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Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 11:28 am
por Paisano
O Brasil e a parceria com a França*
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=3962
É extremamente lógica, comercial e política, principalmente, a parceria militar com a França. O Brasil é inclusivo, mas, não se deixa influenciar. A França e o Brasil se unem, não contra este ou aquele país: o Brasil se une para fugir da dependência e de toda e qualquer forma de influência.
Por questões de segurança, na época em que o mundo era dividido em esferas de influência entre a URSS e os EUA – o Brasil, por razões históricas e geográficas, foi classificado como um dos aliados menores – satélites, aqueles que não têm luz própria – sem nenhuma vantagem para o Brasil.
Terminada a bi-polaridade de poderes, os satélites se colocaram na incomoda posição de subordinação à hegemonia Norte-Americana. A tendência apontava para um poder multipolar, cada grupo com um líder e seus satélites. Com relações de satélites a Colômbia e o Peru aprofundaram as suas ligações de dependência com os EUA. A Venezuela, o Equador e a Bolívia idem, através de alianças desequilibradas, com a Rússia.
Impossível para o Brasil, continuar satélite, dissimulando conhecimentos científicos, tecnológicos e dissimulando o conhecimento dos seus recursos naturais energéticos, os quais urgiam por uma destinação utilitária, em benefício da população brasileira.
A partir daí, não houve mais nenhum subterfúgio, nenhuma dissimulação: o Brasil não é satélite, o Brasil tem luz própria. Entenda-se como luz própria, os recursos naturais energéticos do subsolo brasileiro: urânio, nióbio (São Gabriel da Cachoeira) lítio, berilo, outros minerais nucleares e hidrocarbonetos: petróleo, gás e outros. Desde então, a disputa pelo controle dos recursos naturais brasileiros ficou óbvia – sem qualquer razão para contemporizar. As desconfianças pré-existentes, tornaram-se verdadeiras.
No Brasil, a necessidade de parcerias viáveis e confiáveis se fez patente. O Brasil passou a tender em optar pela França, formando um bloco onde os parceiros têm a mesma importância. A França secular – jamais dissimulou e sempre procurou não se submeter a hegemonias.
A França, um dos países mais sofisticados tecnologicamente do mundo, entretanto, não dispõe de base física para conseguir, sem alianças, ser um dos polos de poder mundial. O Brasil, país continental, com mercado crescente, enorme produção agrícola, biocombustíveis, pré-sal, as maiores jazidas de urânio do planeta e com a Amazônia para conservar e explorar – tornou-se para a França, o parceiro ideal.
Como nenhum bloco pode ser significativo sem os recursos naturais de um país continente, o Brasil poderia ser o parceiro ideal para qualquer outra potência tecnológica sem base física. Mas, o Brasil escolheu a França.
A França visa o acesso a recursos naturais escassos no mundo, entre os quais, o urânio. A França é uma potência nuclear. Na parceria, houve interesse estratégico do Brasil: a certeza da transferência de tecnologia que propiciará o avanço almejado, na área nuclear brasileira.
Quanto à transferência de tecnologia, já foi dito e provado com fatos – ao longo de mais de quarenta anos, durante os quais, o Brasil conseguiu tecnologia nuclear própria (através da MGB) independente de qualquer acordo de transferência de tecnologia jamais transferida – que a tão enaltecida “transferência de tecnologia” não existe.
A transferência tecnológica entre concorrentes comerciais nacionais e internacionais significa dar facilidades ao concorrente (ou, seja, entregar o mapa da mina do ouro aos concorrentes) e disto ninguém duvida mais. Transferência de tecnologia não é mais justificativa para se assinar contratos comerciais nacionais e internacionais. Transferência de tecnologia é argumento utilizado, de um modo geral, pelos desavisados (?) intermediários, interessados na assinatura do contrato.
Mas, a França tem uma tecnologia preciosa, desconhecida do Brasil, que não a prejudicará, de modo algum, se transferida. Trata-se da administração dos rejeitos nucleares. Em uma das cidades francesas, o lixo atômico é processado a olho nu, protegido por paredes envidraçadas, ponto turístico francês.
