Túlio escreveu: Sex Nov 04, 2022 7:59 pm
Agora sim,
HABEMUS DEBATEM.
Hôme véio, naquela região (entorno das Guianas) o que conta mesmo como aeronave é HELICÓPTERO e TRANSPORTE LEVE STOL (tipo o natimorto STOUT), talvez drones também, porque o grosso do combate vai ser no chão, e não se usa caça para destruir um GC de cada vez no meio do mato. Um mero elemento de Super Tucano, num cenário assim, é várias vezes mais útil (e letal) que um Rafale ou Gripen, pois tanto pode localizar e atacar forças no terreno quanto escoltar ou derrubar helis.
E não adianta ter caças só pra bombardear Roraima, Pará e/ou Amapá, precisa é ter tropas e meios para dominarem este terreno (só entre os três são mais de 1,6 M km² pra segurar, ou o nosso pessoal se infiltra e lhes começa a golpear os flancos e a retaguarda) antes de avançar mais, seja para o Amazonas, seja para onde for. Aliás, já brincaram disso (EUA/UK) no Suriname, tempos atrás; os índios caguetaram e os caras deram de frente com o EB, que "
apenas por acaso" tinha uma Grande Manobra dessas que ninguém - nem o Comandante - sabia (porque não existia
), e isso dissuade muito mais do que saber que tem caças aqui e ali.
Bom dia meu caro
@Túlio
Em menção ao que colocas, a priori levei em conta nesta HE apenas um suposto quadro aéreo tático que poderia desdobrar-se no médio e longo prazo com vistas a criar dissuasão contra nós e nossos interesses na região de fronteira norte. Neste aspecto, para além da capacidade real da FAB em prover dissuasão em defesa aérea na região, que ela não tem, e não terá até onde se pode ver com apenas 36 Gripen E\F, devemos nos perguntar: como anda o CINDACTA IV e sua integração com o SISFRON e o natimorto SISGAAZ
Me parece que nossa maior vantagem dissuasiva em qualquer contexto de disputa com países extra continente é, e será, a nossa capacidade de prover um sistema NCW que realmente funcione e antecipe em nosso favor todos os eventuais movimentos de tropas e\ou aviação militar no TO norte, inclusive parte do mar do caribe. Como o MD vê essa questão hoje
Junto a esta questão que a meu ver é a mais importante hoje a ser respondida, como vai nossa capacidade logística das três forças no TO amazônico. Seria prudente perguntar também se a suposta ideia de dispor de apenas 3 bases aéreas no país seria suficiente para nos proporcionar capacidade dissuasiva elementar no TO norte, já que como defendes, apenas 36 Gripen E\F seria suficientes para dar conta da vizinhança. Mas como visto aqui nesta HE, nós temos e\ou poderemos ter, uma "vizinhança" bem incômoda. E até prova em contrário não teremos nada par opor-nos a eventual cenário.
Túlio escreveu: Sex Nov 04, 2022 7:59 pmNão tenho fuentes no EM da FAB nem no MINDEF mas é óbvio (isso já foi dito várias vezes, desde os tempos do Programa AMX) que a intenção final não é comprar de prateleira nem simplesmente fazer um caça sob licença e sim um próprio, seja sós ou em parceria. No primeiro caso a Economia teria que dar um baita dum solavanco para cima enquanto a corrupção teria que dar outro igual, mas para baixo e, com isso, termos guito e necessidade(*) para comprar umas boas centenas, como aliás era - ERA - o costume da Suécia. O segundo parece ser o nosso, com o Gripen servindo como os últimos estágios para aprender a trabalhar em parceria no desenvolvimento de um produto de ponta com um ou mais parceiros tecnologicamente compatíveis e repartir as encomendas.
Eu creio que a segunda opção seria a única viável para nós hoje. E olhando o curto e médio prazo, seria razoável afirmar que a FAB até 2041 terá que decidir-se por continuar apostando todas as suas fichas no Gripen E\F, ou se seria mais prudente complementar o caça sueco com algum vetor de 5a G, que em menos de dez anos, talvez venham a tornar-se uma realidade em nosso TO. E não estou falando dos vizinhos ao lado, mas da presença de forças extra continente que cada vez mais estão se fazendo presentes, na disputa por espaços diplomáticos, comerciais e político-militares. Como estamos nos preparando para tais cenários
Túlio escreveu: Sex Nov 04, 2022 7:59 pm(*) - Aí já saímos do foco na vizinhança ou mesmo meramente defensivo, o que incluiria até uma versão para operar embarcado em NAe, pois já estamos falando não mais em simples
DISSUASÃO mas em
PROJEÇÃO DE PODER. Não é para o meu tempo de vida, creio, e temo dizer que também não é para o teu.[/Justificar]
Eu tenho aqui comigo, como disse acima, que temos de pensar em como responder não a eventuais ameaças ou conflitos com os vizinhos, que não tem nada a ganhar sob qualquer aspecto se batendo conosco, mas em como vamos nos comportar diante das disputas entre potências extra continente na região. E para isso, a meu ver, a melhor "arma" que temos a nosso favor é a inteligência. Novamente, antecipar os passos de eventuais atores extra regionais, e sermos capazes de acompanhar in loco, se necessário, suas movimentações, é o primeiro e grande passo para gerar dissuasão a nosso favor, e também, porque não dizer, projeção de poder, em nosso TO regional. Uma coisa demanda a outra. E para isso, tirar do papel todos os projetos que hoje podem nos dar tal capacidade é extremamente urgente, necessário e impositivo. Ou seja, como vai o SISFRON, SISCEAB e o SISGAAZ
Ter uma frota de caças, tanques e navios de respeito é muito bom e todo mundo quer. Mas sem o respaldo de um sistema de NCW igualmente de respeito, é perda de tempo e dinheiro jogado fora.
Túlio escreveu: Sex Nov 04, 2022 7:59 pmMe parece ser mesmo falta de dinheiro e alguma ingenuidade (compra de tecnologias vendidas como sendo o dérnier cri, que vêm dos tempos do Programa Nuclear com a Alemanha, que nos vendeu o que nem tinha, passou pelos torpedos com a Suécia, com o mesmo problema, e depois com o A-Darter, sobre o qual qualquer palpite é tão bom quanto outro).
Temos que nos ater neste aspecto a alguns princípios básicos e muito antigos: logística, C4ISR, indústria e PDI. Se não tivermos, e mantivermos, capacidade dissuasória crível, também, nestes termos, a próxima guerra que lutarmos estará fadada ao mesmo destino da Ucrânia hoje, que é a derrota por inanição. Se formos levar a sério as críticas feitas aqui e ali ao longo do tempo até mesmo por militares de alta patente sobre a situação das ffaa's, veremos que até Paraguai e Bolívia, ou mesmo a simples presença de tropas no Suriname e\ou Guiana pode se tornar um problema muito maior do que possamos, ou estejamos, dispostos a encarar e resolver. Mas isto não é exatamente uma novidade em política de defesa no Brasil.
Como sempre, nós e nossa omissão, continuamos a ser a maior ameaça à defesa do país. E isso não tem solução em qualquer prazo visível. Com ou sem 36 Gripen E\F.
abs.