EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
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- Cassio
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Marechal... Respondendo:
Os bilhões continuam lá... Num projeto que foi certificado e terá duas aeronaves entregues conforme contrato.
Sim, vai receber, pois é o proprietário do projeto.
Não, a Boeing não receberá royalties por um projeto que não lhe pertence.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Ah, excelente, então, acho que posso dizer que o país não perde nada com a inclusão do KC390 no acordo com a Boeing, pelo contrário, só tem a ganhar, mas ainda suspeito que as alterações no acordo não tenham sido suficientes para os acionistas aprovarem, descobriremos em breve.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Cassio
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Marechal...
Independente de chicotear lá concordar ou não com a necessidade do acordo, ou com seu formato, nada está fechado e muitas etapas de aprovação serão necessárias... No Brasil e em vários países. Vários meses ainda isso se passar até que tudo seja aprovado, ou não.
Independente de chicotear lá concordar ou não com a necessidade do acordo, ou com seu formato, nada está fechado e muitas etapas de aprovação serão necessárias... No Brasil e em vários países. Vários meses ainda isso se passar até que tudo seja aprovado, ou não.
- knigh7
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- FCarvalho
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
É simples resolver isso. É só repetir no acordo da aviação comercial o que se propõe para a joint venture com o mesmo KC390.
Vamos ver se os americanos aceitam.
Abs
Vamos ver se os americanos aceitam.
Abs
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- Marcelo Ponciano
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Como diria o Grande Filósofo Cabo Daciolo:
Glória a Deus!!!!!
Por milagre divino desceu um pouco nacionalismo na classe política para o caso Boeing-Embraer.
Queria só ver o tamanho do pé na bunda que a Boeing ia levar se chegasse com uma proposta dessas na Suécia para se fundir com a SAAB.
Glória a Deus!!!!!
Por milagre divino desceu um pouco nacionalismo na classe política para o caso Boeing-Embraer.
Queria só ver o tamanho do pé na bunda que a Boeing ia levar se chegasse com uma proposta dessas na Suécia para se fundir com a SAAB.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
- Cassio
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Esse acordo vai sair. Precisa sair. Já quanto aos termos, sempre há espaço para negociação... Mas não acredito em nenhuma mudança muito radical no que já foi apresentado.
O acordo é necessário, já os termos, podem melhorar, mas o Boeing não abre mão de ter o controle.
O acordo é necessário, já os termos, podem melhorar, mas o Boeing não abre mão de ter o controle.
- FCarvalho
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
É simples. Quem mais precisa de quem nesse negócio?
Com certeza não somos nós.
Então, é colocar nossos termos e acabou-se a história.
Se quiser, bem, se não, é só ir cantar de galo em outra freguesia.
Abs
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- knigh7
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Acordo entre essas 2 empresas na área comercial precisa (para manter a competitividade já que a Bombardier está sendo engolfada pela Airbus) e vai haver.
O que o Bolsonaro não quer são esses termos do acordo. Disse que a Embraer é patrimônio do Brasil. Como escreveu o Marcelo agora, Glória a Deuxxx!
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
O que o Bolsonaro não quer são esses termos do acordo. Disse que a Embraer é patrimônio do Brasil. Como escreveu o Marcelo agora, Glória a Deuxxx!
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
- gabriel219
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Amém mesmo, pois esse acordo foi um lixo. Nem o Mercado Financeiro gostou, as ações da Embraer caíram 20% quando foi anunciado.
No mínimo deveria ser 60-40%, com o Joint-Venture comercial pro KC-390 e as áreas de Defesa intactas. O acordo de repassar a tecnologia em 5 anos é ridículo.
Como estava, era compra da Embraer travestida de fusão.
No mínimo deveria ser 60-40%, com o Joint-Venture comercial pro KC-390 e as áreas de Defesa intactas. O acordo de repassar a tecnologia em 5 anos é ridículo.
Como estava, era compra da Embraer travestida de fusão.
- Cassio
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Que acordo é esse de repassar a tecnologia em 5 anos, poderia explicar?????
