível dos caminhões e foram queimados vivos por uma bola de fogo gigante. Os pacientes chegavam aos hospitais completamente cobertos por queimaduras.
O gabinete do presidente do país, Hamid Karzai, estimou em 90 o número de mortos, informou que ele está profundamente entristecido e ordenou que sejam feitas investigações.
"Nenhum civil deve ser machucado durante operações militares", disse Karzai em um comunicado. "Em nenhuma circunstância é aceitável que os civis sejam atingidos por ataques."
O incidente, ocorrido na província de Kunduz, norte do Afeganistão, pode reacender a ira contra as tropas estrangeiras dois meses depois que o novo comandante da Otan e dos EUA no país anunciou medidas para pôr fim às mortes de civis que, segundo ele, estão minando o esforço de guerra.
Autoridades locais, que também podem sofrer reveses por causa da morte de civis, disseram que combatentes do Taliban também foram mortos no ataque. O governador da província, Mohammad Omar, afirmou acreditar que metade dos mortos era militante e o chefe da polícia local, Abdul Razzaq Yaqubi, disse que 55 dos 90 mortos eram combatentes.
Segundo Mohammad Sarwar, um destacado representante tribal na província, disse que os combatentes do Taliban haviam roubado os caminhões-tanque e estavam oferecendo combustível para uma multidão de moradores de vilarejos quando ocorreu o bombardeio.
"Nós culpamos tanto o Taliban como o governo", declarou ele.
Repórteres da Reuters viram vários rapazes com graves queimaduras chegando de ambulância a um hospital, onde médicos disseram que 13 pessoas estavam sendo tratadas, incluindo três crianças.
A tenente Christine Sidenstricker, encarregada do contato com a imprensa pelas forças da Otan e dos EUA, disse que as autoridades afegãs informaram o roubo de dois caminhões-tanque. A aviação da Otan os localizou às margens de um rio.
"Depois de observar que apenas insurgentes estavam na área, o comandante local da força ordenou ataques aéreos que destruíram os caminhões e mataram um grande número de insurgentes", afirmou ela.
Mais tarde, o brigadeiro Eric Tremblay disse que "parece que muitos civis feridos estão sendo removidos e tratados em hospitais locais."
Um encarregado da Defesa dos EUA disse que o ataque foi feito por um jato americano F-15, e o Ministério da Defesa da Alemanha informou que a permissão de disparar foi dada por um comandante alemão em terra.
O Taliban considera os carregamentos de combustível alvos estratégicos porque as forças da Otan precisam deles.
(Reportagem adicional de Hamid Shalizi e Peter Graff em Cabul, Hans-Edzard Busemann em Berlim, Avril Ormsby em Londres e Adnrew Gray em Washington)
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 9729,0.htm
Morte de dezenas de civis em ataque da Otan revolta afegãos
FRAIDOUN ELHAM - REUTERS
KUNDUZ, AFEGANISTÃO - Um avião dos Estados Unidos chamado por tropas alemãs disparou contra caminhões de combustível que haviam sido roubados no Afeganistão antes da madrugada desta sexta-feira, matando cerca de 90 pessoas em um incidente que pode provocar um retrocesso para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental.
Inicialmente, a Otan disse acreditar que as vítimas eram todas combatentes do Taliban, mas depois reconheceu que um grande número de civis feridos estava sendo tratado em hospitais da região do ataque.
Moradores de vilarejos disseram que seus parentes estavam retirando combustível dos caminhões e foram queimados vivos por uma bola de fogo gigante. Os pacientes chegavam aos hospitais completamente cobertos por queimaduras.
O gabinete do presidente do país, Hamid Karzai, estimou em 90 o número de mortos, informou que ele está profundamente entristecido e ordenou que sejam feitas investigações.
"Nenhum civil deve ser machucado durante operações militares", disse Karzai em um comunicado. "Em nenhuma circunstância é aceitável que os civis sejam atingidos por ataques."
O incidente, ocorrido na província de Kunduz, norte do Afeganistão, pode reacender a ira contra as tropas estrangeiras dois meses depois que o novo comandante da Otan e dos EUA no país anunciou medidas para pôr fim às mortes de civis que, segundo ele, estão minando o esforço de guerra.
Autoridades locais, que também podem sofrer reveses por causa da morte de civis, disseram que combatentes do Taliban também foram mortos no ataque. O governador da província, Mohammad Omar, afirmou acreditar que metade dos mortos era militante e o chefe da polícia local, Abdul Razzaq Yaqubi, disse que 55 dos 90 mortos eram combatentes.
Segundo Mohammad Sarwar, um destacado representante tribal na província, disse que os combatentes do Taliban haviam roubado os caminhões-tanque e estavam oferecendo combustível para uma multidão de moradores de vilarejos quando ocorreu o bombardeio.
"Nós culpamos tanto o Taliban como o governo", declarou ele.
Repórteres da Reuters viram vários rapazes com graves queimaduras chegando de ambulância a um hospital, onde médicos disseram que 13 pessoas estavam sendo tratadas, incluindo três crianças.
A tenente Christine Sidenstricker, encarregada do contato com a imprensa pelas forças da Otan e dos EUA, disse que as autoridades afegãs informaram o roubo de dois caminhões-tanque. A aviação da Otan os localizou às margens de um rio.
"Depois de observar que apenas insurgentes estavam na área, o comandante local da força ordenou ataques aéreos que destruíram os caminhões e mataram um grande número de insurgentes", afirmou ela.
Mais tarde, o brigadeiro Eric Tremblay disse que "parece que muitos civis feridos estão sendo removidos e tratados em hospitais locais."
Um encarregado da Defesa dos EUA disse que o ataque foi feito por um jato americano F-15, e o Ministério da Defesa da Alemanha informou que a permissão de disparar foi dada por um comandante alemão em terra.
O Taliban considera os carregamentos de combustível alvos estratégicos porque as forças da Otan precisam deles.
(Reportagem adicional de Hamid Shalizi e Peter Graff em Cabul, Hans-Edzard Busemann em Berlim, Avril Ormsby em Londres e Adnrew Gray em Washington)
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 9729,0.htm
Re: Notícias de Afeganistão
05/09/2009 - 11h30
Afegãos choram os mortos em ataque da Otan
KUNDUZ, Afeganistão, 5 Set 2009 (AFP) - Os afegãos choram neste sábado os mortos no bombardeio da Otan de sexta-feira, que provocou um número recorde de vítimas e reavivou os protestos pelas mortes de civis causadas pelas forças ocidentais em seus oito anos de guerra contra os talibãs.
Os bombardeios destruíram dois caminhões-tanque que haviam sido roubados pelos talibãs no momento em que, segundo testemunhas, um grupo de moradores avançou em direção aos veículos para retirar combustível de modo gratuito a convite dos insurgentes.
As autoridades afirmaram que a maioria dos mortos eram talibãs, mas o presidente afegão Hamid Karzai - que lidera os resultados parciais de uma eleição presidencial denunciadas como fraudulenta - afirmou que tomar como alvo a população civil era inaceitável.
O governo calculou em 90 o número de mortos e feridos.
Neste sábado foram celebradas orações pelas vítimas em uma dezena de povoados, onde moravam os mortos na província de Kunduz, norte do país, que registra um clima extremamente tenso.
Funcionários dos ministérios da Defesa e do Interior iniciaram investigações a pedido de Karzai, mas até o momento não foi possível sequer estimar com certeza o total de mortos e quantos eram civis.
O chefe de polícia da região, Abdul Razaq Yaqobi, afirmou que 56 pessoas morreram e 12 ficaram feridas e que todas eram talibãs.
Mahbula Sayedi, porta-voz do governo en Kunduz, anunciou o número mais elevado de vítimas, ao afirmar que 90 pessoas morreram, em sua maioria talibãs.
A insurgência, que com frequência exagera suas revindicações como parte da propaganda, afirmou que 150 civis morreram, a maioria crianças, e ao mesmo tempo destaca em um comunicado que nenhum talibã foi vitimado no ataque, que evidenciou ainda o aumento da presença dos insurgentes no norte do país.
Os Estados Unidos se declararam muito preocupados com a possibilidade da morte de civis no bombardeio da Otan. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que o episódio será investigado .
A Força Internacional de Assistência e Segurança (Isaf) da Otan afirmou ter bombardeado dois caminhões-tanque roubados e destacou a morte de um grande número de insurgentes, ao mesmo tempo que lamentou a eventual morte de civis.
Os governos europeus também manifestaram preocupação e indgnação com o ataque, já que o ataque pode minar as possibilidades de êxito da missão dos 64.500 soldados de mais de 40 países da Otan que combatem os talibãs.
A exceção ficou por conta da Alemanha, que defendeu o ataque, ordenado por um de seus oficiais.
Apenas cuatro dias antes do ataque, o comandante dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, pediu uma nova estratégia no país para reverter a "grave situação".
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25595.jhtm
Afegãos choram os mortos em ataque da Otan
KUNDUZ, Afeganistão, 5 Set 2009 (AFP) - Os afegãos choram neste sábado os mortos no bombardeio da Otan de sexta-feira, que provocou um número recorde de vítimas e reavivou os protestos pelas mortes de civis causadas pelas forças ocidentais em seus oito anos de guerra contra os talibãs.
Os bombardeios destruíram dois caminhões-tanque que haviam sido roubados pelos talibãs no momento em que, segundo testemunhas, um grupo de moradores avançou em direção aos veículos para retirar combustível de modo gratuito a convite dos insurgentes.
As autoridades afirmaram que a maioria dos mortos eram talibãs, mas o presidente afegão Hamid Karzai - que lidera os resultados parciais de uma eleição presidencial denunciadas como fraudulenta - afirmou que tomar como alvo a população civil era inaceitável.
O governo calculou em 90 o número de mortos e feridos.
Neste sábado foram celebradas orações pelas vítimas em uma dezena de povoados, onde moravam os mortos na província de Kunduz, norte do país, que registra um clima extremamente tenso.
Funcionários dos ministérios da Defesa e do Interior iniciaram investigações a pedido de Karzai, mas até o momento não foi possível sequer estimar com certeza o total de mortos e quantos eram civis.
O chefe de polícia da região, Abdul Razaq Yaqobi, afirmou que 56 pessoas morreram e 12 ficaram feridas e que todas eram talibãs.
Mahbula Sayedi, porta-voz do governo en Kunduz, anunciou o número mais elevado de vítimas, ao afirmar que 90 pessoas morreram, em sua maioria talibãs.
A insurgência, que com frequência exagera suas revindicações como parte da propaganda, afirmou que 150 civis morreram, a maioria crianças, e ao mesmo tempo destaca em um comunicado que nenhum talibã foi vitimado no ataque, que evidenciou ainda o aumento da presença dos insurgentes no norte do país.
Os Estados Unidos se declararam muito preocupados com a possibilidade da morte de civis no bombardeio da Otan. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que o episódio será investigado .
A Força Internacional de Assistência e Segurança (Isaf) da Otan afirmou ter bombardeado dois caminhões-tanque roubados e destacou a morte de um grande número de insurgentes, ao mesmo tempo que lamentou a eventual morte de civis.
Os governos europeus também manifestaram preocupação e indgnação com o ataque, já que o ataque pode minar as possibilidades de êxito da missão dos 64.500 soldados de mais de 40 países da Otan que combatem os talibãs.
A exceção ficou por conta da Alemanha, que defendeu o ataque, ordenado por um de seus oficiais.