O Governo do Brasil fechou uma grande parceria com a França: não se comprometeu, de modo algum, a ser mero fornecedor de urânio in natura, para nenhum bloco regional, por mais amigo, forte e poderoso que seja.
O Governo Brasileiro acertou na estratégia: a parceria Brasil-França formará um novo centro de poder, com parceiros iguais e complementares. Viva a França e viva ao Brasil: inclusivo e amigo, o Brasil merece respeito.
*Guilhermina Lavos Coimbra - Membro das Comissões Permanentes de Direito Internacional e de Direito Constitucional do IAB
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 12:09 pm
por EDSON
07/10/2009 - 10h36
Senado dos EUA aprova verba de US$ 626 bilhões para Pentágono
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da Folha Online
Enquanto o presidente Barack Obama faz reuniões com conselheiros e legisladores para avaliar a estratégia americana para a a Guerra do Afeganistão, o Senado dos Estados Unidos aprovou, com maioria esmagadora, um orçamento para o Pentágono que eleva para US$ 300 bilhões (R$ 530 bilhões) os gastos totais do país com o conflito desde seu início em 2001.
A medida de US$ 626 bilhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) foi aprovada com 93 votos a favor e 7 contra e estabelece ainda a proibição de qualquer transferência de combatentes acusados aos EUA da baía de Guantánamo, em Cuba. A atual lei permite que os prisioneiros sejam transferidos a solo americano para enfrentar julgamento ou ir para prisão americana.
A medida combina US$ 128 bilhões (cerca de R$ 226 bilhões) para operações no Iraque e no Afeganistão com US$ 498 bilhões (R$ 879 bilhões) para o resto do orçamento do Departamento de Defesa.
A medida orçamentário do Pentágono aprovada nesta terça-feira também aprova o envio de 21 mil soldados ao Afeganistão, já anunciado pelo presidente Obama, até o fim do ano --o que elevará para 68 mil o número de militares americanos no país.
A medida precisa agora ser reconciliada com o plano aprovado pela Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) há semanas e depois apresentada a Obama para sua assinatura.
Veja os principais pontos da medida
-- Inclui uma verba de US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 4,75 bilhões) para centenas de projetos menores de legisladores --de um museu para a Segunda Guerra (1939-1945) a um centro de educação cívica nomeado em homenagem ao senador Edward Kennedy. Os projetos não foram um pedido do Pentágono e atraem críticas dos vigilantes orçamentários sobre o desperdício de verba federal.
-- US$ 7,7 bilhões (R$ 13,5 bilhões) para um sistema de defesa de mísseis --que estabelece um corte de US$ 1,4 bilhão (R$ 2,46 bilhões) do ano passado.
-- US$ 154 bilhões (R$ 271 bilhões) para operações e manutenção --um corte de US$ 2,4 bilhões (R$ 4,22 bilhões) em relação ao pedido do Pentágono
-- US$ 125 bilhões (R$ 220 bilhões) para pagar salários e outros custos de pessoal para 1,43 milhão de soldados ativos, incluindo o aumento de 22 mil militares para o Exército e uma força reserva de 845 mil.
-- A medida concede ainda US$ 3,65 bilhões (R$ 6,4 bilhões) para a construção de dois destróieres DDG-51, um a mais do que o pedido do Pentágono.
-- Encerra a produção do avião militar F-22 e do helicóptero presidencial VH-71, ambos da Lockheed-Martin Corp.'s. O Pentágono diz não precisar mais destas aeronaves.
-- Estabelece ainda uma verba de US$ 2,5 bilhões (R$ 4,45 bilhões) para continuar a produção do avião de carga Boeing Co.'s C-17.
-- Proíbe a administração Obama de transferir suspeitos de terrorismo estrangeiros atualmente presos em Guantánamo para prisões nos EUA.
Com Associated Press e Reuters
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 4:48 pm
por Marino
Paraguai estuda protestar na OEA contra armamentismo na região
quarta-feira, 7 de outubro de 2009 16:00 BRT
Imprimir[-] Texto [+] ASSUNÇÃO (Reuters) - O governo paraguaio estuda apresentar um protesto na Organização dos Estados Americanos (OEA) contra o crescente armamentismo na região, no momento em que a vizinha Bolívia planeja fortalecer suas Forças Armadas, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira.
