Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#841 Mensagem por Túlio » Qua Jul 11, 2012 7:26 pm

SEIS HORAS - PARTE 39


O prédio era conhecido pelos poucos fazendeiros que residiam nas redondezas e igualmente poucos passantes habituais como "O Laboratório". De fato parecia um, sendo um prédio de dois andares largo e de seção quadrada. Como volta e meia alguém via pessoas de jaleco branco no estacionamento diante do prédio, descendo de carros ou embarcando neles, rumo a suas casas, além de outros com uniformes e aparência de guardas, todos imaginavam que fosse um dos laboratórios de alguma indústria química.

Já os que estavam dentro, tanto funcionários quanto residentes, o conheciam por outro nome: Hotel do Diabo. E esta alcunha realmente era muito mais apropriada.

Porque ali eram mantidos alguns dos piores e mais malignos psicopatas criminosos e serial-killers que a América já produzira. Exceto, claro, aqueles que tinham parentes que se preocupassem com eles ou que haviam conseguido obter alguma notoriedade, como Charles Manson, por exemplo. Mas havia ainda bastante gente que cometera atrocidades que deixariam corado de vergonha ou pálido de medo o próprio Manson mas eram desconhecidas do grande público, tendo sido discretamente examinadas, consideradas irrecuperáveis e para ali enviadas por algum juiz consciencioso, o qual sabia que, apresentadas ao Grande Júri, acabariam nas ruas em poucos anos, lançando novamente sua ferocidade sobre inocentes.

Na verdade pouquíssimas pessoas tinham conhecimento da Clínica de Recuperação Psiquiátrica de Fork Hill. E não gostavam de falar a respeito. Mesmo os funcionários eram escolhidos pela discrição e capacidade incomum de lidar com mentes incompreensíveis sem serem afetados. Alguns mesmo as possuíam, tanto que certos guardas, como Arnaud Gribel, um homenzarrão de mais de dois metros de altura e cento e trinta e tantos quilos de peso, forte como um touro, diferiam dos internos apenas por estarem estes de um lado e aqueles do outro da porta da cela. Quarto, aliás, era como chamavam, afinal, não era oficialmente uma prisão.

O citado Gribel fora apanhado e mandado para lá. Mas seus crimes eram sutilmente diferentes: ele, policial expulso do LAPD (Departamento de Polícia de Los Angeles) por repetidos atos de excesso de violência em ação, passara a investigar crimes de morte por conta própria, e encontrar e matar seus autores com requintes de crueldade. Movia-se livremente por conhecer bem a região de LA e os métodos da polícia, podendo fazer o que eles não podiam. Vivia do que tomava de suas vítimas (Vítimas? Eram assassinos!). Então um dia foi descoberto e cercado. Não compreendia inteiramente, como podiam seus colegas atacá-lo, logo ele, que estava limpando as ruas daquela escória? Pior ainda, à frente do grupo estava seu ex-parceiro, Mike.

Que foi quem efetuou o primeiro disparo em seu peito, quando caminhou em direção a eles para se explicar, ainda com a faca ensanguentada na mão. Mais três o atingiram, até ele desabar na rua, seu sangue misturando-se à poeira. Desacordado, foi levado ao hospital, onde os projéteis foram extraídos. Todos anêmicos 38. As hemorragias haviam sido estancadas com facilidade e nenhum órgão fora atingido. Acordara menos de um dia após a cirurgia e ficou chocado ao ver-se algemado. Mais ainda quando, ao mover-se, os dois jovens policiais uniformizados haviam pulado de suas poltronas e lhe apontado suas armas, o olhos cheios de medo. Que mundo louco, então aqueles novatos achavam que ele seria capaz de fazer mal a um policial?

No dia seguinte Mike apareceu. Parecia envergonhado. Gribel se lembrou. Lágrimas lhe vieram aos olhos:
- Mas logo você, Mike, entre tantos no mundo logo você...
- Não deu para pensar direito, Arnaud. Você ali, avançando e fazendo gestos com aquela baita faca, todo mundo nervoso e gritando...
Após conversarem mais, Gribel perdoara a Mike de todo o coração. A explicação fora aceita. Então, talvez uma hora após a saída Mike, entrara o chefe de polícia e lhe dissera com clareza que não sabiam o que fazer com ele. Se preso e exposto à mídia, seria um embaraço ao LAPD; solto, continuaria a ser um problema, matando marginais que tinham direito a um julgamento. Não podiam prendê-lo, não podiam soltá-lo. E também não podiam matá-lo.
- Então, Gribel, o que vamos fazer com você?

O dr. Thalmers lhe dissera o que pensava sem rodeios; um homem assim seria precisamente o que necessitariam para um projeto que ele e outros estavam pondo em prática. Quando lhe haviam mencionado o caso, lembrara-se imediatamente da famosa frase de Napoleão, ao ser indagado sobre a criação da famigerada Ilha do Diabo, para onde passariam a ser mandados os piores criminosos da França. Quem seriam os guardas? E o pequeno grande homem respondera, de modo casual:
- Outros piores do que eles.

E assim Gribel se tornara um misto de interno e guarda. Vestia uniforme, recebia salário, possuía acesso a armas e equipamentos mas os psicólogos lhe haviam acentuado e mesmo exacerbado o senso de missão: era o Chefe da Segurança, se se afastasse do prédio, coisas poderiam ocorrer. Coisas más, claro. E ele não poderia permitir isso.

Só haviam duas coisas que não podia fazer. Uma era naturalmente deixar as instalações. Isso lhe era fácil e mesmo natural. Mesmo suas necessidades sexuais eram facilmente resolvidas com um simples telefonema, sendo a garota selecionada por um dos psiquiatras, claro.

A outra era mais penosa: não podia matar os pacientes. Isso era particularmente difícil de cumprir em relação a um deles, o onze. O sujeito era tão encrenqueiro que necessitavam de duas celas - quartos, corrigiu-se - para contê-lo: enquanto ele ficava em uma, a outra era consertada. E hoje era dia de mudança. Bem, pensou Gribel, se não posso matar o FDP, pelo menos posso me divertir um pouco com ele...


O paciente onze esmurrava metodicamente a parede da cela. Um dia conseguiria abrir um buraco suficientemente grande no concreto para escapar antes de os malditos guardas o mudarem para a outra. Não, nem todos eram malditos, havia o grandalhão aquele, que era o único a olhar para ele não com medo mas com ódio. Rendia sempre belas brigas, isso o divertia. Claro que o mataria se tivesse chance. Já pensara nisso mas chegara à conclusão de que sentiria saudades. Seria o único de todos os seus assassinatos que ele iria sinceramente lamentar.

Como sempre, esmurrar a parede o distraía. Parava quando os punhos estavam em carne viva, os ossos moídos. Mas não sentia dor e sabia que bastava esperar algumas horas para logo estar novamente pronto a reiniciar seu trabalho. Essa era a atual vida do homem que todos ali chamavam de paciente onze. Mas ele tinha um nome de verdade e se recordava bem dele.

John Kirby.