Apenas cuatro dias antes do ataque, o comandante dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, pediu uma nova estratégia no país para reverter a "grave situação".
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25595.jhtm
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Re: Notícias de Afeganistão
continuem assim que hão-de ir longe...
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Re: Notícias de Afeganistão
P44 escreveu:continuem assim que hão-de ir longe...
nÓBRE PT-44, que eu çe lembre VOSMEÇÊS tanben estao la com as outras DEMOCRÁCIAS e ainda querem levar a jente junto, DEÇIDA de que lado vc esta...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Notícias de Afeganistão
Túlio escreveu:P44 escreveu:continuem assim que hão-de ir longe...
nÓBRE PT-44, que eu çe lembre VOSMEÇÊS tanben estao la com as outras DEMOCRÁCIAS e ainda querem levar a jente junto, DEÇIDA de que lado vc esta...
Lá pelo governo desta republica das bananas ter de alinhar nesta politica seguidista, não quer dizer que eu aprove tal coisa, até porque não votei nos partidos que lambem as botas aos EUA
portanto não tenho problemas de consciência nesse aspecto
Então mas eu não sou um terrivel BREMEILHU?????
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/I ... id=1353920França considera "erro enorme" ataque da OTAN
00h30m
Quantas pessoas morreram no ataque de força aliada da OTAN a Kunduz na alvorada de sexta-feira? Quantos dos 90 mortos eram civis, quantos eram rebeldes? A estratégia para o Afeganistão está debaixo do fogo da polémica
O ministro de Assuntos Exteriores francês, Bernard Kouchner, qualificou o recente bombardeamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão de "erro enorme" que "deve ser investigado". O incidente ocorreu na alvorada de sexta-feira, na província de Kunduz: um camião-cisterna roubado pelos talibãs às forças internacionais foi bombardeado, resultando daí a morte de, pelo menos, 90 pessoas. O número de civis assassinados ainda não foi determinado, mas fala-se em, pelo menos, 45.
Bernard Kouchner foi muito crítico: "Devemos trabalhar com os afegãos e não bombardeá-los, ou não só bombardeá-los. É preciso denunciar as responsabilidades e investigar", disse o ministro francês, referindo-se à ordem de ataque, que foi dada por oficiais alemães integrados na Força Internacional de Assistência e Segurança (a zona de Kunduz, norte, é controlada pela Alemanha).
O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, anunciou uma investigação do caso, mas disse que "ainda não está claro" se houve vítimas civis no bombardeamento.
Enquanto isso, o comandante das forças internacionais no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, deslocou-se ontem a Kunduz para se inteirar 'in loco' daquilo que realmente aconteceu.
Evitar a morte de civis tem sido uma prioridade para McChrystal desde que este ano assumiu comando - o general, responsável por 108 mil homens da coligação internacional, admite que "a estratégia actual no Afeganistão é errada".
O país aguarda ainda o resultado das eleições presidenciais de 20 de Agosto. A disputa envolve dois candidatos: Hamid Karzai, que é presidente desde a chegada dos americanos, em 2001, leva suposta vantagem sobre Abdullah Abdullah, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros e opositor do regime do "amigo americano". Ontem, Abdullah denunciou a fraude eleitoral: "Há secções de voto em que o actual presidente tem 100% dos votos". A Comissão Eleitoral Independente vai pronunciar-se amanhã.
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Re: Notícias de Afeganistão
La UE choca con la OTAN en Afganistán
Los ministros de Exteriores sostienen que los ataques como el de Kunduz minan las labores de reconstrucción - Suecia exige a Kabul que combata la corrupción
ANDREU MISSÉ - Estocolmo - 06/09/2009
El ataque aéreo de la OTAN en Afganistán el viernes contra dos camiones cisterna capturados por los talibanes, que causó más de 90 muertos, muchos de ellos civiles, cayó como un jarro de agua fría en la reunión de ministros de Exteriores de la UE en Estocolmo que ayer debatieron la sustitución progresiva de las iniciativas militares por las políticas en el país. Europa condicionará la ayuda al futuro Gobierno afgano a un compromiso más firme contra la corrupción, la lucha contra el narcotráfico y el respeto a los derechos humanos. Numerosos ministros censuraron ayer la estrategia de la OTAN por los daños ocasionados a la población civil.
Afganistán se encuentra en pleno recuento de votos de las elecciones celebradas el pasado 20 de agosto y sobre las que pesan más de 2.200 denuncias de fraude, de las cuales al menos 650 son gravísimas. También es un momento delicado para Occidente, ya que la intensificación de la ofensiva insurgente ha disparado las bajas militares. En lo que va de año ya han muerto 307 soldados de la Alianza, más que en todo 2008, y todo apunta a que será el periodo más sangriento en ocho años de guerra. [Ayer mismo, un cabo primero de la Armada española resultó herido leve de bala en un ataque talibán contra una patrulla afgana que estaba bajo protección de las tropas españolas cerca de la base de Qala-i-Naw, en la provincia de Badghis, informa Europa Press. Se trata del segundo militar español herido esta semana en Afganistán].
Ante las crecientes dificultades para ganar la guerra y el cúmulo de "errores", la retirada está en la mente de algunos Gobiernos. El titular de Exteriores francés, Bernard Kouchner, señaló que "era preciso seguir para poder salir con la cabeza bien alta". Su homólogo italiano, Franco Frattini, afirmó: "No es cuestión de hablar de estrategia de salida, sino de transición".
El jefe de la diplomacia europea, Javier Solana, manifestó que era preciso condicionar la futura ayuda de la UE al nuevo Gobierno de Afganistán a normas más estrictas, especialmente en materia de lucha contra la corrupción. Solana señaló que "hay que acabar con el recuento de votos" y ver qué tipo de Gobierno surge de las urnas. "Tiene que ser un Gobierno", añadió, "comprometido con una actividad no corrupta y una cooperación más estrecha con la comunidad internacional". En su opinión todo el proceso deberá impulsar "la reconciliación" entre los ciudadanos afganos. El problema para Europa, no obstante, es que la estrategia militar está en manos de Estados Unidos y para implementar la asistencia civil y la labor de reconstrucción es preciso un mínimo de seguridad.
La nueva estrategia de la UE, esbozada en un documento debatido por los ministros, propugna un mayor protagonismo de las autoridades afganas en la gobernanza del país, una "afganización" mediante "un nuevo pacto político entre Afganistán y la comunidad internacional". El texto señala: "El nuevo Gobierno elegido y la comunidad internacional necesitarán priorizar los objetivos, especialmente en aquellas áreas en las cuales hemos visto un progreso limitado, tales como gobernanza, corrupción y derechos humanos". Para su desarrollo prevé "la celebración de una conferencia internacional en Kabul tan pronto como sea posible". La UE desea centrar su acción futura en las actividades civiles, como la formación de la policía afgana, la organización de las instituciones judiciales y administrativas y la protección de los derechos humanos, especialmente los de las mujeres.
La estrategia de la Unión, que pretende ir sustituyendo progresivamente la acción militar por la civil, habría sido tomado en cuenta por el jefe de las fuerzas occidentales en Afganistán, el general Stanley McChrystal, que en los próximos días presentará un informe al presidente de Estados Unidos, Barack Obama. La idea principal que ha trascendido es que McChrystal está de acuerdo en que la crisis de Afganistán no se puede resolver sólo con la acción militar.
El bombardeo del viernes, llevado a cabo por la aviación de la OTAN a petición del Ejército alemán en la zona de Kunduz, ha disparado las críticas entre los ministros de la Unión. La gravedad del incidente ha motivado que el propio secretario general de la Alianza, el danés Anders Fogh Rasmussen, solicite una investigación urgente sobre lo ocurrido. Carl Bildt, titular de Exteriores de Suecia, país que ostenta la presidencia de la Unión, indicó que "cada muerto es una tragedia y no creo que se vaya a ganar esta guerra matando, sino que se hará protegiendo a la población". Bildt insistió en la necesidad de intensificar la lucha contra la producción de opio (el 90% de la heroína mundial proviene de Afganistán), reconociendo que aunque había descendido un 22% el año pasado, "había que hacer más".
Más contundente fue Kouchner, quien calificó el incidente de "un enorme error". En su opinión, "la estrategia en Afganistán debería ser principalmente trabajar con el pueblo afgano y no bombardearlo". Su homólogo luxemburgués, Jean Asselborn, aseguró que "este ataque jamás debió haber ocurrido". El responsable de la diplomacia de Reino Unido, David Miliband, cuyo país acumula más de 200 militares muertos desde que estalló la guerra en 2001, reconoció que el ataque "minaba" la estrategia de los occidentales.
Los resultados de las elecciones no se conocerán hasta el próximo día 17. Con más del 60% de los votos escrutados, el actual presidente, Hamid Karzai, cuenta con un 47,3% de los sufragios. Le sigue Abdulá Abdulá, que volvió a denunciar numerosos casos de fraude. Las sospechas de que hubo un fraude electoral masivo y la ineficiencia en la lucha contra la corrupción inquietan a los ministros europeos y ayer les resultaba muy difícil la incomodidad que les produce la situación. Aún existen muchas dudas de si será necesario efectuar una segunda vueltay si existen las condiciones y los fondos para realizarlas.
http://www.elpais.com/articulo/internac ... iint_1/Tes
Los ministros de Exteriores sostienen que los ataques como el de Kunduz minan las labores de reconstrucción - Suecia exige a Kabul que combata la corrupción
ANDREU MISSÉ - Estocolmo - 06/09/2009
El ataque aéreo de la OTAN en Afganistán el viernes contra dos camiones cisterna capturados por los talibanes, que causó más de 90 muertos, muchos de ellos civiles, cayó como un jarro de agua fría en la reunión de ministros de Exteriores de la UE en Estocolmo que ayer debatieron la sustitución progresiva de las iniciativas militares por las políticas en el país. Europa condicionará la ayuda al futuro Gobierno afgano a un compromiso más firme contra la corrupción, la lucha contra el narcotráfico y el respeto a los derechos humanos. Numerosos ministros censuraron ayer la estrategia de la OTAN por los daños ocasionados a la población civil.
Afganistán se encuentra en pleno recuento de votos de las elecciones celebradas el pasado 20 de agosto y sobre las que pesan más de 2.200 denuncias de fraude, de las cuales al menos 650 son gravísimas. También es un momento delicado para Occidente, ya que la intensificación de la ofensiva insurgente ha disparado las bajas militares. En lo que va de año ya han muerto 307 soldados de la Alianza, más que en todo 2008, y todo apunta a que será el periodo más sangriento en ocho años de guerra. [Ayer mismo, un cabo primero de la Armada española resultó herido leve de bala en un ataque talibán contra una patrulla afgana que estaba bajo protección de las tropas españolas cerca de la base de Qala-i-Naw, en la provincia de Badghis, informa Europa Press. Se trata del segundo militar español herido esta semana en Afganistán].
Ante las crecientes dificultades para ganar la guerra y el cúmulo de "errores", la retirada está en la mente de algunos Gobiernos. El titular de Exteriores francés, Bernard Kouchner, señaló que "era preciso seguir para poder salir con la cabeza bien alta". Su homólogo italiano, Franco Frattini, afirmó: "No es cuestión de hablar de estrategia de salida, sino de transición".