O chanceler paraguaio Héctor Lacognata afirmou que estuda um pedido do presidente do Congresso, Miguel Carrizosa, de recorrer ao organismo regional para debater o tema e em especial o caso da Bolívia, país com o qual o Paraguai compartilha uma extensa e vulnerável fronteira seca.
"É possível que o Paraguai proteste junto à OEA, é uma alternativa. Estamos muito próximos de apresentar essa nota", disse Lacognata a jornalistas.
O governo de Fernando Lugo expressou recentemente sua preocupação com o aumento no gasto militar por parte de vários países da região em reuniões da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e na Organização das Nações Unidas (ONU).
Os chanceleres e ministros da Defesa de Paraguai e Bolívia se reuniam em setembro para esclarecer o alcance de um crédito de 100 milhões de dólares oferecido pela Rússia a La Paz para a compra de material bélico, que causou preocupação em setores políticos paraguaios.
Na reunião, as autoridades bolivianas afirmaram que os fundos não serão utilizados para a compra de armas, e sim de helicópteros para a luta contra o narcotráfico e atividades humanitárias.
Entretanto, o recente anúncio da compra de seis caças chineses voltou a disparar o alarme entre os legisladores paraguaios.
Paraguai e Bolívia assinaram meses atrás um acordo de limites definitivos estabelecidos ao final da Guerra do Chaco, que opôs os dois países entre 1932 e 1935.
(Reportagem de Mariel Cristaldo)
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 10:27 pm
por FCarvalho
Parece que os legisladores paraguaios embebidos do discurso socialista/nacionalista de seu presidente, e olhando a patética imcapacidade de suas fa's, de cumprir com suas funções constitucionais, vão apelar até para o Papa, se for necessário, a fim de desmobilizar o crescente "armamentismo" a volta de si.
São não conseguem, ou admitem, perceber a crescente e incontestável incompetência de seu governo, e deles próprios, em gerir a defesa do país.
Nada de estranho, para um país que sobrevive de contrabando e de estorquir os vizinhos com bravatas pseudo-nacionalistas e sociais.
Só o Lula mesmo pra aguentar...
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 10:31 pm
por DELTA22
É assim, o Paraguai está igual criança birrenta, se ele não pode fazer algo como os outros então ninguem pode. Vai vendo... nas republiquetas pelo mundo é sempre assim!
[]'s
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 10:57 pm
por delmar
O Paraguai não tem nenhuma restrição a que o Brasil compre armas. Com novas armas ou sem novas armas não se altera a situação de superioridade do Brasil em relação a eles. Já com relação a Bolivia o caso é diferente. Os dois países ainda tem disputas latentes sobre o Chaco e o Paraguai teme que os bolivianos voltem a tentar recuperar os territórios perdidos na chamada "Guerra do Chaco".
saudações
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 11:07 pm
por FCarvalho
Delmar, será que Evo Morales ou outro qualquer, seria tão burro ou boçal o suficiente de cometer tal desatino, sabedo que isso atrairia com certeza uma intervenção brasileira, que não veria obviamente um conflito armado bem na cara de suas fornteiras com bons olhos?
Ademais, por quanto tempo a Bolivia conseguiria sustentar uma campanha militar contra quem quer que fosse? Os caras não tem nem pra manter o básico da infantaria, quiçá todo um sistema de logística e de apoio ao combate e à ocupação.
Seria um enfrentamento entre dois mendigos por um resto de nada...
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 11:11 pm
por delmar
FCarvalho escreveu:Delmar, será que Evo Morales ou outro qualquer, seria tão burro ou boçal o suficiente de cometer tal desatino, sabedo que isso atrairia com certeza uma intervenção brasileira, que não veria obviamente um conflito armado bem na cara de suas fornteiras com bons olhos?