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O capitão Netto pilotava ainda com algum prazer a pequena aeronave de controle remoto. Nem prestava muita atenção ao que diziam os dois sargentos especialistas que o secundavam, no máximo manobrava para a direção que pediam, com intenção de melhor examinar alguma imagem. Devia ser bem tedioso aquilo, imaginava. Não que passar horas pilotando o Harpia fosse tão bom assim, após a decolagem e ascensão à altitude requerida as coisas começavam a ficar um pouco monótonas. Mas ele sempre podia ligar o piloto automático por alguns minutos e buscar um café. Era precisamente o que ia fazer quando um dos sargentos gritou (para que gritar - pensou - se estava a menos de um metro?):
- Míssil no ar, senhor, míssil no ar! - e transferiu a imagem de seu visor termal para a tela de pilotagem. Era mesmo um míssil e vinha de cima, pela cauda.
Netto não era nenhum novato, tinha bem mais de mil horas naquele VANTC. Conhecia bem seus pontos fortes. A EMBRAER-Elbit havia introduzido diversas modificações naquela versão. O trem de pouso agora era retrátil, cujo maior peso fora facilmente absorvido pela redução do volume e peso dos sensores, muito mais sofisticados que os de um Predator, por exemplo. A cauda dupla fora grandemente modificada, passando a ser feita em um formato suavemente aerodinâmico o que, conjugado às novas empenagens inclinadas para fora, aumentava em quase um terço a capacidade de sustentação, quase o mesmo que fora obtido em redução de arrasto e melhoria da penetração no ar com o redesenho da fuselagem. Mesmo os mísseis IGLA-R não ficavam dependurados sob as asas mas inseridos no interior das caudas duplas, podiam ir até três em cada mas naquela missão havia apenas um. Se fossem mísseis AC, teria de ser necessariamente apenas um de cada lado, dado o tamanho e peso serem bem maiores. O interessante era que bastava armar o projétil e uma portinhola retrátil se abria à frente para o disparo, o que permitia usar um tubo igual ao da versão normal, economizando custos e simplificando a logística. Para completar, o antigo chefe dos mecânicos se encafifara com o pequeno motor e, de tanto mexer, experimentando turbos elétricos e a venturi, pré-compressores de mistura ar-combustível, injetores e outras coisas que ele mesmo inventava e construía em casa, acabara levando o motorzinho Rotax a mais de 160 HP, muita acima de sua potência original, sem aumento de consumo nem danos à vida útil. Deixara a FAB, convidado para trabalhar na própria fábrica dos motores Rotax, na Áustria, ganhando mais que um oficial-general. Bem mais, aliás. Sujeito esperto...
E o capitão Netto imediatamente comandou um mergulho quase que vertical à sua aeronave, forçando o motor à potência máxima, trocando altitude por velocidade, enquanto um dos especialistas punha em ação a outra novidade da versão "C": chaffs e flares foram ejetados. E cumpriram sua função, atraindo o míssil e o fazendo detonar. Um dos sargentos exclamou:
- Lá em cima, lá em cima, parece um Predator!
- Distância?
O sargento, com o termal voltado diretamente para o outro drone, efetuou um pequeno pulso de laser telemétrico. Os dados foram passados ao computador de missão, que calculou a inclinação do laser para alcançar a aeronave inimiga.
- Quase oito milhas, altitude de uns 18.000 pés. Podemos cair fora de boa, senhor.
O capitão Netto se tranquilizou. De fato, mesmo com vantagem de altitude - ele descera para pouco mais de 15.000 pés - seria loucura disparar outro Stinger, que era a arma ar-ar do Predator. O míssil cairia muito antes de poder alcançá-lo. Começou a recuperar do mergulho, usando agora a velocidade como energia extra para retornar à altitude em que havia estado e prosseguir com a missão, após despistar de vez o ianque FDP. Então teve um insight, que expressou em voz alta:
- E quem disse que eu vou querer fugir com o rabinho entre as pernas de um m***inha desses? Vou é f*der ele, p*!
Um dos sargentos disse cautelosamente:
- Senhor, devo lembrá-lo que a missão não...
- A missão agora é mandar pra baixo em pedacinhos esse FDP que quase nos ferrou! Fica de olho nesse cara, vou pegar ele! - e iniciou uma curva em plena subida, que o conduziria a uma trajetória perpendicular à do seu alvo. Seu dedo coçava no joystick. Mas não abriria um dos tubos ainda, isso lhe custaria algo em velocidade, pouco mas poderia fazer diferença. Não, só armaria o míssil imediatamente antes do disparo...

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O Feldmarschall Eins notara pelo data-link o Stryker 105 de reconhecimento e movimentara seu Leopard 2 para interceptá-lo. Queria ser o primeiro a destroçar um carro americano. Seria um combate meio sem graça, quase um Tiger contra um único Sherman. Riu-se por dentro da comparação. O que Kurt Panzermeyer pensaria daquilo? Então o viu - e claro, foi visto - a uns cinco km de distância. O outro veículo imediatamente parou, enquanto apontava o esquálido canhão M68 de 105 mm contra ele, enquanto Eins comandava velocidade máxima, que era bem alta naquele terreno plano. Também sua própria peça principal, giroestabilizada, estava voltada para o veículo inimigo. Ainda estava a uns quatro km e já determinara ao atirador que seria ele, Eins, a efetuar o disparo. Queria chegar mais perto.
Então a peça do Striker flamejou e fumegou.
- Atiraram, senhor.
- Que diabos, a esta distância eles idiotas esperam acertar no q...
Foi interrompido pelo atirador:
- É míssil, senhor!
"Isso é mau" - pensou Eins. "Melhor cortar a guiagem de uma vez". E pressionou o botão de fogo.
O enorme canhão de 120 mm rugiu estrondosamente, cuspindo uma pesada flecha de tungstênio a quase dois km/s contra o frágil Striker que, em um par de segundos, se transformou em uma bola de fogo.
- O míssil continua vindo, senhor!
- Scheisse! - urrou o Feldmarschall. É fire and forget. Ianques FDP!
E o projétil biogival se aproximava velozmente do alvo que já captara em seus próprios sensores. Era um desenvolvimento conjunto entre os americanos e israelenses, baseado no LAHAT 105. Em troca de parte da velocidade e do alcance, havia sido colocadas duas ogivas HEAT em tandem e um visor de imagem termal, impossível de iludir om contramedidas como flares ou morteiros de fumaça.

E MBT algum, nem mesmo um Leopard 2A8, seria suficientemente blindado para resistir ao seu ataque, mesmo que conseguisse se ocultar por trás de um morro ou trincheira.

Pois atacava pelo alto.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#842 Mensagem por P44 » Qui Jul 12, 2012 8:13 am

cabeça de martelo escreveu:
P44 escreveu:e o caraças do velho nunca colocou a história toda á parte num tópico só, como eu pedi :cry:
Ele não clica no botão para criar um novo tópico por causa do reumático que está a atacar-lhe as mãos... :twisted:

"Côtadito do velhote"... :twisted: [003]

se tem tempo para pesquisar todos os sites gays também tem tempo para clicar no botão de novo tópico... :mrgreen:

é má vontade apenas e só!




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#843 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jul 12, 2012 11:04 am

Apoiado!!! :twisted: 8-] :lol:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#844 Mensagem por Túlio » Seg Jul 16, 2012 5:30 pm

SEIS HORAS - PARTE 40


O presidente Orestes continuava a recordar. Não havia como não fazê-lo, as lembranças literalmente lhe invadiam a alma, como gotas d'água em um guarda-chuva furado.

Os dois parlamentares, após as conversas untuosas e salamaleques de praxe, haviam entrado no assunto: o queriam como vice de Aécio, nome no qual pareciam ter pouca fé. Ou pareciam ou simulavam isso, vai saber, políticos brasileiros...

Em suma, faziam questão que ele, Orestes, fosse o vice. Ele ainda brincara:
- Como assim, leite com leite? - era uma referência à chamada "política do café com leite", da chamada Velha República, na qual São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais (grande produtor de leite) se alternavam na presidência. Isso desembocara em mais uma revolução e, mais adiante, na ditadura Vargas. Eles haviam sido reticentes. O deputado catarinense pelo Amapá, Viktor Einsamkeit, um homenzarrão louro de modos polidos, presidente do Congresso e da Comissão de Defesa, argumentara:
- Mesmo estando no caminho certo, ao menos aparentemente, ainda nos falta direção. Alguém de caráter impoluto, alguém acima da velha e endêmica corrupção, das padrinhagens, dos velhos conchavos. Lula conviveu com isso e tanto quanto pôde, canalizou para seus fins e que não eram muito diversos dos fins do Brasil; Dilma tentou combatê-la e se exauriu aí; precisamos agora de alguém que acabe de vez com ela, a maldita corrupção, e que tenha moral e legitimidade para fazê-lo.
O senador nordestino - que Orestes conhecia bem e não apreciava nem um pouco, não por sua origem mas pelo que de podre estava associado a ele, incrível um deputado tão conceituado se ligar a tal biltre - acorreu:
- Governador, sua gestão é exemplar. Sequer um escândalo, sequer uma suspeita, ou o senhor é mesmo honesto ou é o maior farsante que já se viu!
Isso o ofendera, claro, mas em política não se diz o que pensa. Não é comum ao menos. Mas o deputado voltara à carga:
- Governador, o que queremos dizer é que queremos o melhor para o país. E o candidato do PSDB vai ganhar a eleição mas temos sérias dúvidas de...
Ele interrompeu:
- E eu com isso? Se pudemos suportar um Collor, podemos suportar dois...
O velho nordestino o olhou nos olhos:
- Governador, fiz muita coisa de que Collor morreria de inveja. Enriqueci de tal modo às custas do Erário que teria de escrever cem livros para explicar como. Hoje estou cansado e vejo o Julgamento cada vez mais perto. Poderia prestar alguma atenção? - nunca imaginara que ouviria uma confissão daquelas.

Isso calara o governador em fim de mandato. Então o deputado - não o senador - explicara. E tudo havia ficado claro. Naturalmente não haviam mostrado a trilha de sangue e sofrimento a ser seguida mas ele honestamente agora, podia dizer que se importava? Realmente? A trilha a ser seguida era sedutora demais para que a descartasse sem sequer uma reflexão...

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O tenente-coronel Talha - como o chamavam à socapa - decidira que a unidade de Pirassununga se tornaria uma força de combate de primeira linha, ao invés de meros empregados de fazenda. E se empenhara de corpo e alma. Logo de saída mostrara que os fuzis HK-33 em 5,56 mm pouco ou nada representavam contra os bois e vacas. Os projéteis embatiam contra uma costela ou crânio e ricocheteavam, sem causar maiores danos do que espantar o gado.

Então obtivera fuzis FAL e munição 7,62 x 51 com uns amigos no EB. E a diferença fora notada. Nunca tinham havido tantos churrascos entre militares na região. Em Pirassununga, FAB e EB estavam praticamente em lua de mel. A tropa da FAB estava afiadíssima. Mas não bastara. Com aquelas festas todas, apareceram alguns ALACs. E a fábrica de rapaduras e iogurtes fora pelos ares. Aliás, não sobrou fábrica alguma, tudo destruído. E tropas de terra da FAB no nível das melhores do Exército.