El jefe de la diplomacia europea, Javier Solana, manifestó que era preciso condicionar la futura ayuda de la UE al nuevo Gobierno de Afganistán a normas más estrictas, especialmente en materia de lucha contra la corrupción. Solana señaló que "hay que acabar con el recuento de votos" y ver qué tipo de Gobierno surge de las urnas. "Tiene que ser un Gobierno", añadió, "comprometido con una actividad no corrupta y una cooperación más estrecha con la comunidad internacional". En su opinión todo el proceso deberá impulsar "la reconciliación" entre los ciudadanos afganos. El problema para Europa, no obstante, es que la estrategia militar está en manos de Estados Unidos y para implementar la asistencia civil y la labor de reconstrucción es preciso un mínimo de seguridad.
La nueva estrategia de la UE, esbozada en un documento debatido por los ministros, propugna un mayor protagonismo de las autoridades afganas en la gobernanza del país, una "afganización" mediante "un nuevo pacto político entre Afganistán y la comunidad internacional". El texto señala: "El nuevo Gobierno elegido y la comunidad internacional necesitarán priorizar los objetivos, especialmente en aquellas áreas en las cuales hemos visto un progreso limitado, tales como gobernanza, corrupción y derechos humanos". Para su desarrollo prevé "la celebración de una conferencia internacional en Kabul tan pronto como sea posible". La UE desea centrar su acción futura en las actividades civiles, como la formación de la policía afgana, la organización de las instituciones judiciales y administrativas y la protección de los derechos humanos, especialmente los de las mujeres.
La estrategia de la Unión, que pretende ir sustituyendo progresivamente la acción militar por la civil, habría sido tomado en cuenta por el jefe de las fuerzas occidentales en Afganistán, el general Stanley McChrystal, que en los próximos días presentará un informe al presidente de Estados Unidos, Barack Obama. La idea principal que ha trascendido es que McChrystal está de acuerdo en que la crisis de Afganistán no se puede resolver sólo con la acción militar.
El bombardeo del viernes, llevado a cabo por la aviación de la OTAN a petición del Ejército alemán en la zona de Kunduz, ha disparado las críticas entre los ministros de la Unión. La gravedad del incidente ha motivado que el propio secretario general de la Alianza, el danés Anders Fogh Rasmussen, solicite una investigación urgente sobre lo ocurrido. Carl Bildt, titular de Exteriores de Suecia, país que ostenta la presidencia de la Unión, indicó que "cada muerto es una tragedia y no creo que se vaya a ganar esta guerra matando, sino que se hará protegiendo a la población". Bildt insistió en la necesidad de intensificar la lucha contra la producción de opio (el 90% de la heroína mundial proviene de Afganistán), reconociendo que aunque había descendido un 22% el año pasado, "había que hacer más".
Más contundente fue Kouchner, quien calificó el incidente de "un enorme error". En su opinión, "la estrategia en Afganistán debería ser principalmente trabajar con el pueblo afgano y no bombardearlo". Su homólogo luxemburgués, Jean Asselborn, aseguró que "este ataque jamás debió haber ocurrido". El responsable de la diplomacia de Reino Unido, David Miliband, cuyo país acumula más de 200 militares muertos desde que estalló la guerra en 2001, reconoció que el ataque "minaba" la estrategia de los occidentales.
Los resultados de las elecciones no se conocerán hasta el próximo día 17. Con más del 60% de los votos escrutados, el actual presidente, Hamid Karzai, cuenta con un 47,3% de los sufragios. Le sigue Abdulá Abdulá, que volvió a denunciar numerosos casos de fraude. Las sospechas de que hubo un fraude electoral masivo y la ineficiencia en la lucha contra la corrupción inquietan a los ministros europeos y ayer les resultaba muy difícil la incomodidad que les produce la situación. Aún existen muchas dudas de si será necesario efectuar una segunda vueltay si existen las condiciones y los fondos para realizarlas.
http://www.elpais.com/articulo/internac ... iint_1/Tes
Re: Notícias de Afeganistão
Cara a cara con los talibanes
No saben si atacan a estadounidenses o a españoles. Sólo les importa luchar contra "los extranjeros". Lo dicen jefes talibanes entrevistados por un periodista español, al que aseguran que combatirán a las tropas españolas hasta que abandonen Afganistán
Por DAVID BERIAIN 06/09/2009
El talibán se sienta en la cueva, despacio. Cruza las piernas. Acuna el Kalashnikov en su regazo, lo acaricia, casi con ternura. Se ajusta el turbante que le cubre la cara. Fateh Mohamed, el mulá que ordenó la muerte de dos soldados españoles en noviembre de 2008, no quiere que su rostro quede registrado en la cámara.
Llevamos un rato esperando. Barba larga y atuendo tradicional afgano. Es lo convenido. Llamar la atención lo menos posible porque la cita no es en una montaña remota ni en un valle perdido. La cita es en plena ciudad de Herat, la capital del oeste afgano, a menos de diez minutos de la base donde viven más de 500 soldados españoles. Así de impunes se sienten hoy los talibanes. El lugar escogido para la entrevista es una pequeña cueva que sirve de capilla a los fieles. Un lugar santo para los islamistas, en los límites de un parque al que acuden mujeres con burka y sus hijos. El mulá Fateh no parece sentirse amenazado. Para nada.
No tenemos que esperar mucho antes de que nos hable de aquella mañana del domingo 9 de noviembre, el día en que España sufrió sus dos últimos caídos en territorio afgano. "Temprano por la mañana recibimos un informe de que un convoy de fuerzas extranjeras se acercaba. Fuimos para allá. Trajimos al suicida y lo preparamos", explica.
El suicida se llamaba Habibullah y tenía 18 años. El propio mulá Fateh lo había reclutado y entrenado. Era de su mismo pueblo. Una comarca de Herat llamada Shindand, uno de los lugares más azotados por los bombardeos de la OTAN en todo el país. Más de 200 civiles han muerto allí bajo unas bombas que buscaban talibanes y encontraron mujeres, ancianos y niños. La de Afganistán es una guerra sucia. Los insurgentes pelean la mayor parte de las veces desde lugares poblados, utilizando a los civiles como escudo. Saben que si al final las tropas internacionales atacan y los inocentes mueren, la población culpará a los extranjeros.
Desde luego, el suicida Habibullah lo hizo. Se lo dijo a su familia antes de morir matando: tenía que vengarse. "Estábamos contentos. Él se reía. Rezamos y lo lanzamos contra el objetivo", cuenta su comandante.
La venganza fue ciega. Ni Fateh Mohamed ni el suicida supieron que sus víctimas iban a ser españolas. De hecho creyeron que eran estadounidenses. Al fin y al cabo, los vehículos que usan son casi idénticos. El talibán nos cuenta que vio con sus propios ojos la explosión que mató al brigada Juan Andrés Suárez y al cabo primero Rubén Alonso Ríos. No le importó demasiado la confusión.
"No, no sabíamos si eran españoles o de otro país. Y no es importante para nosotros. Lo importante es que eran extranjeros. Tengo un mensaje para los españoles, en especial para las familias de los dos soldados que murieron. Deberían pedirle al Gobierno español que se retire de Afganistán porque este es un país musulmán, un país islámico, y estamos en contra de los extranjeros. Si no se van, continuaremos atacándoles", dice.
El mulá Fateh es un buen ejemplo de la nueva remesa de jefe talibanes. Treinta y pocos años de edad, pastún, educado en el rigor de las escuelas coránicas y en la mitología de la guerra santa contra los soviéticos que mantuvieron ocupado su país. Obtuvo su bautismo de fuego cuando era casi imberbe. Su ideario es tan básico como atractivo a los ojos de un afgano. Divide el mundo entre los musulmanes y los infieles, los afganos y los extranjeros. Una dialéctica en la que sólo cabe la guerra.
El de Fateh es un mundo consagrado a la lucha, que hace de la simplicidad, fuerza; de la ignorancia, determinación. Un mundo que no busca explicarse ante nadie, que se presenta a esta entrevista más como un desafío que como una necesidad de contarle a España por qué mata a los soldados. Cree que los atentados del 11-S fueron un invento de los norteamericanos para invadir Afganistán y que Osama Bin Laden es un buen musulmán. Y no cree que eso le convierta en terrorista. "Nosotros no somos terroristas de Al Qaeda. Nosotros estamos peleando por nuestros derechos. Si nosotros vamos a otros países y los invadimos, esa gente pelearía en nuestra contra y no podríamos calificarlos de terroristas", dice.
La de Fateh fue nuestra primera vía de entrada al mundo clandestino de los talibanes. El encuentro se produjo en mayo. Hemos viajado durante dos meses y medio por Afganistán rastreando a los hombres que atacan y matan a españoles. Hemos hecho entrevistas y hemos introducido cámaras en esos grupos. (Cuatro ofrecerá este reportaje el próximo viernes).
Lo que nos hemos encontrado es una sociedad de guerreros. Un mundo que ha hecho de la interpretación más extrema del Islam una forma de sobrevivir a la eterna tragedia afgana. Un mundo tribal que se agarra a su código de honor con tanta o más fuerza que al Islam. Un mundo donde sólo se respeta al que lucha. Y las mujeres no luchan. Dice un dicho pastún: "Todas las mujeres son despreciables, incluidas tu madre y tu hermana". Un mundo de hombres, donde hasta los amores son entre hombres. Un mundo que engendra prácticas que uno no espera encontrarse entre los talibanes. Hemos visto a los fieros comandantes de la insurgencia disfrutando de los bailes eróticos de niños que danzaban por unas monedas.
España lleva ocho años desplegando soldados en Afganistán. Hace casi cinco decidió extender su misión a la zona oeste. Desde 2006, las tropas sufren ataques en esa parte del país, de manera más o menos regular. Poco se sabe sobre la naturaleza y la motivación de los hombres que aprietan el gatillo -o el detonador- para matar a españoles.
Cada vez que las tropas españolas han sufrido un ataque, el Ministerio de Defensa ha hablado de "criminales", "mafiosos", "milicianos motivados por intereses tribales", "bandidos"... El jueves pasado, después de que los insurgentes mantuvieran un combate de cinco horas contra una columna española de 25 vehículos blindados, la ministra Carme Chacón utilizó el término "delincuentes comunes" para describir a los que se enfrentaban a los españoles. Pocas veces se ha pronunciado con rotundidad la palabra "talibán". Tampoco se quiere utilizar el término "enemigo". La definición del conflicto y de quién son los adversarios es un terreno minado políticamente. La ambigüedad es tal que a veces alcanza hasta a los propios soldados españoles. En las 14 horas que pasamos en su base preguntamos a varios militares si consideraban a los talibanes su enemigo. Unos dijeron que sí. Otros, que no.
Los talibanes no tienen ese problema de definición. "Los españoles vinieron con los norteamericanos e invadieron nuestro país. Queremos que se vayan tan pronto como sea posible". El que habla ahora es Sayed Sha Moshlé, uno de los principales comandantes talibanes del oeste de Afganistán. Se encarga de gestionar la administración paralela que la insurgencia ha puesto en marcha. Cuentan con sus propios gobernadores, jefes de policía y jueces.
La historia del mulá Moshlé es un buen retrato de cómo los hombres del mulá Omar [jefe histórico de los talibanes, aliado con Bin Laden] han conseguido resucitar de sus cenizas e instalarse en el oeste de Afganistán, una región que al principio les era hostil y que celebró como pocas su caída del poder. Moshlé fue jefe de distrito en la provincia de Ghor durante el reinado talibán. Tras el colapso de este régimen, se escapó a Pakistán, como la mayoría de sus correligionarios.