Ademais, por quanto tempo a Bolivia conseguiria sustentar uma campanha militar contra quem quer que fosse? Os caras não tem nem pra manter o básico da infantaria, quiçá todo um sistema de logística e de apoio ao combate e à ocupação.
Seria um enfrentamento entre dois mendigos por um resto de nada...
Mais ou menos como foi a "Guerra do Chaco". A Bolivia comprou uma porção de armas e iniciou aa operações. No inicio o paraguaios lutaram até de facão.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Out 07, 2009 11:12 pm
por DELTA22
Vai ser a briga do "Itaruim" com o "Itapior"!!!
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qui Out 08, 2009 10:21 am
por Marino
Chávez e Correa reforçam sua aliança com uma dezena de novos acordos
da Folha Online
Os presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, reforçaram nesta quinta-feira em Caracas a relação bilateral entre seus países, parceiros na Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), com a assinatura de uma dezena de acordos e o desafio de "não perder um minuto" no processo integrador.
Em reunião que se prolongou por mais de nove horas na Academia Militar de Forte Tiuna, na capital venezuelana, ambos os presidentes revisaram 34 projetos já existentes, especialmente em matéria energética, e selaram outros dez documentos em áreas sociais, de telecomunicações, de alimentação e de mineração.
Entre os novos acordos figura um convênio de "cooperação técnico-militar", que inclui a mútua prestação de serviços, transferência de tecnologia, fornecimento de materiais e intercâmbios acadêmico e militar.
Além disso, os dois líderes firmaram acordos para a doação venezuelana por US$ 20 milhões em móveis, utensílios e equipamentos para pessoas com deficiência, além da criação de uma "grande empresa nacional" de produtos de pesca.
Os documentos assinados contemplam também a ajuda bilateral na luta contra as drogas e a intenção de criar um chamado Fundo Equador-Venezuela para financiar projetos binacionais, mas sem estimativa do montante de valores a ser aplicado.
Outros aludem, na forma de cartas de intenção, à cooperação nos setores de mineração, telecomunicações, radiodifusão pública e indústria siderúrgica.
Após o encontro, Correa afirmou que irá "pedir e prestar contas" dos avanços dos projetos. Os dois líderes concordaram em afirmar que não se deve "perder um minuto" no processo.
O presidente equatoriano, cujo país ingressou na Alba em junho passado, qualificou o encontro de "mais um passo" na "direção correta para alcançar a união, a integração entre povos irmãos", insistindo na necessidade de trabalhar sempre "melhor e mais rápido".
Há "muitos abutres rondando e que buscam o fracasso" deste processo, acrescentou Correa, que ressaltou: "Não podemos nos dar o luxo de decretar".
O presidente equatoriano assinalou os avanços conseguidos nos projetos já em andamento, entre eles a construção da refinaria do Pacífico que, disse ele, será construída e em 2010, e agradeceu especialmente a doação de "mais de US$ 20 milhões em equipamentos para deficientes" pela Venezuela.
No discurso após a assinatura dos acordos, Chávez comentou que fora cumprida "uma jornada intensa" de revisão da agenda bilateral, mas também houve discussão de temas internacionais, entre eles a situação de Honduras.
Já Correa se referiu também às críticas que surgiram após a oferta do governo venezuelano de doar seis aviões Mirage a seu país.
"Há toda uma campanha no Equador (...) que nos estão dando ferro-velho", manifestou Correa em relação aos aviões, antes de agradecer a oferta à Chávez. "Que a Colômbia e os Estados Unidos me presenteiem com seis Mirages e eu te devolvo os teus" disse, em tom irônico.
Com Efe
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qui Out 08, 2009 10:39 am
por GustavoB
Mais ou menos como foi a "Guerra do Chaco". A Bolivia comprou uma porção de armas e iniciou aa operações. No inicio o paraguaios lutaram até de facão.
Foi rápido no gatilho..