O MinDef, Vinícius Pimenta, só tomou conhecimento quando as reclamações de falta de munição de boca (alimentos) se avolumaram. Uma breve investigação chegara a rápidas e graves conclusões. Chamou o Ten Cel Tagliarine à sua presença:
- Talha, pensei que havia me dado sua palavra...
- Dei. E está mantida, não toquei jamais no assunto dos...
- Diabo, mas isso incluía acabar com a Fazenda da Aeronáutica?
- Senhor, não é serviço da FAB ter...
- Cale essa boca! Não é você quem decide aqui! Quer saber de uma coisa, eu... - estava doido de raiva mas pensou na falta de pilotos, já que com a guerra com os EUA a EMBRAER havia aumentado drasticamente a produção de Flankers mas não havia como converter tantos pilotos de modo a manter a qualidade das equipagens. Tagliarine era qualificado e bastante experiente - ...eu vou fazer o seguinte: você volta ao voo. Apresente-se depois de amanhã em Manaus ao Coronel Carlos Mathias.
- Voltar ao voo? Muito obrigado, senhor, eu...
- Suma da minha frente!

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O A-12 se aproximava do cais no Rio de Janeiro. O CMT Marino jamais vira uma tal multidão à espera de um navio, mesmo o São Paulo. Milhares e milhares. Muitos milhares. Gente até dizer chega! Algo lhe dizia que tinha a ver com o estranho homem de armadura. Claro, isso somado ao fato de todos os marujos possuírem celulares e ali havia sinal.

Havia outra possibilidade, claro. A esta altura todos deveriam saber que o São Paulo fora responsável pelo afundamento de uma das mais poderosas belonaves inimigas.

Poderia ser uma coisa ou outra.

Ou ambas.

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O míssil autoguiado tinha o carro do comandante de toda a força brasileira travado em seus sensores e se dirigia velozmente para ele. Se pudesse pensar, estranharia a ausência de despistadores, como flares e morteiros de fumaça "cega" a laser e infravermelho. Também não dispunha de um RWR (sistema que alerta contra emissões de radar), o que lhe foi fatal, pois estava bem na centróide do sensor do ARENA II, desenvolvimento quadripartite entre Rússia - autora do projeto original - além da índia, China e Brasil. Este incorporara à socapa (ou seja, sem comunicar aos parceiros) um sistema de pontaria termal/laser acoplado ao radar do equipamento, pois se sabia que o infravermelho é bem mais preciso que o radar. Então, a menos de trinta metros, o aperfeiçoado cartucho shrapnel desenvolvido na Índia foi disparado contra o míssil. Apenas alguns pedaços do que sobrou embateram contra a blindagem do CC...

O comentário do comandante, que a tudo assitia, foi lacônico:
- É, escapamos dessa. - e seguiu com seu plano de batalha, como se nada tivesse ocorrido.

A companhia do Feldmarschall Einsamkeit estava na extrema ponta da cunha que era o centro da força brasileira. Inovara ao montar duas outras pinças de avanço, a leste e oeste, mas estas curiosamente avançavam pouco atrás do centro, muito mais poderoso que ambas juntas, como se esperassem que este se envolvesse no grosso do combate para só então empreenderem o cerco ao inimigo, atacando simultaneamente ambos os flancos. Era exatamente como Eins pretendia levar a batalha.

Sua cunha naturalmente "rebocava" uma reserva em forma semi-retangular quase de seu tamanho poucos km à retaguarda. Assim, se podia dizer que a força era dividida em quatro partes mais ou menos iguais em tamanho.

- Torre a leste, dez horas, várias! - gritou ao atirador. Mas não esperou que este movesse a peça, fê-lo por si mesmo, dado o comando hierarquizado do Leopard 2A8. Dessa vez era para valer, CCs de verdade, não carrinhos sobre rodas.

Era um grupo de M1A2SEP/55, que empregavam a mesma peça principal do Leopard 2A6/7. Então começou de verdade. O municiador já havia colocado outro APFSDS que imediatamente foi disparado pelo comandante sobre o carro mais à mão, um Abrams que surgira de uma pequena elevação a menos de dois km. Aparentemente sem se dar conta, o comandante do M1 (talvez interessado em outro alvo) voltara sua torre lateralmente para o CC do Feldmarschall no exato instante em que este disparava. A flecha de carbonato de tungstênio penetrou com facilidade, junto com um jorro de metal por ela derretido e isso tudo recaiu sobre a tripulação e as munições, praticamente desintegrando o pesado CC americano. Trabalhando como um foguista de navio a vapor, o auxiliar seguia recarregando. Suava profusamente. Mas era preciso continuar, melhor se arrebentar trabalhando a virar torresmo...

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A menos de 200 km de seu destino manifesto, o homem cognominado P44 bateu no ombro do piloto:
- É logo ali, nos deixes ali perto, pá!
- Mas POWS, ali só tem mato... - então vira as pick-ups pretas, mal camufladas. Então tratara de manobrar e pousar o grande Merlin tão próximo quanto a segurança o permitia. Alguns homens de terno já se moviam nas proximidades. O homem se voltou para o piloto:
- Já sabes que a partir de agora estás por tua conta, não?
O piloto pensou e respondeu:
- Sempre estive. Se precisares de mim, vou estar pela Somália ou Etiópia, soube que precisam de pilotos dos buenos por lá. Voltou-se:
- E aí, Kurgan, índio véio? Que tale tirar essa mão das costas? Pode te fazer mal...- em sua mão, voltada para o citado ex-coronel do KGB, o negro cano da arma apontava. O co-piloto saudita, ao se dar conta do que ocorria, apontou um AKSU-74 para Bin Laden, rosnando:
- Traidor...
- Mas como, traidoire? Isso foi cousa do Kurgan, esse bufo! Kurgan, deves a largaire disso agoira, são nossos amigos! Não matamos amigos...quando não podemos (essa parte ele apenas pensou).

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E o presidente Orestes interrompeu suas lembranças. Tinha algo a fazer. Ligou para a telefonista de plantão:
- Me ache o premier Xing Ling, da China. Pra ontem.
- Sim, senhor presidente.

Sem ele saber, alguém ouvia o que dizia, através de sofisticados aparelhos de escuta.

Esse alguém se chamava Vladimir Putin, novamente presidente da Rússia. E com idéias próprias sobre o que estava acontecendo.




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#845 Mensagem por kekosam » Seg Jul 16, 2012 6:37 pm

Putz... Putin?? :shock: :shock:

Onde isto vai parar??? [005]




Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35

#846 Mensagem por Túlio » Ter Jul 17, 2012 5:33 pm

SEIS HORAS - PARTE 41


O secretário particular avisou ao premier chinês:
- Excelência, o presidente do Brasil ao telefone.
Ele pensou: "o que esse cara quer agora? Atendo ou não atendo?"
Mas então lembrou-se que a UE lhe propusera retomar as compras e vendas normalmente, derrubando o embargo, desde que suas forças se retirassem. E isso lhe chamou a atenção para o Brasil. Precisava de suas commodities e seu mercado de mais de 200 milhões de consumidores. O tratado de três anos proposto pelo presidente Orestes não era grande coisa mas era melhor que nada. Resolveu atender, intérprete a postos:
- Alô, meu honorável amigo? - o intérprete traduziu imediatamente para o português.
A resposta veio em inglês fluente:
- Como vai, caro Xing Ling? Eu estava aqui pensando...
"Lá vem bomba", pensou o premier, "o que esse cara vai aprontar agora?", enquanto o tradutor, algo surpreso, traduzia, agora do inglês para o mandarim. Respondeu:
- Acredito que o nobre irmão pretenda compartilhar com este seu indigno escravo tão elevados pensamentos.
Após a tradução, o presidente, novamente em inglês:
- Na verdade, é sobre o tratado que combinamos. Eu ainda não o enviei ao Congresso, não sei se o senhor sabe, daí...
O premier perdeu a compostura. Dispensando o intérprete com um gesto irritado, berrou em inglês:
- Como assim "não enviou ao Congresso", é assim que você trata quem o ajuda, seu pedaço de m*? Escute, eu vou...
- Se o amigo me permitir, eu gostaria de explicar a razão de não ter mandado o...
- Pro diabo com suas m*s de razões, pro diabo com você e sua p* de país, eu quero aquele maldito tratado, ouviu? E se você voltar atrás vai descobrir que esses americanos que estão aí lhe enchendo o saco são nada perto do que eu, Xing Ling, posso fazer!
- Quando o amigo estiver mais calmo me avise, sim?
O premier respirou fundo. Sua poderosíssima forma aeronaval estava naquele momento no Mediterrâneo, a vanguarda já deslizando junto à costa do Egito. Podia facilmente cruzar o Canal de Suez e ir dar uma lição àquele pretensioso. A Sexta Frota dos EUA, responsável pelo Mediterrâneo, se mantinha prudentemente à distância, da mesma forma que a Sétima tratara de manter o Japão entre si e a China, para indignação dos japoneses. Não que isso lhes adiantasse algo, estavam ao alcance de qualquer modo. Então respirou fundo e disse:
- Está bem, fale.
- Que bom que o amigo se acalmou. Vou lhe dizer porque não mandei ainda - "esse 'ainda' é promissor", pensou o chinês - ao Congresso o tratado. É que eu acho que podemos fazer outro muito mas muito melhor...
"A isca está lançada", pensou o presidente Orestes, "vamos ver se esse peixe de olhos puxados morde."
- E o que o honorável irmão tem em mente, pode este indigno servo perguntar?
" Está beliscando", pensou o presidente, "agora é mostrar como é suculenta". E disse:
- Primeiramente, não me parece que apenas três anos seja conveniente ao senhor ou a mim. Acho que podemos dar algo melhor aos nossos povos...
O chinês gostou do "apenas".
- Prossiga, por gentileza, adorável irmão.
"Está começando a querer morder", pensou o presidente, "com o que vou dizer agora, ele engole inteira..."
- Bem, premier, prefiro mandar ao Congresso um tratado sem data para terminar mas que não seja menos de vinte e cinco anos. Isso será enviado como Medida Provisória, com validade imediata e lhe garanto que será aprovada como lei...
- Ei, isso é muito interessante, querido e sagrado irmão. Nem sei como...
- Calma, caro amigo, há mais. Pretendo incluir o Mercosul no Tratado.
"Pronto, agora ele pode ver como é grande e gostosa a isca"
O chinês exultou, agora era um mercado de quase meio bilhão de consumidores com crescente poder aquisitivo e todas as commodities que pudesse desejar. Mas, cauteloso, perguntou:
- E como o senhor sabe que o Mercosul...
- Senhor premier, o Mercosul agora somos nós. Depois do que mostramos à Venezuela e de acabarmos com a liçãozinha que estamos dando à Argentina, o que dissermos vai ser lei. E a Argentina não vai durar uma semana, se é que vai aguentar isso tudo. Assim, tão logo eles se rendam vou mandar a Medida Provisória a ambos os parlamentos, o nosso e o do Mercosul. Lhe garanto que entrarão em vigência imediatamente. Ambos!
- Meu querido, grande, máximo irmão, não tenho palavras para lhe agradecer!
- Isso inclusive lhe poupa daquele "trabalhinho" da Rússia, não?
- Mas naturalmente que sim, naturalmente. Não preciso mais das matérias primas deles e, portanto, não é mais necessário lutar. Hoje é um dia feliz. O que eu posso fazer para mostrar minha gratidão?
"Engoliu inteira!" - o presidente Orestes quase pulou de felicidade da cadeira. Mas se recompôs rapidamente.

E disse o que esperava que os chineses fizessem por ele.

O premier finalmente desligou. Como sempre, aquele brasileiro o surpreendia. E era um trabalho pesado. Mas estavam em jogo meio bilhão de consumidores e todas aquelas commodities, bem valiam alguns navios e aviões...


Vladimir Putin ouvira tudo em tempo real. Era bom saber que a Rússia não estava mais em perigo. Mas não haveria algum modo de tirar alguma vantagem da valiosa informação que agora tinha?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O Harpia C do capitão Netto aproveitava a energia que acumulara no mergulho para fazer uma ampla curva e subir mais alto que seu inimigo, tomando sempre o cuidado de se manter fora do alcance de seus mísseis Stinger 2. Alguns minutos após - como essas m*s são lentas, reclamou o capitão - estava a 22.000 pés, enquanto o Predator extraía cada HP para tentar chegar a 20.000. E tentava se manter tão de frente quanto possível para o Harpia, com a finalidade de mostrar-lhe o menor alvo possível, ao mesmo tempo em que escondia o escape do motor.
- Espertinho - riu o capitão - qual o alcance? - perguntou a um dos sargentos especialistas.
- Cinco milhas, senhor. Mas, com a vantagem da altitude...
- Não. Não vou fazer uma burrada parecida com a que esse b***inha fez. Vou chegar mais perto...
- Senhor, os mísseis dele...
- De baixo para cima? Nunca vão me acertar!
"Nunca é muito tempo", pensou o sargento. Mas nada disse. Apenas olhou para seu colega, que manejava outros sensores. Parecia tão empolgado quanto o capitão Netto com o combate. "Serei eu o errado aqui?", pensou. Mas novamente calou.
- Três milhas, senhor! Praticamente na NEZ (No Escape Zone - Zona Sem Escapatória), dada a velocidade relativa e a nossa vantagem em altitude.
O capitão Netto então esperou mais alguns angustiantes - para os sargentos - segundos. Então, com um sorriso feroz, levantou com o polegar a cobertura de plástico do joystick que encobria o botão de disparo de mísseis, e que tinha a função de armá-los para o disparo, ao mesmo tempo em que abria a portinhola do tubo de lançamento. Servia para evitar disparos acidentais também, claro.

Um sinal sonoro indicou que a portinhola estava aberta e o IGLA-R pronto para o disparo. Como o míssil estava fechado em seu tubo, o lançamento seria naturalmente no modo LOAL (Lock On After Launching, significando que o míssil só "trava" no alvo após ser lançado). Ele pressionou o botão de tiro.
- Segura essa, vagabundo!

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O dr. Thalmers estava sem dúvida curioso, para dizer pouco. Recebera uma ligação convocando-o a participar imediatamente de uma videoconferência. Além dele, apenas o presidente da fundação que mantinha o hospital e o presidente da APA (American Psychiatric Association ou Associação Americana de Psiquiatria). Os dois já estavam online quando se logou, junto com um terceiro a quem ele também conhecia.

O diretor do FBI.

A conversa não fora longa. Queriam que um de seus pacientes fosse entregue a uma organização da Igreja Ortodoxa Grega. Tentara argumentar sobre a periculosidade do homem mas nenhum dos homens cedeu: deveria ser entregue imediatamente, havia um veículo discreto chegando à sua clínica. Os homens a bordo saberiam tratar do paciente até este chegar às mãos dos padres. Sem outro recurso, exigiu que fosse tudo colocado no papel e devidamente assinado. Atônito, viu na tela cada homem apanhar um papel previamente digitado, assinar e carimbar. Após colocaram, um de cada vez, em um scanner. Instantes depois saíam as cópias de sua impressora. O sujeito do FBI falou:
- Amanhã pela manhã os originais estarão em sua mesa. Devem ir diretamente para seu cofre e lá ficar. Não devem ser mostrados a ninguém, sem exceções.
"É, não vou mostrar a ninguém até isso dar rabo, pois esse cara vai dar um jeito de fugir e fazer m* de novo. De jeito nenhum que eu vou pra cruz sozinho", pensou.

Gribel começava a abrir a tranca da porta. Seu rádio crepitou. Devia ser o cara da segurança encarregado das câmeras, certamente avisando que o paciente saíra da parede que estivera esmurrando e estava agora diante da porta, pronto a saltar-lhe na garganta. Que novidade, ele sempre fazia isso. Mas atendeu:
- Gribel.
- Mudança de planos. O paciente deve ser banhado e imobilizado para transferência imediata.
O chefe de segurança Arnaud Gribel pesou e sopesou o que ouvira. Transferir para onde? Aquele demônio? Mas ordens eram ordens e reconhecera a voz, mesmo com as distorções normais de rádio.

O dr. Thalmers em pessoa. Seu amigo e benfeitor, quase um pai.

Bem, pelo menos não ia perder a parte divertida da coisa. E abriu a porta de um só arranco. Onze saltou sobre ele como que impulsionado por uma mola. Gribel já esperava, claro, o doido nunca mudava sua tática. A sola de sua bota o fez estacar e o chute que veio a seguir o jogou de volta à parede que estivera esmurrando. Ergueu-se imediatamente e, como sempre, Gribel estava dentro da cela com ele, o outro guarda, temeroso, tendo trancado a porta por fora. O enorme guarda sorriu meio torto:
- E aí? É só isso que tem para me mostrar, seu pedacinho inútil de m*?
E a surra recomeçou. Desta vez foi caprichada, pois Gribel sabia que seria a última. Uma verdadeira surra de despedida...

Depois, quase inconsciente, o paciente foi acorrentado a uma espécie de carrinho, com empunhaduras na parte superior e rodas na inferior. Mas havia o banho. Mais desenvolto, agora que o monstro estava bem acorrentado - Gribel fizera tudo sozinho - o outro guarda apanhou a mangueira de incêndio e a colocou na máxima potência. Esvaziou um saquinho de sabão em pó por cima do paciente.
- E aí, está gostando, FDP? E dirigiu com evidente prazer o jato de água em alta pressão sobre o paciente onze, cobrindo-o de espuma e depois a retirando, com especial ênfase no rosto. Gribel anotou mentalmente que iria dar um jeito de demitir aquele cara, pois era duplamente covarde: se escondia na hora em que havia perigo (só abrira a porta após o sujeito da câmera assegurar que Gribel tinha arrasado onze) e abusava quando o adversário estava indefeso. Conteve a vontade de dar-lhe uma surra ali mesmo. Haveria tempo para isso, agora era tocar a cumprir as ordens do dr. Thalmers...