"Cuando recibí ayuda en Pakistán, regresé a formar la escuela en la que preparaba gente para la yihad, bajo la idea de conseguir nuestra independencia e implementar las leyes y la religión islámica en nuestro país", cuenta el mulá Moshlé. Lo hizo en el norte de Herat, en el distrito de Koskhi Khuna, muy cerca de donde combatieron los españoles esta semana. Llegó a entrenar a un centenar de jóvenes y los dirigió en varias acciones. Afirma que luchó contra los españoles en Badghis. Se jacta de que incluso llegó a destrozar dos de sus vehículos.
"Cuando llegué a Herat, yo no era bienvenido. El 85% de la gente apoyaba al Gobierno y a los extranjeros. Tenían fe en ellos, en su promesa de reconstrucción, de seguridad, de respeto hacia nuestra cultura. Poco a poco se dieron cuenta de que no era así. Empezaron a matar a inocentes con sus bombardeos y a promover el cristianismo. No ha habido reconstrucción y no hay seguridad. La gente no puede andar por los caminos sin que le roben. Ahora el 85% de la gente nos apoya a nosotros", afirma.
El 85% es un porcentaje muy elevado, pero es indudable que los talibanes están ganando apoyo popular. No lo dicen ellos, lo reconoce hasta el Gobierno afgano. "Si no contaran con apoyo en la población, no podrían hacer lo que hacen. La comunidad es para los talibanes lo que una pecera para un pez; sin el agua que hay en ella, el pez moriría", dice el gobernador de Herat, el doctor Ahmad Yusuf Nuristani.
Ahora los talibanes se cuentan por miles en la parte de Afganistán donde se encuentra el grueso de los españoles. Un buen ejemplo de este crecimiento es la provincia de Badghis, sobre la que los españoles tienen responsabilidad directa. En 2006 prácticamente nadie hablaba de los talibanes en la zona. El lugar parecía remoto incluso para ellos. En 2007, los servicios españoles de inteligencia dijeron que había 200. Al año siguiente eran 2.000. Ahora las estimaciones del espionaje afgano hablan de más de 2.500 militantes, divididos en 85 grupos. Es decir, que en Badghis hay más de cinco talibanes por cada soldado español.
Los comandantes de la insurgencia conciben Badghis como la punta de lanza de su avance hacia el norte. "Badghis es muy importante para nosotros porque podemos cortar la carretera entre Herat y el norte y nos puede conectar con Irán. Así podremos obtener más apoyo de Irán. Mucha gente nos apoya en Badghis", dice el mulá Moshlé.
Los talibanes de la provincia están bien armados y no les falta el dinero. Les financia el opio que se cultiva en el 50% de las aldeas y los impuestos que cobran. "Todo el que quiere realizar un proyecto en las zonas donde hay talibanes, ha de llegar a un acuerdo con ellos. Si no, es imposible. Es fácil, les pagas el 10% del presupuesto total de la obra y te dejan trabajar", explica Abdel Karim Mashrah, un contratista. Varias de las empresas que ha contratado el contingente español para realizar proyectos en la zona han tenido que pagar a los talibanes.
A eso suman el apoyo de países vecinos. "Nos apoyan Pakistán, Irán y otros, como China, algunos de la antigua Unión Soviética. La ayuda de Pakistán e Irán es conocida por todos. El apoyo de otros países aún se mantiene en secreto. Algunos están dando dinero y otros, armas", nos contó hace algunos meses el mulá Meshr, un comandante insurgente que decidió entregar las armas.
En muchas zonas de esta parte de Afganistán, los insurgentes equivalen al Estado. Proveen lo básico: orden y justicia. A su modo, por supuesto. Brutal como pocos. Jueces talibanes recorren el territorio impartiendo justicia. Los contendientes presentan su caso y se soluciona en cuestión de minutos. Un ladrón pillado in fraganti: una mano cortada. Un asesinato: una ejecución a manos de la familia de la víctima. Intolerable para un occidental, sumamente efectivo para un afgano.
"Nosotros valoramos la reconstrucción que está haciendo el contingente español, pero necesitamos que hagan más en materia de seguridad. Deberían ir a las zonas talibanes, buscarlos y acabar con ellos. Limpiar el área. La reconstrucción sin seguridad no nos sirve de nada. Ahora mismo lo único que controlan el Gobierno de Karzai y las tropas extranjeras es la capital y sus alrededores. El resto es talibán", afirma Mayid Khan, un político de Badghis. Pero las tropas españolas no pueden hacer eso. "Nosotros somos un equipo de reconstrucción. Combatir ofensivamente no es nuestro trabajo", comentaba hace unos meses el entonces jefe de la base de Qala-i-Now, el coronel Emilio Saravia.
Los talibanes lo saben y lo explotan. El que fuera comandante supremo de la insurgencia en Badghis, el mulá Ghulam Dastagir, aseguraba por teléfono, poco antes de que lo mataran las fuerzas especiales estadounidenses: "En Badghis la estrategia es distinta que en el sur. Aquí no necesitamos pelear tanto para expandir nuestra influencia. No nos hace falta". Uno de sus sucesores, el maulavi Jamuladdin Mansoor, aún fue más preciso. "Preferimos a los españoles respecto a otros contingentes. Militarmente no son activos".
El viaje va llegando a su fin. Termina con quien empezó. Otra cita con el mulá Fateh Mohamed. Esta vez no es en una cueva, sino en una casa. Una habitación blanca. Una manta de colores a modo de escenario. La misma cara cubierta, pero ahora no está solo. Al lado de Fateh, un joven que lleva el cuerpo envuelto en explosivos. En la mano, envuelto con papel celo, un detonador. El próximo suicida ya está listo.
La batalla por el paso de Sabzak
El combate que el contingente español mantuvo el jueves pasado en el paso de Sabzak no ocurrió por casualidad. Los talibanes se marcaron esa carretera como objetivo durante el verano de 2008. El mulá Jamuladdin Mansoor, entonces al mando de los insurgentes en Badghis, envió a la zona a uno de sus lugartenientes. Su misión: reclutar milicianos entre las tribus de los dos lados del paso, tanto de Herat como de Badghis, y tejer alianzas con otros grupos de muyahidines que quisieran unirse a la "guerra santa" contra las tropas extranjeras. El hombre enviado por Mansoor no logró reclutar a más de 30 milicianos para su propósito.
El plan era ambicioso: aislar Badghis, la provincia bajo responsabilidad española, y convertirla en uno de sus principales feudos en todo el país. Para eso necesitaban controlar sus dos vías de acceso. La del norte, que recorre los distritos de Gormach y Bala Murghab, ya estaba bajo su dominio. Faltaba la del sur, el paso de Sabzak, un corredor de tierra y baches a 2.000 metros de altura, que es el cordón umbilical que une Badghis con Herat. La Agencia Española de Cooperación construyó parte de ese corredor, el que va desde la cima del paso hasta la ciudad de Qala-i-Now. El resto es un camino de cabras. Unos 140 kilómetros, que se tarda en recorrer más de cinco horas.
Sabzak era entonces pasto de los bandidos. Grupos más o menos armados que asaltaban a los transportistas para robar o exigir un dinero por pasar. No había ataques contra las tropas extranjeras. A los talibanes les llevó unos diez meses imponerse a esos bandidos, pero lo consiguieron a mediados del pasado mes de junio.
Entonces comenzaron a llegar los primeros informes que hablaban de puestos de control talibanes en la carretera. "La cortan cuando quieren y la levantan si ven que llega un convoy muy grande de fuerzas internacionales", comentó entonces una fuente del contingente español.
La situación se agravó en julio. Los convoyes estadounidenses empezaron a ser atacados regularmente y la OTAN temió que la vía quedara cortada definitivamente. Por eso pidió al contingente de tropas españolas que desplegara fuerzas en la zona. Lo hicieron el pasado domingo. Los insurgentes tardaron en reaccionar. Les llevó tres días. Según las informaciones que ha sido posible recoger, varios grupos de talibanes, apoyados por milicianos de otros grupos locales que se han sumado a la lucha pero que no responden directamente a la cadena de mando talibán, se desplazaron al lugar para coordinar un ataque. Lo lanzaron el miércoles. Y volvieron a hacerlo el jueves, en el que murieron 13 de sus hombres.
Poco más de una hora después de cada ataque, Qari Yousuf Ahmadi, el portavoz nacional de los talibanes, llamó a varios periodistas afganos. "Hemos sido nosotros", les dijo. Horas después, la ministra de Defensa, Carme Chacón, calificaba a los atacantes de "delincuentes comunes". En el estamento militar y en la comunidad de inteligencia no salían de su asombro. "No tenemos ni idea de dónde se ha sacado la ministra eso de los delincuentes comunes. No tiene ni pies ni cabeza", dijo una persona que sigue de cerca la situación en Afganistán.
http://www.elpais.com/articulo/internac ... uint_1/Tes
No saben si atacan a estadounidenses o a españoles. Sólo les importa luchar contra "los extranjeros". Lo dicen jefes talibanes entrevistados por un periodista español, al que aseguran que combatirán a las tropas españolas hasta que abandonen Afganistán
Por DAVID BERIAIN 06/09/2009
El talibán se sienta en la cueva, despacio. Cruza las piernas. Acuna el Kalashnikov en su regazo, lo acaricia, casi con ternura. Se ajusta el turbante que le cubre la cara. Fateh Mohamed, el mulá que ordenó la muerte de dos soldados españoles en noviembre de 2008, no quiere que su rostro quede registrado en la cámara.
Llevamos un rato esperando. Barba larga y atuendo tradicional afgano. Es lo convenido. Llamar la atención lo menos posible porque la cita no es en una montaña remota ni en un valle perdido. La cita es en plena ciudad de Herat, la capital del oeste afgano, a menos de diez minutos de la base donde viven más de 500 soldados españoles. Así de impunes se sienten hoy los talibanes. El lugar escogido para la entrevista es una pequeña cueva que sirve de capilla a los fieles. Un lugar santo para los islamistas, en los límites de un parque al que acuden mujeres con burka y sus hijos. El mulá Fateh no parece sentirse amenazado. Para nada.
No tenemos que esperar mucho antes de que nos hable de aquella mañana del domingo 9 de noviembre, el día en que España sufrió sus dos últimos caídos en territorio afgano. "Temprano por la mañana recibimos un informe de que un convoy de fuerzas extranjeras se acercaba. Fuimos para allá. Trajimos al suicida y lo preparamos", explica.
El suicida se llamaba Habibullah y tenía 18 años. El propio mulá Fateh lo había reclutado y entrenado. Era de su mismo pueblo. Una comarca de Herat llamada Shindand, uno de los lugares más azotados por los bombardeos de la OTAN en todo el país. Más de 200 civiles han muerto allí bajo unas bombas que buscaban talibanes y encontraron mujeres, ancianos y niños. La de Afganistán es una guerra sucia. Los insurgentes pelean la mayor parte de las veces desde lugares poblados, utilizando a los civiles como escudo. Saben que si al final las tropas internacionales atacan y los inocentes mueren, la población culpará a los extranjeros.
Desde luego, el suicida Habibullah lo hizo. Se lo dijo a su familia antes de morir matando: tenía que vengarse. "Estábamos contentos. Él se reía. Rezamos y lo lanzamos contra el objetivo", cuenta su comandante.
La venganza fue ciega. Ni Fateh Mohamed ni el suicida supieron que sus víctimas iban a ser españolas. De hecho creyeron que eran estadounidenses. Al fin y al cabo, los vehículos que usan son casi idénticos. El talibán nos cuenta que vio con sus propios ojos la explosión que mató al brigada Juan Andrés Suárez y al cabo primero Rubén Alonso Ríos. No le importó demasiado la confusión.