- Túlio
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Governo diz em nota que não vetará acordo entre Boeing e Embraer
Acordo prevê a criação de uma nova empresa de aviação comercial. Governo tem ação 'golden share' e poderia vetar. 'Proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais', diz nota.
O Palácio do Planalto informou por meio de nota nesta quinta-feira (10) que o governo não exercerá o poder de veto ao acordo entre Boeing e Embraer para criação de uma nova empresa na área de aviação comercial.
De acordo com a nota, divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, o presidente Jair Bolsonaro foi informado durante reunião nesta quinta no Palácio do Planalto que a proposta final do acordo "preserva a soberania e os interesses nacionais".
Em dezembro, as duas empresas anunciaram que aprovaram os termos do acordo anunciado em julho do ano passado. A americana Boeing deterá 80% do novo negócio e a brasileira Embraer, os 20% restantes. Como controladora da empresa, a Boeing fará um pagamento de US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% maior que o inicialmente previsto.
O acordo entre a empresa americana e a brasileira precisava ser aprovado pelo governo brasileiro, que é dono de uma "golden share" (ação especial), que dá poder de veto em decisões estratégicas sobre a Embraer, como a transferência de controle acionário da empresa.
Bolsonaro esteve reunido com ministros nesta quinta para discutir o assunto. Na semana passada, o presidente fez ressalvas ao acordo, diante da possibilidade de a Embraer vender no futuro à Boeing os 20% que terá na nova empresa. Pelo acordo, após cinco anos, a Embraer poderá vender os 20% à parceira norte-americana.
"Nós não podemos, como está na última proposta, daqui cinco anos tudo ser passado para o outro lado", disse Bolsonaro na oportunidade.
Conforme documento elaborado pela Aeronáutica e divulgado pela assessoria do Planalto, o acordo entre Boeing e Embraer terá as seguintes "considerações gerais":
Não haverá mudança no controle da companhia.
Serão observados os interesses estratégicos e o respeito incondicional à golden share.
Serão mantidos todos os projetos em curso da área de Defesa.
Será mantida a produção no Brasil das aeronaves já desenvolvidas.
Haverá recebimento de dividendos relativos aos 20% da participação da Embraer na NewCo.
Serão mantidos os empregos atuais no Brasil.
Será mantida a capacidade do corpo de engenheiros da Embraer.
Haverá um caixa inicial da Embraer de, aproximadamente, US$ 1 bilhão.
Haverá preservação do sigilo e da prioridade do governo em definições em projetos de Defesa.
Serão mantidos os Royalties das aeronaves A-29 e KC-390.
Em nota divulgada nesta quinta pelas assessorias da Embraer e da Boeing, as empresas informaram que a expectativa é concluir a negociação até o final de 2019.
Segundo as companhias, após a anuência do governo brasileiro à negociação, o “próximo passo” será a “aprovação prévia dos termos do acordo” pelo Conselho de Administração da Embraer. A aprovação autorizará a assinatura dos documentos da operação.
Ainda conforme a nota, após esse aval, a “parceria será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo”.
Acordo na área de defesa
Além da parceria na aviação comercial, Boeing e Embraer fecharam acordo sobre os termos para criação de uma segunda empresa, a fim de promover e desenvolver novos mercados na área de defesa, envolvendo o avião multimissão KC-390.
De acordo com a parceria, a Embraer será a controladora desse negócio, com 51% de participação, e a Boeing, os 49% restantes.
Nota do Planalto
Leia a íntegra da nota divulgada pela Presidência da República:
NOTA À IMPRENSA
Em reunião realizada hoje com o Exmo. Sr. Presidente Jair Bolsonaro, com os Ministros da Defesa, do GSI, das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações; e representantes do Ministério da Economia e dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foram apresentados os termos das tratativas entre EMBRAER (privatizada desde 1994) e BOEING.
O Presidente foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais.
Diante disso, não será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
https://g1.globo.com/economia/noticia/2 ... raer.ghtml
Acordo prevê a criação de uma nova empresa de aviação comercial. Governo tem ação 'golden share' e poderia vetar. 'Proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais', diz nota.