O grande SUV de cor escura estava parado diante do portão principal do hospital. Gribel sozinho conduzia o carrinho com onze ainda acorrentado e encharcado. O dr. Thalmers já estava lá. Disse algo no pequeno microfone de lapela e o portão foi aberto. Thalmers fez apenas um sinal positivo com a cabeça e Gribel, obediente, conduziu o paciente até a traseira do veículo. Só então as portas dianteiras se abriram. Desceram dois homens.

Eram ambos negros e quase tão altos e fortes quanto Gribel. Totalmente calvos, ambos com ternos escuros. "Não parecem padres", pensou Gribel. E pareciam iguais, como se fossem gêmeos. Mas ele não tinha nada com isso. Apenas ouviu o dr. Thalmers se aproximar e dizer:
- Bem, estou passando o paciente à responsabilidade de sua...igreja ou...seja lá o que for. Assine aqui. - um dos negros se adiantou e assinou no espaço apropriado. Ilegível. Mas tanto fazia.
O homem, ainda acorrentado, foi colocado sem esforço pelos dois homens na traseira do SUV, tendo sido o carrinho cuidadosamente afixado a suportes preexistentes. Então um dos homens fechou e trancou a porta traseira. Sem uma palavra, ambos de dirigiram cada um a sua porta, embarcaram e partiram. Nem mesmo um aceno...

E foi assim que John Kirby caiu nas mãos da Organização.

Que tinha grandes planos para ele.

O mais interessante é que ele por certo iria gostar.




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#847 Mensagem por Everson Garcia » Qua Jul 18, 2012 11:04 pm

:D :D :D Estou copiando todas e imprimindo para ler com calma está cada vez mais emocionante, :D
Abraços .




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#848 Mensagem por kekosam » Seg Ago 27, 2012 3:58 pm

Cabou a Vodka???




Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#849 Mensagem por Túlio » Seg Set 03, 2012 12:19 am

Calma, Keko véio, no momento minha criatividade está direcionada para debates e artigos, além do que dei um tempo na história para oportunizar aos mais novos poderem ler desde o início. Em breve volta e tem muita coisa para acontecer... :wink: 8-]




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#850 Mensagem por Túlio » Seg Mar 18, 2013 9:23 pm

SEIS HORAS - PARTE 42


O míssil seguia como um raio. O piloto americano mal pôde se dar conta, avisado aos berros por um dos sargentos de controle dos sensores. Comandou um violento break para bombordo. Um segundo antes do impacto direto.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TOMA O QUE TE MANDARAM, FÉLADAP...!!! - berrou o Capitão Netto. Os especialistas apenas se entreolharam. Mas estavam felizes. Afinal, era loucura mas dera certo...

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ilhas gregas

Aquela ilha sequer nome tinha. Com todos os bordos escarpados e cobertos de vegetação nativa, fora descoberta e abandonada. Ninguém se dera ao trabalho de inspecionar o interior. Mas um padre que acompanhava a expedição tomou suas notas.

Estas chegaram ao lugar certo.

Cerca de uma década depois, outra expedição, desta vez enviada pela Organização, explorou e mapeou a ilha. Era pequena e montanhosa mas, curiosamente, com um vale plano quase no centro e bem abaixo, pouco mais de um quilômetro quadrado.

Dados repassados, após um par de anos se formava nova expedição. As ordens eram simples e claras: criar o embrião de uma nova base, a definitiva. Ali a Organização floresceria sem interferências indevidas dos poderes da Igreja.

Cumpridas as ordens iniciais, nova expedição chegou. Desta vez tratava-se de escavar um túnel que levasse do vale até um ponto que pudesse ser usado como ancoradouro. Mais de uma década se passou desde então. Mas o objetivo, como sempre ocorria com a Organização, foi alcançado. Havia agora um ancoradouro, cuidadosamente camuflado com folhagens.

E os anos passaram, aperfeiçoamentos foram introduzidos. O portão manualmente erguido se tornou eletromecânico, o "olheiro" foi substituído por um jogo de câmeras digitais e uma central de controle, etc.

E a lancha se aproximou, após os sinais corretos. Dentro, apenas os gêmeos negros e John Kirby, ainda fortemente acorrentado. Além deles, o piloto, um monge igualmente acorrentado, mas apenas ao Voto de Silêncio...

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E Putin não sabia o que fazer com as informações que tinha. Estava livre - ao menos por ora - de ser atacado. Por outro lado, seria interessante informar aos americanos do golpe em que estavam entrando? Resolveu pensar mais um pouco...

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

No mais novo estado da União, Portugal, o Governador José Sócrates decretava:

"Pelo maioire e melhoire interesse deste estado e do nosso amado Brasil, eu, José Sócrates, o Leão de Olivença, proclamo uma DERRAMA: todo o oiro que estiver nestas terras deve, por medida de segurança, seire depositado junto ao Banco Central do Brasil. O gaijo que se meteire a safo deverá se entendeire com a PM".

Um Português comum do Porto, ao ouvir o pronunciamento no rádio, comentou:
- Pá, 'stou a endoidaire ou bão a nos tomaire o pouco que ainda nos está nas bãos?"


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Eins mirou. Outro Abrams voou pelos ares. Estava ficando meio que...monótomo. Estavam, a menos de sessenta quilômetros de Buenos Aires. Exultou em voz alta (que não foi ouvida nem mesmo por ele, dada a barulheira da Encouraçada em movimento e ação):
- Avante, p*tada, vamos desfilar pela SEGUNDA vez na capital da PQP!

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Atracado o São Paulo, o Comandante Marino quedou-se assombrado ao ver aquele estranho homem a cavalo e de armadura desembarcar primeiro, com toda a tripulação do A-12 ajoelhada à sua passagem. Mais atônito ficou ao ver o cavalo entrar na vasta multidão e todos - sem exceção - descobrirem as cabeças e tomarem posição de joelhos. Murmurou de si para si:
- PQP!

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Palácio do Planalto, Brasília

- Presidente, não sei o que dizer!
- Calma, Paisano, isso acontece. Ao menos agora sabemos. Nunca imaginei que a monarquia seria restaurada em meu mandato. E um Português, ainda por cima...
- Bem, senhor...
- Sei. Começamos em Portugal e a Portugal tornaremos. Apenas meus planos eram algo diferentes...- falou, como que consigo mesmo.
O MRE pensou. Então, após olhar em torno, sem nada notar, comentou:
- Senhor Presidente, eu diria que...
- É, eu também. Primeiro Ministro, não? Mas de um absolutista, não uma Rainha da Inglaterra. É diferente.
- Senhor...
- Bem sei, é sem volta. Vamos chamar o pessoal do cerimonial. É tudo dele agora. Pelo Brasil todo não se fala de outra coisa.
- E quanto aos chinas?
- Ele que se vire. Se me mandar, mantenho o que estou fazendo, se não o fizer, que assuma.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Argentina, proximidades de Bariloche

- Señor General, estamos quase prontos!
- Quanto tempo ainda?
- Pouco mais de quatro horas, señor.
- A estimativa é correta?
- Sí señor, chega a Porto Alegre, capital do estado deles chamado Rio Grande do Sul.
- A potência está correta também?
- Más o menos, señor. Fica entre 200 e 500 kilotons, triplo estágio. Bastará, yo lo creo...
- Prossiga. E veja se acelera isso, estão nos arrasando!
- Sí señor. Vão tomar el mayor cagazo de todos los tiempos!
"É verdade" - imaginou o general. O Brasil descobriria o que sentiram os japoneses em Hiroshima e Nagasaki. Só que umas dez vezes mais forte.
Sorriu...




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#851 Mensagem por Túlio » Sex Mar 22, 2013 2:48 pm

SEIS HORAS - PARTE 43


Após longas horas, ainda acorrentado ao carrinho e agora colocado em um quarto em completa escuridão, John Kirby ainda se indagava sobre o que poderia estar acontecendo. O que aquela gente queria com ele?

Então a porta de abriu. Kirby entrecerrou as pálpebras até acostumar sua visão à luz. Eram dois homens, mas não os estranhos e silenciosos Gêmeos, mesmo sendo igualmente altos e fortes, um branco (louro, na verdade) e outro mais moreno, ar curiosamente oriental. Trajavam ambos vestes monacais. Um (o louro) falou, em inglês com sotaque que lhe lembrava o do Texas:

- Senhor Kirby, agora vamos soltá-lo para que seja entrevistado por quem o convocou. Pedimos que não tente fazer nenhum tipo de bobagem, ou descobrirá de uma maneira algo...dolorosa...que não somos nada indefesos. Compreende o que digo?

