Lord Nauta escreveu:FCarvalho escreveu:Não gosto da ideia de comprar fragatas usadas, quaisquer que sejam. Ademais, tem que saber quais navios das Type 23 seriam postos a disposição, visto que aparentemente nem todas foram modernizadas.
abs.
Em minha opinião a MB não deveria obter navios escolta de segunda mão. Acredito que o melhor caminho seria a modernização/extensão de vida útil das Barroso, Julio de Noronha e Jaceguai, além da repotencialização de três FCN. Em paralelo o programa das CT deveria ser ampliado para seis exemplares. As duas FCG e as três FCN restantes seriam retiradas de serviço a medida que os navios modernizados/repotencializados fossem entregues. Antes da conclusão das entregas das CT já deveria acontecer a contratação de um lote de CT com pelo menos quatro exemplares. Penso que até 2030 estas ações são perfeitamente factíveis, quanto a renovação dos navios de escolta da Esquadra.
Sds
Lord Nauta
Lord, se nós formos apenas falar em substituição do que temos flutuando hoje, são 10 navios entre corvetas e fragatas. A Barroso não conta por se tratar de um navio novo ainda.
Destes, as fragatas tem a menor expectativa de vida, ou seja, 8 navios precisam ser substituídos imediatamente. Esse deveria ser o referencial numeral para as CCT logo de cara. Poderia-se lançar do mesmo expediente do comercio de aviões em um negócio prevendo 4 compras firmes de imediato, mais 4 opções, caso os custos de financiamento apresentados sejam coerentes com a nossa realidade financeira.
E como se espera que o estaleiro/escritório vencedor seja capaz de entregar tais navios em menos de 3 anos cada um, se assinado um contrato ainda em 2018, poderemos estar recebendo o primeiro entre 2021/2022, com um navio sendo entregue por ano ou até menos. De pronto conseguiríamos substituir as fragatas mais antigas em menos de 5 anos. Obviamente que dependendo do tipo de negócio que a MB consiga realizar neste RFP da classe Tamandaré é possível a obtenção de navios mais rapidamente se os 4 primeiros forem construídos fora, e depois as 4 seguintes aqui. E se o valor apresentado pelos modelos concorrentes for menos que o estipulado pela MB, nada impede que se adquira mais navios já em um primeiro lote.
De minha parte, embora não conheça em detalhes o RFP, seria importante que a MB pudesse ter em mãos a possibilidade de eleger mais de um vencedor neste certame, caso isso seja possível, e coerente com a nossa realidade e possibilidades financeiras. As vezes isso é até um benefício, como no caso presente quando temos mais de 10 concorrentes, embora restem apenas 3 na short list. Mas e se mais de uma proposta for vantajosa para a MB em termos de custos, o que nos impede de escolher mais de u projeto, se pudermos arcar com os seus custos dentro daquilo previsto pelo RFP? Eu aqui, salvo prova em contrário, acredito que nada. Tem vários projetos ali que são bem mais em conta e muito mais capazes do que a CV-3 original. Então, a pergunta é: por que não?
Ademais, em se falando de navios a serem substituídos na esquadra, se formos olhar mais de perto, a situação é bem pior.
Até os anos 90 tínhamos aqui cerca de 11 CT americanos ainda da GM II, substituídos por apenas 4 fragatas da classe Garcia, que por sua vez foram suplantadas/suplementadas pelas 4 T-22. As 4 Inhaúma entraram em serviço por essa época, além das onipresentes 6 Niterói. A Barroso só veio à luz no início dos anos 2000. O projeto original que previa a construção de 16 corvetas praticamente foi abandonado depois do desastre que foi a construção da Barroso, e seus 14 anos no estaleiro.
Como se pode verificar facilmente, a MB nunca conseguiu substituir seus navios da esquadra de forma homogênea e conforme as suas necessidades. De todos estes navios acima, hoje, apenas 2 Inhaúma, a Barroso, 2 T-22 e as 6 Niterói suportam a um custo altíssimo a esquadra no mar. 11 navios dos quais não se pode contar com cerca de metade deles, por vários fatores, principalmente de manutenção e ausência de verba suficiente para tal, além da restrição à operacionalidade da esquadra em si.
Enfim, até outro dia a MB sonhava que poderia conseguir 30 navios de escolta, considerado o mínimo necessário para a esquadra cumprir na integra suas obrigações constitucionais desde os idos anos 1960's. Mas isso foi deixado de lado, assim como o Prosuper. O que temos hoje na verdade é uma urgência e uma premência por substituir no curtíssimo prazo 10 navios que não tem mais qualquer condição de continuar operando, posto o seu reduzido valor militar real. Temos na verdade um único navio moderno, no caso a corveta Barroso, a última a entrar em operação, mas mesmo assim, também já próxima de seu primeiro PMG.
Podemos comprar 10 navios novos? Sim, podemos. Se quisermos. Mas queremos?
Em todo caso, o que se quer até o momento é conseguir 4 navios novos. Isto feito, o que virá pela frente irá depender exclusivamente do quão flexível e maleável se torne a gestão naval brasileira.
abs.