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Sex Out 09, 2009 12:11 pm
por Marino
O GLOBO – 09/10/09
Na Argentina, Lula é o "cara"
O Brasil está na moda entre os argentinos e, enquanto o casal Néstor e Cristina Kirchner perde popularidade (a imagem positiva da presidente não supera 20%), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganha cada vez mais admiradores no país vizinho. De acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria Carlos Fara e Associados, se Lula fosse argentino seria eleito presidente com 52% dos votos (Cristina Kirchner venceu a eleição de 2007 com 45%). No levantamento, o casal Kirchner não foi incluído. Lula lidera numa lista com outros dez líderes estrangeiros e seria eleito no primeiro turno.
A imagem positiva do presidente brasileiro entre os argentinos, que de acordo com a empresa de consultoria argentina cresceu de forma expressiva nos últimos três anos, alcança 73%. Na lista de chefes de Estado estrangeiros mais populares nas terras do casal K, o americano Barack Obama ficou em segundo lugar em popularidade, com 62% (numa suposta eleição, teria 44%), e a chilena Michelle Bachelet, que encerrará seu mandato em março do ano que vem, foi a terceira mais popular, com 60%. Os presidentes menos venerados pelos argentinos são o venezuelano, Hugo Chávez, e o colombiano Álvaro Uribe, ambos com apenas 16% de respaldo.
Na visão do analista político Carlos Fara, nos últimos tempos surgiu na Argentina um forte sentimento de “inveja saudável” pelo desenvolvimento do Brasil em várias áreas.
— O Brasil sente-se orgulhoso de seus avanços, e na Argentina existe um pessimismo muito grande, uma sensação de que estamos perdendo oportunidades — diz Fara.
Segundo ele, “o Brasil tem políticas de Estado, algo do qual carecemos”: — Na Argentina instalou-se uma imagem de corrupção vinculada ao governo Kirchner, e a queda de sua popularidade também coincide com momentos de fortes confrontos com os meios de comunicação, algo que a população não vê com bons olhos.
A escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 acentuou o clima de “inveja saudável” em relação ao Brasil. Esta semana, a manchete do jornal “Crítica” refletiu este sentimento: "O Brasil tem pela frente uma década espetacular: em 2014 será sede da Copa e, em 2016, dos Jogos Olímpicos”.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Sex Out 09, 2009 2:01 pm
por Algus
Ainda temos algumas rixas com a Argentina (eles não nos querem na ONU, por exemplo), mas elas se devem mais pela tradicional disputa entre vizinhos, acredito. Não se compara em nada com a velha e forte disputa, em parte porque a distância entre o poder do Brasil e da Argentina aumentou muito, em parte por causa do apoio velado do nosso país na Guerra das Malvinas, em parte porque não estamos demonstrando intenções imperialistas para a região.
O Brasil decidiu adotar uma política de expansão de influência diferente da americana. Assumimos posições mais brandas mesmo quando somos prejudicados (como a questão de Itaipu ou da nacionalização da Petrobrás boliviana), posições estas muito criticadas pelo nosso povo e por alguns especialistas, embora eu (em minha limitada visão geopolítica) tenho visto tais atitudes com bons olhos. É notável o quanto nos aproximamos da Bolívia após a crise da Petrobrás, algo semelhante ocorreu com as manifestações Paraguaias "anti-brasil", ainda que de maneira mais tímida, mas tais ações serviram para impedir a instalação de bases americanas ou uma maior expansão da influência Norte-Americana na região.
Mas me pergunto quais são as nossas políticas de aproximação com a Argentina.
O Mercosul interessa economicamente à Argentina e, politicamente, ao Brasil. Ou ao menos deveria ser assim. Temos registrado um superávit na balança comercial com todos os países do Mercosul + Venezuela quando na minha opinião deveria ocorrer o contrário ou, no mínimo, um equilíbrio.
Algum de vocês saberia me dizer quais as principais ações do Brasil nos últimos anos para expandir de vez a influência sobre a Argentina, mas de maneira que a mesma se sinta favorecida com isso?
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Sex Out 09, 2009 2:04 pm
por Oziris
Se dispuser de um espaço em seu blog, e caso haja interesse, por favor, publique o texto que segue, parcial ou na íntegra:
Cara, perdi o sono essa noite após muito ler reportagens (inclusive alguns textos da inteligência do exército e da ABIN), e cheguei à conclusão de que os planos dos EUA para com o Brasil começaram com a queda dos militares. Eles foram convenientes para garantir que o Brasil não se alinhasse à URSS durante a guerra fria, mas passaram a coadjuvantes quando da volta das eleições diretas…
Viraram bodes expiatórios desse complô internacional que deseja a todo custo colocar as mãos no que é nosso por direito (VIVA Marechal Rondon!)!