Kirby apenas riu seu riso demente, pouco mais que um ruidoso esgar. Mas decidiu nada fazer por enquanto, chances melhores iriam provavelmente aparecer. E as feridas provocadas por Gribel ainda doíam. Ao menos lhe dera um belo par de mordidas, arrancando-lhe sangue e mesmo um pedacinho de sua carne. Sim, ele se lembraria do "onze" até o dia de sua morte...

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Gribel acordara, tendo sido contemplado com um dia de folga para recuperar-se. O doido FDP finalmente conseguira machucá-lo e a dor fora intensa, quase insuportável. O desgraçado mordia como um leão. Nunca havia feito isso antes. Tivera de ir à enfermaria, onde seus ferimentos haviam sido limpos e recebera oito pontos no peito, onde a mordida fora mais grave, literalmente rasgando-lhe um pedacinho de seu tórax, junto com a camisa.

Acordara após um sono irresistível, que atribuíra aos fortes analgésicos que lhe haviam sido ministrados. Sentia-se bem disposto e alerta como jamais estivera antes. A dor havia sumido por completo, dando lugar a uma leve euforia. Imediatamente decidiu reapresentar-se ao serviço. O Dr. Thalmers gostaria de ver sua dedicação, apresentando-se antes do fim da folga. Só então percebeu que não estava em seu alojamento, para onde lembrava-se perfeitamente de se ter dirigido e deitado na cama.

Estava na enfermaria outra vez. A seu lado, a voz conhecida:

- Salve, Gribel. Quase pensei que o perderíamos...
- Dr. Thalmers! O que aconteceu? Já estou pronto para voltar a...
- Calma, filho. Vamos fazer mais uns exames para ver se está tudo certo com você. Depois do que passou, podem ainda haver sequelas...

"Sequelas"? "Depois do que passei"?
- Mas doutor, só tirei uma soneca e já estou novo em folha, como é que...

O doutor o interrompeu:

- Sim...uma soneca de dez dias...

Gribel limitou-se a ficar boquiaberto, incapaz de responder. Dez dias? Praticamente um coma...

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O que uns poucos militares argentinos escolhidos a dedo conheciam como "La Hacienda" (A Fazenda) era talvez o local mais secreto da Argentina. Era um programa exclusivamente militar, sequer o governo ou qualquer outra autoridade civil e mesmo a maioria dos militares tinham conhecimento dele. Já existia embrionariamente quando da desativação por pressão americana do Projeto Condor, que visava a um míssil tático com óbvias capacidades militares drásticas, ou seja, capacidade de transportar ogivas de destruição em massa, como químicas, biológicas e nucleares. E a última destas era o objetivo. Partira-se dos estudos para o Condor III - que jamais chegara a ser construído - que teria, em tese, cerca de mil e quinhentos km de alcance para chegar-se ao modelo atual que, dada a mentalidade tradicionalista dos militares sul-americanos fora singelamente chamada de Condor IV. O alcance agora passava teoricamente dos dois mil km, podendo chegar a até dois mil e quinhentos com a ogiva (nuclear) de meia tonelada. Na impossibilidade de testar a carga, modelos teóricos a haviam situado entre duzentos e quinhentos kt, com grande chance de este potencial estar mais próximo do limite superior do que do inferior, segundo o brilhante cientista-chefe, o señor Citefa, também conhecido como Mister Citefa por seu Ph. D. no MIT americano.

A escolha do local não fora fácil. Partira-se, ainda durante a ditadura militar, da premissa de que deveria ficar localizada mais ou menos dentro de um arco de mil quilômetros ao sul de Buenos Aires e em local que fosse próximo de alguma estrada razoável, além de ser tão equidistante quanto possível entre o Chile e o Oceano Atlântico, a bem da segurança operacional. O local escolhido ficava pouco mais ao sul, uns 1100 km da capital portenha. As verbas para aquisição não poderiam ser rastreadas até qualquer órgão governamental, principalmente militar, mas desviar as verbas fora e continuava a ser bastante fácil, dadas as práticas fiscais argentinas. A escolha e compra se devia a ser uma velha e pouco produtiva fazenda, numa área rochosa e sem qualquer outra fazenda nas proximidades. Uma cidadezinha a uns cem km era o ponto mais próximo onde havia presença humana regular. Era perfeito...

Os barracões e celeiros foram reformados. Outros, de igual aparência foram construídos. Mas as reformas e construções foram contempladas com reforços apenas internos (incluindo instalações subterrâneas), do exterior se via apenas uma série de prédios ao longe, aparentemente caindo aos pedaços. Mesmo na remota hipótese de alguém se aproximar, pouco ou nada de interessante haveria para ver, além de umas poucas cabeças de gado bovino e ovino com a presença, volta e meia, de alguns peões e, forçando a vista, pequenas e distantes plantações. A finalidade era tripla: alimentar o grupo que ali trabalhava, despistar curiosos e prover segurança às instalações. Pois os "peões" eram membros de unidades especiais altamente treinados, com fardas de camuflagem e bem equipados, tudo isso por baixo de seus amplos e indefectíveis ponchos coloridos, típicos dos peões do sul da América, conhecidos como gaúchos em três países, Argentina, Brasil e Uruguay. Afora isso, apenas a placa na única porteira: Propriedade Privada. Não Entre.

Nunca tentaram entrar.

Mas quem entrasse e conseguisse chegar aos barracões teria a maior das surpresas: ali se desenvolvia em segredo três projetos paralelos que, unidos, poderiam mudar a história da América do Sul.

E os três estavam prontos e devidamente testados, dentro das limitações exigidas pelo alto secretismo. Bastava unir, programar e usar. Poucas horas de trabalho para ter a arma pronta.

E o processo já havia começado.

E tinha um objetivo.

Na verdade, um alvo.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A central VANT/VANTC da Base Aérea de Santa Maria (BASM) era relativamente recente e era dupla. Num dos prédios ficava a área operacional propriamente dita, onde os pilotos e sargentos especialistas operavam suas pequenas aeronaves, cumprindo as mais variadas missões.

Em outro, menos, ficava a área de monitoramento, comandada por um Major S2, ou seja, da Inteligência Militar. Um dos sargentos que monitoravam as operações dos ocupantes do prédio "operacional" acompanhara uma inusitada alteração do escopo da missão por um dos pilotos e comunicara a seu CMT, voltando as imagens e comunicações entre os operadores e assim mostrando-lhe o que lhe chamara a atenção. Este:
- Como sempre, salve tudo mas dessa vez crie uma cópia de segurança. Ah, e mande por email via intranet para a sala do Brigadeiro Maicá. Estou indo para lá agora. Acho que temos um doido entre nós...

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

As tropas americano-argentinas recusavam em desordem. As baixas haviam sido pesadas durante o rompimento de seu dispositivo. O general Hopkins decidira, em desespero, montar novo dispositivo, agora defensivo, um anel de aço e fogo ao redor de Buenos Aires. Apelando ao nacionalismo argentino, seu patriotismo e exacerbado antagonismo para com os brasileiros, e aproveitando que armas potentes eram livremente vendidas ali, solicitou à eterna presidente da Argentina um apelo direto ao povo, para que ajudassem a defender sua cidade, tornando-a um baluarte inconquistável. Disse então a seu chefe de estado maior, um argentino:

- Bem, os brasileiros agora terão a sua Stalingrado para lamentar...


(Continua)




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#852 Mensagem por Túlio » Sex Mar 22, 2013 11:36 pm

Ei, vamos devagar, não leiam TANTO! Estou contando os acessos (joinha e
nem sequer comentário sei não vou levar mesmo, estou conformado) e, a partir de tale, tenho que postar outra parte (que aliás está quase pronta) mas os não-logados estão jogando contra si mesmos: mais uma ou duas partes (não decidi ainda) e começa uma trilogia ou quadrilogia dentro da história (a que chamo provisoriamente "Balé Nuclear") que será apenas para logados, ou seja, vai voltar para a parte interna do DB.

Outra: recomecei a história porque o quadro de Moderadores está TÃO afiado que nem preciso esquentar com isso, podendo me debruçar sobre coisas mais divertidas como postar e como ESCREVER... :wink: 8-]




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#853 Mensagem por Túlio » Sáb Mar 23, 2013 6:08 pm

SEIS HORAS - PARTE 44


Gribel se sentia cada vez melhor. Pedira e recebera autorização do dr. Thalmers - que se ocupava pessoalmente do seu caso, pelo que se sentia ainda mais grato - para tomar um banho em seu alojamento, sob promessa de retornar após imediatamente à enfermaria. Chegando a seu espaço pessoal, despiu-se rapidamente e foi para o chuveiro, onde ensaboou-se e teve seu primeiro banho em mais de dez dias. Detestava sentir-se sujo. Após, dirigiu-se à pia, onde iria aparar os pelos em excesso, pois ninguém o barbeara no coma, sabiam que ele não gostava que lhe tocassem no rosto e respeitavam isso. A barba era sua e era, portanto, problema seu.

Diante do espelho constatou que sua aparência era lastimável. Nunca fora um homem que qualquer mulher, ao menos até onde soubesse, classificaria como bonito, tinha um rosto másculo demais, ossos grandes e fortes demais. Mas o rosto estava pior do que nunca, macilento e abatido. Exceto pelos olhos, com um brilho que jamais vira.