O Palácio do Planalto informou por meio de nota nesta quinta-feira (10) que o governo não exercerá o poder de veto ao acordo entre Boeing e Embraer para criação de uma nova empresa na área de aviação comercial.
De acordo com a nota, divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, o presidente Jair Bolsonaro foi informado durante reunião nesta quinta no Palácio do Planalto que a proposta final do acordo "preserva a soberania e os interesses nacionais".
Em dezembro, as duas empresas anunciaram que aprovaram os termos do acordo anunciado em julho do ano passado. A americana Boeing deterá 80% do novo negócio e a brasileira Embraer, os 20% restantes. Como controladora da empresa, a Boeing fará um pagamento de US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% maior que o inicialmente previsto.
O acordo entre a empresa americana e a brasileira precisava ser aprovado pelo governo brasileiro, que é dono de uma "golden share" (ação especial), que dá poder de veto em decisões estratégicas sobre a Embraer, como a transferência de controle acionário da empresa.
Bolsonaro esteve reunido com ministros nesta quinta para discutir o assunto. Na semana passada, o presidente fez ressalvas ao acordo, diante da possibilidade de a Embraer vender no futuro à Boeing os 20% que terá na nova empresa. Pelo acordo, após cinco anos, a Embraer poderá vender os 20% à parceira norte-americana.
"Nós não podemos, como está na última proposta, daqui cinco anos tudo ser passado para o outro lado", disse Bolsonaro na oportunidade.
Conforme documento elaborado pela Aeronáutica e divulgado pela assessoria do Planalto, o acordo entre Boeing e Embraer terá as seguintes "considerações gerais":
Não haverá mudança no controle da companhia.
Serão observados os interesses estratégicos e o respeito incondicional à golden share.
Serão mantidos todos os projetos em curso da área de Defesa.
Será mantida a produção no Brasil das aeronaves já desenvolvidas.
Haverá recebimento de dividendos relativos aos 20% da participação da Embraer na NewCo.
Serão mantidos os empregos atuais no Brasil.
Será mantida a capacidade do corpo de engenheiros da Embraer.
Haverá um caixa inicial da Embraer de, aproximadamente, US$ 1 bilhão.
Haverá preservação do sigilo e da prioridade do governo em definições em projetos de Defesa.
Serão mantidos os Royalties das aeronaves A-29 e KC-390.
Em nota divulgada nesta quinta pelas assessorias da Embraer e da Boeing, as empresas informaram que a expectativa é concluir a negociação até o final de 2019.
Segundo as companhias, após a anuência do governo brasileiro à negociação, o “próximo passo” será a “aprovação prévia dos termos do acordo” pelo Conselho de Administração da Embraer. A aprovação autorizará a assinatura dos documentos da operação.
Ainda conforme a nota, após esse aval, a “parceria será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo”.
Acordo na área de defesa
Além da parceria na aviação comercial, Boeing e Embraer fecharam acordo sobre os termos para criação de uma segunda empresa, a fim de promover e desenvolver novos mercados na área de defesa, envolvendo o avião multimissão KC-390.
De acordo com a parceria, a Embraer será a controladora desse negócio, com 51% de participação, e a Boeing, os 49% restantes.
Nota do Planalto
Leia a íntegra da nota divulgada pela Presidência da República:
NOTA À IMPRENSA
Em reunião realizada hoje com o Exmo. Sr. Presidente Jair Bolsonaro, com os Ministros da Defesa, do GSI, das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações; e representantes do Ministério da Economia e dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foram apresentados os termos das tratativas entre EMBRAER (privatizada desde 1994) e BOEING.
O Presidente foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais.
Diante disso, não será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
A Boeing vai ter 49% do projeto e não receberá 49% do faturamento? O lucro tem que ser 49% maior só para a Embraer não ficar no prejuízo.Cassio escreveu: ↑Sex Dez 21, 2018 4:16 am Marechal... Respondendo:
Os bilhões continuam lá... Num projeto que foi certificado e terá duas aeronaves entregues conforme contrato.
Sim, vai receber, pois é o proprietário do projeto.
