pewdiepie escreveu: ↑Sáb Jul 15, 2023 11:16 pm
FCarvalho escreveu: ↑Sáb Jul 15, 2023 11:10 pm
Estamos culturalmente atrasados em termos doutrinais desde 1941. Estamos sempre correndo atrás do atraso que a realidade social e política jogam a Defesa.
E como não é assunto sério, e via de regra a "Aeronáutica" é meio como um DNA dentro da FAB, e tudo que isso trás consigo, difícil tirar da cabeça do pessoal que ela possa ser "apenas" força aérea.
Acho que o pessoa nem saberia o que fazer sem as ACISO, MMI e CAN da vida dentro da missão. Fazem isso há tanto tempo que nem conseguem imaginar o que seria a FAB sem isso tudo. Focar na atividade primária estritamente militar? Duvido. A começar pela própria classe política que veria nisso uma ameaça a si, e um desdém em relação ao uso político e "social" das ffaa's que sempre houve no país.
Imagina um governador ou prefeito não poder acionar um ETA da vida como quem chama o UBER...
Não ligo muito para nomenclaturas, mas chega a ser engraçado a "Força Aeroespacial da Colômbia"... os caras não estão conseguindo manter meia dúzia de caças na ativa. Há 2 ou 3 semanas não tinham sequer combustível para operar a "frota" durante o segundo semestre de 2023... É complicado.
Mudam-se os nomes, continuam os velhos problemas. Espero que essa moda não chegue aqui no Brasil.
Se o termo "força aérea" não for tratado apenas como mais um substantivo comum no mundinho político nosso de cada dia, talvez ela possa se tornar um novo referencial para se pensar o que de fato queremos em relação à expressão desta parte do poder aeroespacial nacional. A parte militar é apenas uma das várias que o compõe, mas é das mais importantes. Há a P&D, indústria, diplomática, política, econômica e por aí vamos que dependem essencialmente de como o Estado trata o assunto Defesa Nacional.
Bom, sabemos que no que depender da esfera política e econômica, se a FAB resolver se concentrar em ser somente "força área" vai dar ruim para muita gente por aqui. E isso não é bom para os pequenos interesses burgueses e ideológicos da politicagem nacional. Pelo contrário.
Então, não é somente questão de semântica, mas sobretudo de sentido concreto ao que queremos que a FAB seja de fato. E ao que parece, todo mundo no Brasil sempre esteve satisfeito com o que os seus próprios militares ditaram a si mesmos. Nem mais, nem menos.
No final, tanto faz se é força aérea, aeronáutica, força intergaláctica, agência de defesa espacial ou que a força esteja com você. O que importa de fato é o que queremos, e o que fazemos concretamente, com a força aérea\aeronáutica que se acha que tem. Isso depende de muito mais do que termos PND, END e Livro Branco da vida, todos muito bem escritos e teoricamente muito bem referenciados, mas que no fim é só isso. Serve apenas de livro de bolso e cabeceira para curiosos.
Se a FAB quer ser força aérea de verdade isso pode mudar muita coisa, inclusive seus objetivos e prioridades. Mas ela não decide isso sozinha. Se decidisse, até penso que seria bom para o país. Mas não depende só dela. Afinal, quem quer uma força aérea brasileira de verdade no Brasil