"No, no sabíamos si eran españoles o de otro país. Y no es importante para nosotros. Lo importante es que eran extranjeros. Tengo un mensaje para los españoles, en especial para las familias de los dos soldados que murieron. Deberían pedirle al Gobierno español que se retire de Afganistán porque este es un país musulmán, un país islámico, y estamos en contra de los extranjeros. Si no se van, continuaremos atacándoles", dice.
El mulá Fateh es un buen ejemplo de la nueva remesa de jefe talibanes. Treinta y pocos años de edad, pastún, educado en el rigor de las escuelas coránicas y en la mitología de la guerra santa contra los soviéticos que mantuvieron ocupado su país. Obtuvo su bautismo de fuego cuando era casi imberbe. Su ideario es tan básico como atractivo a los ojos de un afgano. Divide el mundo entre los musulmanes y los infieles, los afganos y los extranjeros. Una dialéctica en la que sólo cabe la guerra.
El de Fateh es un mundo consagrado a la lucha, que hace de la simplicidad, fuerza; de la ignorancia, determinación. Un mundo que no busca explicarse ante nadie, que se presenta a esta entrevista más como un desafío que como una necesidad de contarle a España por qué mata a los soldados. Cree que los atentados del 11-S fueron un invento de los norteamericanos para invadir Afganistán y que Osama Bin Laden es un buen musulmán. Y no cree que eso le convierta en terrorista. "Nosotros no somos terroristas de Al Qaeda. Nosotros estamos peleando por nuestros derechos. Si nosotros vamos a otros países y los invadimos, esa gente pelearía en nuestra contra y no podríamos calificarlos de terroristas", dice.
La de Fateh fue nuestra primera vía de entrada al mundo clandestino de los talibanes. El encuentro se produjo en mayo. Hemos viajado durante dos meses y medio por Afganistán rastreando a los hombres que atacan y matan a españoles. Hemos hecho entrevistas y hemos introducido cámaras en esos grupos. (Cuatro ofrecerá este reportaje el próximo viernes).
Lo que nos hemos encontrado es una sociedad de guerreros. Un mundo que ha hecho de la interpretación más extrema del Islam una forma de sobrevivir a la eterna tragedia afgana. Un mundo tribal que se agarra a su código de honor con tanta o más fuerza que al Islam. Un mundo donde sólo se respeta al que lucha. Y las mujeres no luchan. Dice un dicho pastún: "Todas las mujeres son despreciables, incluidas tu madre y tu hermana". Un mundo de hombres, donde hasta los amores son entre hombres. Un mundo que engendra prácticas que uno no espera encontrarse entre los talibanes. Hemos visto a los fieros comandantes de la insurgencia disfrutando de los bailes eróticos de niños que danzaban por unas monedas.
España lleva ocho años desplegando soldados en Afganistán. Hace casi cinco decidió extender su misión a la zona oeste. Desde 2006, las tropas sufren ataques en esa parte del país, de manera más o menos regular. Poco se sabe sobre la naturaleza y la motivación de los hombres que aprietan el gatillo -o el detonador- para matar a españoles.
Cada vez que las tropas españolas han sufrido un ataque, el Ministerio de Defensa ha hablado de "criminales", "mafiosos", "milicianos motivados por intereses tribales", "bandidos"... El jueves pasado, después de que los insurgentes mantuvieran un combate de cinco horas contra una columna española de 25 vehículos blindados, la ministra Carme Chacón utilizó el término "delincuentes comunes" para describir a los que se enfrentaban a los españoles. Pocas veces se ha pronunciado con rotundidad la palabra "talibán". Tampoco se quiere utilizar el término "enemigo". La definición del conflicto y de quién son los adversarios es un terreno minado políticamente. La ambigüedad es tal que a veces alcanza hasta a los propios soldados españoles. En las 14 horas que pasamos en su base preguntamos a varios militares si consideraban a los talibanes su enemigo. Unos dijeron que sí. Otros, que no.
Los talibanes no tienen ese problema de definición. "Los españoles vinieron con los norteamericanos e invadieron nuestro país. Queremos que se vayan tan pronto como sea posible". El que habla ahora es Sayed Sha Moshlé, uno de los principales comandantes talibanes del oeste de Afganistán. Se encarga de gestionar la administración paralela que la insurgencia ha puesto en marcha. Cuentan con sus propios gobernadores, jefes de policía y jueces.
La historia del mulá Moshlé es un buen retrato de cómo los hombres del mulá Omar [jefe histórico de los talibanes, aliado con Bin Laden] han conseguido resucitar de sus cenizas e instalarse en el oeste de Afganistán, una región que al principio les era hostil y que celebró como pocas su caída del poder. Moshlé fue jefe de distrito en la provincia de Ghor durante el reinado talibán. Tras el colapso de este régimen, se escapó a Pakistán, como la mayoría de sus correligionarios.
"Cuando recibí ayuda en Pakistán, regresé a formar la escuela en la que preparaba gente para la yihad, bajo la idea de conseguir nuestra independencia e implementar las leyes y la religión islámica en nuestro país", cuenta el mulá Moshlé. Lo hizo en el norte de Herat, en el distrito de Koskhi Khuna, muy cerca de donde combatieron los españoles esta semana. Llegó a entrenar a un centenar de jóvenes y los dirigió en varias acciones. Afirma que luchó contra los españoles en Badghis. Se jacta de que incluso llegó a destrozar dos de sus vehículos.
"Cuando llegué a Herat, yo no era bienvenido. El 85% de la gente apoyaba al Gobierno y a los extranjeros. Tenían fe en ellos, en su promesa de reconstrucción, de seguridad, de respeto hacia nuestra cultura. Poco a poco se dieron cuenta de que no era así. Empezaron a matar a inocentes con sus bombardeos y a promover el cristianismo. No ha habido reconstrucción y no hay seguridad. La gente no puede andar por los caminos sin que le roben. Ahora el 85% de la gente nos apoya a nosotros", afirma.
El 85% es un porcentaje muy elevado, pero es indudable que los talibanes están ganando apoyo popular. No lo dicen ellos, lo reconoce hasta el Gobierno afgano. "Si no contaran con apoyo en la población, no podrían hacer lo que hacen. La comunidad es para los talibanes lo que una pecera para un pez; sin el agua que hay en ella, el pez moriría", dice el gobernador de Herat, el doctor Ahmad Yusuf Nuristani.
Ahora los talibanes se cuentan por miles en la parte de Afganistán donde se encuentra el grueso de los españoles. Un buen ejemplo de este crecimiento es la provincia de Badghis, sobre la que los españoles tienen responsabilidad directa. En 2006 prácticamente nadie hablaba de los talibanes en la zona. El lugar parecía remoto incluso para ellos. En 2007, los servicios españoles de inteligencia dijeron que había 200. Al año siguiente eran 2.000. Ahora las estimaciones del espionaje afgano hablan de más de 2.500 militantes, divididos en 85 grupos. Es decir, que en Badghis hay más de cinco talibanes por cada soldado español.
Los comandantes de la insurgencia conciben Badghis como la punta de lanza de su avance hacia el norte. "Badghis es muy importante para nosotros porque podemos cortar la carretera entre Herat y el norte y nos puede conectar con Irán. Así podremos obtener más apoyo de Irán. Mucha gente nos apoya en Badghis", dice el mulá Moshlé.
Los talibanes de la provincia están bien armados y no les falta el dinero. Les financia el opio que se cultiva en el 50% de las aldeas y los impuestos que cobran. "Todo el que quiere realizar un proyecto en las zonas donde hay talibanes, ha de llegar a un acuerdo con ellos. Si no, es imposible. Es fácil, les pagas el 10% del presupuesto total de la obra y te dejan trabajar", explica Abdel Karim Mashrah, un contratista. Varias de las empresas que ha contratado el contingente español para realizar proyectos en la zona han tenido que pagar a los talibanes.
A eso suman el apoyo de países vecinos. "Nos apoyan Pakistán, Irán y otros, como China, algunos de la antigua Unión Soviética. La ayuda de Pakistán e Irán es conocida por todos. El apoyo de otros países aún se mantiene en secreto. Algunos están dando dinero y otros, armas", nos contó hace algunos meses el mulá Meshr, un comandante insurgente que decidió entregar las armas.
En muchas zonas de esta parte de Afganistán, los insurgentes equivalen al Estado. Proveen lo básico: orden y justicia. A su modo, por supuesto. Brutal como pocos. Jueces talibanes recorren el territorio impartiendo justicia. Los contendientes presentan su caso y se soluciona en cuestión de minutos. Un ladrón pillado in fraganti: una mano cortada. Un asesinato: una ejecución a manos de la familia de la víctima. Intolerable para un occidental, sumamente efectivo para un afgano.
"Nosotros valoramos la reconstrucción que está haciendo el contingente español, pero necesitamos que hagan más en materia de seguridad. Deberían ir a las zonas talibanes, buscarlos y acabar con ellos. Limpiar el área. La reconstrucción sin seguridad no nos sirve de nada. Ahora mismo lo único que controlan el Gobierno de Karzai y las tropas extranjeras es la capital y sus alrededores. El resto es talibán", afirma Mayid Khan, un político de Badghis. Pero las tropas españolas no pueden hacer eso. "Nosotros somos un equipo de reconstrucción. Combatir ofensivamente no es nuestro trabajo", comentaba hace unos meses el entonces jefe de la base de Qala-i-Now, el coronel Emilio Saravia.
Los talibanes lo saben y lo explotan. El que fuera comandante supremo de la insurgencia en Badghis, el mulá Ghulam Dastagir, aseguraba por teléfono, poco antes de que lo mataran las fuerzas especiales estadounidenses: "En Badghis la estrategia es distinta que en el sur. Aquí no necesitamos pelear tanto para expandir nuestra influencia. No nos hace falta". Uno de sus sucesores, el maulavi Jamuladdin Mansoor, aún fue más preciso. "Preferimos a los españoles respecto a otros contingentes. Militarmente no son activos".
El viaje va llegando a su fin. Termina con quien empezó. Otra cita con el mulá Fateh Mohamed. Esta vez no es en una cueva, sino en una casa. Una habitación blanca. Una manta de colores a modo de escenario. La misma cara cubierta, pero ahora no está solo. Al lado de Fateh, un joven que lleva el cuerpo envuelto en explosivos. En la mano, envuelto con papel celo, un detonador. El próximo suicida ya está listo.
La batalla por el paso de Sabzak
El combate que el contingente español mantuvo el jueves pasado en el paso de Sabzak no ocurrió por casualidad. Los talibanes se marcaron esa carretera como objetivo durante el verano de 2008. El mulá Jamuladdin Mansoor, entonces al mando de los insurgentes en Badghis, envió a la zona a uno de sus lugartenientes. Su misión: reclutar milicianos entre las tribus de los dos lados del paso, tanto de Herat como de Badghis, y tejer alianzas con otros grupos de muyahidines que quisieran unirse a la "guerra santa" contra las tropas extranjeras. El hombre enviado por Mansoor no logró reclutar a más de 30 milicianos para su propósito.