Não, a Boeing não receberá royalties por um projeto que não lhe pertence.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Espera lá, então a golden share vai ser mantida? A Embraer vai manter o controle sobre a aviação comercial?Túlio escreveu: ↑Qui Jan 10, 2019 9:14 pmGoverno diz em nota que não vetará acordo entre Boeing e Embraer
Acordo prevê a criação de uma nova empresa de aviação comercial. Governo tem ação 'golden share' e poderia vetar. 'Proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais', diz nota.
O Palácio do Planalto informou por meio de nota nesta quinta-feira (10) que o governo não exercerá o poder de veto ao acordo entre Boeing e Embraer para criação de uma nova empresa na área de aviação comercial.
De acordo com a nota, divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, o presidente Jair Bolsonaro foi informado durante reunião nesta quinta no Palácio do Planalto que a proposta final do acordo "preserva a soberania e os interesses nacionais".
Em dezembro, as duas empresas anunciaram que aprovaram os termos do acordo anunciado em julho do ano passado. A americana Boeing deterá 80% do novo negócio e a brasileira Embraer, os 20% restantes. Como controladora da empresa, a Boeing fará um pagamento de US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% maior que o inicialmente previsto.
O acordo entre a empresa americana e a brasileira precisava ser aprovado pelo governo brasileiro, que é dono de uma "golden share" (ação especial), que dá poder de veto em decisões estratégicas sobre a Embraer, como a transferência de controle acionário da empresa.
Bolsonaro esteve reunido com ministros nesta quinta para discutir o assunto. Na semana passada, o presidente fez ressalvas ao acordo, diante da possibilidade de a Embraer vender no futuro à Boeing os 20% que terá na nova empresa. Pelo acordo, após cinco anos, a Embraer poderá vender os 20% à parceira norte-americana.
"Nós não podemos, como está na última proposta, daqui cinco anos tudo ser passado para o outro lado", disse Bolsonaro na oportunidade.
Conforme documento elaborado pela Aeronáutica e divulgado pela assessoria do Planalto, o acordo entre Boeing e Embraer terá as seguintes "considerações gerais":
Não haverá mudança no controle da companhia.
Serão observados os interesses estratégicos e o respeito incondicional à golden share.
Serão mantidos todos os projetos em curso da área de Defesa.
Será mantida a produção no Brasil das aeronaves já desenvolvidas.
Haverá recebimento de dividendos relativos aos 20% da participação da Embraer na NewCo.
Serão mantidos os empregos atuais no Brasil.
Será mantida a capacidade do corpo de engenheiros da Embraer.
Haverá um caixa inicial da Embraer de, aproximadamente, US$ 1 bilhão.
Haverá preservação do sigilo e da prioridade do governo em definições em projetos de Defesa.
Serão mantidos os Royalties das aeronaves A-29 e KC-390.
Em nota divulgada nesta quinta pelas assessorias da Embraer e da Boeing, as empresas informaram que a expectativa é concluir a negociação até o final de 2019.
Segundo as companhias, após a anuência do governo brasileiro à negociação, o “próximo passo” será a “aprovação prévia dos termos do acordo” pelo Conselho de Administração da Embraer. A aprovação autorizará a assinatura dos documentos da operação.
Ainda conforme a nota, após esse aval, a “parceria será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo”.
Acordo na área de defesa
Além da parceria na aviação comercial, Boeing e Embraer fecharam acordo sobre os termos para criação de uma segunda empresa, a fim de promover e desenvolver novos mercados na área de defesa, envolvendo o avião multimissão KC-390.
De acordo com a parceria, a Embraer será a controladora desse negócio, com 51% de participação, e a Boeing, os 49% restantes.
Nota do Planalto
Leia a íntegra da nota divulgada pela Presidência da República:
NOTA À IMPRENSA
Em reunião realizada hoje com o Exmo. Sr. Presidente Jair Bolsonaro, com os Ministros da Defesa, do GSI, das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações; e representantes do Ministério da Economia e dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foram apresentados os termos das tratativas entre EMBRAER (privatizada desde 1994) e BOEING.
O Presidente foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais.
Diante disso, não será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio.
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