Ainda tenho muito que discutir após o que eu li, e estou sentindo a aproximação de um conflito armado pela Amazônia nos próximos anos. Ou o Brasil acorda a tempo (inclusive, cabendo a nós o dever de informar a população), ou vamos perder nossos maiores tesouros: a Amazônia Verde e a Amazônia Azul!
Os EUA já demonstraram que podem rasgar a carta da Convenção das Nações Unidas quando for conveniente, e os outros países não se oporão ao poderio militar Ianque, por também estarem cobiçando uma parte do espólio. Isso já aconteceu no Iraque e no Afeganistão…
PS – Saibam que, na reserva Raposa Serra do Sol está localizado o maior veio de ouro do mundo, que poderia fazer o valor desse minério despencar e, junto com ele, as reservas em ouro dos EUA…
PS II – Saibam que apenas uma das minas de estanho na região da Amazônia quebrou a hegemonia da Inglaterra no mercado mundial de estanho, baixando o preço da tonelada de 15.000 p/ 3.000 libras esterlinas…
PS III – Saibam que a Colômbia, ao aceitar a ajuda dos EUA no combate ao narcotráfico, disponibilizou aos americanos cinco das suas bases militares na fronteira com o Brasil…
PS IV – Saibam que, com essas bases, o pentágono poderá treinar seus soldados em ambiente de selva, pelo tempo que quiserem, e, quando desejarem, invadir nosso território, sob o pretexto de combater essas milícias apoiadas pelos narcotraficantes…
PS V – Saibam que poucas são as vozes que se atreveram a divulgar informações de inteligência sugerindo que está em curso a preparação para a tomada dessa região (talvez a mais rica do mundo), e que essas vozes foram caladas sumariamente após “palavras jogadas ao vento”… Demitidos e esquecidos…
PS VI – Saibam que há documentos dos militares que apontam uma crescente preocupação com as ONGs internacionais indigenistas e da vida selvagem e sua atuação na região amazônica… Se não tomarmos conta AGORA, eles levam. Houve um caso em que se encontrou um acampamento no meio da selva, com uma bandeira da Comunidade Européia, e a alemã líder do assentamento disse que a Amazônia também pertencia a eles! O major no comando ordenou que fosse hasteada a bandeira nacional, ao que a alemã retrucou dizendo que o Brasil não fez nada por aquelas terra e aqueles povos…
PS VII – Saibam que o efetivo do exército brasileiro na região é de apenas 25.000 soldados, para cobrir uma área de 4.5 milhões de km²! Esse efetivo deveria ser 20 vezes maior! Precisamos de soldados na região! Pelo menos meio milhão de militares e uns 10 milhões de brasileiros ocupando a região, evitando a todo custo a influência externa!
PS VIII – Vejam os contingenciamentos de verbas executados pelo Tesouro Nacional com as forças armadas e verão o triste cenário em que se encontra a defesa nacional! Devemos exigir o aumento dos quadros e o aparelhamento das três forças para ontem! O Brasil já foi o 5º maior exportador bélico do mundo, o maior do 3º mundo durante a Guerra Fria. Perdemos tudo isso nos últimos 20 anos, desde que os “anti-militares” assumiram o poder (o Sarney não conta porque era unha-e-carne com os militares). Desde Fernando Collor as nossas forças estão sendo sucateadas em atendimento aos interesses de nações estrangeiras…
PS IX – Desde que Lula assumiu a presidência, o Brasil não assinou quaisquer outros tratados de desarmamento que a ONU e os outros países tentaram nos impor, como os tratados sobre as bombas de fragmentação (cuja tecnologia o Brasil domina), bem como tratados complementares ao Tratado de Não Proliferação Nuclear. Devemos sim, é nos armar até os dentes, prevendo o pior. Devemos sim, investir em reatores nucleares e dominarmos completamente o ciclo de enriquecimento do urânio! Devemos sim, levar a plebiscito popular o nosso desejo de nos afirmar como potência mundial e fabricarmos nossos próprios armamentos, inclusive mudando nossa constituição (que teve participação decisiva dos EUA!) e permitindo que o país desenvolva armas nucleares (cujo ciclo estamos começando a dominar).
