AM1 recebe Exercício "Lusíada 06"
No âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises, decorre, no período de 6 a 15 de Novembro, o Exercício “Lusíada 06”, sendo o Aeródromo de Manobra Nº1 (AM1), em Ovar, um dos locais escolhidos para a sua realização.
EXERCÍCIO «LUSÍADA 06»
No âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises, e sob o comando operacional do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante José Manuel Mendes Cabeçadas, vai decorrer na área de Ovar e São Jacinto, no período de 6 a 15 de Novembro, o exercício «LUSÍADA 06», que contará com a participação dos três ramos das Forças Armadas.
Este exercício irá testar a resposta da Força de Reacção Imediata (FRI) e de outros meios atribuídos pelos três ramos numa operação de evacuação de cidadãos nacionais não combatentes e, eventualmente, de cidadãos de países amigos ou aliados. Tem como finalidade aperfeiçoar o aprontamento e a interoperabilidade de meios das forças e dos estados-maiores dos três ramos, num ambiente permissivo caracterizado pela instabilidade política e uma degradação da situação militar no terreno.
Estarão envolvidos cerca de 1260 homens dos três ramos das Forças Armadas. Além de todo o pessoal necessário à preparação e condução do exercício «LUSÍADA 06», a Marinha de Guerra Portuguesa empenha cinco navios (NRP Vasco da Gama, NRP João Belo, NRP Bérrio, NRP João Roby e NRP Bacamarte), uma companhia de Fuzileiros, um grupo de combate de Acções Especiais e uma equipa de Mergulhadores Sapadores. O Exército Português apoia a realização do exercício no Regimento de Infantaria N.º 10, em São Jacinto, e emprega uma companhia de pára-quedistas da Brigada de Reacção Rápida, militares do Centro de Instrução de Operações Especiais e um grupo de militares do Regimento de Engenharia n.º 3. A Força Aérea Portuguesa disponibiliza as infra-estruturas do Aeródromo de Manobra n.º 1, em Ovar, e o emprego de diferentes tipos de aeronaves, nomeadamente um C-130, um C-212, um helicóptero EH-101, dois helicópteros Alouette III, seis F-16 e um P3 Orion (aeronave de patrulhamento marítimo).
O comandante da operação, o tenente-general Alberto da Palma, comandante operacional do Exército, permanecerá no teatro de operações onde decorrerão as várias fases do exercício, que serão as seguintes:
Fase I – Posicionamento estratégico da FRI: Inclui parte do movimento da força para a área de operações, estabelecimento do dispositivo terrestre e a activação dos estados-maiores;
Fase II – Movimentação da força: Deslocamento da força para as áreas de recolha dos cidadãos a evacuar, inclui o desembarque naval e aéreo;
Fase III – Evacuação: Deslocação dos cidadãos para os locais de embarque e transporte dos cidadãos para o território nacional ou outro país, a efectuar por meios civis ou militares;
Fase IV – Retracção da força: Retirada da área de operações e regresso da força a território nacional.
O cenário deste exercício baseia-se no conflito interno de um pais fictício denominado Zululand. Em Outubro de 2003, violentos distúrbios na sequência de greves nos serviços públicos paralisaram o país, tendo sido necessário empregar as Forças Armadas e decretar o recolher obrigatório. O denominado «Exército de Libertação de Zululand – ELZ» alertou a comunidade internacional e ameaçou recorrer à luta armada para destituir o Governo vigente. Em 2004, foi lançada uma ofensiva para assegurar o controlo da situação. No decurso do ano de 2005 foram desencadeadas diversas acções de sabotagem por parte da guerrilha ELZ. Com a evolução da situação, que se foi tornando cada vez mais instável, a população estrangeira iniciou, gradualmente, o abandono do país. Depois de ter solicitado o apoio da NATO, o Conselho de Segurança das Nações Unidas solicitou a Portugal que fosse constituída uma força militar com a missão de recolha e evacuação de cidadãos nacionais e estrangeiros de Zululand. Neste sentido, uma força-tarefa será deslocada para a área de operações, executando as missões que lhe sejam atribuídas.