El plan era ambicioso: aislar Badghis, la provincia bajo responsabilidad española, y convertirla en uno de sus principales feudos en todo el país. Para eso necesitaban controlar sus dos vías de acceso. La del norte, que recorre los distritos de Gormach y Bala Murghab, ya estaba bajo su dominio. Faltaba la del sur, el paso de Sabzak, un corredor de tierra y baches a 2.000 metros de altura, que es el cordón umbilical que une Badghis con Herat. La Agencia Española de Cooperación construyó parte de ese corredor, el que va desde la cima del paso hasta la ciudad de Qala-i-Now. El resto es un camino de cabras. Unos 140 kilómetros, que se tarda en recorrer más de cinco horas.
Sabzak era entonces pasto de los bandidos. Grupos más o menos armados que asaltaban a los transportistas para robar o exigir un dinero por pasar. No había ataques contra las tropas extranjeras. A los talibanes les llevó unos diez meses imponerse a esos bandidos, pero lo consiguieron a mediados del pasado mes de junio.
Entonces comenzaron a llegar los primeros informes que hablaban de puestos de control talibanes en la carretera. "La cortan cuando quieren y la levantan si ven que llega un convoy muy grande de fuerzas internacionales", comentó entonces una fuente del contingente español.
La situación se agravó en julio. Los convoyes estadounidenses empezaron a ser atacados regularmente y la OTAN temió que la vía quedara cortada definitivamente. Por eso pidió al contingente de tropas españolas que desplegara fuerzas en la zona. Lo hicieron el pasado domingo. Los insurgentes tardaron en reaccionar. Les llevó tres días. Según las informaciones que ha sido posible recoger, varios grupos de talibanes, apoyados por milicianos de otros grupos locales que se han sumado a la lucha pero que no responden directamente a la cadena de mando talibán, se desplazaron al lugar para coordinar un ataque. Lo lanzaron el miércoles. Y volvieron a hacerlo el jueves, en el que murieron 13 de sus hombres.
Poco más de una hora después de cada ataque, Qari Yousuf Ahmadi, el portavoz nacional de los talibanes, llamó a varios periodistas afganos. "Hemos sido nosotros", les dijo. Horas después, la ministra de Defensa, Carme Chacón, calificaba a los atacantes de "delincuentes comunes". En el estamento militar y en la comunidad de inteligencia no salían de su asombro. "No tenemos ni idea de dónde se ha sacado la ministra eso de los delincuentes comunes. No tiene ni pies ni cabeza", dijo una persona que sigue de cerca la situación en Afganistán.
http://www.elpais.com/articulo/internac ... uint_1/Tes
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Re: Notícias de Afeganistão
Domingo, 6 de setembro de 2009, 14:12 | Online
Comissão eleitoral vai anular votos de 447 seções afegãs
AE-AP - Agencia Estado
CABUL - As autoridades afegãs informaram hoje que irão desconsiderar votos de cerca de 447 locais de votações em todo o Afeganistão em função de alegações de fraudes durante a eleição presidencial, ocorridas em 20 de agosto. Aos poucos, a comissão eleitoral está divulgando os resultados da eleição. O chefe da Comissão Independente de Eleição, Daoud Ali Najafi, não disse quantos votos foram afetados pelas alegações de fraude.
Os dados mais recentes mostram que o presidente Hamid Jarzai está próximo da maioria total, com 48,6% dos votos válidos. O seu principal oponente, Abdullah Abdullah possui 30,7% dos votos. Os números são baseados na apuração de 75% das urnas do país. Os resultados não serão finalizados até o final do mês, depois que as alegações de fraudes tenham sido investigadas.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 0465,0.htm
Comissão eleitoral vai anular votos de 447 seções afegãs
AE-AP - Agencia Estado
CABUL - As autoridades afegãs informaram hoje que irão desconsiderar votos de cerca de 447 locais de votações em todo o Afeganistão em função de alegações de fraudes durante a eleição presidencial, ocorridas em 20 de agosto. Aos poucos, a comissão eleitoral está divulgando os resultados da eleição. O chefe da Comissão Independente de Eleição, Daoud Ali Najafi, não disse quantos votos foram afetados pelas alegações de fraude.
Os dados mais recentes mostram que o presidente Hamid Jarzai está próximo da maioria total, com 48,6% dos votos válidos. O seu principal oponente, Abdullah Abdullah possui 30,7% dos votos. Os números são baseados na apuração de 75% das urnas do país. Os resultados não serão finalizados até o final do mês, depois que as alegações de fraudes tenham sido investigadas.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 0465,0.htm
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Re: Notícias de Afeganistão
Alefbay-e Afghan (Mohsen Makhmalbaf, 2002)
Título em Português: Alfabeto Afegão
Gênero: Documentário
Diretor: Mohsen Makhmalbaf
Duração: 46 minutos
Ano de Lançamento: 2002
País de Origem: Iran
Idioma do Áudio: Farsi
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0315148/
Elenco:
Ghafour Barahouyi ... Himself
Maryam Ozbak ... Herself
Premiações:
1. Thessaloniki 4th festival , Honorary Humanitarian Award (Greece) 2002
2. "Best Film Award"from Document ART International Film Festival, (Germany) 2002.
Crítica:
O Taliban já não era um regime político no Afeganistão, mas ainda era uma cultura. O bombardeamento pode arruinar um regime político, mas não pode mudar uma cultura. Você não pode livrar uma mulher que está aprisionada em um burqa com um míssil. A garota afegã precisa de educação. Ela não sabe que ela não sabe. Ela é prisioneira, mas ela não sabe que é prisioneira da pobreza, da ignorância, do preconceito, do chauvinismo machista e da superstição. 95% das mulheres e 80% dos homens no Afeganistão não têm a oportunidade de frequentar a escola mesmo depois do Taliban. O filme procura a chave perdida que consiga abrir a fechadura dos problemas culturais do Afeganistão.
Mohsen Makhmalbaf
Link Oficial: http://www.makhmalbaf.com/gallery.php?g=70
Título em Português: Alfabeto Afegão
Gênero: Documentário
Diretor: Mohsen Makhmalbaf
Duração: 46 minutos
Ano de Lançamento: 2002
País de Origem: Iran
Idioma do Áudio: Farsi
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0315148/
Elenco:
Ghafour Barahouyi ... Himself
Maryam Ozbak ... Herself
Premiações:
1. Thessaloniki 4th festival , Honorary Humanitarian Award (Greece) 2002
2. "Best Film Award"from Document ART International Film Festival, (Germany) 2002.
Crítica:
O Taliban já não era um regime político no Afeganistão, mas ainda era uma cultura. O bombardeamento pode arruinar um regime político, mas não pode mudar uma cultura. Você não pode livrar uma mulher que está aprisionada em um burqa com um míssil. A garota afegã precisa de educação. Ela não sabe que ela não sabe. Ela é prisioneira, mas ela não sabe que é prisioneira da pobreza, da ignorância, do preconceito, do chauvinismo machista e da superstição. 95% das mulheres e 80% dos homens no Afeganistão não têm a oportunidade de frequentar a escola mesmo depois do Taliban. O filme procura a chave perdida que consiga abrir a fechadura dos problemas culturais do Afeganistão.
Mohsen Makhmalbaf
Link Oficial: http://www.makhmalbaf.com/gallery.php?g=70
Re: Notícias de Afeganistão
07/09/2009 - 11h31
Suspeitas de fraude na eleição afegã ganham força
CABUL, Afeganistão, 7 Set 2009 (AFP) - As suspeitas de fraudes na eleição presidencial afegã ganharam força, depois que milhares de votos foram anulados, ao mesmo tempo que cresce a preocupação do Ocidente com o futuro di país.
Com o avanço da apuração do pleito de 20 de agosto, o atual presidente Hamid Karzai se aproxima dos 50% necessários para evitar o segundo turno contra o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
Mas a credibilidade do resultado se vê minada por acusações de fraude e intimidação por parte dos partidários de Karzai.
Segundo os últimos resultados parciais anunciados domingo, Karzai tem 48,6% dos votos, contra 31,7% para Abdullah.
Mas quase 200.000 votos foram anulados por fraude, segundo a comissão eleitoral.
Zekria Barakzai, diretor adjunto da comissão, afirmou que funcionários detectaram a maior parte dos votos fraudulentos nas províncias meridionais de Paktika, Ghazi e Kandahar, redutos de Karzai.
Barakzai destacou que muitas cédulas foram marcadas com lápis a favor do mesmo candidato.
O ex-chanceler Abdullah afirmou que grande parte da fraude cometida favorece Karzai e ameaçou não reconhecer o resultado.
Segundo o jornal New York Times, partidários de Karzai instalaram centenas de seções eleitorais fictícias, nas quais ninguém votou mas foram registradas milhares de cédulas favoráveis ao atual presidente.
O resultado final não deve ser divulgado antes de 17 de setembro.
Ao mesmo tempo, os talibãs continuam fazendo vítimas entre as forças internacionais.
No domingo, quatro soldados da força da Otan no Afeganistão (Isaf) morreram em ataques no sul do país. Nesta segunda-feira, um foguete lançado contra uma casa em Cabul matou três membros da mesma família.
Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, Karzai afirma que espera manter conversações de paz com os talibãs nos 100 primeiros dias de seu mandato se for confirmado como presidente por outros cinco anos.
No entanto, insistiu que não negociará com nenhuma facção que se recusar a cortar os vínculos com a Al-Qaeda ou não respeiar a Constituição.
As suspeitas de fraude também têm efeito no Ocidente. Nos Estados Unidos e Europa, as pesquisas mostram um apoio cada vez menor à intervenção militar no Afeganistão.
Mais de 300 soldados estrangeiros morreram no país asiático no decorrer do ano, contra 294 em todo 2008.
Alemanha, Grã-Bretanha e França, que enfrentam uma opinião pública hostil, anunciaram planos para celebrar uma conferência internacional sobre o Afeganistão no fim do ano.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25639.jhtm
Suspeitas de fraude na eleição afegã ganham força
CABUL, Afeganistão, 7 Set 2009 (AFP) - As suspeitas de fraudes na eleição presidencial afegã ganharam força, depois que milhares de votos foram anulados, ao mesmo tempo que cresce a preocupação do Ocidente com o futuro di país.
Com o avanço da apuração do pleito de 20 de agosto, o atual presidente Hamid Karzai se aproxima dos 50% necessários para evitar o segundo turno contra o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
Mas a credibilidade do resultado se vê minada por acusações de fraude e intimidação por parte dos partidários de Karzai.
Segundo os últimos resultados parciais anunciados domingo, Karzai tem 48,6% dos votos, contra 31,7% para Abdullah.
Mas quase 200.000 votos foram anulados por fraude, segundo a comissão eleitoral.
Zekria Barakzai, diretor adjunto da comissão, afirmou que funcionários detectaram a maior parte dos votos fraudulentos nas províncias meridionais de Paktika, Ghazi e Kandahar, redutos de Karzai.
Barakzai destacou que muitas cédulas foram marcadas com lápis a favor do mesmo candidato.
O ex-chanceler Abdullah afirmou que grande parte da fraude cometida favorece Karzai e ameaçou não reconhecer o resultado.
Segundo o jornal New York Times, partidários de Karzai instalaram centenas de seções eleitorais fictícias, nas quais ninguém votou mas foram registradas milhares de cédulas favoráveis ao atual presidente.
O resultado final não deve ser divulgado antes de 17 de setembro.
Ao mesmo tempo, os talibãs continuam fazendo vítimas entre as forças internacionais.
No domingo, quatro soldados da força da Otan no Afeganistão (Isaf) morreram em ataques no sul do país. Nesta segunda-feira, um foguete lançado contra uma casa em Cabul matou três membros da mesma família.
Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, Karzai afirma que espera manter conversações de paz com os talibãs nos 100 primeiros dias de seu mandato se for confirmado como presidente por outros cinco anos.
No entanto, insistiu que não negociará com nenhuma facção que se recusar a cortar os vínculos com a Al-Qaeda ou não respeiar a Constituição.
As suspeitas de fraude também têm efeito no Ocidente. Nos Estados Unidos e Europa, as pesquisas mostram um apoio cada vez menor à intervenção militar no Afeganistão.
Mais de 300 soldados estrangeiros morreram no país asiático no decorrer do ano, contra 294 em todo 2008.
Alemanha, Grã-Bretanha e França, que enfrentam uma opinião pública hostil, anunciaram planos para celebrar uma conferência internacional sobre o Afeganistão no fim do ano.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25639.jhtm
Re: Notícias de Afeganistão
07/09/2009 - 06h13
Karzai se queixa que Washington o ataca porque o quer mais dócil
Paris, 7 set (EFE).- O presidente afegão, Hamid Karzai, acusou os Estados Unidos de atacar-lhe porque queria que ele fosse mais submisso, e insistiu em defender os resultados que saiam das eleições presidenciais apesar das irregularidades, "inevitáveis" em um país como o seu.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal francês "Le Figaro", Karzai considera que os ataques de Washington contra algum de seus colaboradores mais próximos são na realidade dirigidos contra ele, porque os americanos gostariam que fosse "mais dócil".
"Se equivocam, porque seu interesse como amigos e aliados é que o Afeganistão tenha um presidente respeitado por seu povo. Ninguém tem interesse em que o presidente afegão se transforme em uma marionete americana", afirma o atual presidente.
Até agora, e com dados referidos a 74,2% dos colégios, Karzai conseguiu 48,6% dos votos, embora grande parte dos colégios que restam por contar estão em suas fortificações pashtuns do sul e do leste afegãos.
Só será necessário o segundo turno se nenhum dos candidatos obtiver 50% dos votos.
Karzai espera também "melhorar seu resultado" com o apoio "suplementar" da comunidade uzbeque e uma boa parte dos hazaras e tayikos do país, aos quais atraiu em parte na campanha mediante acordos com alguns "senhores da guerra".
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 46107.jhtm
Karzai se queixa que Washington o ataca porque o quer mais dócil
Paris, 7 set (EFE).- O presidente afegão, Hamid Karzai, acusou os Estados Unidos de atacar-lhe porque queria que ele fosse mais submisso, e insistiu em defender os resultados que saiam das eleições presidenciais apesar das irregularidades, "inevitáveis" em um país como o seu.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal francês "Le Figaro", Karzai considera que os ataques de Washington contra algum de seus colaboradores mais próximos são na realidade dirigidos contra ele, porque os americanos gostariam que fosse "mais dócil".
"Se equivocam, porque seu interesse como amigos e aliados é que o Afeganistão tenha um presidente respeitado por seu povo. Ninguém tem interesse em que o presidente afegão se transforme em uma marionete americana", afirma o atual presidente.
Até agora, e com dados referidos a 74,2% dos colégios, Karzai conseguiu 48,6% dos votos, embora grande parte dos colégios que restam por contar estão em suas fortificações pashtuns do sul e do leste afegãos.
Só será necessário o segundo turno se nenhum dos candidatos obtiver 50% dos votos.
Karzai espera também "melhorar seu resultado" com o apoio "suplementar" da comunidade uzbeque e uma boa parte dos hazaras e tayikos do país, aos quais atraiu em parte na campanha mediante acordos com alguns "senhores da guerra".
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 46107.jhtm
Re: Notícias de Afeganistão
06/09/2009 - 23h15
Bombardeio no Afeganistão revela sinais de tensão entre EUA e Alemanha
da Folha Online
A chanceler alemã Angela Merkel pediu neste domingo uma "profunda e rápida" investigação feita pela Otan (aliança militar ocidental) sobre os acontecimentos em torno de um ataque aéreo americano ordenado por um comandante alemão que, segundo autoridades afegãs, matou 70 pessoas, incluindo civis, na última sexta-feira (4).
"O governo alemão e eu, pessoalmente, queremos ver uma equipe de investigação da Otan rapidamente reunida que vai conduzir uma completa e rápida explicação do que aconteceu e se houve civis mortos", disse Merkel.
O episódio revelou tensões entre os dois aliados, em relação à responsabilidade sobre as mortes.
Além de pedir uma investigação sobre o caso, Merkel, falando ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, também manifestou neste domingo seu apoio a uma discussão mais ampla sobre o futuro do Afeganistão, em uma conferência da ONU (Organização das Nações Unidas).
Durante um breve comparecimento diante da imprensa, ambos comentaram que pressionarão, junto ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que um detalhado plano quinquenal seja elaborado, com o objetivo de que o governo afegão assuma gradualmente suas responsabilidades em matéria de segurança e de administração do país.
Autoridades da ONU disseram na sexta-feira que o organismo está buscando definir um encontro no Afeganistão no início do próximo ano, a fim de tentar resolver questões de ordem política e econômica no país.
Mas o motivo mais imediato de divergências é o ataque aéreo na região de Kunduz, foi solicitado na sexta-feira por um comandante alemão depois que insurgentes talebans roubaram dois caminhões-tanque cheios de combustível.
As autoridades afegãs dizem que cerca de 70 pessoas morreram no ataque. Funcionários da Otan confirmaram que civis foram feridos, mas não disseram se algum morreu.
"Se civis foram mortos, então eu lamento profundamente, naturalmente ", disse Merkel.
Os alemães têm visto cada vez mais a participação do seu país no Afeganistão com ceticismo e o incidente da semana passada levantou a questão de quanto tempo mais as tropas do país continuarão em campo, em um momento no qual o país se prepara para as eleições parlamentares de 27 de setembro, das quais depende a permanência de Merkel no poder.
As autoridades afegãs e da Otan estão apenas começando a investigar o caso, mas alemães e americanos parecem estar tentando se esquivar de culpa no episódio.
O ministro da Defesa alemão, Franz Josef Jung, disse que a posse pelo Taleban dos dois caminhões "representava uma grave ameaça aos [...] soldados". Autoridades alemãs disseram que os caminhões poderiam ter sido usados como bombas suicidas.
Entretanto, o contra-almirante americano Gregory J. Smith, principal porta-voz dos EUA e da Otan no país, disse que as tropas alemãs deixaram se passar muitas horas antes de visitar o local do ataque na sexta-feira.
Ele disse que é importante guardar os locais de ataques e determinar o que aconteceu antes de o inimigo divulgar sua própria versão dos acontecimentos.
Neste domingo, Smith disse que no julgamento do general americano Stanley McChrystal, comandante-geral das tropas ocidentais no Afeganistão, o tempo de resposta "foi provavelmente maior do que deveria ter sido."
As tropas alemãs no Afeganistão têm sido criticadas por evitar as operações de combate, mesmo no momento em que os militantes islâmicos têm cada vez mais se infiltrado no norte do Afeganistão, desestabilizando uma região relativamente pacífica nos últimos anos.
Comandantes alemães, vendo imagens transmitidas por um avião americano, puderam ver que cerca de 120 pessoas cercavam o caminhão, disse McChrystal no sábado. Os comandantes decidiram que as pessoas eram militantes e ordenaram o ataque aéreo, disse o porta-voz, apesar de as imagens fornecidas pela aeronave ser granulada, com baixa definição.
A definição de se houve uma falha dos comandantes alemães ou do piloto americano que tenha levado à morte de civis pode se transformar em uma disputa interna da Otan.
Smith disse que os comandantes da força em terra, no caso, os oficiais alemães, "é que tomam a decisão para apoio aéreo próximo. Essa é a doutrina". Mas ele também disse que um piloto pode recusar uma ordem de bombardeio.
Com Associated Press, Efe e Reuters
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 0325.shtml
Bombardeio no Afeganistão revela sinais de tensão entre EUA e Alemanha
da Folha Online
A chanceler alemã Angela Merkel pediu neste domingo uma "profunda e rápida" investigação feita pela Otan (aliança militar ocidental) sobre os acontecimentos em torno de um ataque aéreo americano ordenado por um comandante alemão que, segundo autoridades afegãs, matou 70 pessoas, incluindo civis, na última sexta-feira (4).
"O governo alemão e eu, pessoalmente, queremos ver uma equipe de investigação da Otan rapidamente reunida que vai conduzir uma completa e rápida explicação do que aconteceu e se houve civis mortos", disse Merkel.
O episódio revelou tensões entre os dois aliados, em relação à responsabilidade sobre as mortes.
Além de pedir uma investigação sobre o caso, Merkel, falando ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, também manifestou neste domingo seu apoio a uma discussão mais ampla sobre o futuro do Afeganistão, em uma conferência da ONU (Organização das Nações Unidas).
Durante um breve comparecimento diante da imprensa, ambos comentaram que pressionarão, junto ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que um detalhado plano quinquenal seja elaborado, com o objetivo de que o governo afegão assuma gradualmente suas responsabilidades em matéria de segurança e de administração do país.
Autoridades da ONU disseram na sexta-feira que o organismo está buscando definir um encontro no Afeganistão no início do próximo ano, a fim de tentar resolver questões de ordem política e econômica no país.
Mas o motivo mais imediato de divergências é o ataque aéreo na região de Kunduz, foi solicitado na sexta-feira por um comandante alemão depois que insurgentes talebans roubaram dois caminhões-tanque cheios de combustível.
As autoridades afegãs dizem que cerca de 70 pessoas morreram no ataque. Funcionários da Otan confirmaram que civis foram feridos, mas não disseram se algum morreu.
"Se civis foram mortos, então eu lamento profundamente, naturalmente ", disse Merkel.
Os alemães têm visto cada vez mais a participação do seu país no Afeganistão com ceticismo e o incidente da semana passada levantou a questão de quanto tempo mais as tropas do país continuarão em campo, em um momento no qual o país se prepara para as eleições parlamentares de 27 de setembro, das quais depende a permanência de Merkel no poder.
As autoridades afegãs e da Otan estão apenas começando a investigar o caso, mas alemães e americanos parecem estar tentando se esquivar de culpa no episódio.
O ministro da Defesa alemão, Franz Josef Jung, disse que a posse pelo Taleban dos dois caminhões "representava uma grave ameaça aos [...] soldados". Autoridades alemãs disseram que os caminhões poderiam ter sido usados como bombas suicidas.
Entretanto, o contra-almirante americano Gregory J. Smith, principal porta-voz dos EUA e da Otan no país, disse que as tropas alemãs deixaram se passar muitas horas antes de visitar o local do ataque na sexta-feira.
Ele disse que é importante guardar os locais de ataques e determinar o que aconteceu antes de o inimigo divulgar sua própria versão dos acontecimentos.
Neste domingo, Smith disse que no julgamento do general americano Stanley McChrystal, comandante-geral das tropas ocidentais no Afeganistão, o tempo de resposta "foi provavelmente maior do que deveria ter sido."
As tropas alemãs no Afeganistão têm sido criticadas por evitar as operações de combate, mesmo no momento em que os militantes islâmicos têm cada vez mais se infiltrado no norte do Afeganistão, desestabilizando uma região relativamente pacífica nos últimos anos.
Comandantes alemães, vendo imagens transmitidas por um avião americano, puderam ver que cerca de 120 pessoas cercavam o caminhão, disse McChrystal no sábado. Os comandantes decidiram que as pessoas eram militantes e ordenaram o ataque aéreo, disse o porta-voz, apesar de as imagens fornecidas pela aeronave ser granulada, com baixa definição.