PS X – Precisamos de não uma, não duas, mas 4 frotas capazes de fazer tremer qualquer inimigo que se atreva a nos atacar pelo mar, ou cobice nossas reservas e nossas riquezas existentes na plataforma continental (cujo limite os EUA não reconhece). Enquanto o povo brasileiro (sofrido, carente de saneamento e recursos para se fixar à terra) não acordar para o significado real da palavra DEFESA, isso não mudará. Precisamos sim de navios de guerra, aviões de combate de última geração e mísseis hipersônicos que façam tremer nossos possíveis inimigos…
PS XI – Nossos parlamentares vivem argumentando que o dinheiro a ser investido em defesa seja investido em educação, saúde e saneamento básico. Bem, isso de nada adiantará se não pudermos nos defender das ameaças externas e internas (sim, eles já estão entre nós há tempos). Procurem por “escritório FBI Brasil” no Google. O brasileiro é um povo pacífico por natureza, que não acredita na resolução de conflitos através da força… Bem, ou isso muda, ou eles nos abaterão como uma “águia”
Que forças ocultas são essas que planejam entregar de bandeja o que nossos antepassados lutaram tanto para conquistar? Quem são esses apátridas que estão dando de bandeja aos outros países a oportunidade de se apropriarem do que nos pertencem, sob o pretexto de que não temos força para controlar a região e que ela é muito importante para o clima do mundo?
Que forças ocultas são essas que desejam a todo custo sucatear nossas forças armadas e desarmar nossa população, alienando-a com assuntos corriqueiros e entretendo-a com novelas e notícias falaciosas! Salve José Alencar, vice-presidente da República Federativa do Brasil, que defende o investimento de 5 a 7% do PIB em defesa! Lula, povo brasileiro, “país do futuro”, “gigante adormecido”, acorde de seu sono antes que ele se transforme em pesadelo…
Meu site:
http://www.ecnsoft.net
T-Systems do Brasil Ltda.
Business Unit CRM
Eduardo Cláudio Nicácio
Achei interessante.Belo texto.
[]'s
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Sex Out 09, 2009 4:49 pm
por Algus
Geopolítica Nacional - Brasil, América do Sul + África
Fiquei na dúvida se escrevia sobre o assunto neste tópico ou se abria outro para uso exclusivo e direto sobre o assunto, mas como sou novo no site e ainda entendo muito pouco a respeito decidi ficar com a primeira opção.
Gostaria que os foristas opinassem sobre a Geopolítica Nacional. Os erros, os acertos e, principalmente, o que esperam dela num futuro próximo.
Eu tenho notado uma grande distinção da nossa política externa em relação às demais observadas pelo mundo. O Brasil escolheu uma postura mais leve, que muitos dizem estar sempre em cima do muro, inativa e que parece estar dando certo apenas em alguns países.
Podemos notar, especialmente após a crise com a Petrobrás na Bolívia, que o Brasil aprofundou muito suas relações com este país. Uma série de acordos, doações e investimentos estão surgindo entre o Brasil e a Bolívia. Há até um cronograma em que os presidentes se comprometem a tratar de assuntos bilaterais a cada três meses.
Uma grande empresa está envolvida até o pescoço no processo: O BNDES tem investido muito no país com menor renda per capita da América do Sul. De estradas a hidrelétricas, passando por projetos de injeção de capital e investimentos privados na extração de lítio.
De fato, o BNDES tem feito o papel do FMI na AS, mas sem impor as amarras do mesmo à política regional.