Mas uma das garotas que os psiquiatras contratavam regularmente para lhe satisfazer as necessidades sexuais havia (à falta do que dizer a homem tão sem graça) dito que, se raspasse os cabelos e deixasse a barba com um leve aspecto descuidado, se tornaria uma versão bem grande do famoso ator Jason Statham, do qual ela era fã. Na verdade, seria quase uma versão double-size do mesmo, mas a isso prestara pouca atenção, tendo logo partido para o "segundo tempo", que era precisamente o que a jovem prostituta tentava evitar ou ao menos protelar, dado que Gribel não era grande apenas nos músculos e ossos.

Após ela ter partido - e, isso ele não sabia - dito ao psiquiatra que nem pelo dobro do dinheiro voltaria ali, pois o guarda grandalhão a deixara praticamente impossibilitada de praticar sua profissão pelos próximos dias, Gribel ficara deitado na cama, rememorando aqueles momentos, como costumava fazer. Havia feito ou dito algo errado? Fora rude? Como sempre, a resposta fora negativa, esmerara-se em manter a dama à vontade, ser gentil e atencioso. Era-lhe importante que elas gostassem dele, talvez um dia até alguma resolvesse se tornar sua namorada fixa, embora até então nenhuma sequer tivesse tocado no assunto, apesar de algumas insinuações veladas de sua parte. Então lhe voltara à lembrança aquilo que ela dissera, comparando-o a um ator. Deveria ser um cara bonito, todos eram, pelo jeito. Forçara a memória e lembrara o nome, conectando-se à internet em busca de fotos do rosto do sujeito. Não se achara nada parecido mas então a segunda parte do que ela dissera lhe veio à mente: ele sempre se barbeava escrupulosamente e tinha basta cabeleira. No dia seguinte fora ao cabeleireiro da clínica e lhe pedira para raspar-lhe os cabelos, máquina zero. O homem estranhara mas era o Chefe de Segurança, não lhe cabia discutir com ele. Estranhara ainda mais quando Gribel lhe mostrara uma foto impressa e pedira para raspar partes da cabeça, simulando as famigeradas "entradas", que anunciam a calvície. Não satisfeito, fora a seu banheiro e aparara os pelos do tórax e abdômen da forma mais parecida possível com as fotos que vira, mesmo ficando á mostra as feias cicatrizes dos disparos que recebera de seus próprios colegas. Quando (ele não sabia de nada) ela voltasse, certamente notaria sua semelhança com o ator. Talvez até achasse sexy as cicatrizes, sabia de muitas mulheres que gostavam disso e era algo que o dito ator não tinha, suas brigas e tiroteios eram de mentirinha, ele era real. Talvez ela, ao vê-lo com a nova aparência, se apaixonasse e ele tivesse finalmente sua namorada.

Então cortara a já espessa barba com uma tesoura. Após, raspara os pelos do pescoço. Finalmente, fora passando o barbeador de leve pelo rosto, até voltar à aparência a que se acostumara, a da falsa barba por fazer. Satisfeito, passou aos abundantes pelos do tronco. Amargurou-se um pouco, a cicatriz da mordida do maldito doido não seria tão máscula quanto as dos projéteis que os médicos lhe haviam extraído do corpo. Bem, sempre poderia dar a entender que alguma mulher se excedera em sua excitação e o acabara ferindo. Enquanto cortava os pelos com a tesoura para mantê-los no tamanho certo, olhava cuidadosamente o que fazia. E o que viu levou apenas um instante para dizer-lhe que algo estava muito errado.


O dr. Thalmers examinava displicentemente algumas fichas de ex-pacientes, em busca de dados para um tese que estava elaborando durante quase uma década, quando seu principal funcionário invadiu seu consultório. Era Gribel, descalço, pingando água e vestido apenas com um roupão azul de saída de banho. Mas isso não espantou o bom doutor, calejado e acostumado a todo tipo de excentricidade. Não.

O que assustou Thalmers foi a expressão de pavor nas feições de Gribel, rosto branco como a neve.

- Doutor, me ajude!

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Base Aérea de Santa Maria (BASM)
Central VANT/VANTC


O capitão Netto nunca fora conhecido como CDF nos locais onde operara. Tinha o, para vários de seus comandantes - inclusive o atual, Brigadeiro Maicá - irritante costume de, no meio do cumprimento de uma missão, ter um insight e desviar-se das ordens originais. Chamava a isso "seguir os instintos". Como os resultados finais, após cuidadosamente analisados por ordem do furioso CMT, com vistas a enfiar-lhe um IPM (Inquérito Policial Militar) que por certo lhe arrancaria uma estrela dos ombros, acabavam invariavelmente por mostrar que sua iniciativa pessoal dera frutos inesperados e muito positivos, e o processo todo acabava arquivado. Aliás, coisas assim é que o haviam tornado o mais jovem e condecorado capitão da FAB, sem jamais ter pilotado uma aeronave "de verdade" desde que saíra da AFA (Academia da Força Aérea).

Seu VANTC se encontrava nas proximidades de Buenos Aires, analisando o sistema defensivo que ia sendo montado pelos americanos e argentinos. Nada que já não tivesse visto em manobras e treinamentos simulados. O velho Eins sairia daquela fácil. Desinteressado, apenas manobrava a pequena aeronave, seguindo os pedidos dos sargentos, que queriam uma vista melhor disso e daquilo, mas sua mente estava longe, alguma idéia se formando. De súbito, ela tomou corpo. Ao mesmo tempo em que iniciava uma suave curva para bombordo (esquerda), mudou seu visor para o modo de análise do Harpia C. Tudo normal mas menos de uma hora de voo antes de ter que voltar. Não daria para o que imaginara fazer. Então, mudou novamente de modo, desta vez para o quadro de situação, que mostrava todos os dados do campo de batalha. Inclusive as demais aeronaves e VANTs/VANTCs e suas posições. Sorriu e mudou para o modo de fonia, ainda prestando atenção a uma aeronave que selecionara. Chamou:
- FOX, tá na área?

O jovem tenente, cujo nome praticamente se perdera, tão afeiçoado ficara a sua "callsign", FOXTROT, a ponto de usá-la em sua tarjeta de identificação no uniforme, era também conhecido como "papa-defunto" pelos companheiros. Isso se prendia a um algo extravagante hábito seu: já que pilotava o VANT mais monótono da FAB - exceto quando era exigida sua atuação, aí sim, era excitante - ele o deixava em piloto automático, após programar os "waypoints" que recebera em suas ordens de missão, passava a analisar cuidadosamente as imagens produzidas pelas aeronaves que tinham sensores (a dele só possuía uma câmera ótica simples para poder pilotar e outra, a ré, para cumprir sua missão), buscando baixas inimigas. Analisava e computava escrupulosamente todas as baixas que detectava, repassando-as depois á Inteligência. Estava naquele preciso momento verificando três corpos que haviam sido filmados de passagem por outra aeronave e tentando resolver se eram argentinos ou americanos. Nada lhe dava mais prazer do que poder reportar baixas americanas. Passava e repassava as imagens e não conseguia se decidir. Tão concentrado estava que chegou a estremecer ao ouvir a fonia do capitão Netto. Mas lhe reconheceu a voz, eram amigos e a comunicação digital facilitava tudo.
- Fala, Netto. Qual é a tua?
- Estou com uma ideiazinha aqui mas estou também meio curto (pouco combustível, no jargão da FAB), dava pra quebrar o galho?
Algo contrariado, clicou "shift" em seu teclado, o que, pela programação usada nas operações de Veículos Aéreos Não-Tripulados da FAB, abria imediatamente uma nova aba no monitor.
- Tá, passa os dados.
Instantes depois, ainda pensando nos malditos cadáveres difíceis de identificar, passava a analisar os dados. Reportou:
- É, Netto, teu bicho tá com temperatura de motor e do óleo boas, só o que te falta mesmo é combustível. Tá pensando em fazer o quê?
- Quem não sabe, não responde IPM - respondeu maliciosamente Netto, sorrindo.
FOXTROT pensou. Provavelmente só o seu amigo não sabia que em breve receberia ordens de trazer de volta e pousar o pequeno VANTC, para levar uma tremenda xixada do brigadeiro Maicá e entrar em mais um IPM. Mas ele sempre saía por cima, não? Talvez até sobrasse alguma coisa boa para ele, FOXTROT.
- Tá legal. Você me tem no visual?
- Ainda não, estou a umas trinta (milhas náuticas, pouco mais de 55 km), você podia vir em minha direção para facilitar, não?
Novamente o tenente FOXTROT hesitou. Costumava cumprir escrupulosamente as "waypoints", só pilotando manualmente quando era chamado ou em casos de emergência. "Que encruzilhada, topo ou não? A decisão que eu tomar pode afetar legal a minha carreira, para bem ou para mal." Então decidiu: "ou vai ou racha, que se f*!"
- Tá legal, Netto, indo em sua direção, ETA uns NONO MIKE (nove minutos) se formos em rota de colisão.
- Já estou indo com tudo, só você fazer o mesmo.
- OK. Vamos nessa, antão.
E, desligando o piloto automático, assumiu manualmente os controles, acelerando o motor e aproando para a posição onde via pelo data-link geral que estava o amigo (estavam praticamente na mesma altitude). Os minutos passaram rápido e, ao já estarem no visual, executaram a manobra que rotineiramente treinavam: FOXTROT comandou uma curva suave para boreste, desviando-se de Netto e este, reduzindo ligeiramente a velocidade, curvava para bombordo, em perseguição ao VANT de FOXTROT, do qual já podia ver uma mangueira emergindo de uma das duas caudas do pequeno aparelho...