A definição de se houve uma falha dos comandantes alemães ou do piloto americano que tenha levado à morte de civis pode se transformar em uma disputa interna da Otan.
Smith disse que os comandantes da força em terra, no caso, os oficiais alemães, "é que tomam a decisão para apoio aéreo próximo. Essa é a doutrina". Mas ele também disse que um piloto pode recusar uma ordem de bombardeio.
Com Associated Press, Efe e Reuters
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 0325.shtml
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Re: Notícias de Afeganistão
OBAMA NO RUBICÃO.
Por Patrick J. Buchanan – 9/09/09.
Se o aforismo se mantém – a guerrilha vence se não perde – o Taliban está vencendo e a América está perdendo a guerra no Afeganistão.
Bem adentrados no oitavo ano da guerra, o Taliban é mais numeroso do que nunca, inflige mais baixas do que nunca, opera em mais províncias do que nunca e controla mais território do que nunca. E suas táticas são mais sofisticadas.
O general Stanley McChrystal chama a situação de “séria”. O Presidente dos Chefes Combinados de Estado-Maior, almirante Michael Mullen a chama de “séria” e “em deterioração”.
O presidente Obama, portanto, confronta uma decisão que poderá decidir o destino de sua presidência. Pois, se a situação é grave e em deterioração, ele não pode ficar sem fazer nada. A inação convida, se não assegura, a derrota.
Irá ele cortar as baixas americanas, descartar o Afeganistão como indigno de mais sangue e tesouro americanos, e executar uma retirada estratégica?
Ou ele se tornará o presidente de guerra que enviará para McChrystal os vários milhares de soldados americanos necessários para evitar a derrota pelos anos necessários para recrutar e adestrar um exército afegão que possa e queira defender o regime de Cabul, e pacificar o país?
O Afeganistão está sendo chamado de o Vietnam de Obama.
Ele pode virar isto, e derrubar sua presidência, como o Vietnam derrubou a de Lyndon Johnson. Mas o Afeganistão ainda não é o Vietnam, em termos, seja de tropa empenhada ou baixas sofridas.
Os 68 mil americanos que estarão no Afeganistão, pelo fim do ano, são um oitavo das forças no Vietnam, quando Richard Nixon começou a trazê-los para casa. O Vietnam custou as vidas de 58 mil americanos. As mil baixas que o Afeganistão tem custado aos Estados Unidos são, apenas, um quinto das baixas americanas na Insurreição Filipina de 1899-1902.
Se compararmos o Afeganistão ao Vietnam, estamos perto de 1964, quando a Resolução do Golfo de Tonquim foi aprovada e o bombardeio do Norte começou, ou dezembro de 1965, quando os Fuzileiros Navais desembarcaram em Da Nang.
Obama ainda pode escolher não travar esta guerra.
Mas, se ele escolher assim, será acusado pelos republicanos e neo-conservadores de perder a coragem, por ter dado no pé, por ter perdido o que, ele mesmo, repetidas vezes chamou de uma “guerra de necessidade”, por ter abandonado a nobre causa pela qual muitos dos melhores e mais bravos da América já pagaram o preço final.
E, precisa ser dito: as conseqüências de uma retirada americana, hoje, serão, de longe, maiores do que se nunca tivéssemos entrado, ou se tivéssemos entrado, posto o Taliban fora de ação, e botado a al-Qaida para correr do país, saído e voltado para casa.
Ao invés, nós levamos a OTAN para dentro, colocamos dezenas de milhares de soldados lá dentro e proclamamos nossa determinação de construir uma democracia afegã que seria um modelo para o mundo islâmico, onde os direitos femininos seriam protegidos.
Após convidar o mundo para assistir como uma superpotência tem sucesso em abater uma tirania e criar uma democracia, nós fracassamos, e seremos vistos, pelo mundo inteiro, como tendo fracassado.
Embora não houvesse nenhum interesse vital dos Estados Unidos no Afeganistão, antes de entrarmos, nós investimos tanto sangue, dinheiro e prestígio que a retirada, agora, - implicando numa tomada de Cabul pelo Taliban – seria um desastre estratégico sem precedentes, desde a queda de Saigon.
Mas, e se Obama aprovar a requisição de McChrystal e colocar mais 20 mil a 40 mil soldados americanos na guerra?
Certamente, isto evitará qualquer derrota. Mas qual é a garantia de que isto trará para mais perto, a vitória duradoura? O Taliban nos tem acompanhado, escalada por escalada e, agora, está mais forte, militarmente, do que em qualquer momento, desde que a Aliança do Norte, com apoio aéreo americano, o colocou para correr de Cabul.
Quanto as conseqüências políticas da escalada, não há dúvida alguma.
Obama dividirá seu partido e seu país. Seu apoio afundará, seguramente, enquanto a lista de mortos e de feridos crescerá, inexoravelmente. Ele assistirá os aliados da OTAN, moverem-se para a porta de saída, deixando a América sozinha, para lutar ao lado dos afegãos, numa guerra, aparentemente, sem fim.
Considere. Se não existisse americano algum no Afeganistão, hoje, e o Taliban estivesse à beira da vitória, quantos de nós, exigiriam o deslocamento de 68 mil soldados para lutarem a fim de evitar que isso ocorresse? Poucos, se algum, imagina-se.
O que esta resposta sugere é que a principal razão para a luta não é porque o Afeganistão seja vital, mas porque não podemos aceitar a derrota americana e a humilhação que a retirada significará.
Portanto, eis o dilema de Obama: aceitar uma guerra mais sangrenta, mais longa, com pouca esperança de vitória final, uma decisão que poderá custar sua presidência. Ou ordenar uma retirada americana e aceitar a derrota, uma decisão que poderá custar sua presidência.
Em tais situações, os presidentes, com freqüência, decidem não decidir.
Harry Truman não pôde decidir na Coréia. LBJ não pôde decidir no Vietnam. Ambos perderam suas presidências. Ike e Nixon apareceram, cortaram as baixas americanas e saíram fora. O país recompensou ambos com um segundo mandato.
Por Patrick J. Buchanan – 9/09/09.
Se o aforismo se mantém – a guerrilha vence se não perde – o Taliban está vencendo e a América está perdendo a guerra no Afeganistão.
Bem adentrados no oitavo ano da guerra, o Taliban é mais numeroso do que nunca, inflige mais baixas do que nunca, opera em mais províncias do que nunca e controla mais território do que nunca. E suas táticas são mais sofisticadas.
O general Stanley McChrystal chama a situação de “séria”. O Presidente dos Chefes Combinados de Estado-Maior, almirante Michael Mullen a chama de “séria” e “em deterioração”.
O presidente Obama, portanto, confronta uma decisão que poderá decidir o destino de sua presidência. Pois, se a situação é grave e em deterioração, ele não pode ficar sem fazer nada. A inação convida, se não assegura, a derrota.
Irá ele cortar as baixas americanas, descartar o Afeganistão como indigno de mais sangue e tesouro americanos, e executar uma retirada estratégica?
Ou ele se tornará o presidente de guerra que enviará para McChrystal os vários milhares de soldados americanos necessários para evitar a derrota pelos anos necessários para recrutar e adestrar um exército afegão que possa e queira defender o regime de Cabul, e pacificar o país?
O Afeganistão está sendo chamado de o Vietnam de Obama.
Ele pode virar isto, e derrubar sua presidência, como o Vietnam derrubou a de Lyndon Johnson. Mas o Afeganistão ainda não é o Vietnam, em termos, seja de tropa empenhada ou baixas sofridas.
Os 68 mil americanos que estarão no Afeganistão, pelo fim do ano, são um oitavo das forças no Vietnam, quando Richard Nixon começou a trazê-los para casa. O Vietnam custou as vidas de 58 mil americanos. As mil baixas que o Afeganistão tem custado aos Estados Unidos são, apenas, um quinto das baixas americanas na Insurreição Filipina de 1899-1902.
Se compararmos o Afeganistão ao Vietnam, estamos perto de 1964, quando a Resolução do Golfo de Tonquim foi aprovada e o bombardeio do Norte começou, ou dezembro de 1965, quando os Fuzileiros Navais desembarcaram em Da Nang.
Obama ainda pode escolher não travar esta guerra.
Mas, se ele escolher assim, será acusado pelos republicanos e neo-conservadores de perder a coragem, por ter dado no pé, por ter perdido o que, ele mesmo, repetidas vezes chamou de uma “guerra de necessidade”, por ter abandonado a nobre causa pela qual muitos dos melhores e mais bravos da América já pagaram o preço final.
E, precisa ser dito: as conseqüências de uma retirada americana, hoje, serão, de longe, maiores do que se nunca tivéssemos entrado, ou se tivéssemos entrado, posto o Taliban fora de ação, e botado a al-Qaida para correr do país, saído e voltado para casa.
Ao invés, nós levamos a OTAN para dentro, colocamos dezenas de milhares de soldados lá dentro e proclamamos nossa determinação de construir uma democracia afegã que seria um modelo para o mundo islâmico, onde os direitos femininos seriam protegidos.
Após convidar o mundo para assistir como uma superpotência tem sucesso em abater uma tirania e criar uma democracia, nós fracassamos, e seremos vistos, pelo mundo inteiro, como tendo fracassado.
Embora não houvesse nenhum interesse vital dos Estados Unidos no Afeganistão, antes de entrarmos, nós investimos tanto sangue, dinheiro e prestígio que a retirada, agora, - implicando numa tomada de Cabul pelo Taliban – seria um desastre estratégico sem precedentes, desde a queda de Saigon.
Mas, e se Obama aprovar a requisição de McChrystal e colocar mais 20 mil a 40 mil soldados americanos na guerra?
Certamente, isto evitará qualquer derrota. Mas qual é a garantia de que isto trará para mais perto, a vitória duradoura? O Taliban nos tem acompanhado, escalada por escalada e, agora, está mais forte, militarmente, do que em qualquer momento, desde que a Aliança do Norte, com apoio aéreo americano, o colocou para correr de Cabul.
Quanto as conseqüências políticas da escalada, não há dúvida alguma.
Obama dividirá seu partido e seu país. Seu apoio afundará, seguramente, enquanto a lista de mortos e de feridos crescerá, inexoravelmente. Ele assistirá os aliados da OTAN, moverem-se para a porta de saída, deixando a América sozinha, para lutar ao lado dos afegãos, numa guerra, aparentemente, sem fim.
Considere. Se não existisse americano algum no Afeganistão, hoje, e o Taliban estivesse à beira da vitória, quantos de nós, exigiriam o deslocamento de 68 mil soldados para lutarem a fim de evitar que isso ocorresse? Poucos, se algum, imagina-se.
O que esta resposta sugere é que a principal razão para a luta não é porque o Afeganistão seja vital, mas porque não podemos aceitar a derrota americana e a humilhação que a retirada significará.
Portanto, eis o dilema de Obama: aceitar uma guerra mais sangrenta, mais longa, com pouca esperança de vitória final, uma decisão que poderá custar sua presidência. Ou ordenar uma retirada americana e aceitar a derrota, uma decisão que poderá custar sua presidência.
Em tais situações, os presidentes, com freqüência, decidem não decidir.
Harry Truman não pôde decidir na Coréia. LBJ não pôde decidir no Vietnam. Ambos perderam suas presidências. Ike e Nixon apareceram, cortaram as baixas americanas e saíram fora. O país recompensou ambos com um segundo mandato.