É interessante observar que a mesma postura foi adotada durante as negociações sobre a revisão do Acordo de Itaipu, no Paraguai. O acordo ficou no "meio termo" entre as propostas brasileira e paraguaia. Fica claro que o Brasil não deveria ceder nada, mas ainda assim o fez (algo que acabou gerando uma certa revolta da população brasileira) e talvez por isso o presidente Lugo tenha "baixado o tom" e amenizado o sentimento negativo que os paraguaios têm em relação ao Brasil desde a guerra que os arrasou.
Talvez pela revisão deste acordo o Paraguai tenha reduzido o flerte com a aliança bolivariana e impedido a instalação de bases americanas em seu solo.
Notamos em ambos os casos que estes países guardavam um certo rancor e culpavam o Brasil pelas suas mazelas, algo que ainda ocorre, mas em menor grau após as negociações. Seria esta a tendência Geopolítica brasileira? Ceder um pouco aos países vizinhos para intensificar os laços de amizade em contraposição ao imperialismo velado norte-americano? Mais que isso, seria esta a postura que o Governo Obama tenta (ou finge) adotar em relação ao mundo?
Mas a aposta para esta estratégia é alta. Nada garante que no próximo ano um novo líder surja e altere as situações de empatia por beligerância. Seria esta a postura correta para a Geopolítica Nacional?
O Mercosul, o tão mal falado Mercosul, foi a primeira e talvez a maior postura do Brasil contra a Doutrina Monroe norte-americana. Com ela, o cone sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) forma um bloco maís próximo e com linguagem e doutrina unificada na região, doutrina essa arquitetada especialmente pelo nosso país.
Neste complexo tabuleiro político Latino Americano podemos definir ao menos três forças: A ALBA, liderada pela Venezuela; a aliança do Sul, liderada pelo Brasil e Argentina, e a antiga e ainda poderosa influência norte-americana, que conta com o apoio da Colômbia, do Peru e, mais timidamente, do Chile aqui no sul.
A Venezuela tem demonstrado simpatia pela política Brasileira e às vezes notamos que elas trabalham juntas contra a terceira influência, mas muitos olham com desconfiança as expectativas de Chávez para a América Latina.
As políticas nacional e venezuelana parecem andar juntas, mas como podemos observar no caso da Bolívia (que tem forte tendência e afinidade com os ideais chavistas) possuímos alguns pequenos conflitos por poder e influência.
A Venezuela tem expandido sua zona de influência aos pequenos e "abandonados" países da América Central. Já o Brasil busca intensificar suas relações com o México (que lucra e ao mesmo tempo sofre por ser o vizinho da superpotência mundial), com a França (aparentemente nosso padrinho europeu), e com Angola (por afinidade histórica) e África do Sul (por interesses mútuos). Podemos afirmar que depois da América do Sul, nossa prioridade seria a África em detrimento da América Central? Eu acredito que sim, primeiro porque já é "ousadia demais" obter a hegemonia na América do Sul, quem dirá na região do Caribe. Segundo porque temos grande afinidade com os países Africanos (somos muito bem vistos lá, talvez como a única nação com potencial de crescer e que não demonstra uma política imperialista sobre os países mais fracos), especialmente os de lingua portuguesa.
Agora pergunto a vocês: Por que não Cabo Verde?
Aquele pequeno aglomerado de ilhas a noroeste da África, um país com inexpressivo PIB, mas alto potencial devido a sua situação geográfica.
Cabo Verde já se mostra alvo de interesses europeus e americanos devido a sua posição no globo. Talvez isso por si só desestimule qualquer intento nacional, mas vale lembrar que esta região tem muito mais importância estratégica para o Brasil, além de maior afinidade cultural do que para os Estados Unidos.
Se instalada uma base americana na região, esta terá grande poder dissuatório contra o Brasil, especialmente agora com o pré-sal. A nós interessa não só manter tal região livre da influência americana como também torná-la a nossa porta de entrada para a África e Europa, especialmente se as nossas intenções forem estender nossa área de influência sobre o Atlântico Sul.
Não compensa ao Brasil estabelecer uma grande parceria com Cabo Verde? Um país com posição estratégica importantíssima cujo PIB é inferior a 3,5 bilhões de dólares, falante da lingua portuguesa?