Mesmo antes da entrada em serviço do Harpia, a FAB, dados os sempre magros orçamentos, imaginara que teria poucos, jamais o suficiente para manter uma cobertura total de um TO (Teatro de operações) de tamanho médio durante as 24 horas do dia, o que levaria a ou ter que deixar as forças de superfície que apoiava com informações "cegas " por horas a fio ou arriscar aeronaves tripuladas para poder manter todo mundo bem informado. Os aparelhos operavam como seus homólogos no mundo inteiro, decolavam, cumpriam a missão e retornavam à base para reabastecimento e, no caso de um VANTC (Veículo Aéreo Não-Tripulado de Combate), rearmamento, além de uma revisão de seus sistemas. Isso era uma tremenda perda de tempo para quem tinha poucos aparelhos.

A idéia inicial fora mapear todos os trechos retos e nivelados de estradas onde uma aeronave tão pequena pudesse operar e converter a versão de chassis longo do jipe Agrale Marruá em veículo de reabastecimento e reaprovisionamento, sendo tripulado por alguns especialistas. Era o caminho para o qual a FAB se inclinava até que um jovem engenheiro - curiosamente do IME (Instituto Militar de Engenharia, do Exército Brasileiro) - soubera do tema em um fórum da internet chamado Defesa Brasil, onde postava com regularidade. E sugerira: "se dá para fazer REVO (REabastecimento em VOo) em avião, por que não em drone?". As respostas haviam sido, em sua maioria, algo zombeteiras. Algo chateado, ele aprofundara sua idéia e desta vez esta passara a ser debatida com seriedade pelos foristas. E acompanhada por outros, que apenas liam, sem postar.

Um deles era o engenheiro Paulo Bastos, do CTA. Nunca havia postado antes, apenas lia, mas então escreveu:
"Mas por que não daria certo? É só botar uma câmera lá atrás (evitava cuidadosamente demonstrar qualquer conhecimento mais profundo sobre aeronaves) e trocar o que tem de sensores - sei lá quais são - e armas e botar um tanque de combustível e um daqueles trecos que enchem tanque de avião, ora".

Acompanhou mais algum tempo o debate até ver que, em linhas gerais, a idéia do rapaz não era nada ruim e sem dúvida melhor do que a de jipões cheios de combustível e armas em alta velocidade por estradas perigosas e ainda por cima perto do front, além do que não haviam tantos especialistas assim. As poucas dúvidas que tinha haviam se desvanecido, agora era "vender" a idéia, apenas isso. Desconectara-se e passara o resto da noite fazendo cálculos e desenhos no Autocad. Pela manhã, tinha algo para mostrar. E, para seu espanto, o Alto Comando se apaixonara à primeira vista pela sugestão. Não era nada comum isso...

Assim, antes mesmo de o Harpia C - a versão muito modificada do B, que já era de combate - ter iniciado a fabricação de sua primeira unidade, o projeto inteiro foi mostrado à EMBRAER. As modificações foram aprovadas, testadas e homologadas. Isso, claro, atrasara o projeto em mais de um ano mas valera a pena: as versões C (que seria usada tanto em reconhecimento quanto combate) e D (para REVO) acabaram entrando em serviço praticamente ao mesmo tempo. A FAB tinha agora sua capacidade de operar VANTs/VANTCs 24 horas por dia...


E era este o aparelho operado por FOXTROT. Não havia similar no mundo. Controlando a atitude de seu VANT cuidadosamente, tratou de encher os tanques de combustível do amigo. Concluído sem incidentes, o REVO, se despediu:
- Taí, Netto, barriguinha cheia. Agora vê se não faz m*...
- Deixa comigo. E o capitão Netto voltou-se para os sargentos especialistas, que dissimulavam como podiam seu desgosto em interromper uma missão para eles tão interessante. Mas foi impossível esconder o espanto com o que o capitão disse a seguir:
- Tá legal, pessoal, toca pra Buenos Aires. Vamos atravessar aquele p*teiro de m* e ver se eles têm alguma coisa mais ao sul!

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La Hacienda

A primeira parte estava montada. O potente "cavalo" (caminhão de tração para carrocerias grande e pesadas) de marca comercial Saab Scania, aparentemente idêntico a qualquer outro de uso civil, inclusive mantendo a cor original mas amplamente modificado em seu interior e suspensões, além de pneus balísticos, já estava unido à carroceria especialmente projetada e construída ali. Por fora também parecia muito com uma de uso comercial, até nas laterais metálicas estava pintado um desenho de um queijo e escrito em letras berrantes "Quesos Don Tomás, Quien Conoce Quiere Más". Por dentro, um mecanismo que abria a cobertura metálica traseira e outro que basculava um estranho berço no interior dela.

A segunda parte também fora unida à terceira: a ogiva nuclear fora cuidadosamente afixada ao Condor IV, dentro de um enorme cilindro protetor. Este fora selado. E agora era introduzido pela parte traseira da carroceria, no berço basculante. Após o "OK" dois técnicos e feita a verificação final. Tudo estava perfeitamente ajustado. Então emergiu a ordem que fora discutida pelo comando da operação toda até o amanhecer.
- Partir em direção a Buenos Aires.
Minutos após, tripulação a bordo, o enorme e pesado veículo saía da enorme garagem disfarçada de velho barracão. Algo desajeitado, seguiu pela estradinha lamacenta até a porteira, onde vários "peões", alguns a cavalo, outros a pé, abriram, e saudaram respeitosamente, pois El Comandante em pessoa seguia com a tripulação do veículo. Ele comentou:
- Sigam com cuidado e sem pressa. De maneira alguma despertemos suspeitas. Mesmo desde La Hacienda podemos acertar Porto Alegre. Só que é um alvo de menor importância. Se conseguirmos chegar aos subúrbios da capital, poderemos escolher entre São Paulo e Rio de Janeiro...
- Vai ser perigoso como o diabo, señor... - comentou seu subcomandante.
- Assim é a guerra - filosofou El Comandante. De qualquer modo, mesmo a uns 600 km da capital já teremos São Paulo ao alcance. Se for o caso, se algo nos atrapalhar, se estivermos em risco de ataque, nem precisamos desembarcar: reprogramamos e acionamos tudo daqui de dentro mesmo, menos de seis minutos e El Condor será acionado.

E o subcomandante sabia que aquilo era verdade, o sistema fora exaustivamente testado, apenas sem disparos reais. 600 km talvez fosse um cálculo até muito conservador, para ele bastaria menos de 800.

E seguiam. Em poucas horas haveria a primeira explosão termonuclear no subcontinente conhecido como América Latina.

"Nem Deus poderia evitar isso, pensou El Comandante."

E estava certo. Talvez Deus até pudesse, mas certamente não queria...


(Continua)




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#854 Mensagem por Diorgenes » Seg Mar 25, 2013 10:04 am

Parabéns Túlio, a cada capitulo novo fica melhor e mais empolgante a sua estória. [009] [029]




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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

#855 Mensagem por Túlio » Seg Mar 25, 2013 5:48 pm

Muito obrigado, cupincha. Lembro que, como falei acima, em breve retornará à área dos usuários registrados do DB, pois acho que só o pessoal "de dentro" vai conseguir entender direito.

O marco para isso será a explosão - pois é, VAI DAR JOSTA DA GROSSA! - da ogiva nuclear argie em um lugar totalmente inesperado (notar que o Condor IV jamais foi testado) e as consequências serão imprevisíveis, do ponto de vista do leitor.

Vou tentar "esticar" a história até a 50ª parte (afinal, personagens e situações em andamento é o que não falta), quando então se vai dar o "CABUM" e nos reencontraremos no lugar original do SIX O'CLOCK, ou seja, a Seção "Forças Aéreas", pois foi ali que este romance nasceu e a parte 1 não era mais do que um post sobre a perseguição de um Tu-160 pelo quadrante traseiro ("seis horas") por um caça supersônico.

Enquanto isso, estou na metade da parte 45 mas sem pressa, como disse, conto os acessos e sei diferenciar acessos de pessoas diferentes dos da mesma pessoa, tentar "botar uma pressão". Por exemplo, EU acessei quatro vezes, para corrigir isso e aquilo (erros de digitação).


Abração (e vais ter uma surpresa em breve)!!! :D :D :D :D




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